Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.
Pipo Pegoraro está mudando de ares. Depois de seu terceiro disco solo, Mergulhar Mergulhei, o guitarrista saiu do grupo Aláfia e começou a enveredar mais a sério pela música instrumental: “Acredito que minha música sempre dialogou com a música instrumental, pois sempre procurei conceber os arranjos das bases – falando de canção – de um modo a contemplar as ligas sonoras que podem agregar desdobramentos para sopros, cordas, sessões ritmas, polifonias, etc.”, ele me explica, antecipando o segundo álbum, sem voz, que já tem data de lançamento marcada para o primeiro dia do ano que vem. Antropocósmico foi produzido por ele mesmo ao lado de uma banda composta por Beto Montag no vibrafone, Daniel Pinheiro na bateria, Ricardo Braga nas percussões e Vitor Fão no trombone, além do próprio Pipo na guitarra. “Minha vida mudou bastante desde o meu último álbum e acho que isso faz parte de como penso, faço e escuto música hoje”, explica, citando, como referências musicais os próprios discos que produziu, como os de Xênia França, Filipe Catto e do próprio Aláfia, “eles me ‘acordam’ para vários fluxos musicais e me orientam para a minha própria sonoridade. Sou muito mais ligado em sintetizadores e agregados do que antigamente”, conta – embora sejam perceptíveis influências de jazz funk, hip hop instrumental, trip hop e até chillwave. Ele antecipa o single “Montanha”, penúltima faixa do novo disco, que será lançada nesta sexta-feira nas plataformas digitas, em primeira mão para o Trabalho Sujo.
Nesta quinta-feira, Max B.O. lança seu disco mais recente, O.M.M.M. no Centro Cultural São Paulo, às 21h (mais informações aqui).
O canadense Dan Bejar prepara o terreno para mais um disco de seu projeto solo, Destroyer. Depois do ótimo Ken, lançado no ano retrasado, ele anuncia o lançamento de Have We Met, seu décimo terceiro álbum (se contarmos o cassete de Ideas of Songs, lançado em 1997), com inspiração em filmes adolescentes dos anos 80, para o último dia de janeiro do ano que vem. Integrante do coletivo The New Pornographers, ele antecipa o disco com dois clipes, “Crimson Tide”, lançado no mês passado, e “It Just Doesn’t Happen”, que saiu esta semana:
O disco já está em pré-venda e sua capa e ordem das músicas vêm abaixo.
“Crimson Tide”
“Kinda Dark”
“It Just Doesn’t Happen”
“The Television Music Supervisor”
“The Raven”
“Cue Synthesizer”
“University Hill”
“Have We Met”
“The Man In Black’s Blues”
“foolssong”
Há 24 anos meu primeiro projeto pessoal se materializava em larga escala. Sempre fiz impressos para me comunicar durante toda a minha vida (de quadrinhos zoando os amigos e professores na sala de aula ao jornal do grêmio estudantil da escola em Brasília, passando por fanzines de baixíssima circulação e um jornal autônomo durante a faculdade), mas quando o Trabalho Sujo saiu impresso como uma coluna de jornal, sabia que tinha achado um rumo na vida. Era a primeira vez que minha voz individual falava com pessoas que eu não conhecia. Já trabalhava como repórter e escrevia no jornal há mais de ano, mas mesmo as pautas que eram minhas obedeciam a uma lógica editorial alheia. No Trabalho Sujo tudo era meu, era o meu timbre de voz. No dia anterior à publicação, um domingo, visitei a gráfica do jornal na Vila Industrial em Campinas e pude ver, seguidas vezes, a página que havia diagramado em casa percorrer os rolos que imprimiam o jornal que saria no dia seguinte. Era um patamar bem distante das publicações de mimeógrafo, fotocópia ou gráfica rápida que havia feito até ali. Era como se eu renascesse.
A simples imagem de uma gráfica de jornal parece mais próxima do século dezenove que do século vinte e um e nesses 24 anos grande parte dos processos de produção mudaram de forma drástica. Me esgueirei por estes usando o Trabalho Sujo como escudo, máscara de oxigênio e capacete, desbravando novas realidades de informação para me entender como profissional. O rótulo jornalista sempre esteve firme, mesmo que acoplado de outros, que se sobrepunham (blogueiro, editor, DJ, diretor de redação, agitador cultural, editor-chefe, escritor, tradutor, curador de música, diretor artístico) e as áreas de atuação se proliferaram, indo da música ao cinema, passando por quadrinhos, videogame, comportamento, direitos autorais, tecnologia e ciência. O formato e suporte também foram mudando com os tempos, indo da redação para a pista de dança, passando por blogs, sites, palestras, cursos e mais recentemente shows e espetáculos. E estes três últimos anos como curador de música – além de questões de rotina pessoal – me fizeram perceber que é hora de começar a deixar de lado um ambiente que comecei a desbravar bem cedo – as redes sociais.
A internet não é propriamente um problema, embora ela também facilite a capacidade de isolamento e a comodidade letárgica de não sair de casa. Mas as redes sociais, a princípio tão úteis e divertidas, foram sequestradas por uma tendência humana à maldade que as transformaram em terreno minado – transformação que vem passando também para a vida offline.
A vida offline, em si, nem sequer existe mais. Antes nos conectávamos à internet, entrávamos, podíamos sair – havia até um ruído para dizer que estávamos online. Hoje vivemos conectados o tempo todo, tudo é urgente, tudo tem pressa e uma compulsão por comentários e opiniões transformou nosso dia a dia em uma insuportável competição medida a números de likes. Somos cada vez mais cobaias num labirinto que não enxergamos o mapa, seguindo a nova novidade e publicando sobre ela nas plataformas que eles querem.
Decidi parar com isso.
Não vou, no entanto, largar 100% as redes sociais de uma hora pra outra porque sei que isso é um vício. E não quero repetir o que fiz quando parei de fumar a primeira vez, que eliminei o cigarro de tal forma que a simples possibilidade de fumar foi se tornando de forma inconsciente um desejo inatingível. Quando cedi, voltei a fumar mais cigarros que fumava. Da vez mais recente, não radicalizei, só parei. Se desse vontade, fumava um cigarro. Às vezes a vontade era satisfeita num trago. Ainda não parei de fumar 100%, mas a diminuição foi drástica. E o cigarro deixou de ser tabu.
Essa consciência do vício nas redes sociais já está sendo posta em prática há mais de ano, quando publico fotos com amigos em dias trocados ou dedicando minhas publicações quase essencialmente à vida profissional. Publicações de foro particular são cada dias mais raras e a tendência é que a maioria das publicações comece a diminuir. Não vou começar a fazer isso de um dia para o outro, mas já tenho um plano arquitetado que inclui diminuir a quantidade de RTs no Twitter, parar de falar de política (ou mais especificamente dessa rala política que tomou conta do inconsciente coletivo) tanto no Twiter quanto no Facebook para linkar coisas legais que vejo por aí e abandonar minha conta pessoal no Facebook na virada do ano, desistalando também o aplicativo deles do celular. Deixar a urgência do Whatsapp de lado e sair de casa sem levar o celular sempre comigo. Um processo lento que quero curtir até daqui um ano, quando o Trabalho Sujo completa um quarto de século – e já tenho o plano sobre como comemorar (e é fora da internet). Eu só não sei o que fazer direito com o Instagram, rede que mais uso e que funciona como um diário pra mim – mas o próprio Instagram está se desintegrando e se transformando num Snapchat. Não gosto de stories, não sei usar stories e são as stories que vão acabar me fazendo abandonar essa rede que mais prezo. O YouTube segue sendo repositório de vídeos nos shows que faço, mas até isso devo diminuir no decorrer do próximo ano. A primeira transformação é a frase no cabeçalho do site, que deixa de ser um link pra ser um trecho de música. Citei essa do Red Hot porque era o disco resenhado na primeira edição do Trabalho Sujo.
Mas isso não significa abandonar a internet – só as redes sociais. O principal é o contato humano sempre, mas há formas de supri-lo digitalmente sem que isso seja necessariamente exposto para todos. O próprio conceito do Tinder é algo que não me entra na cabeça, já me assumi obsoleto nesse departamento e tudo bem. Acho que é hora de dar esse primeiro passo. Já fui a pessoa que não para de olhar para o celular em reuniões e almoços, já fiquei com o bolso coçando para ver se tinha alguém me escrevendo e hoje posso ficar horas sem olhar para o celular, embora ele ainda seja a companhia nos momentos solitários – uma falsa companhia. “A internet é uma medusa”, canta alguém num disco que ainda vai sair.
O que eu vou fazer com o tempo livre? O que já venho fazendo: ir ao cinema, ler livros, passear, caminhar, nadar, encontrar amigos, cozinhar e quem sabe voltar a desenhar (daí o logo a lápis aí em cima) ou a tocar trombone (o que diriam os vizinhos?).
Por isso, não estranhe se eu demorar pra responder. Se for urgente, liga.
Ah, e se quiser falar sobre isso na caixa de comentários abaixo, aproveite e deixa seu email que em breve vou ter novidades – via email.
E assim encerro mais uma digressão de aniversário do Trabalho Sujo. Outras, de outros anos, abaixo:
Voltamos agora à nossa programação normal. A trilha sonora pode ser o Vida Fodona do 23° aniversário enquanto não faço o desse ano e sábado tem festa na Trackers, que agora é em Pinheiros (ah 2019…), hein!
Mais um single das irmãs Haim em 2019, sem previsão de lançamento de disco novo, mais um clipe dirigido por Paul Thomas Anderson. Depois de “Summer Girl” e “Now I’m In It“, o trio californiano lança “Hallelujah”, uma balada introspectiva com acento country – e cordas ao final – com clipe filmado no Los Angeles Theater, um dos marcos do entretenimento da cidade, com capacidade para duas mil pessoas – mas apenas as três Haim estão presentes no clipe.
Simples e bonito.
Enorme satisfação de abrir palco para a percussionista Victória dos Santos dar início à sua carreira solo no espetáculo Tambor, Coxia e Carnaval nesta terça-feira, dia 19 de novembro, no Centro da Terra, a partir das 20h (mais informações aqui). No palco, ela será acompanhada de Lincoln Antônio no piano, Vitor Pena no violão, Larissa Braga e Fefê Camilo percussão e Thomas Harres MPC, além de contar com as participações do violonista Mauricio Paes e do trombonista Allan Abadia. Bati um papo com ela sobre o que podemos esperar desta apresentação.
O jovem Baco Exu do Blues está prestes a encerrar sua trilogia de entidades depois de gravar um disco em duas semanas na Toca do Bandido. Inspirado no deus do vinho que batiza seu primeiro prenome, o disco ainda sem nome conta com participações de Duda Beat, BK, Kiko Dinucci, Ney Matogrosso e Hamilton de Holanda, além de ter uma faixa de dez minutos chamada “Exu is King” em que ele ameaça “matar o seu Messias”, em seu disco mais político. Conversei com ele num papo para a revista Trip – confere aí.
Depois de muito adiar, Grimes finalmente marcou a data de lançamento para seu próximo álbum, Miss_Anthropocene, que será lançado cinco anos após o ótimo Art Angels, de 2015. Desde então, ela começou a namorar o bilionário Elon Musk e passou a renegar tudo que fez, criando enorme expectativa sobre seu álbum seguinte, que sempre deixava pra depois. Mas agora ela avisou que o disco (que já está em pré-venda) será lançado em fevereiro do ano que vem, e para isso também apresentou a capa, a ordem das faixas e o primeiro single – e a faixa de abertura -, “So Heavy I Fell Through the Earth”. Veja abaixo:
“So Heavy I Fell Through the Earth (Algorithm Mix)”
“Darkseid (feat. 潘PAN)”
“Delete Forever”
“Violence (feat. i_o)”
“4ÆM”
“New Gods”
“My Name is Dark (Algorithm Mix)”
“You’ll miss me when I’m not around”
“Before the fever”
“IDORU (Algorithm Mix)”
Tudo tem ares cyberpunk, da data em destaque no vídeo (tirada da primeira cena de Blade Runner) ao nome das músicas, à mistura de linguagens e de caracteres. Mas é só – esperando que ela entregue mais do que isso.
Depois de sair no Diário Oficial e na Monica Bergamo acho que já é público: não sou mais o curador de música do Centro Cultural São Paulo.
Foram quase três anos que me ajudaram a entender melhor a máquina estatal e a cabeça dos artistas, políticas culturais e o porquê da burocracia, a precaridade da cultura do ponto de vista público e a perseverança de artistas e produtores de fazer acontecer. Mas, mais do que isso, foram quase três anos convivendo nas entranhas deste maravilhoso transatlântico de concreto estacionado num canteiro entre a 23 de Maio e a Rua Vergueiro. Principal centro cultural brasileiro, o CCSP também é a matriz do próprio conceito de centro cultural no Brasil – e sua natureza urbana, sem porta de vidro nem ar condicionado, é um dos melhores e mais sólidos exemplos paulistanos da tão falada apropriação do espaço público.
Mais do que fazer parte da história deste aparelho mágico, sou grato em conhecer as pessoas que fazem as coisas funcionarem ali dentro e de me ver como parte deste time. Heróis que ganham míseros salários para, na raça, preservar este templo à cultura que repousa na cabeceira da Avenida Paulista. O conceito de servidor público ganha uma conotação quase romântica quando aplicado à gestão cultural e o sangue e o oxigênio do Centro Cultural São Paulo só circulam graças a essas pessoas, que enfrentam condições risíveis de trabalho e uma vasta burocracia para que quase um milhão de pessoas por ano circule por seus corredores e jardins.
Ali aprendi que o ofício de curador é mais do que o de programador – e que o que parece ser um emprego dos sonhos (escolher artistas pra tocar num dos palcos mais emblemáticos da cidade) é só 20% do trabalho. Os outros 80% misturam burocracias de contratação, pareceres e justificativas, questões técnicas, pouco dinheiro – na maioria das vezes, nenhum -, bater agendas, checar cronogramas, equilibrar a grade de programação, conversar com artistas estabelecidos, de médio porte ou em formação sobre as vantagens e dificuldades de se realizar um evento no espaço, negociar com produtores, empresários, técnicos e roadies. E, claro, criar coisas novas.
Sobre isso não tenho a menor modéstia pra dizer que consegui realizar sonhos impossíveis. Entre consolidar um mês só para novas bandas (o Centro do Rock, por três anos consecutivos), colocar quatro das melhores bandas de São Paulo para tocar no mesmo palco simultaneamente (com o projeto Bicho de Quatro Cabeças, que reuniu Metá Metá, Hurtmold, Bixiga 70 e Rakta) ou reunir quatro entidades femininas num mesmo espetáculo (Alessandra Leão, Luiza Lian, Quartabê e Ava Rocha), passando por três Viradas Culturais, por uma colisão entre rap e percussão (o Centrífuga, pilotado por Kamau e Ari Colares), um evento em homenagem aos discos de vinil (Cultura do Vinil), as três edições do Women’s Music Event, conferências sobre Mário e Oswald de Andrade do ponto de vista da música (Conferências sobre uma Amizade, na semana MariOswald, com apresentações de José Miguel Wisnik, Tom Zé, Iara Rennó, Elo da Corrente e Ronaldo Fraga), uma celebração ao tropicalismo (com uma conversa com Tom Zé e audição comentada do Tropicália ou Panis et Circensis), quatro edições dos Concertos de Discos (uma sobre discos clássicos lançados em 1967, outra sobre a história do rock brasileiro, outra sobre Baden Powell e a última sobre música de pista brasileira), um evento para quebrar as barreiras entre popular e erudito (a Mostra de Cordas Dedilhadas), dois eventos em homenagem a ícones paulistanos (Viva Walter Franco e Viva Made in Brazil) e vários outros projetos.
Isso sem contar os shows: Letrux lançando seu Em Noite de Climão, Luiza Lian despedindo-se de seu Oyá: Tempo, Otto em formato power trio, Baco Exu do Blues fazendo seu Esú, Jards Macalé mostrando seu Besta Fera, Hamilton de Holanda celebrando Jacob do Bandolim, o encontro de Rodrigo Brandão com Azymuth, Rincon Sapiência em dois shows viajando pela música jamaicana, Maglore lançando seu Todas as Bandeiras, Thiago Pethit reverenciando Patti Smith e um retrato considerável da atual música brasileira, com shows de Don L, Edgar, Anelis Assumpção, Deaf Kids, Phill Veras, Ruído/mm, Black Alien, Leandro Lehart, Tassia Reis, Karnak, Violeta de Outono, Douglas Germano, Arto Lindsay, Pin Ups, Nill, Patife Band, BNegão, Rashid, MC Tha, Yma, Juliana Perdigão, Rômulo Froes, Carne Doce, Siba, Karina Buhr, Gangrena Gasosa, Mariana Aydar, Hermeto Pascoal, Rico Dalasam, Saskia, Maurício Pereira, Rodrigo Ogi, Karol Conká, Linn da Quebrada, Liniker, Smack, Gorduratrans, Boogarins, Edgard Scandurra, Garotas Suecas, Maria Beraldo, Di Melo, Ava Rocha, Ana Frango Elétrico, Alessandra Leão, Cólera, Cidadão Instigado, De Leve, Jaloo, Tantão e os Fita, Papisa, Satanique Samba Trio, Mãeana, Jair Naves, Rimas e Melodias, Odair José, Curumin, Glue Trip, The Baggios, entre muitos outros, além de heroicos shows internacionais, com Lee Ranaldo, Ian Svenonious, Holydrug Couple, Norbert Möslang, Belgrado, Laura Jane Grace, A Place to Bury Strangers e Jaz Coleman. Foram mais de cinco centenas de artistas que passaram por lá nestes três anos que estive na curadoria.
Sou especialmente grato à equipe de Salas e Espetáculos, coordenada pelo secular Paulo Jordão, ele mesmo um monumento à resistência cultural, e à de produção, coordenada pela Luciana Mantovani, o mecanismo de precisão que faz o Centro Cultural funcionar, além da equipe de contratos, liderada pela Paloma Galasso, que me ajudava a resolver os problemas à medida em que eles iam aparecendo e de todas as outras pessoas que convivi nestes três anos, dos seguranças ao pessoal do café, passando pela mutante (e paciente) equipe de comunicação, os outros curadores, a equipe da biblioteca e discoteca, alguns que só conheci de nome e outros que só conheço de rosto, pois é muita gente. Além de, claro, agentes, produtores, empresários, técnicos, engenheiros de som, iluminadores, roadies, músicos, intérpretes, compositores e artistas que convivi neste período e me ajudaram a redefinir meu papel como jornalista e a deixar claro meu papel como agente cultural, seja como comunicador, curador ou diretor artístico. E, sem dúvida, a todos os ex-CCSP que passaram por lá antes de minha chegada – o Centro Cultural São Paulo é um trabalho coletivo maior do que qualquer nome e sobrenome que já pisou por lá.
Agradeço particularmente ao mestre Cadão Volpato, que me convidou para o cargo e de ícone indie da minha adolescência e colega jornalista da minha vida adulta passou a chefe e depois chapa, um amigo para o resto da vida, e ao compadre Lucas Uth, que era estagiário quando entrei e depois virou meu assistente (também demitido na mesma ocasião, sendo assim extinta a curadoria de música) e, principalmente, amigo e jovem guru, uma das almas mas puras e doces que conheço, mas não pisa no calo dele não! E que em breve vai ser pai. Valeu rapaz, que viagem tudo isso!
Ainda tenho dois shows programados no Centro Cultural antes da minha saída: Max B.O. na próxima quinta-feira e Liniker e os Caramelows na quinta seguinte e depois sigo meu rumo. Apareça lá para se despedir comigo da minha querida Sala Adoniran Barbosa, me dar um abraço e pensar em coisas novas. Aliás, quem me conhece sabe que já estou armando altas – página virada, novo capítulo. Evoé!
Depois de um semestre agitado no exterior, quando ganhou prêmios e fez shows pela Europa, Lia Paris faz mais um show de seu segundo disco MultiVerso, que faço a direção artística, neste domingo, às 18h, no teatro do Sesc Belenzinho (mais informações aqui).