Tim Bernardes às vésperas de seu maior show

, por Alexandre Matias

Neste sábado, Tim Bernardes faz seu maior show solo até hoje, quando apresenta-se no Espaço Unimed, o antigo Espaço das Américas, em uma noite que já tem ingressos esgotados. São mais de 3.300 lugares, mais gente do que as 3.200 que reuniu em duas sessões distintas no Theatro Municipal de São Paulo no fim do ano passado. Claro que Tim já tocou pra mais gente, afinal, além de tocar em vários festivais pelo Brasil e exterior, também abriu a turnê dos Fleet Foxes nos Estados Unidos no ano passado. Mas é a primeira vez que ele reúne tanta gente ao mesmo tempo para vê-lo em uma única apresentação. Aproveitando este marco em sua carreira, o vocalista d’O Terno disponibilizou para download a íntegra de seu EP The Lagniappe Sessions, em sua conta no Bandcamp. Gravado no passado para o blog norte-americano Aquarium Drunkard, o disco reúne versões para músicas de Gilberto Gil, Dirty Projectors e Beatles, e Tim comentou suas escolhas em texto que reproduzo abaixo.

Ouça aqui.

“Nós tocávamos muito esta música entre amigos quando éramos adolescentes e estávamos começando O Terno. Essa fase da Tropicália no final dos anos 60 foi uma grande influência que estourou nossas cabeças, os primeiros discos dos Mutantes, Gal Costa, Caetano e Gil. Soavam mais fortes do que quaisquer outras músicas ao nosso redor no início dos anos 2000 e foi parte de nossas vidas mesmo antes de nos acertar como músicos. Ultimamente venho experimentando com um gravador de fitas e um velho violão brasileiro, então esse tipo de jam de rock voz e violão semiimprovisado e acústico foi algo que me lembrou desta música”.

“Eu amo a música dos Dirty Projectors há alguns anos. Sei que David Longstreth gosta muito de música brasileira e num dado momento eu conversei com ele pelo Instagram. Então, em 2020, fui surpreendido e feliz quando ele me pediu para fazer uma versão para esta música no EP Super João, que tem essa influência meio louca de bossa nova. Eu gravei mas acabei não a lançando. Amo essa música e estou feliz que finalmente a consegui lançar!!”

“Eu li que George Harrison se referia a esta música como ‘uma canção de amor para deus’. Há nela uma revelação pacífica e forte, ainda que familiar, como se lembrássemos onde é o lar ou coisa do tipo. Sentir a presença do infinito. É talvez minha canção favorita do Álbum Branco e acho que me toca nesta fase contemplativa que o Mil Coisas Invisíveis me representa.”

Tags: , , , , ,