E a versão que a Mitski fez pra “Bella Ciao”?

“Tentei fazer uma versão em inglês para essa canção italiana tão importante chamada ‘Bella Ciao'”, escreveu a cantora norte-americana Mitski em sua conta no Instagram. “Claro que não falo nada de italiano então usei o tradutor do Google sem constrangimento e também me inspirei na versão em inglês que Tom Waits e Marc Ribot fizeram para essa música. Mas aí que está: mesmo que você fale italiano, diferente de mim, eu tenho certeza que pode escrever uma tradução melhor que a minha. E se você for um destes, faça isso! Ou ao menos tente! E grave, filme, compartilhe. Eu quero ver”. Veja a versão dela abaixo:  

Quando os Killers encarnaram o Erasure

Quando os Killers lançaram o single “Boy”, no ano passado, receberam críticas pelo fato da música parecer um pouco demais com “A Little Respect”, clássico dance dos ingleses Erasure. A música, embora não tenha entrado em seu disco mais recente, Pressure Machine (de 2021), foi uma das primeiras composições que deram origem à nova fase da banda que culminou nesse álbum e Brandon Flowers absorveu as acusações de plágio ao incluir uma versão para o hit dance dos anos 80 em seu repertório, misturando-a com a parte final da canção de 2023. A homenagem subiu um degrau ainda maior quando, nesta sexta-feira, em Londres, o grupo de Las Vegas recebeu ninguém menos que o vocalista do Erasure, Andy Bell, para cantar justamente “A Little Respect” na O2 Arena, além de dividir os vocais com Flowers na excelente “Human”, do clássico e subestmado álbum de tecnopop de arena que é o terceiro disco da banda norte-americana, Day & Age, de 2008.

Assista abaixo:  

Patti Smith ❤️ Lana Del Rey

Em turnê pela Europa, Patti Smith surpreendeu todo mundo quando, ao apresentar-se em Dublin, na Irlanda, nesta quinta-feira, anunciou que cantaria uma música que a lembrava dos “juventude selvagem” que teve ao lado de seu falecido marido, o lendário Fred “Sonic” Smith, do grupo MC5, pouco antes de entrar numa versão emotiva de “Summertime Sadness”, de ninguém menos que Lana Del Rey. Lindo demais, veja abaixo:  

Todo o show: Smashing Pumpkins ao vivo em Birmingham, na Inglaterra (junho de 2024)

Os Smashing Pumpkins começaram nesta sexta-feira uma turnê ao lado do Weezer que para muitos é uma espécie de turnê dos sonhos, mas a mensagem subliminar desse novo contexto do grupo é apagar a imagem de pessoa insuportável que o dono da banda Billy Corgan tem cultivado desde o início do século. Isso começou desde antes da pandemia, quando Corgan readmitiu o guitarrista James Iha e o baterista Jimmy Chamberlin de volta à formação, e seguiu desde então, passando pelo lançamento da ópera rock ATUM (na linha musical de discos importantes pra carreira da banda, como Mellon Collie and the Infinite Sadness e Machina: The Machines of God), por uma anunciada turnê pelos EUA com o Green Day, Linda Lindas e Rancid no segundo semestre e essa turnê atual em que dividem a noite com a banda de Rivers Cuomo. E isso inevitavelmente mexe com o repertório do grupo, que começa a incluir mais músicas próprias da década de 90 e, pela primeira vez nesta sexta-feira, uma versão para uma música do U2 – uma versão bem boa para “Zoo Station”, faixa de abertura do clássico eletrônico do grupo irlandês Achtung Baby. Abaixo, além da versão citada, ainda dá pra asistir à íntegra do show:  

David Byrne cantando Paramore

E por falar no tributo ao Talking Heads, semana passada David Byrne deu o troco no Paramore, que começou a divulgação do disco ao fazer sua versão para “Burning Down the House”, ao mostrar a sua versão para uma das melhores músicas do grupo liderado por Hayley Williams, “Hard Times”. E mesmo fazendo uma versão só boa, o ex-líder dos Talking Heads faz um senhor serviço para sua geração e para outras: gravar versões de artistas mais novos não é só uma forma de reunir novos fãs como ajuda o próprio ecossistema artístico a respirar melhor.

Ouça abaixo:  

Girl in Red cantando Talking Heads

Eis que ao revelar mais uma faixa do tributo Everyone’s Getting Involved: A Tribute to Talking Heads’ Stop Making Sense, a distribuidora A24 finalmente contou quem canta o que no disco que será lançado no próximo dia 17. Depois de ouvirmos as versões do Paramore para “Burning Down the House” e “Take Me to the River” revisitada pela Lorde é a vez da norueguesa Marie Ulven Ringheim, mais conhecida como Girl in Red, de mostrar mais uma versão do clássico grupo nova-iorquino e a escolhida é “Girlfriend Is Better”, que ganhou uma bela versão, ouça abaixo. Além desta, também foram revelados quais artistas cantam que músicas dos Heads – e quem abre o disco é Miley Cyrus cantando “Psycho Killer” (que ela já tinha dado uma pista dia desses), seguida de uma versão de “Heaven” feita pelo National, além das Linda Lindas fazendo “Found a Job”, Él Mató a un Policía Motorizado tocando “Slippery People”, Badbadnotgood tocando “This Must Be the Place (Naive Melody)” com Norah Jones e Toro y Moi tocando “Genius of Love”, do Tom Tom Club. Veja a relação completa de quem toca o que além da capa definitiva do tributo (que já está em pré-venda) a seguir:  

E a Angel Olsen tocando Velvet Underground?

Eis mais uma faixa do disco-tributo que a gravadora Light in the Attic está fazendo em homenagem ao nosso herói Lou Reed. Depois de chocar a todos colocando ninguém menos que Keith Richards para regravar “I’m Waiting for the Man”, agora é a vez de Angel Olsen cair de boca em outro clássico do Velvet Underground. Ela gravou sua versão de “I Can’t Stand It” ao lado do compadre Maxim Ludwig, com quem dividiu uma turnê pelos EUA no ano passado. A música tornou-se pública no lançamento do primeiro e desconhecido disco solo de Lou Reed, lançado em 1972, mas já fazia parte do repertório do Velvet Underground desde 1968, embora só tenha sido lançada oficialmente pela banda na coletânea póstuma VU, de 1985. A versão é pesada e leva o rock do grupo para um lugar quase caricatural, flertando com o glam fantasmagórico do filme Rocky Horror Picture Show sem precisar cair na caricatura. Coisa fina.

Ouça abaixo:  

Quando Lorde encontra os Talking Heads

E por falar em Talking Heads, saiu mais uma faixa do tributo que a distribuidora A24 está promovendo em homenagem ao mitológico Stop Making Sense, filme-show do grupo nova-iorquino que foi remasterizado para ressurgir nas telas de cinema. E depois do Paramore regravando “Burning Down the House” e do aceno que Miley Cyrus fez para “Psycho Killer” num show privado (talvez indicando que toque a faixa neste disco-tributo), agora foi a vez de Lorde mostrar sua participação em Everyone’s Getting Involved: A Tribute to Talking Heads’ Stop Making Sense. E a cantora neozelandesa levou “Take Me to the River”, versão que o grupo liderado por David Byrne fez para um clássico do reverendo Al Green, para um território ao mesmo tempo pop e minimalista, como lhe convém, mas sem perder o apelo soul das duas encarnações anteriores da canção.

Ouça abaixo:  

E a Miley Cyrus cantando “Psycho Killer”?

Miley Cyrus é uma das artistas confirmadas ao tributo que a distribuidora de cinema A24 está fazendo ao show dos Talking Heads dirigido por Jonathan Demme que foi relançado nos cinemas (norte-americanos, nada por aqui ainda) no ano passado. Everyone’s Getting Involved: A Tribute to Talking Heads’ Stop Making Sense ainda não tem data de lançamento e tirando as ótimas versões que o Paramore fez para “Burning Down the House” e que o rapper norte-americano Teezo Touchdown fez para “Making Flippy Floppy, do disco Speaking in Tongues (ouça abaixo), não sabemos quem dos convidados cantará quais músicas do grupo de Nova York. E os nomes são pesados, como Lorde, The National, The Linda Lindas, Toro y Moi, Badbadnotgood, El Mató a un Policía Motorizado, Girl in Red, entre outros. Mas Miley fez um show pra poucos no mítico Chateau Marmont, em Los Angeles, nesta quarta-feira e arriscou uma versão para “Psycho Killer” em tom country, além de letras modificadas (e ainda teve a pachorra de perguntar se eram melhores que as originais hahaha)… Saca só:  

Keith Richards tocando Velvet Underground!?

Se estivesse vivo, Lou Reed, que perdemos há pouco mais de uma década, completaria 82 anos neste sábado e a gravadora norte-americana Light in the Attic (uma das melhores do ramo, atualmente) acaba de anunciar um tributo ao bardo de Nova York. The Power of the Heart: A Tribute to Lou Reed, que será lançado dia 19 de abril, reúne fãs de todas as idades do fundador do Velvet Underground, gente como Joan Jett, Rufus Wainwright, Lucinda Williams, Angel Olsen, Rickie Lee Jones, Afghan Whigs, Rosanne Cash, entre outros. E a faixa escolhida para começar este tributo foi um dos pilares de sua discografia, “I’m Waiting for the Man”, do primeiro disco do Velvet, cantada por ninguém menos que Keith Richards, numa versão fulminante para o clássico sobre comprar drogas, veja abaixo, junto com a capa do disco e a ordem das músicas.