E o Dylan fazendo versão pra “Dance Me to the End of Love” do Leonard Cohen?

Rolou na semana passada, mas só apareceu agora: Bob Dylan segue passeando com a turnê de seu disco mais recente, o soberbo Rough and Rowdy Ways (please com to Brasil!) e no domingo do outro fim de semana foi flagrado reverenciando outro bardo, este canadense, ao passar em sua cidade-natal. No show que fez no Salle Wilfrid-Pelletier, em Montreal, no Canadá, Dylan pinçou “Dance Me to the End of Love”, que Cohen escreveu sobre nazistas tocando música clássica ao mandar judeus para as câmaras de gás nos campos de concentração em seu álbum de 1984, Various Positions. Não é a primeira vez que Dylan faz esse tipo de homenagem nesta turnê. Só no mês de outubro, ele celebrou John Mellencamp (“Longest Days“) ao passar por Indianápolis, tocou uma (“Nadine“) do Chuck Berry quando passou por St. Louis e duas do Muddy Waters (“Every Grain of Sand” e “Forty Days and Forty Nights”) e Howlin’ Wolf (“Killing Floor“) em sua passagem por Chicago, sempre saudando mestres e compadres em suas cidades-natal. Mas essa do Cohen pegpu na veia, ouça abaixo:  

St. Vincent tocando Kate Bush

Rock and Roll Hall of Fame é uma besteira que só serve pra afagar o ego dos agraciados e alimentar a indústria ao redor deles (como a maioria dos prêmios), mas de vez em quando proporciona uns momentos fantásticos, como ver a St. Vincent tocando “Running Up That Hill” da Kate Bush – que por sua vez não compareceu para receber o prêmio, por que, né? Sente o drama:  

Snail Mail e Thurston Moore reverenciam Lou Reed

O papa do underground nova-iorquino Lou Reed uniu dois discípulos de diferentes gerações em uma de suas canções mais emblemáticas de sua carreira solo. A jovem Lindsey Jordan (que também atende como o grupo de uma mulher só Snail Mail) e o velho Thurston Moore (um dos pilares do Sonic Youth) se uniram para celebrar o fundador do Velvet Underground numa versão correta e bonita para o clássico “Satellite of Love”, que Reed gravou em seu disco mais memorável, Transformer, de 1972.

Assista abaixo:  

E essa versão em espanhol pra “Common People” do Pulp?

Transcorria da primeira aula do curso que estou dando sobre música brasileiro rumo à festa que discotequei no sábado, quando o compadre Fábio “Mumu” Bianchini me lança um link pelo Whatsapp enquanto ele mesmo estava a caminho do show do Paulinho da Viola, na distante Florianópolis. “Tu já ouviu ISSO AQUI?”, perguntava no mesmo balão em que linkava a versão que a espanhola Jornada B. havia feito para “Common People” do Pulp. Filha de atores – da espanhola Blanca Oteyza e do argentino Miguel Ángel Solá -, a jovem nascida em Madrid lançou-se em carreira solo no ano passado, com o disco Tú Y Cuántos Más, e aos poucos prepara o segundo álbum, precedido justamente por essa inacreditável versão do hino britpop para o idioma latino. Não bastasse isso, o clipe é uma maravilha, dá uma sacada aí embaixo:  

E o Al Green cantando Lou Reed?

Você nem sabia o quanto precisava ouvir o reverendo Al Green cantando “A Perfect Day” do Lou Reed até saber dessa notícia – a versão que o mestre fez para a música mais triste do bardo do Velvet Underground foi lançada no começo desta semana e tá melhor do que você possa imaginar.

Ouça abaixo:  

Tim Bernardes às vésperas de seu maior show

Neste sábado, Tim Bernardes faz seu maior show solo até hoje, quando apresenta-se no Espaço Unimed, o antigo Espaço das Américas, em uma noite que já tem ingressos esgotados. São mais de 3.300 lugares, mais gente do que as 3.200 que reuniu em duas sessões distintas no Theatro Municipal de São Paulo no fim do ano passado. Claro que Tim já tocou pra mais gente, afinal, além de tocar em vários festivais pelo Brasil e exterior, também abriu a turnê dos Fleet Foxes nos Estados Unidos no ano passado. Mas é a primeira vez que ele reúne tanta gente ao mesmo tempo para vê-lo em uma única apresentação. Aproveitando este marco em sua carreira, o vocalista d’O Terno disponibilizou para download a íntegra de seu EP The Lagniappe Sessions, em sua conta no Bandcamp. Gravado no passado para o blog norte-americano Aquarium Drunkard, o disco reúne versões para músicas de Gilberto Gil, Dirty Projectors e Beatles, e Tim comentou suas escolhas em texto que reproduzo abaixo.

Ouça aqui.  

As 75 melhores músicas de 2020: 59) Joon – “Cruel Summer”

“Trying to smile, but the air is so heavy and dry”

As 75 melhores músicas de 2020: 54) Rodrigo y Gabriela – “Echoes”

“Everything is green and submarine…”

As 75 melhores músicas de 2020: 10) Kim Sola – “Call Me”

“I swear if you call me I won’t resist you”

Canta, James Blake

O cantor e compositor inglês James Blake dedica-se à sua faceta como intérprete, que exerceu em diversos momentos desta quarentena, apresentando o EP Covers, que traz versões para Billie Eilish (“When the Party’s Over”), Stevie Wonder (“Never Dreamed You’d Leave in Summer”), Joy Division (“Atmosphere”), Frank Ocean (“Godspeed”) e Roberta Flack (“The First Time Ever I Saw Your Face”), além de uma versão para “When We’re Older”, da trilha sonora do filme Black is King, que Beyoncé lençou no meio deste ano e que Blake batizou de “Otherside”.

Coisa fina.