Era mesmo um disco novo que a dupla holandesa Soulwax estava anunciando na semana passada ao começar a divulgar a frase “All systems are lying” (todos os sistemas estão mentindo, que batiza o novo álbum, anunciado nesta quarta-feira) pela internet desde a sexta passada. Como previsto, o disco baseia-se nas apresentações ao vivo que têm feito desde o ano passado, tocando com três bateristas – o brasileiro Iggor Cavalera entre eles. Os irmãos Dewaele definem o novo álbum como “um disco de rock feito sem guitarras elétricas”, incluindo os três bateristas e mais gente tocando synths modulares, gravadores de fita e vocais processados, entre eles o da esposa de Iggor, Laima Leyton, que também tem tocado durante os novos shows. Completam o time que participam do disco os bateristas Aurora Bennett e Blake Davies e o álbum sairá no dia 17 de outubro (e já está em pré-venda). Para antecipar o disco, a dupla lançou dois singles, incluindo a faixa-título e “Run Free” (a primeira mais atordoante, como é característica da dupla, e a segunda indo mais pra uma linha techno quatro por quatro). Pedrada!
Ouça abaixo: Continue
O maestro Fabio Massari acaba de anunciar a segunda edição de seu próprio festival, quando comemora mais uma vez aniversário reunindo velhos camaradas para ver uma sequência de bons sons ao vivo. O Massarifest 2025 acontece mais uma vez no Fabrique, quando ele traz para o Brasil o barulhento A Place to Bury Strangers, trio nova-iorquino que caminha entre o noise e o shoegaze e que fez duas apresentações arrebatadoras no Centro Cultural São Paulo quando fazia a curadoria por lá, em 2019. Antes dos gringos, quem começa a noite é a fusão das bandas indie Oruã e Retrato e o jazz funk do grupo instrumental Bufo Borealis, que ajudam a criar o climão da festa, que acontece no dia 14 de setembro e já está com ingressos à venda. Vamos lá celebrar mais um aniversário do reverendo, que traz o presente pra gente!
Assista aos shows do A Place to Bury Strangers que filmei em 2019 abaixo: Continue
Enquanto as pistas pareciam mostrar que Clairo subiria no palco do show que Sabrina Carpenter fez neste fim de semana, no Hyde Park da capital inglesa, a sensação pop preferiu chamar alguém da velha guarda pra dividir a noite. E para honrar uma tradição que ela acalenta em seus shows (quando canta um hit dance dos anos 70 ou 80 a cada nova apresentação, indo de “It’s Raining Men” a “Mamma Mia”, passando por “Material Girl”, “Come On Eileen”, “Super Freak” e “Lady Marmalade”), ela convidou para o palco neste domingo ninguém menos que Simon Le Bon e John Taylor, do Duran Duran, para uma versão à altura para o clássico “Hungry Like the Wolf”. Mandou bem!
Assista abaixo: Continue
Outra banda inglesa que despediu-se neste fim de semana com bem menos alarde foi o Gang of Four. Arautos da primeira hora do pós-punk, eles redesenharam a paisagem do final dos anos 70 na Inglaterra – e logo depois no mundo todo – ao acrescentarem elementos como funk e maoísmo ao clima apocalíptico do punk inglês, abrindo um novo panorama musical para os anos 80. O grupo encerrou suas atividades nos anos 80 (apesar de discos lançados com o nome do grupo pela dupla de frente, o vocalista Jon King e o guitarrista Andy Gill) e voltou com a formação original em 2004, que seguiu até 2012 (o grupo veio pela primeira vez ao Brasil um ano antes, quando fui curador do Festival da Cultura Inglesa), quando King e Gill se desentenderam. Mesmo a contragosto de King, Gill seguiu com a banda com outros integrantes até sua morte no início de 2020. King e o baterista original Hugo Burnham se juntaram à baixista Sara Lee (que já tinha tocado na banda, ainda nos anos 80) a o guitarrista David Pajo (do Slint) para uma turnê com o nome do grupo em 2022, até anunciar, no início deste ano, a turnê Long Goodbye, com Gail Greenwood (que era do Belly e tocou no L7) no baixo e Teo Leo (líder do Teo Leo & The Pharmacists, que tinha uma dupla com Aimee Mann) na guitarra. A turnê chegou ao fim neste sábado, quando o grupo fez sua última apresentação em Amsterdã, na Holanda. Assista a alguns trechos abaixo: Continue
Mas não importa. Pode juntar todas as bandas que tocaram antes e todas as bandas de todos os integrantes que também tocaram nas longas horas antes do último show da formação clássica do Black Sabbath que todas se encolhem perto da criação musical proposta pelo grupo no final dos anos 60, quando eram uma banda psicodélica bad vibe que resolveu tocar mais alto e soar mais pesada. E por menor que tenha sido a apresentação final do grupo – que, pela saúde de Ozzy Osbourne, só contou com quatro músicas -, ele agigantou-se como a epicidade que a noite pedia: assistimos à despedida de um titã mitológico que criou o universo habitado nas mentes de todos que acompanharam o evento Back to the Beginning em qualquer nível de profundidade. Ao tocar pela última vez juntos “War Pigs”,“Iron Man”, “N.I.B.” e “Paranoid” (separei vídeos das quatro logo abaixo), Tony Iommi, Geezer Butler, Bill Ward e Ozzy – que, como em seu show solo que apresentou antes do último show do Sabbath, não fez feio, apesar de suas limitações físicas -, mostraram porque, mais do que os pais da matéria, eles são o maior nome da história do heavy metal e seus cinco primeiros discos – Black Sabbath e Paranoid (ambos de 1970), Master of Reality (1971), Vol. 4 (1972) e Sabbath Bloody Sabbath (1973) – são o pentateuco da Bíblia do som pesado, obrigatórios e didáticos para qualquer um que se aventure nesta seara. E apesar da melancolia inevitável de uma despedida, foi bonito ver o mundo curvar-se à majestade de um quarteto que, se não fosse a música, passaria anônimo para a posteridade, sem marcar tanto a vida de todos – até de quem nem sabe o que é a banda. Obrigado, Black Sabbath! Continue
Este sábado foi o histórico dia em que o Black Sabbath fez seu último show, realizado em Birmingham, sua cidade-natal na Inglaterra, transformando o evento Back to the Beginning numa grande festa de despedida que deu a dimensão da importância da banda ao reunir quase todas as principais bandas de heavy metal da história que ainda estão na ativa, além de vários ídolos do metal que são fãs do Black Sabbath para celebrar o adeus do grupo. E como uma parte importante desta noite, o próprio Ozzy Osbourne – disparado o integrante da banda mais debilitado fisicamente – aproveitou para fazer sua última aparição solo, que contou com o épico “O Fortuna”, da cantata Carmina Burana, de Carl Orff, como trilha sonora para sua subida no palco (erguido por um elevador que já o trouxe sentado em seu trono), para cantar um show de meia hora composto por “I Don’t Know”, “Mr. Crowley”, “Suicide Solution”, “Mama, I’m Coming Home” e “Crazy Train” (veja o show na íntegra abaixo), que ainda teve direito a discurso emocionado e ser surpreendido, nos bastidores, pelo namorado de sua filha, Kelly, o tecladista do Slipknot Sid Wilson, pedindo-a em casamento em frente aos pais. Que dia histórico! Continue
A dupla eletrônica Soulwax, formada pelos irmãos holandeses Stephen e David Dewaele (que também atendem como 2ManyDJs quando estão discotecando), parece estar preparando sua volta. Ao publicar vídeos em suas redes sociais mostrando a frase “All systems are lying” (todos os sistemas estão mentindo) em caixa alta, incluindo também a mesma frase em seus perfis online, eles também linkaram para sua newsletter para quem quiser saber de informações em primeira mão, e parecem antecipar um disco de inéditas, o primeiro desde Essential, de 2018. A dupla voltou a fazer shows no ano passado, retomando a formação com três bateristas que estrearam há quase dez anos, quando incluíram o brasileiro Iggor Cavalera na formação. A turnê recente não conta com Iggor, e eles mudaram um elemento considerável em suas apresentações, ao abandonar as roupas brancas para adotar um figurino todo preto e deixar o clima ainda mais denso e sombrio do que nos shows anteriores. Nessa nova safra ao vivo, mostraram várias músicas novas mas não chegaram a lançar nada em disco – ainda. Confira a íntegra de um desses shows (em janeiro do ano passado, em Berlim), abaixo: Continue
No dia da volta do Oasis, o Blur dá sua cutucada e lança nas plataformas de streaming dos EUA a íntegra do show que fizeram no estádio de Wembley, na Inglaterra, que marcou a segunda grande volta da banda de britpop aos palcos. Agora faz isso direito e libera pro resto do mundo, seu Damon!
Assista a alguns trechos abaixo: Continue
Dono de um dos discos do ano, Bad Bunny meteu a bandeira de Porto Rico na testa da estátua da liberdade no clipe de “NUEVAYoL”, lançado de propósito no dia da independência dos EUA. O vídeo é encharcado da vibe latina que a gente bem conhece, com direito a baile familiar e festa de debutante, mas lá pelo final do vídeo, uma voz imitando Donald Trump pede arrego: “Cometi um erro. Quero me desculpar com os imigrantes na América. Quero dizer, os Estados Unidos. Sei que a América é o continente inteiro. Quero dizer que este país não é nada sem os imigrantes. Este país não é nada sem mexicanos, dominicanos, porto-riquenhos, colombianos, venezuelanos, cubanos-“, diz a transmissão, antes de ser desligada e mostrar o mote: “Juntos somos mas fuertes”, em espanhol. Não é a primeira vez que Bad Bunny mira nos olhos do regime Trump, mas a cada nova investida ele sobe o tom. Assim que tem que ser.
Assista abaixo: Continue
Lana Del Rey deu sua benção a Addison Rae. Não bastasse ter colocado a nova cantora sensação para abrir seus dois shows no estádio de Wembley, em Londres, Lana ainda a chamou para dividir o palco no final do segundo show, nesta quinta-feira, quando cantou a bela “Venice Bitch” e convocou Rae para cantarem juntas seu primeiro grande hit, “Diet Pepsi”, emendando com “57.5”, da própria Lana. Não custa lembrar que Addison havia acabado de estrear ao vivo a música “Money is Everything”, em que ela canta que “queria enrolar um com a Lana e ficar chapada com a Gaga”. Começou bem!
Assista abaixo: Continue