Cabeça Aberta: Velvet, Kubrick, Mutantes e Alan Moore

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A partir do mês de junho, começo a ministrar a série de cursos Cabeça Aberta, que idealizei para falar sobre obras revolucionárias na Unibes Cultural, em São Paulo. O subtítulo do curso – Discos, filmes e livros que criaram o mundo de hoje – explicita melhor o viés utilizado para escolher as obras a serem analisadas, que nesta primeira edição resumem-se em quatro: o disco de estreia do grupo Velvet Underground, The Velvet Underground & Nico, o famoso disco da banana, é o tema da primeira aula, dia 2; seguido do clássico de Stanley Kubrick, 2001 – Uma Odisseia no Espaço, tema da segunda aula, dia 9; depois temos o terceiro disco dos Mutantes, A Divina Comedia ou Ando Meio Desligado, no dia 23; e encerramos no dia 30, com a obra-prima de Alan Moore, a série em quadrinhos Watchmen. São aulas que evidenciam o potencial revolucionário destas quatro obras e dissecam suas origens, influências e impacto cultural para mostrar que a cultura tem o poder transformador de capturar ansiedades e expectativas de diferentes épocas e transformá-las radicalmente com um disco, um filme ou uma história em quadrinhos. Os cursos acontecem sempre aos sábados, na Unibes Cultural (Rua Oscar Freire, 2.500, ao lado da estação Sumaré do Metrô, telefone: 11 3065- 4333), das 14h às 17h, e podem ser feitos separadamente, embora quem fizer os quatro contará com um desconto (mais informações aqui).

Beatlelogia – Estudando um fenômeno cultural

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Em mais um curso Trabalho Sujo na Unibes Cultural, dedico cinco aulas entre os dias 19 e 23 de setembro para desvendar o impacto e o legado de John, Paul, George e Ringo na cultura mundial. As inscrições já estão abertas neste link e a ementa do curso vem a seguir.

Beatlelogia, com Alexandre Matias

Primeira aula – O mundo em que os Beatles nasceram
Contextualização histórica em relação à época em que os Beatles cresceram, como se conheceram e porque formaram uma banda
O início da cultura pop
Liverpool e a Inglaterra depois da Segunda Guerra Mundial
Infâncias e adolescências de John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr
Surge o rock’n’roll
Pete Best
Os Beatles ao vivo: Cavern Club e Hamburgo
Brian Epstein descobre os Beatles

Segunda aula – Beatlemania!
Os Beatles transformam Liverpool em uma cidade rock
A ida para Londres
George Martin e a EMI
Os Beatles conquistam a Inglaterra
Beatlemania!
A Hard Day’s Night, o primeiro filme
A ida para Nova York
Os Beatles conquistam os Estados Unidos
…e depois o mundo

Terceira aula – Um fenômeno cultural
O impacto cultural dos Beatles
A rivalidade com os Rolling Stones
A Invasão Britânica
Swinging London
“Are you a mod or a rocker?”
O dia em que os Beatles fumaram maconha com Bob Dylan
Help!, o segundo filme
Experimentando no estúdio: Rubber Soul e Revolver
Os Beatles decidem parar de fazer shows

Quarta aula – Os anos psicodélicos
O conceito de Sgt. Pepper’s
Tocando o estúdio
“Strawberry Fields Forever” e “Penny Lane”: duas viagens de volta às raízes
O início da psicodelia
Pepper’s Lonely Hearts Club Band
Como a morte de Brian Epstein dá início ao fim dos Beatles
Chega Yoko Ono
Paul McCartney assume o controle
Nasce a Apple
Magical Mystery Tour: O primeiro erro
O Álbum Branco flagra os Beatles caindo aos pedaços

Quinta aula- E no final…
A sombra do fim: os Beatles começam a sair dos Beatles
John & Yoko
Linda Eastman e o pai empresário
John Lennon traz Allen Klein
Get Back: a última tentativa de manter-se juntos
Abbey Road – o Epitáfio
O fim dos Beatles
Let it Be
A carreira solo dos quatro beatles
Beatles depois dos Beatles
O legado que permanece até hoje

Inscrições neste link.

As 10 músicas mais importantes do indie brasileiro para o Mancha

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Neste domingo acontece a segunda edição do festival Fora da Casinha, que o compadre Mancha Leonel – o Mancha, da Casa do Mancha – levanta na raça e na unha, sem patrocínio e reunindo o filé da produção musical brasileira independente. Na edição do ano passado ele bateu na tecla do indie rock brasileiro, crucial em sua formação e na história da casinha. Na edição 2016, ele aponta para o perfil atual do estabelecimmento e seus passos futuros, incluindo ícones do rock independente nacional e novos sabores da atual cena pop brasileira, reunindo dez apresentações (Hurtmold, Jaloo, Mauricio Pereira, Cidadão Instigado, Anelis Assumpção & Dustan Gallas, Luiza Lian, Kiko Dinucci, Maglore, As Bahias e a Cozinha Mineira, Ventre e Juliana Perdigão) em três palcos a partir das quatro da tarde. Como no ano passado, eu, Luiz e Danilo representamos a SUSSA – Tardes Trabalho Sujo, tocando apenas música independente brasileira na área comum, que conta com área de alimentação, feirinha de publicações independentes, lançamento do livro Cena Musical Paulistana dos Anos 2010, do Thiago Galletta, e exibição do documentário Música ao Lado” sobre as pequenas casas de shows em São Paulo. O evento acontece na Unibes Cultural, do lado do metrô Sumaré (mais informações aqui), e eu pedi pro Mancha escolher as dez músicas do indie brasileiro que foram mais importante em sua formação. Sugiro dar play no vídeo e abaixar o volume para ouvir a música comentada ao fundo da explicação da escolha para cada faixa.

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Bonifrate – “Cantiga da Fumaça”

Pullovers – “Tudo Que Eu Sempre Sonhei”

PELVs – “Even if the sun goes down”

Astromato – “No Macio, No Gostoso”

Bazar Pamplona- “Faixa Bônus”

Thee Butchers Orchestra – “Sugar”

Motormama – “Coração Hardcore”

Wado e o Realismo Fantastico – “Tormenta”

Apanhador Só – “Não Se Precipite”

Superguidis – “Malevolosidade”

Fora da Casinha 2016

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Prontos para mais um Fora da Casinha? Meu amigo Mancha pegpu todo mundo de surpresa ao antecipar a segunda edição de seu festival e desvinculá-lo do aniversário da casa que leva seu nome. Desta vez o festival acontece na Unibes Cultural dia 7 de agosto e ele mais uma vez me deu a enorme satisfação de escolher o Trabalho Sujo para anunciar o festival, que inclui nomes como Kiko Dinucci, Anelis Assumpção, Luiza Lian, Jaloo, As Bahias e a Cozinha Mineira, Maglore, Juliana Perdigão, Ventre, Hurtmold e Cidadão Instigado, além do mestre Mauricio Pereira, único nome presente nas duas edições.

A mudança de lugar e a opção por três palcos (e mais artistas que na primeira edição) foi uma evolução natural do trabalho do primeiro ano. “Este ano o festival está maior, tanto em numero de bandas quanto na expectativa de público”, continua. “Isso é fruto do resultado super positivo que tivemos na edição passada. Nos sentimos melhor preparados para dar um passinho a mais num espaço maior. Também levaremos alguns drinks do cardápio da casa para o bar deste ano. Fora isso, estaremos com a mesma good vibe na edição deste ano.”

Mancha conceitua o novo Fora da Casinha. “Diferente do ano passado, a edição desse ano não tem a função de ser um resumo da história da casinha”, explica. “Desta vez a busca é muito mais de criar um recorte de diferentes caminhos que a música independente percorreu, mesclando estilos e referências que ilustram bem o cenário extremamente fértil que temos hoje. São três narrativas estéticas, uma pra cada palco: um intimista de cantores-compositores onde a história cantada é o foco; um teatro que preza pelas texturas e timbres de artistas refinados; e um palco externo onde a dança comanda a festa.”

Ele também explica porque desvinculou o festival do aniversário da casinha. “Lançar o festival no aniversário da casinha foi uma forma de apresentar essa nova empreitada ao público”, elel conta. “Foi um momento de juntar quem fez parte da história da nossa história e desaguar num evento maior, mais complexo, que mostrava bem a consequência do nosso trabalho ao longo de quase uma década. Feito isso, o festival não tem mais a obrigação de ser um reflexo da casa. Ele continua seguindo os mesmos princípios da casinha, não tem patrocínio público nem privado, é feito por quem ama música para quem ama música e sustentando pelo seu público. Mas sua função é muito mais de ser um recorte da música independente do que da Casa do Mancha. A casa já contou sua história, agora o festival terá a sua própria.”

Os ingressos custam entre 50 e 90 reais e já estão à venda online e em todas as festas na Casa do Mancha até o dia 17 de julho. Assista abaixo aos vídeos que eu fiz na primeira edição do festival.

O Outro Lado da Música: Uma aula de graça com KL Jay e Ramiro Z

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O curso sobre rap brasileiro dos anos 90 e cultura black dos anos 70 foi transferido para esta segunda e agora é gratuito – e para se inscrever basta seguir este link (e colocar o código “unibescultural” na parte do preço) ou mandar seu nome para o email inscricao@unibescultural.org.br até às 19h desta segunda, dia 30.

O Outro Lado da Música: Hip hop e black 70, com Ramiro Z e KL Jay

Atualização: O curso foi transferido para o dia 30 e as inscrições agora são gratuitas.

Como o rap brasileiro dos anos 90 redescobriu a cultura negra dos anos 70, com Ramiro Zwetsch (do site Radiola Urbana) e KL Jay (dos Racionais MCs). Segunda, dia 23 30 de novembro, na Unibes Cultural. Inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo email inscricao@unibescultural.org.br.

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Sexta-feira conversei com os dois professores da próxima aula do curso O Outro Lado da Música, que estou coordenando na Unibes Cultural. Ramiro Zwetsch e KL Jay irão falar sobre como como a música negra brasileira dos anos 70 se tornou politizada e consciente e como esta conscientização foi redescoberta através do rap dos anos 90. Qual foi o primeiro sample de música brasileira usado num rap nacional? De onde vieram os grandes nomes da black music nacional? Qual o primeiro rap brasileiro a falar de orgulho negro? Essas e outras questões serão levantadas e discutidas no dia 23 de novembro, na segunda após o feriado da consciência negra, e o editor do Radiola Urbana e o DJ dos Racionais MCs prometem uma boa discussão – e muita música boa, em vinil. A Unibes Cultural fica no número 2500 da Rua Oscar Freire, vizinho ao metrô Sumaré, e as inscrições podem ser feitas através tanto através do site Compre Ingresso como pelo email inscricao@unibescultural.org.br.

O curso O Outro Lado da Música se propõe a jogar novas luzes sobre cenas musicais e novos ponntos de vistas sobre carreiras conhecidas. A primeira aula trouxe o professor Fernando Rosa, do site Senhor F, para falar sobre psicodelia brasileira. Depois da aula do dia 23, a aula seguinte é com a Alessa, do bloco Ritalina, que vai falar sobre a importância da Rita Lee na música popular brasileira.

O Outro Lado da Música: Psicodelia Brasileira, com Fernando Rosa

O curso, ministrado por Fernando Rosa, do site Senhor F, conta a trajetória do gênero musical no Brasil desde a Tropicália até os dias de hoje. Ele acontece nesta terça-feira, dia 3 de novembro, às 20h, e para garantir sua vaga gratuita basta acessar este link, escolher o número de ingressos e na hora de realizar o pagamento, incluir o código promocional “unibescultural” (sem as aspas, claro) para reservar sua vaga na aula. As inscrições podem ser feitas através do email inscricao@unibescultural.org.br. Dá para se inscrever na hora do curso, mas como as vagas são limitadas, é melhor garantir com antecedência.

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Conheci pessoalmente Fernando Rosa no dia em que conheci Rogério Duprat – nós dois nos conhecíamos apenas online e a apresentação ao vivo aconteceu aos pés do pequeno predinho em que o maestro tropicalista morava, quando fomos entrevistá-lo para a falecida Bizz em uma edição dedicada à psicodelia em 1999 (quando, sob a batuta do velho compadre Emerson “Tomate” Gasperin, pela primeira vez uma revista pôs os Mutantes na capa, trinta anos depois do grupo nascer). De lá pra cá, o respeito e a admiração pelo trabalho de Fernando só aumentam e não é exagero dizer que ele é ponto-chave tanto no resgate pela psicodelia brasileira (um dos estandartes da linha editorial de seu site, o já tradicional Senhor F) quanto pela revitalização da cena brasiliense a partir dos anos 2000, quando mudou-se para a cidade e passou a organizar o festival de integração latina El Mapa de Todos.

Tanto que ele foi um dos primeiros nomes que cogitei quando comecei a rascunhar esta série de aulas que se tornaram o curso O Outro Lado da Música, que acontece como parte das comemorações dos 20 anos do Trabalho Sujo. Além do curso ministrado por Fernando ainda teremos, neste mês, aulas sobre hip hop e black music no Brasil (com Ramiro Zweistch do Radiola Urbana e o mestre KL Jay) e sobre Rita Lee (com a fundadora do bloco de carnaval sobre a cantora, Alessa).

Para se inscrever na aula sobre psicodelia brasileira, basta acessar este link, escolher o número de ingressos e na hora de realizar o pagamento, incluir o código promocional “unibescultural” (sem as aspas, claro) para reservar sua vaga na aula. A aula acontece às 20h desta terça-feira e eu conversei com Fernando sobre o tema de sua apresentação e como andamo seus outros projetos pessoais.

O que podemos esperar da aula que você dará sobre psicodelia no Brasil?
Inicialmente, uma contextualização histórica de como surgem as primeiras manifestações do “gênero”, a partir das influências inglesas, em um primeiro momento, e depois americanas. As bandas de garagem, o Tropicalismo, Mutantes, o maestro Rogério Duprat, o guitarrista Lanny Gordin, a psicodelia regional do Liverpool, o Festival Ibirastock – que não houve – etc. Desse período em diante, as manifestações posteriores ao longo das décadas, como a psicodelia nordestina dos anos 70, especialmente com Paebiru, depois Violeta de Outono nos anos 80, Júpiter Maçã e Chico Science & Nação Zumbi nos anos 90. E. por fim, o que rolou nos anos 2000, em vários estados do Brasil, de Mopho a Boogarins, passando por StereoVitrola, Pipodélica e Efervescing Elephant, entre dezenas de outros.

Desde quando você se interessa pelo tema?
Desde sempre. Sempre tive um ouvido “torto”, mesmo quando ouvia música pop, nos anos sessenta, os detalhes, as pequenas variações dos arranjos, me chamavam a atenção. Na adolescência, o meu mundo, e dos meus amigos, tinha forte presença das bandas psicodélicas, como 13th Floor Elevators – para mim, o marco zero -, Jefferson Airplane, Grateful Dead, Pink Floyd – ainda dos anos sessenta. No Brasil, claro, o despertar foi com Mutantes, com sua sonoridade fora dos padrões, aquelas capas doidonas dos últimos discos. Outro momento importante foi a curiosidade despertada com o disco Avohay, de Zé Ramalho, que me levou até a psicodelia nordestina que originou aquele e outros discos. Ainda os shows do Liverpool, que assisti várias vezes ao vivo.

É difícil achar discos de psicodelia brasileira clássica hoje em dia?
Olha, a maioria dos discos mais importantes foi relançado de alguma forma, em vinil ou CD, no Brasil ou no exterior. Para quem quer apenas ouvir e conhecer, também praticamente a totalidade deles está “full album” no YouTube. Mas, claro, encontrar os discos originais, os compactos, os LPs, com capas, encartes da época, se tornou mais difícil com o “hype” criando em torno do gênero a partir de algumas histórias e discos. Por exemplo, os discos do Ronnie Von (1968) rolavam nas lojas nos noventa a preço de banana, o que atualmente não acontece mais. Em compensação, as reedições em vinil são uma boa saída para quem quiser ouvir no formato original, mesmo que relançado atualmente.

Na sua opinião, quais as bandas psicodélicas mais importantes do Brasil?
Bem, vou fazer um esforço para não cometer injustiças, pois são vários os critérios para chegar a um ou outro nome. Mas, vamos lá então, considerando as várias décadas em que o gênero se desenvolveu, com mais ou menos visibilidade. Mutantes, Liverpool, Spectrum, Módulo 1000, Ave Sangria, A Barca do Sol, Violeta de Outono, Chico Science & Nação Zumbi, Júpiter Maçã, Mopho. Além das bandas, tem artistas importantes que eventualmente, ou de forma aleatória, errática, produziram temas e/ou discos clássicos do gênero, como Lula Cortes & Zé Ramalho, Ronnie Von, Erasmo Carlos, Serguei, Damião Experiência.

E a psicodelia brasileira hoje em dia, como anda?
Da mesma forma que o rock, sem espaço claro no cenário musical, mas persistindo com algumas bandas importantes, inclusive com projeção mundial, como é o caso dos Boogarins, de Goiânia. Existem grupos interessantes surgindo em vários pontos do país, como Baby Budas em Porto Alegre, Almirante Shiva em Brasília, entre outros. Apesar disso, existe uma produção dos anos 2000 que ainda merece uma maior atenção histórica. Muitas bandas deixaram registros importantes do gênero, que aos poucos vão sendo incorporadas na discografia da psicodelia brasileira. Grupos como Mopho, Plástico Lunar, Supercordas, Skywalkers, Pipodélica, StereoVitrola, Laranja Freak deixaram obras que merecem uma audição mais atenta.

Queria que você falasse do Senhor F – como o site foi criado, como evoluiu e como ele funciona atualmente.
Bem, a história da Senhor F começa no final dos anos noventa, em 1998, quando a conexão era basicamente discada, o site de busca top era o Alta Vista, o software de edição era o Front Page e não existia Facebook, nem Twitter. Surgiu com uma cara de zine, baseada em um tripé editorial, que garantiu um crescimento muito rápido em torno dos anos dois mil até meados da década. De um lado, o resgate da história do rock brasileiro, principalmente seu lado B, por outro uma conexão muito estreita com a emergente cena independente, suas bandas, novos selos, festivais. E no terceiro ponto, uma abordagem ainda inicial da música latino-americana, tratando especialmente das cenas sessentistas nos vários países. A partir da criação do Festival El Mapa de Todos, a publicação cresceu a cobertura editorial latina, que passou a ser principal a partir de 2013, com um novo formato visual e de navegação. Atualmente, o portal investe prioritariamente nos temas latinos, mas aos poucos começa a retomar o acompanhamento da cena nacional.

Aproveitando, fale sobre o Mapa de Todos. A quantas anda o festival?
Em sua sexta edição neste ano, dias 12, 13 e 14 de novembro, em Porto Alegre, o Festival El Mapa de Todos, afirmou-se como uma referência para a conexão Brasil – América Latina no terreno da música. Já participaram do festival artistas do porte de Babasónicos, Bomba Estéreo, Xoel López, La Vela Puerca, Los Mentas, Juan Cirerol e Bareto, entre outros. O festival tornou-se conhecido, respeitado, em boa parte pela curadoria ousada, pela manutenção do conceito artístico-cultural-político (no sentido da busca da integração) e pela organização e infra-estrutura de qualidade. Neste ano, o festival passou a ser realizado integralmente em teatros, para nós um facilitador da melhor relação entre artistas e público. Nesse período, contamos com o patrocínio-master da Petrobras, exigente em seus critérios de seleção, o que também demonstra o acerto do trabalho realizado. Neste ano, uma das noites do festival – Milongas Extremas + Vitor Ramil + Onda Vaga – teve “sold out” trinta dias antes.

O outro lado da música, mais um curso Trabalho Sujo

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A primeira novidade destes 20 anos de Trabalho Sujo é o lançamento de mais um curso – depois do Ecossistema da Música e seus filhotes, que continuam à toda lá no Espaço Cult -, é a vez de me dedicar tanto a outras abordagens temáticas em relação à música como dar espaço para novos professores (que praticam o que chamo de jornalismo ao vivo, trazendo matérias diretamente para seus antigos leitores, que podem entrar em contato direto com o tema).

A primeira dessas iniciativas acontece junto à Unibes Cultural, centro cultural localizado na saída do metrô Sumaré, aqui em São Paulo, que me convidou para bolar atividades para sua programação. O curso que apresentei – O outro lado da música – será inaugurado com três aulas neste mês e terá continuidade, provavelmente mensal, a partir de 2016.

A primeira aula é gratuita e acontece no dia 3, a partir das 20h. Nela, convidei Fernando Rosa, do site Senhor F, para falar sobre psicodelia brasileira – desde o início dos anos 60 até hoje. As coordenadas para quem quiser se inscrever na aula estão aqui, além de uma entrevista com o próprio Fernando. As próximas aulas serão pagas. A primeira delas acontece dia 23 de novembro e terá como tema como o hip hop brasileiro dos anos 90 ajudou a redescobrir a cultura negra dos anos 70, que terá a presença de Ramiro Zweistch, do Radiola Urbana, e do próprio KL Jay, que também irá discotecar. A aula seguinte acontece dia 30 e tem como professora a Alessa, do bloco de carnaval Ritalina (dedicado à Rita Lee), que irá falar sobre a importância de Rita Lee na música brasileira.

Vou dando as coordenadas à medida em que as novas aulas começarem.