Cancelando todos os shows

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A epidemia é série e não dá pra brincar com isso, por isso adiamos todas as apresentações ao vivo que faríamos nos lugares onde trabalho como curador: isso quer dizer que suspendemos as temporadas do Kastrup e da Juçara no Centro da Terra, não teremos Sexta Trabalho Sujo no Estúdio Bixiga que teria Atônito e Thiago França (como acabou não acontecendo na sexta passada, que teria o Antiprisma) nem vamos ter a volta do Trabalho Sujo Apresenta na Unibes Cultural, com Chico Bernardes e Luiza Brina. Outro show suspenso foi a estreia do projeto Trilha Sonora Original do Filme Deságua, do Mombojó, com quem estou trabalhando como diretor artístico, que aconteceria na próxima sexta. As atividades todas foram suspensas e retornarão quando a situação voltar a se normalizar, possivelmente retomando a partir de onde havia parado. É cortar na carne, mas é preciso fazer isso.

O lance é saber o que vamos ver o que fazer agora.

Trabalho Sujo Apresenta: Chico Bernardes

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O cantor e compositor paulistano Chico Bernardes é a primeira atração da sessão Trabalho Sujo Apresenta de 2020, retomando as atividades agora sempre num domingo por mês, às 18h. Chico apresenta-se no dia 22 de março, e mostra músicas de seu primeiro disco, lançado no início de 2019, além de receber a presença da cantora e compositora mineira Luiza Brina, que participará do show (os ingressos podem ser comprados aqui).

Trabalho Sujo Apresenta: Chico Bernardes convida Luiza Brina
Unibes Cultural
Domingo, 22 de março de 2020
Rua Oscar Freire 2500 (ao lado do metrô Sumaré)
R$ 30

Trabalho Sujo apresenta: Sessa

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Encerrando a sessão Trabalho Sujo Apresenta em 2019, tenho o maior prazer de receber o cantor e compositor paulistano Sessa, que traz seu elogiado disco Grandeza para um último show do ano nesta sexta-feira, no palco da Unibes Cultural, às 20h (mais informações aqui).

Trabalho Sujo apresenta: Applegate

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Em mais uma sessão Trabalho Sujo Apresenta na Unibes Cultural, o grupo Applegate, uma das revelações da cena paulistana em 2019, lança seu primeiro álbum, Movimentos Regulares, nesta sexta-feira, às 19h – os ingressos podem ser comprados neste link e há mais informações sobre o evento aqui.

Sophia Chablau + Chico Bernardes na Unibes Cultural

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Nessa sexta-feira acontece mais uma sessão Trabalho Sujo Apresenta na Unibes Cultural e é com imensa satisfação que anuncio o encontro de dois grandes nomes da geração sub-20 da cena musical de São Paulo: a inquieta Sophia Chablau, acompanhada de sua banda niilista Uma Enorme Perda de Tempo, recebe o doce Chico Bernardes em um encontro que pretende expandir as fronteiras da musicalidade dos dois artistas e explorar seus repertórios em outros formatos. O show começa às 20h, os ingressos estão sendo vendidos neste link e há mais informações sobre o evento aqui.

Todo o Disco: Ava Rocha disseca Trança

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Na nova temporada da série de encontros Todo o Disco, mergulhamos no universo de Trança, o disco cheio de camadas que Ava Rocha lançou no ano passado e que ela ajuda a decifrar numa conversa que acontece agora na Unibes Cultural, gratuitamente. É o sexto encontro da série neste ano, e, por duas horas, conversamos apenas sobre o disco – na primeira hora o papo vai para a concepção, composição, produção e lançamento e na segunda hora ouvirmos o disco com comentários faixa a faixa da própria Ava. O encontro acontece na próxima quarta-feira, dia 7 de agosto, com entrada gratuita (basta garantir seu lugar neste link), a partir das 20h (mais informações aqui). Vamos?

Trabalho Sujo apresenta: Soños

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Maior satisfação receber o querido Thomas Harres na segunda sessão da série Trabalho Sujo Apresenta na Unibes Cultural, nesta sexta-feira, dia 19 de julho, a partir das 20h. O espetáculo Soños é um mergulho interior simbólico, um espelho dos céus, uma reverência à lua e ao tempo, em que Thomas Harres, músico e produtor musical, convida ritmistas para uma imersão coletiva percussiva no universo dos tambores das mais diversas origens. Na noite do dia 19 a Lua adentra o reino das águas em Peixes e Júpiter e Marte incendeiam os céus no fogo sagitariano e ariano respectivamente. Essa noite vamos mergulhar de encontro aos abismos vulcânicos submarinos, que criam a terra fresca e recém nascida da lava vulcânica que pulsa no coração da terra. Os tambores anunciam esse nascimento lento e poderoso do planeta que leva o nome de sua carne! Com a participação de Larissa Braga, Fumaça, Pablo Carvalho, Pacato e Thiago Silva, além de visuais de Alberto Harres. Os ingressos estão sendo vendidos neste link e você pode confirmar a presença no evento aqui.

Trabalho Sujo apresenta: Tempo Feliz

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Volto mais uma vez à Unibes Cultural desta vez com inaugurando a sessão itinerante Trabalho Sujo Apresenta, em que mostro shows e espetáculos com novos nomes da música brasileira e a primeira edição acontece nesta sexta-feira, quando convido o músico Victor Vieira-Branco para apresentar a celebração do show que comemora o encontro ocorrido entre Elizeth Cardoso e Zimbo Trío em prol do Museu de Imagem e Som (MIS), em 1968. O espetáculo Tempo Feliz conta recria este show histórico com Sergio Machado na bateria, Fabio Sá no contrabaixo acústico e o próprio Victor no vibrafone, com vocais de Ava Rocha, Negro Leo e Ana Passarinho fazendo as muitas vozes de Elizeth – os ingressos já estão à venda aqui.

Trabalho Sujo apresenta: Tempo Feliz – Uma homenagem a Elizeth Cardoso e Zimbo Trio
Sexta-feira, 3 de maio de 2019
Com Ava Rocha, Negro Léo , Ana Passarinho, Victor Vieira-Branco, Fabio Sá e Sérgio Machado
Unibes Cultural, às 20h
Rua Oscar Freire, 2500
R$30 / R$15

Música brasileira para exportação

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Não é novidade que vivemos uma época ímpar na produção musical brasileira: milhares de artistas autorais vivem da própria música, o público já se habituou a frequentar shows e a acompanhar estes nomes e mesmo numa crise política e econômica sem precedentes na história do Brasil, o cenário continua florescendo e abrindo-se para novos nomes. A conexão internacional, no entanto, precisa de um empurrãozinho, mesmo que empresários, agentes e produtores já entendam melhor o contexto em que se situam seus artistas no século 21. Essa é a função do evento Brasil Music Summit, que acontece de 6 a 9 de fevereiro, na Unibes Cultural, em São Paulo, uma realização do escritório Brasil, Música & Artes em parceria com a produtora Urban Jungle e a agência Inputsom Arte Sonora.

O evento reúne profissionais internacionais principalmente da área de shows e sincronização musical em filmes, comerciais e videogames, principais pontes do nosso mercado com o estrangeiro e a realização de shows de artistas de diferentes vertentes para apresentá-los a estes mesmos profissionais. Além das palestras, debates e workshops (confira a programação completa no site do evento), ainda há shows, tanto para credenciados no evento (de artistas como Mestrinho, Tuyo, Maria Beraldo, Josyara e Barbatuques, entre outros), quanto gratuitos para o público, na área externa da Unibes. Os shows gratuitos acontecem no sábado e domingo e reúnem Karol Conká, Xênia França, Rakta, Boogarins, Céu, Drik Barbosa, Autoramas, Luedji Luna, Teto Preto, Black Mantra, Tássia Reis e Felix Robatto.

O critério de escolha dos artistas levou em conta não apenas o lado artístico quanto o profissional: “Fizemos a seleção contemplando duas situações: artistas e bandas com vocação para exportação e com trajetórias mais maduras e por meio de um chamamento via site da BM&A, em que os artistas enviavam suas propostas de showcases”, explica Leandro Ribeiro da Silva, diretor geral do Brasil Music Summit e gerente de projetos da BM&A. “Dez artistas foram então selecionados pelos diretores de programação, André Bourgeois, CEO da Urban Jungle, e Mario Di Poi, diretor-executivo da Inputsom Arte Sonora – Céu, Karol Conká, Boogarins, Quarteto do Choro, Mestrinho e Nicolas Krassik são alguns desses nomes. Das setenta propostas que recebemos por meio de inscrição, convidamos três dos convidados internacionais – Pete Kelly, Head of Music na BT Sport, do Reino Unido, Geoff Siegel, CEO da Fundamental Music, dos EUA, e Jérôme Gaboriau, programador do Les Escales Festival, da França – para avaliar conosco o material de cada inscrito levando em conta a potencialidade e diversidade da música brasileira. Chegamos então aos outros dez artistas que completam a programação final desta segunda edição do Brasil Music Summit.”

Confira a programação dos shows abaixo:

6 de fevereiro
12h30 – Barbatuques *
14h40 – HÖRÖYÁ *
17h10 – Josyara *
19h50 – Beto Villares *

7 de fevereiro
12h – Filó Machado *
14h10 – Mestrinho e Nicolas Krassik *
19h20 – Quarteto Roda de Choro *

8 de fevereiro
12h30 – Gabriel Grossi *
14h40 – Tuyo *
17h30 – Felix Robatto
18h10 – Black Mantra
18h50 – Autoramas
19h30 – Rakta
20h10 – Boogarins
20h50 – Xênia França
21h30 – Céu

9 de fevereiro
12h30 – Maria Beraldo *
15h10 – Ricardo Herz Trio *
18h40 – Drik Barbosa
19h20 – Luedji Luna
20h – Teto Preto
20h40 – Tássia Reis
21h20 – Karol Conká

* Shows para credenciados no evento. Mais informações aqui.

Paula Santisteban no Rio e em São Paulo

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Autora do último disco produzido pelo meu irmão Miranda, Paula Santisteban se apresenta nesta quarta na Unibes Cultural em Sâo Paulo, com a participação da Tiê (mais informações aqui) e na quinta no Blue Note Rio, com a participação da Nina Becker e do mestre Kassin (mais informações aqui). Os dois shows seguem o calendário de lançamento de seu primeiro álbum, desta vez no formato que Paula compôs o disco, com guitarra (Eduardo Bologna), teclados (Marcos Romera), baixo (Eric Budney) e bateria (Daniel de Paula). Estou tendo o prazer de trabalhar na direção deste lançamento e fui a ponte entre Paula e estas duas grandes cantoras brasileiras deste século. Antes do show de São Paulo, às 19h, eu bato um papo com ela sobre o processo de criação desta bela e delicada coleção de baladas que é seu disco de estreia, no lounge da Unibes Cultural (do lado do Metrô Sumaré), de graça. É só chegar. A Débora da Unibes conversou com Paula numa entrevista que está no site do espaço e abaixo segue o release que escrevi sobre o disco que leva seu nome.

Onde tudo se perdeu? Quando o encanto se quebrou? O que aconteceu com a magia da vida, antes tão presente e tão sentida, hoje soterrada pela banalidade dos números, das medidas, dos fatos, do mal. O pequeno tornou-se insignificante, o diferente, desprezível, o simples, ruim.

A longa e intensa jornada deste início de século parece pegar a todos pelo pescoço para que se perceba a necessidade da valorização do que é corriqueiro, rotineiro, comum. Há um ambiente tóxico criado pelo excesso de adjetivos deste novo agora que exige que tudo se destaque de forma desproporcional. Não sabemos mais o que é genial, o que é incrível, o que é único de fato – tudo é vendido desta forma ao cubo, aumentando nossos anseios e expectativas para um futuro que inevitavelmente nos causará frustrações.

Mas, como já cantava um saudoso bardo do século passado, há uma brecha em tudo e é por ela em que entra a luz. Por mais intensos e sufocantes tenham sido os últimos anos, esta sensação aos poucos cria antídotos naturais em diferentes esferas, produzindo alentos espirituais que podem vir de muitas formas – e a música é uma delas.

Paula Santisteban sabe disso. Dona de uma personalidade musical única no atual cenário musical brasileiro, ela condensa em seu primeiro disco um conjunto de sentimentos e impressões que vai de encontro à massa cultural produzida atualmente. Usando sua voz como estandarte deste manifesto, ela nos conduz à entrada de um lugar quase secreto e dado como perdido: a consciência da beleza do simples.

No conjunto de dez faixas reunidas sob seu nome, ela acalenta o ouvinte com sua voz sabendo exatamente onde o levar. São dez baladas apaixonantes e refinadas, tocadas por uma banda de músicos de primeira, gravadas como há muito não se gravava, com arranjos deslumbrantes tocados por cordas, madeiras e metais. Tudo construindo um pedestal para uma voz que prefere descer deste posto e juntar-se aos músicos como mais um instrumento – mas sem nunca perder sua centralidade.

Como queria o amigo Carlos Eduardo Miranda, um dos principais nomes da indústria fonográfica brasileira dos últimos vinte anos, responsável pela produção do disco – foi o último registro a levar sua assinatura, antes de sua morte prematura aos 56 anos, no início deste ano. Responsável por revelar nomes tão diferentes quanto Raimundos e Otto, Miranda foi crucial para o estabelecimento das carreiras como Skank, O Rappa, Chico Science e Nação Zumbi, além de personalidade-chave para o desenvolvimento de cenas independentes em Porto Alegre (sua cidade-natal), Recife, São Paulo, Brasília e Belém. Redesenhou o mapa do pop brasileiro das últimas décadas e era conhecido pela personalidade carismática, pelo enorme coração, pelo amor pela cultura pop, pelo apreço à esquisitice e pelas histórias deliciosas, sempre contadas às gargalhadas e lágrimas.

Mas Miranda tinha um lado pouco conhecido do grande público. Suas camisas floridas, seus comentários no programa de calouros Ídolos e o fato de ter lançado artistas tão jovens e jocosos como Cansei de Ser Sexy e Virgulóides escondia uma paixão pela refinação, uma verdadeira devoção pelo esmero, pelo capricho, pelo delicado e pela sofisticação. Fã incondicional da sonoridade analógica dos anos 70, ele já havia demonstrado sua excelência neste tipo de produção ao assinar os trabalhos de artistas como Nina Becker, Estela Cassilatti e da banda mineira Transmissor. E sabia que o trabalho com Paula Santisteban seria o ápice desta sua faceta como produtor. Só não sabia que iria ser seu último – e também um legado formidável para encerrar sua discografia e para lançar a carreira desta nova artista.

“O Miranda falava que esse disco seria um disco pra quem gosta de som”, me explica Paula, ao contar todo o processo que culminou com seu primeiro disco, que tomou dois anos de ensaios com sua banda – formada pelo guitarrista Eduardo Bologna, que também é o diretor musical do álbum, pelo tecladista Roberto Pollo, pelo baixista Eric Budney e pelo baterista Daniel de Paula – para escolher repertório e construir um álbum que Miranda queria que tivesse cara de LP, com quarenta e cinco minutos de duração e com uma separação entre o que era lado A e lado B.

Tinham vinte canções e destas escolheram dez. Miranda comentou as letras, ajudou a escolher os músicos e os instrumentos, além do arranjador para este trabalho, o músico Ed Côrtes. “O Miranda dizia que foi muito acertado trazer o Ed, pois ele trouxe uma atmosfera cinematográfica, visual, e até algo das orquestras do pai dele, Edmundo Villani Côrtes, um dos maiores compositores eruditos brasileiros, vivo, que também fazia arranjos para grandes orquestras de televisão e bailes”, continua Paula.

O processo de gravação ecoa a era analógica e quase tudo foi gravado em takes inteiros, sem edição, sem overdubs, sem efeitos ou nada que transformasse o som dos instrumentos originais – nem mesmo o próprio instrumento dobrado. Quase nenhuma compressão, nada que ressaltasse um instrumento em relação ao outro, como se o ouvinte pudesse estar no mesmo ambiente que os músicos. Primeiro gravaram baixo, guitarra e bateria, depois teclados, depois a orquestra e finalmente a voz.

“A maior participação do Miranda foi na construção da voz”, segue explicando Paula. “Ele simplesmente me fez olhar para minha voz verdadeira, sem truques, sem maquiagem. Foi reduzindo tudo o que não fosse a minha voz de verdade. Isso fez com que ela ficasse muito contida: era o que eu não cantava, e não o que eu cantava, que trazia a emoção nas canções. A entrega das palavras e a expressão e não a interpretação. Fui zero intérprete, fui eu!” A excelência chegou à precisão do microfone específico para aquele registro, um Neumann valvulado de 1952.

A mixagem de Maurício Cersosimo ressaltou este aspecto intimista, próprio das canções de Paula, sem perder um aspecto épico e espaçoso, devido aos respiros entre instrumentos feitos nesta fase da gravação. Greg Calbi, dos EUA, masterizou o disco respeitando estas qualidades, colocando a cantora no meio da banda como se fosse ela mesma uma instrumentista.

“Venho de uma família de artistas, não só de instrumentistas, o que me fez trazer para o meu trabalho, algo visual, tátil, além da partitura”, Paula reforça. “Os andamentos são muito lentos, pois essa ideia de desacelerar está no disco. É um disco de baladas que falam da vida, de separações, de momentos de tristeza, de constatações, de calma, de amor calmo, profundo, de maternidade, de vida e morte, de amor de casal. É um disco maduro, adulto, de uma mulher mãe, de uma cantora e compositora que vive a música na sua essência. Um disco muito humano, na essência da palavra, pois usamos muito pouco de tecnologia, somente usamos como suporte para nossas ideias. E também humano, por conta da coletividade e do amor e amizade que trouxemos através dos encontros que o disco proporcionou.”

Neste sentido, o papel de Miranda foi muito além do que se espera de um mero produtor fonográfico. “Ele foi como um guru, um guia de amor o tempo todo, trazendo o caminho certo de tudo”. Inclusive na minha participação no disco. Velho amigo, Miranda me falava o tempo todo sobre o processo do disco de Paula, ressaltando que eu só iria ouvi-lo quando estivesse pronto. No dia em que morreu, conversamos pela parte da manhã e ele reforçou que queria que eu participasse deste processo – e estava conversando com Paula também sobre isso. Após sua morte, nos encontramos e ela pode me mostrar o disco, que havia acabado de ser gravado e começava a ser mixado – a começar pela tocante “As Janelas da Cidade”, o primeiro single do disco. Juntos, começamos a desenhar o lançamento deste último gesto artístico de nosso querido compadre. E a partir daí vieram as fotos de Bob Wolfenson para a capa do álbum, a assinatura com a gravadora Warner, o lançamento do álbum no Auditório Ibirapuera – e assim Paula Santisteban vai deixando sua marca, que também é a marca antevista por seu produtor.

“Acredito que o disco, em sua essência, traz essa cor laranja, azulada de um fim de tarde”, ela conclui. “Essa vontade de caminhar, de olhar paisagens, de desacelerar, de entrar em um lugar dentro, em águas profundas. Música, tocada, cantada, sem glamour. É um disco que abraça e não que afasta.”