Quem sentiu saudade?
Radiohead – “Little by Little (Caribou Remix)”
Fixers – “Crystal (Memory Tapes Remix)”
Washed Out – “Echoes”
Erik Satie – “Gymnopedie No.1”
Weeknd – “Rolling Stone (No Big Deal Remix)”
VHS or Beta – “I Found a Reason”
Glitch Mob – “Drive It Like You Stole It”
Lou Reed – “Peggy Sue”
Strokes – “Reptilia (DJ Cremoso Remix)”
Banda Uó – “Não Quero Saber”
Fugazi – “Waiting Room (Sub Swara Remix)”
Gang Gang Dance – “MindKilla”
Metronomy – “The Bay”
Tim Maia – “Haddock Lobo, Esquina com Matoso”
Shawn Lee’s Ping Pong Orchestra + Curumin – “Não Vacila”
Tom Vek – “World of Doubt”
Pablo passou pelo Bonaroo e mandou essa:
Havia um clima estranho minutos antes do show do Strokes no Bonnaroo, e não parecia ser exatamente a ansiedade no ar. Quando a banda subiu ao palco, pontualmente atrasada 15 minutos, ficou claro qual era o problema: não havia ansiedade no ar. O público do Bonnaroo, basicamente proveniente do centrão norte-americano, é mais chegado ao esquema “menos guitarra, mais violão”. Os Strokes, nova-iorquinos trabalhados em jaquetas de couro (no caso, apenas Julian, cool até no calor de 35º), tênis sujos e tédio blasé, eram um corpo estranho em meio à programação semiacaipirada do festival – tinha Buffalo Springfield, Greg Almann, além de Black Keys, Iron & Wine, My Morning Jacket, entre outros.
Musicalmente, foi tudo quase sem erro. O som estava limpo e alto, até demais – parecia esvaziado, como se faltasse sustain às guitarras. As músicas fluíram sem defeitos, em versões quase perfeitas, ainda que levemente enferrujadas ou arrastadas. Aquele show no TIM Festival de 2005 era barulho puro se comparado a esse aqui. Pelo menos o quinteto parecia entrosado, mas muito porque se focaram no repertório que já tocam desde o século passado (abriram com a abertura das aberturas, “Is This is It”, anticlimática – a massa não comprou de cara). Na sequência, só hits dos três primeiros discos e, ali no meio, uma ou outra do novo Angles (felizmente, só as boas, com exceção da esquisita “You’re So Right”). Rolaram “Under Cover of Darkness”, “Taken fora Fool”, “Gratisfaction” e “Life is Simple in the Moonlight”, todas recebidas com uma mornice que não combinava com o calor fumegante do Tennessee. A galera pulou (tímida) com “Last Nite”, agitou (com as mãos) em “Reptilia”, protestou (daquele jeito) com “New York City Cops”, pulou (de levinho) com “Take it or Leave it”. Mas a recepção dos bonnarooers não se comparou ao que foi entregue no dia anterior, ali mesmo naquele Which Stage (o palco secundário), ao Mumford & Sons (histeria, choradeira) e ao Buffalo Springfield de Neil Young (comoção nostálgica). Ali no Bonnaroo, o Strokes era só mais uma banda de roque pauleira, talvez velha demais (!) para uma plateia too much riponga-maluco-beleza nascida majoritariamente na segunda metade dos anos 80.
Se no som parecia tudo certo, no palco, porém, os cinco pareciam desencontrados. De longe, era difícil dizer o que rolava. A comunicação entre eles era pífia, mais para inexistente. Fabrizio Moretti dava sinais de impaciência antes de iniciar cada música com as quatro batidinhas de baquetas, mas talvez fosse só impressão minha. Do lado direito, Nikolai Fraiture e Nick Valensi não se comunicavam com o restante do palco. Albert Hammond Jr., pós-rehab e aparentando uns dez anos a menos (ou a mais, dependendo do ângulo de visão), era o único ali que parecia tocar por prazer. Julian Casablancas rei da modorra, de óculos espelhados (me lembrou aqueles que o Didi Mocó usava, com olhos desenhados), estava mais em outro planeta do que de costume. Para provocar o público redneck, puxou um “U.S.A.!, U.S.A.!”, só para sentir a reação. Alguns gatos pingados devolveram o coro. “Até que foi rápido”, respondeu, engraçadão. Difícil saber se o desconforto que exalava do palco tinha a ver com a recepção da plateia, ou se não está fácil pra ninguém ser integrante do Strokes atualmente.
Será que a banda tá acabando? Isso pode ser um problemaço pro Terra, ainda mais agora que os Vaccines aparentemente já deram pra trás.
Ingressos esgotados em menos de 12 horas! É o poder dos Trouques – Lucio acompanhou de perto essa história toda.
Bom dia.
Recuperou-se? Eu sim.
Ariel Pink’s Haunted Grafitti – “Bright Lights, Blue Skies”
Holy Ghost – “Do It Again”
Radiohead – “Lotus Flower (Brainbeats Remix)”
LehtMoJoe – “Machu Picchu Goes on”
Electrosound – “Tightrope ABC”
Lindstrøm + Christabelle – “Baby Can’t Stop”
Tulipa Ruiz – “A Ordem das Árvores”
Bee Gees – “Stayin’ Alive (Teddybears Remix)”
Caribou – “Odessa”
Rolling Stones – “Live with Me”
La Roux – “In It For the Kill (Twelves Remix)”
Apples in Stereo – “Dance Floor”
Toro y Moi – “Still Sound”
Les Rhytmes Digitales – “Sometimes”
E minha coluna no 2 de ontem foi sobre música.
O som de 2011
Strokes? Melhor ir atrás do chillwave
O excesso de expectativa a respeito do novo disco dos Strokes só foi superado pelo excesso de frustração. Pudera: seu novo disco, Angles, apenas repete a velha fórmula de seus primeiros singles, já com 10 anos de idade, de requentar riffs pós-punk para uma geração acostumada a ouvir rock na pista de dança. Acostumada, diga-se, pelos próprios Strokes e pela geração que surgiu em sua esteira – nomes como White Stripes, Interpol, Rapture e outros grupos inspirados em bandas dos anos 80, como Joy Division, Cure e Television.
No início do século, aquele som fazia sentido. O rock havia se transformado num arremedo pasteurizado e corporativo do rock alternativo apresentado ao mundo pelo Nirvana. Era uma época em que a dance music e a música eletrônica haviam conseguido se firmar no mercado e que o hip hop dominava. Britney Spears estava começando e o N’Sync ainda existia. Guitarras faziam sentido naquela época.
Dez anos depois, não mais. Mas a geração que tinha 20 e poucos anos quando os Strokes surgiram não liga. E espera o novo disco da banda como se eles pudessem se reinventar ou, pior, recuperar o brilho de seus primeiros dias. Esqueça. O rock dos Strokes em 2011 faz tanto sentido quanto o rock corporativo de bandas como Coldplay, Muse e Travis – o rock que o mundo ouvia quando eles apareceram.
E o que faz sentido em 2011? Não há uma só resposta, mas, na minha opinião, nenhum tipo de música pop parece fazer mais sentido neste ano uma cena chamada… chillwave.
Embora seja rejeitado por seus principais nomes, o rótulo chillwave caracteriza-se por unir duas qualidades: uma é etária, a outra, tecnológica. A primeira diz respeito à idade de seus protagonistas. Jovens que nasceram nos anos 80, ouvindo dance music rasteira, de instrumentos sintéticos e texturas de plástico. Cresceram, gostando ou não, ouvindo esse tipo de som. E ao começar a compor seus trabalhos, recorreram à tal palheta de timbres para compor músicas, mas acabaram optando por outra abordagem. Em vez da dance music farofa, aquela sonoridade agora dava espaço para construções mais etéreas e líricas, quase zen. E, em vez de serem produzidas em grupo durante ensaios, esses artistas – quase sempre bandas de um homem só – usavam a solidão do quarto e o computador para compor.
Nomes como Memory Tapes, Ariel Pink e Neon Indian aos poucos começam a sair da obscuridade dos blogs de MP3 e ganhar um público maior. Tanto que o segundo disco de um desses artistas, Underneath the Pine do Toro y Moi, está sendo lançado no Brasil. E outro, Washed Out, teve seu melhor single (I Feel It All Around) transformado em abertura de seriado neste ano (o ótimo Portlandia). É um início tímido, mas é bem mais interessante do que tentar reviver os dias em que os Strokes importavam.
É isso: semana que vem tem programa novo, não mais todo dia. Isso, contudo, não quer dizer que o programa volta a ser semanal. Quando voltar de Floripa resolvo.
Britney Spears – “How I Roll”
LehtMoJoe – “Machu Picchu Goes On”
Thiago Pethit – “Nightwalker”
Music Go Music – “Warm in the Shadows”
Generationals – “Greenleaf”
Domenico Lancelotti – “Cine Privê”
Caribou – “Rad Racer”
Tennis – “Take Me Somewhere”
Alex Winston – “Locomotive”
Acid House Kings – “Are We Lovers or Are We Friends?”
Walk the Moon – “Anna Sun”
Neon Indian – “Sleep Paralysist (Com Truise Eyelid Remix)”
Metronomy – “We Broke Free”
Young Galaxy – “Peripheral Visionaries”
Até amanhã sigo diário. Já segunda… who knows.
Bárbara Eugênia – “Por Aí”
Diagonais – “Novos Planos Para o Verão”
Dr. John – “I Walk on Guilded Splinters”
Spoon – “Well Alright”
Garotas Suecas – “Você Não é Tudo Isso Meu Bem”
Doors – “Moonlight Drive”
Strokes – “Games”
Primal Scream – “Inner Flight”
Happy Mondays – “Donovan”
Marco Van Bastard – “Slow Life Stand”
Mutantes – “Jogo de Calçada”
Rolling Stones – “Sway”
Fall – “C.R.E.E.P.”
Knocks – “Ain’t Too Proud to Beg”
Dorgas – “Loxhanxha”
Marcelo Camelo – “Ô-ô”
Holy Ghost – “Do It Again”
Domenico Lancelotti – “Cine Privê”
É sério, não sei ainda.
TV on the Radio – “Will Do”
Foals – “Black Gold”
Wire – “Two Minutes”
Walverdes – “Fazendo Pouco”
Beastie Boys – “Finger Lickin’ Good”
M. Takara – “Na Avenida”
Toro y Moi – “Still Sound (Knight Stalker Remix)”
Memory Tapes – “Bicycle (Little Loud Remix)”
Jimi Hendrix Experience – “Crosstown Traffic”
Legião Urbana – “Plantas Embaixo do Aquário”
Dr. Dog – “Where’d All The Time Go”
Pulp – “The Fear”
Mopho – “Nada Vai Mudar”
Mallu Magalhães – “Angelina”
Jeff Tweedy – “I Am Trying to Break Your Heart”
Strokes – “Walk on the Wild Side”
Snoop Dogg – “Sensual Seduction”
Broken Social Scene – “Texico Bitches (Star Slinger Remix)”