Single

“Você me conheceu numa época estranha da minha vida” – citando uma frase do Clube da Luta numa música que fala sobre a própria masculinidade, Lorde seguiu a construção de seu verão Virgin nesta quinta-feira, ao lançar, com alarde, o segundo single de seu próximo disco, “Man of the Year”, uma música ainda melhor que a ótima “What Was That”, que usou para abrir os trabalhos. Com produção de Jim-E Stack e cello gravado por Dev “Blood Orange” Hynes, ela escreveu o seguinte sobre a música nova em seu site: “Andar de bicicleta. Fumar. Nadar. Força nova em meus ombros. Sentir algo despertando. Primeiro tapar meu peito. Tanto medo de ser ele. A festa da GQ. Deitar no sofá branco com o microfone na mão e deixar rolar. Sol (…) O som do meu renascimento.” Além de lançar o single – junto com um belo clipe minimalista -, ela também revelou a ordem das faixas do novo álbum, que traz músicas com títulos como “Shapeshifter”, “Favourite Daughter”, “Current Affairs”, “GRWM”, “If She Could See Me Now” e “David”, entre outros. Veja o clipe e o nome das músicas abaixo: Continue

“Quando o amor desaparece, a vida desaparece”, canta Jarvis Cocker no novo single do Pulp, “Got to Have Love”, o segundo desde que o grupo inglês anunciou sua volta com o álbum More, programado para sair no próximo dia 6. A faixa foi composta quando o grupo gravava seu disco anterior, We Love Life, na virada do século passado, e parece ter saído de qualquer disco clássico da banda, mostrando que sua volta parece fazer mais sentido artisticamente do que apenas do ponto de vista comercial. Para acompanhar o novo single, o grupo desenterrou imagens de uma competição de dança realizada em 1977 e registrada no documentário Wigan Casino, lançado no mesmo ano, e o próprio Jarvis editou o vídeo, sintetinzando a excitação retrô para uma volta do britpop clássico que faz sentido em 2025.

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“Eu lhe dou força na necessidade, mas sombra e água fresca não dou não / Dizem que Amélia é mulher de verdade, mas eu sou de outra opinião / Eu não lhe dou facilidade, eu não lhe dou satisfação / Eu boto é lenha na fogueira pra acender seu coração”: assim a mestra Joyce Moreno fecha a tampa da bravata que aplaudia o machismo na clássica mas infame “Ai! Que Saudade Da Amélia” escrita por Ataulfo Alves e Mario Lago em 1942. Com uma carreira marcada por posicionamentos feministas em meio à sua reverência à bossa nova e ao jazz brasileiro, Joyce volta ao tema do samba para dizer-lhe adeus em seu novo single, “Adeus, Amélia”, que anuncia o lançamento de seu novo álbum, O Mar é Mulher, seu primeiro disco com músicas inéditas desde Brasileiras canções, de 2022. Como antecipou Mauro Ferreira em seu blog no G1, o disco sai no dia 12 de junho e traz parcerias de Joyce com Zé Renato, Paulo César Pinheiro, Ronaldo Bastos, João Donato, Donatinho e Jards Macalé (esta última com a letra que fez para a antes instrumental “Um Abraço do João“, parte de um causo hilário que Jards conta em seus shows pós-pandêmicos, que os dois registraram ainda no ano passado). O disco ainda traz cinco músicas apenas da musa, uma delas justamente o jazz “Adeus, Amélia”, em que é acompanhada por Hélio Alves ao piano, Rodolfo Stroeter no baixo e Tutty Moreno, o grande amor de sua vida, à bateria, além de metais tocados por Rafael Rocha (trombonista, que escreveu o belo arranjo), Jessé Sadoc (trompete) e Marcelo Martins (sax). Ave, Joyce!

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“Talkin to The Trees está sendo anunciado hoje e nosso novo single, ‘Lets Roll Again’, já está aí, espero que vocês gostem”, escreveu Neil Young em seu site, ao anunciar mais um novo disco. “Ouvi dizer que o Elon Musk ficou chateado e me chamou de ‘Neil Velho’, mas, ei, eu tenho a mesma idade do sujeito que está gerindo o país”. E assim o mestre canadense oficializou a música que tocou ao vivo essa semana, uma versão de “This Land Is Your Land” em que ele fala para as empresas montadoras de carro dos EUA darem um jeito de produzir carros melhores senão vão ser engolidas pelas da China – e aproveitou para dar uma cutucada ferina no bilionário que comprou a presidência dos EUA para Trump ao cantar que “se você for um fascista, compre um Tesla”. Talkin To The Trees é o primeiro disco que Young lança com a banda Chrome Hearts, que montou no ano passado para cumprir datas que sua tradicional banda, o Crazy Horse, não pode cumprir, por questões de saúde de alguns de seus integrantes. Formada pelo veterano organista Spooner Oldham (que tocou com deus e o mundo, de Aretha Frankin a Bob Dylan, passando por Wilson Pickett, Sheryl Crow, Jewel e Frank Black), pelo guitarrista Micah Nelson (filho de Willie Nelson) e pela cozinha de outra banda de Young, o Promise of the Real, com o baixista Corey McCormick e o baterista Anthony LoGerfo, a banda lança seu disco de estreia no dia 12 de junho (já em pré-venda) e tanto o single quanto o nome das faixas podem ser vistos abaixo: Continue

O Stereolab não está pra brincadeira e soltou mais uma de seu próximo disco, Instant Holograms on Metal Film, o primeiro disco de inéditas em 15 anos, que será lançado no próximo dia 23. E depois da ótima “Aerial Troubles”, que fugia de qualquer expectativa em relação aos próximos passos, eles soltam agora a magnífica “Melodie is a Wound”, que com seus quase oito minutos de groove repetitivo já pode ser considerada um novo clássico da banda anglofrancesa que já tem data marcada para vir ao Brasil.

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“O encontro com Lenine aconteceu de forma mais direta no carnaval recifense do ano passado, quando ele assistiu ao meu show no Polo da Várzea”, explica a sagaz pernambucana Flaira Ferro sobre o encontro com seu ídolo e mestre, com quem acaba de gravar um single,”Afeto Radical”, que será lançado nesta terça mas já pode ser ouvido em primeira mão aqui no Trabalho Sujo. “Para quem não sabe, o carnaval do Recife é bem espalhado, com palcos em vários pontos da cidade e o da Várzea é um deles. Toquei antes dele e, sem saber, ele foi para a coxia do palco e ficou assistindo de lá. Segundo a galera que estava vendo, ele tava pirando, dançando, curtindo o show. Quando terminei minha apresentação, ele me chamou para ir ao camarim.”

Flaira continua explicando como foi o encontro: “Lá, ele falou um monte de coisas lindas sobre o show, disse que já estava há tempos esperando para ver ao vivo, que já conhecia o meu trabalho, mas nunca tinha me visto no palco. Ele me contou também que a família dele, em especial a irmã que faleceu há alguns anos, falava muito dos meus shows e que ela ia direto. Nesse momento, rolou uma sinergia, uma troca de carinho real. Foi algo genuíno, sabe? Uma conexão muito forte. Eu sou muito fã dele, ele é uma força inspiradora para mim há mais de 15 anos. Escuto suas músicas como um norte, uma referência, desde antes de eu começar a trabalhar com música.”

“Quando nos reencontramos naquele carnaval, senti uma intimidade se construindo, e eu sabia que, em algum momento, seria possível fazer algo juntos. Era um sonho meu conseguir registrar algo com uma figura que eu admiro tanto. Para mim, a ideia de feat e singles vai além do aspecto mercadológico, que muitas vezes se resume a juntar públicos diferentes. Para mim, esses encontros precisam ter um propósito verdadeiro, algo que venha do coração, da essência de cada artista. E o Lenine é essa figura que me inspira profundamente, com suas canções que falam de sabedoria existencial e força motora.”

“Então, em 2024, no primeiro semestre, eu o convidei para colaborar, por mensagem. Ele respondeu na hora: ‘Você pode contar comigo sim! Adoraria dividir uma de suas canções’ E foi tudo muito rápido, muito fluido, fácil. Eu mandei a música para ele e, pouco tempo depois, ele já estava gravando no estúdio O Quarto, no Rio de Janeiro, com Bruno Giorgi, seu filho, que também é produtor. Eles me mandaram as vozes, e a gente pirou. Foi tudo muito tranquilo, rápido, e isso só tornou a experiência ainda mais especial.”

“O single ‘Afeto Radical’ que nasceu dessa colaboração tem muito a ver com a proposta do Lenine”, continua Flaira. “A sonoridade e a mensagem dela têm tudo a ver com o que ele transmite nas suas canções. Foi um encontro de essências, e é por isso que essa música é tão importante para mim. Quando avisei para ele que o nosso single sai agora dia 11, ele respondeu: “Flaira querida, Que bom que o novo rebento tá chegando! Adorei estar junto contigo…, te curto faz tanto… Sim, nos veremos no reinado de momo e brindaremos nosso encontro! Xêro gigante”.

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Uma das atrações do primeiro Inferninho Trabalho Sujo no Redoma, que acontece na última sexta deste mês, dia 29, a banda Naimaculada está finalizando seu disco de estreia, chamado de A Cor Mais Próxima do Cinza, que sairá no começo do ano que vem, e antecipa mais um single para abrir terreno para o álbum em primeira mão para o Trabalho Sujo. A balada “Não é Sobre Peixes” será lançada nesta sexta-feira e é uma das primeiras músicas compostas pelo grupo paulistano, como lembra o vocalista e compositor Ricardo Paes. “A música em si fala sobre essa relação do ser com a sociedade, a sensação de não pertencimento que diretamente ou indiretamente sentimos”, explica Ricardo. “Escrevi a música pra dois amigos que estavam se relacionando na época, achava que os dois eram pessoas perdidas, que além de sentir esse sentimento de não pertencimento, sentia que eles tinham uma questão maior, talvez até relacionada com a sensação de procurar algo que eles não sabiam exatamente o que era ou o por que estavam procurando, ou buscando nesse breve relacionamento essa resposta”. É o penúltimo lançamento antes do disco, que está programado para março. Ouça abaixo: Continue

Produtor, cantor e compositor contemporâneo da geração do Lira Paulistana, Robinson Borba trabalhou com Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção, Tetê Espíndola, entre outros e lançou seu único álbum, chamado Rabo de Peixe, em 1984. Quarenta anos depois ele volta ao disco cercado por uma banda composta por Ricardo Prado, Estevan Sinkovitz e Guilherme Kastrup e começa a mostrar o novo trabalho, chamado Cauda da Galáxia, em que convidou vários nomes da cena contemporânea que habita São Paulo para levantar o disco. “Última Vez”, single que será lançado nas plataformas nessa sexta-feira e já pode ser ouvida em primeira mão aqui no Trabalho Sujo, reúne dois destes convidados: o paulista Tatá Aeroplano, que também produziu o disco, e a paranaense Bruna Lucchesi. A aproximação com Tatá é recente e embora Robinson já o conhecesse de nome desde os tempos do Jumbo Eletro, só o conheceu quando fez uma oficina sobre produção independente oferecido pelo mister Aeroplano. “Eu achei muito interessante, ele tem uma cabeça espetacular e comecei a admirá-lo, porque ele consegue se autofinanciar”, explica o produtor, lembrando que ele bancou os discos que produziu – entre eles o clássico Clara Crocodilo, de Arrigo Barnabé – com os próprios recursos, que ele conseguia a partir de seu trabalho como engenheiro. Além de Tatá e Bruna, também participam do disco outros artistas da cena paulistana atual como Malu Maria, Guilhermoso Wild Chicken, Guizado, além de sua própria esposa, Cristina Borba. O disco está previsto para ser lançado no próximo dia 13 e Robinson pretende fazer o show de lançamento ainda este ano, mas sem data ou local definido.

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A Clairo lançou mais um disco bonitinho esse ano e vem surfando na onda deste seu Charm fazendo movimentos como este single que gravou com exclusividade para o Spotify, revisitando sem mexer um tico na ótima “Brooklyn Baby” do excelente Ultraviolence de Lana Del Rey que está completando dez anos este ano. Uma boa deixa para voltarmos a ouvir este que é meu disco favorito da Laninha…

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Quando o autor em questão chama-se Johnny Jewel, tudo é possível – inclusive nada. Os fãs dos Chromatics, a climática banda que o produtor norte-americano atravessou as duas últimas décadas aumentando sua reputação em discos clássicos (e demorados) como Kill for Love, Closer to Grey e Dear Tommy, conhecem bem a saga do sujeito, que anuncia disco novo com capa, novos singles e data de lançamento para, em muitos casos, NA VÉSPERA, mudar de ideia e abandonar tudo na frente de todo mundo. Vamos torcer para o recém-anunciado Games People Play, terceiro disco de seu projeto Desire, ao lado de sua esposa, a cantora Megan Louise, saia mesmo em outubro, como anunciou sua gravadora Italians Do It Better após lançar mais um novo single, “Dangerous Drug” (ouça abaixo). É o terceiro single que a dupla lança este ano (“Darkside“, lançado há três meses, e “Vampire“, há um mês, vieram antes), o que é relativamente pouco tempo depois que o grupo lançou seu segundo álbum, Escape, em 2022. Antes desses três singles, os dois voltaram a lançar músicas novas ainda no ano passado, gravando versões de músicas do Metronomy e do Frankie Goes to Hollywood como aquecimento para esse novo disco. E se levaramos em conta que seu disco homônimo de estreia é de 2009, dá pra ter uma noção de como este Games People Play estava vindo praticamente à velocidade da luz. O clima das três faixas dão uma ideia de como será o tom do disco, típico dos discos anteriores, aquele eletropop climão em câmera lenta, vocais quase falados ou sussurrados sobre bases hipnóticas e repetitivas de synths oitentistas. Coisa fina.

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