Paranoia

E conforme previsto, a Apple TV anunciou – com um teaser que não revela praticamente nada – a data de estreia da segunda temporada do seriado Ruptura: 17 de janeiro do ano que vem! Sim, ainda tá muito longe, mas se lembrarmos que essa temporada quase não sai por problemas internos da produção, só o fato de terem anunciado uma data já é ponto a favor.

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O Primal Scream está vindo com novidades por aí ao postar, como quem não quer nada, um curto clipe sem som e em preto e branco em suas redes sociais em que nos perguntam, depois de falar sobre “tempos maniqueístas”, se ouvimos falar sobre os rumores de guerra, seguido de uma hashtag chamada “Come Ahead”. Chuto que pode ser o nome do primeiro single de um trabalho que, só por esse pequeno teaser, parece ecoar lembranças do clássico XTRMNTR, lançado num ano 2000 tão tenso politicamente quanto os tempos que vivemos hoje – e isso bem antes do 11 de setembro e dos EUA terem invadido o Afeganistão. Veja abaixo: Continue

A Apple TV postou um vídeo enigmático nessa terça-feira em suas redes sociais em que um corredor vazio é filmado com uma pequena luz vermelha que, inevitavelmente alguém descobriu, soletra a palavra “tomorrow” (“amanhã”, em inglês), em código morse. Então é bem provável que nesta quarta-feira tenhamos notícias sobre a segunda temporada de Ruptura – afinal a estética do vídeo, por mais espartana que seja, tem tudo a ver seriado de Ben Stiller. Provavelmente teremos o primeiro trailer e a data de lançamento da tão aguardada nova temporada.

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Para encerrar sua autoproclamada Temporada do Medo no Centro da Terra, a dupla Test praticamente não esteve no palco na última segunda-feira do mês, quando em vez de encarar mais uma vez o público em outra versão deformada de seu Disco Normal, preferiu chamar dois trios formmados de baixo, vocal e bateria para encarnarem o Test Fantasma. A única aparição física do guitarrista João foi no início da apresentação, quando subiu pelo alçapão do teatro para o palco, ainda com as luzes acesas, para logo em seguida assumir a iluminação da noite, enquanto seus convidados iam chegando pouco a pouco, começando por Sarine, que pilotava uma das baterias, seguido por Berna, que assumiu o baixo elétrico um pouco antes de Flavio Lazzarini assumir a segunda bateria e Alex Dias erguer seu contrabaixo acústico, tocando as mesmíssimas músicas que o Test tocou nas três noites anteriores, só que com novos arranjos, igualmente extremos. Logo depois os dois vocalistas da noite – Tomás Moreira e Chris Justino – começaram a urrar as letras das canções, fazendo a apresentação ganhar camadas de improviso e ruído que ficaram em algum lugar entre a formação da apresentação anterior – que já teve muita interferência eletrônica, desta vez capitaneada por Berna, Sarine e Flavio – e o épico formato Test Big Band, em que o grupo ultrapassa a dezena de cabeças no palco. O baterista Barata, por sua vez, assistiu à toda apresentação em uma das poltronas do teatro e só subiu ao palco depois que a noite terminou, quando foi cumprimentar os músicos convidados, provando que a banda pode existir sem mesmo ter a presença de seus dois integrantes. Um fecho brilhante para uma temporada intensa.

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Triste saber da morte de James Chance nesta terça-feira. Um dos grandes nomes da cena nova-iorquina do final dos anos 70, ele primeiro fez parte do grupo Teenage Jesus and the Jerks, que projetou a carreira de sua então companheira, a madre superiora do pós-punk norte-americano Lydia Lunch, como depois de terminar o relacionamento por diferenças artísticas (ele queria um som mais expansivo e solar, ela mais introspectivo e noturno), lançou sua própria banda liderando o James Chance and the Contortions. Figura central na cena no wave, começou tocando versões de Velvet Underground e Stooges numa banda chamnada Death em Michigan, quando mudou-se para Nova York abraçando, ao mesmo tempo, duas vertentes musicais distintas da cidade – o free jazz e o punk. Com seus Contortions (que ganharam esse nome pois o crítico Robert Christgau disse que ele não tocava, mas “se contorcia”), alternava suas performances entre os vocais berrados e o sax estridente, quase sempre saindo na porrada com o próprio público. A banda foi escolhida para participar da primeira edição da coletânea No New York, produzida por Brian Eno (ao lado dos próprios Teenage Jesus and the Jerks, Mars e da primeira banda de Arto Lindsay, DNA) e seu primeiro álbum, Buy, é um dos principais registros daquela cena, inspirou artistas como Sonic Youth, Birthday Party, Swans, Konk, Big Black, Jon Spencer Blues Explosions, Liars, LCD Soundsystem, Black Midi, entre outros, além de seguir atualíssimo até hoje.

Na terceira aparição no Centro da Terra dentro de sua temporada Curadoria do Medo, a dupla Test incorporou ainda mais um elemento que só foi resvalado na segunda noite. Se na primeira segunda-feira do mês, João e Barata tocaram sem interferência musical externa, deixando as intervenções pra área visual com a videoartista Carol Costa, na segunda começaram a trabalhar com manipulação dos próprios ruídos que faziam no palco, quando chamaram Douglas Leal, do Deaf Kids, para manipular as gravações que vinha fazendo durante a apresentação. Nesta semana, o processo foi ainda mais intenso quando a dupla chamou o maestro noise Leandro Conejo para reger o ruído eletrônico e magnético produzido pelo trio formado por Rayra Pereira, Miazzo e André Damião, este último tocando um instrumento que ele construiu a partir de uma TV portátil dos anos 80, que tornava o noise extremo da dupla dona da temporada ainda mais limítrofe. Um acontecimento.

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Mais uma segunda-feira atordoante dentro da temporada Curadoria do Medo que a dupla Test está fazendo no Centro da Terra – e se na primeira noite, João e Barata passearam sua avalanche de ruído acompanhada da surra de imagens aleatórias proposta pela VJ Carol Costa, na segunda sessão foi hora de transitar entre a iluminação, por vezes etérea e difusa e por outras frnética e energizante, conduzida por Mau Schramm e pelos ruídos manipulados por Douglas Leal, que começou a noite com gravações da própria banda antes mesmo de ela subir no palco, para depois misturar e remixar outros ruídos emitidos pela dupla enquanto os dois tocavam, funcionando como um eco de outra dimensão. Foi intenso.

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Dois ícones da new wave, o vocalista dos Talking Heads, David Byrne, e a banda Devo mostram uma parceria que fizeram juntos nos anos 90 como um single para divulgar a coletânea Noise For Now Vol. 2, que será lançada no próximo dia 21 e ainda conta com participações de nomes como Courtney Barnett, War on Drugs, Faye Webster, entre outros. “Empire” foi gravada para o disco Feelings, de 1997, quando David Byrne dividiu a faixa “Wicked Little Doll” com a banda nerd retrô símbolo do gênero que surgiu nos EUA logo após o início do punk. “Empire”, a canção que só foi revelada agora, tem um clima marcial e um tom irônico que foi considerado pesado na época de seu lançado, mas que agora parece sintonizar com os dias tensos destes anos 20. Byrne explicou melhor numa declaração: “‘Empire’ é um hino capitalista e fascista irônico e, na época, achávamos que nossa versão era muito maldosa e cáustica para lançarmos. Bem, os tempos mudam e certamente ressoa melhor agora de uma forma que não aconteceu na época. Foi uma alegria pura trabalhar com os caras do Devo, eles sabiam exatamente sobre o que era a música”. O único porém é que a música parece muito as canções da carreira solo de Byrne, mas que pouco lembra o grupo dos irmãos Mothersbaugh e Casale. O disco (que já está em pré-venda) é o segundo volume de uma série criada pela ONG Noise for Now, uma iniciativa a favor do aborto e sua renda será revertida para financiar a organização. O single pode ser ouvido abaixo: Continue

E ao que tudo indica, o anúncio que David Lynch agendou para este cinco de junho não é de uma obra propriamente sua, já que parece antecipar apenas o novo disco da cantora e atriz Chrysta Bell, produzido pelo próprio Lynch. Cellophane Memories é o sexto disco da cantora norte-americana, que conheceu Lynch em 1998 e só foi colaborar com ele quase dez anos depois, quando o diretor incluiu uma parceria dos dois na trilha sonora de seu Império dos Sonhos. Depois, em 2011, Lynch produziu um disco em parceria com ela (This Train), em que a cantora musicou seus poemas, colaboração que continuou quando ela cantou “Sycamore Trees”, da trilha de Twin Peaks, na abertura de uma mostra australiana em homenagem ao diretor em 2015, chamada David Lynch: Between Two Worlds, e depois no EP Somewhere in the Nowhere, em 2017. Seus discos seguintes foram produzidos por John Parish e Chris Smart, mas a parceria com Lynch continuou quando ele a convidou para participar da terceira temporada de Twin Peaks fazendo o papel da agente do FBI Tamara “Tammy” Preston. O novo disco de Bell, que agora assina Chrystabell, é mais uma parceria com Lynch e será lançado no dia 8 de agosto e um link para o serviço de streaming da Apple na Nova Zelândia acabou entregando que o disco será anunciado nessa quarta-feira, provavelmente com o anúncio do primeiro single, que parecer ser a última faixa do disco, “Sublime Eternal Love”. Além da data de lançamento, também apareceram a capa do disco, o nome das músicas e um link com o áudio do primeiro single, que mantém aquele climão típico das cenas de encerramento de alguns episódios-chave da série. Resta saber se o single terá um clipe e se este será dirigido por Lynch, que prometeu na semana passada que algo que estava vindo para ser visto e ouvido. A capa do disco, o nome das músicas, Bell cantando “Sycamore Trees” e o link para “Sublime Eternal Love” podem ser vistos abaixo: Continue

Eis o trailer de Frank Miller: American Genius, documentário sobre um dos maiores nomes da cultura pop estadunidense que será lançado nos EUA neste mês de junho. Autor, desenhista, roteirista e diretor, Miller é um dos maiores nomes da história do quadrinho mundial e seu talento não apenas revolucionou o formato super-herói como abriu a porta para autores que ajudariam a evolução da mídia que ele começou no início dos anos 80 (principalmente a safra britânica puxada por Neil Gaiman, Alan Moore, Grant Morrison e Mark Millar). Ao reinventar primeiro o Demolidor e depois o Batman com obras definitivas, ele mudou a cara do formato nas duas últimas décadas do século passado, tornando-a adulta e distópica numa época em que isso parecia impossível e, principalmente, bem sucedida comercialmente. A partir de graphic novels como o Cavaleiro das Trevas, Elektra Assassina e Batman: Ano Um, ele criou uma nova fase para os quadrinhos como fez sua ponte definitiva com o cinema, parindo outras obras que em pouco tempo tornariam-se marcos comerciais de Hollywood, como 300 e Sin City, este último dividido em dois filmes que dirigiu ao lado de Robert Rodriguez. Sua ida para o cinema o colocou na cadeira de diretor da adaptação do clássico Spirit para a telona. O documentário é dirigido por Silenn Thomas, que além de produtora de seus filmes é a diretora executiva da empresa que controla a carreira do artista, que deu a seguinte declaração ao jornal Hollywood Reporter: “A origem do documentário vem de várias fontes e fãs que nos incitaram a documentar esse grande gênio americano que recentemente sobreviveu a uma experiência de quase morte”, conta a produtora. “Quando iniciamos esse processo, Miller estava apenas começando sua recuperação e tinha um claro desejo pela vida, um desejo de recuperar anos de ‘tempo perdido’ e promover a sua identidade artística. Antes da pandemia, Miller voltou a viajar e a trabalhar em uma série de novos projetos. Quanto mais o acompanhávamos nessa jornada, mais descobríamos sobre a arte de fazer histórias em quadrinhos. Foi e continua a ser um mundo inspirado por mulheres, artistas, escritores, artesãos e um grupo global de fãs ávidos e espertos. Este filme é para eles; para se tornar parte e explorar ainda mais o funcionamento interno de seu ídolo e sensei, Frank Miller.” O documentário conta com entrevistas com Neal Adams, Robert Rodriguez, Jessica Alba, Jim Lee, Zack Snyder, Stan Lee, entre outros. Assista ao trailer abaixo: Continue