O único Vida Fodona de março de 2017.
!!! – “The One 2”
Spoon – “Whisperilllistentohearit”
Katy Perry – “Chained to the Rhythm (Hot Chip Remix)”
Bruno Mars – “24k Magic”
Dr. Dre – “Let Me Ride”
Mano Brown + Dom Pixote + Seu Jorge – “Dance Dance Dance”
Daryl Hall & John Oates – “I Can’t Go For That (No Can Do)”
Roxy Music – “Oh Yeah”
Paralamas do Sucesso – “Nebulosa do Amor”
Lorde – “Liability”
George Michael – “Careless Whisper”
Boogarins – “Olhos”
Feist – “Pleasure”
Velvet Underground + Nico – “All Tomorrow’s Parties”
Black Angels – “I’d Kill for Her”
Underworld – “Slow Slippy”
A Tribe Called Quest – “We the People”
Danny Brown – “White Lines”
Negro Léo – “O Céu dos Otários é Neutro”
Sambanzo – “Capadócia”
Sebadoh – “Vampire”
Giovani Cidreira – “Crimes da Terra”
Karina Buhr – “Esôfago”
Ney Matogrosso – “Freguês da Meia-Noite”
E aqui a versão do Spotify, com menos músicas:
Prestes a lançar a versão ao vivo de seu primeiro disco solo, ele também antecipa que este ano tem disco novo dos Racionais – leia a íntegra da entrevista lá no meu blog no UOL.
“Muito funk, muito soul, grandes músicos, convidados da pesada nessa festa de lançamento dia 12. É um lance que eu sempre sonhei fazer, construir os próprios arranjos, mudar no meio do percurso, solo, teclado, produção… A arte pela arte”, Mano Brown empolga-se ao telefone quando fala sobre os shows de lançamento de seu primeiro disco solo, Boogie Naipe, lançado no ano passado, e que terá suas primeiras apresentações ao vivo em maio. São três datas até agora: dia 12 de maio em São Paulo, no Citibank Hall (com abertura de Rael e Rincón Sapiência), dia 14 no Festival Bananada, em Goiânia, e dia 20 no Circo Voador, no Rio de Janeiro. Mano Brown subirá ao palco com o parceiro Lino Krizz e uma banda com baixo, guitarra, bateria, teclados, sopro, percussão e backing vocals – doze músicos ajudando-o a buscar uma sonoridade que ele é afeito muito antes de conhecer o rap. Mas isso não quer dizer que ele deixou o rap – ou os Racionais MCs, grupo que lhe deu fama – em segundo plano, pelo contrário: “Os Racionais têm plano de lançar disco esse ano ainda.”
“Esse termo ‘boogie’ é utilizado há muito tempo pela música negra, desde o jazz. E também na raiz do hip hop, na época do break dance, das danças, na disco… É uma linhagem de som que eu gosto desde criança”, ele explica. Musicalmente, Boogie Naipe situa-se no final dos anos 70 e começo dos anos 80, naquela época em que a disco music começava a se metamorfosear em electrofunk, quando os teclados e pedais de efeito levavam o funk para a era digital – época em que Mano Brown saía da infância rumo à adolescência. “Eu comecei com essa sonoridade soul e funk antes do rap, eu comecei nisso. Antes do rap chegar no Brasil eu já tava na pista, acompanhando a cultura, a raça, o cabelo, a roupa, o comportamento… Mesmo sem saber da mensagem, eu já acompanhava. Pelas pessoas que me cercavam. Eu sempre sonhei em fazer música romântica desde lá. Eu queria saber tocar guitarra como o Jorge Ben, sempre gostei daquelas músicas, dos temas, das harmonias… Mas no final dos anos 80 tinha esse lance da música do protesto, tinha a necessidade de protestar, de reivindicar e eu aderi. Era prioridade pra raça, pro pessoal e eu aderi”, explica, justificando a criação dos Racionais.
“Edy Rock já tá fazendo música, eu tô fazendo música, o (Ice) Blue tem muitas músicas…”, enumera. “O lance dessa nova época é porque também a gente tem bem mais condições de fazer música, antigamente era mais difícil produzir, montar um estúdio, tudo era muito caro, restrito, para poucos. Você só podia entrar em estúdio na época de gravação mesmo, era tudo caro, você tinha que agendar muito antes. Hoje em dia todo mundo tem estúdio em casa, a gente tem os nossos, a gente faz as pré-produções na nossa quebrada mesmo pra depois ir pra finalização… Tem mais condições. As músicas estão saindo em série, tem muita música saindo aí, entendeu? Nos últimos quatro anos se somar Boogie Naipe com Racionais são trinta e sete músicas novas na música. Fora dezesseis faixas que já estão prontas e poderiam ter entrado no Boogie Naipe. Tenho um outro disco praticamente pronto.”
Fora a expectativa pelo próximo disco e pelos shows, Brown também anda atento sobre a atual situação política do Brasil, principalmente no que diz respeito à polarização entre as pessoas. “Ainda estamos entendendo o que é democracia. Democracia é você saber que tem gente que pensa diferente de você! Pra que time você torce? Você poderia ter um irmão palmeirense, mas você não ia expulsar o cara da sua casa. Você agride as pessoas que votam em um partido diferente? Essa radicalização é mais desespero e medo, o Brasil tem que amadurecer essa democracia.” Se isso pode virar tema de música é outra história. Mas Brown está de olho.
Foto: Rafael Kent
“Longa metragem da dor”
O mestre Arthur Verocai, um dos maiores arranjadores de nossa música, está lançando um dos raros discos com seu próprio nome, que segue a linha do único – e cultuado – álbum de 1972. No Voo do Urubu reúne nomes como Seu Jorge, Danilo Caymmi, Vinícius Cantuária, Mano Brown e Criolo e os dois últimos puderam comparecer nos shows de lançamento que o maestro fez neste fim de semana, no Sesc Pinheiros, em São Paulo, ao lado de uma pequena orquestra de cordas e sopros. Filmei o momento em que Brown e Criolo dividiram o palco com o mestre.
No Voo do Urubu é um dos grandes discos de 2016.
Mano Brown, o cabeça dos Racionais MCs, começa a mostrar seu primeiro disco solo – Boogie Naipe – em que ele cai de cabeça no soul. Ele já havia dado uma amostra do que vem por aí no single “Amor Distante” e esta música – já conhecida dos fãs dos Racionais em apresentações ao vivo ou gravações não-oficiais – dá o tom do disco, cujo principal foco é o soul e o R&B. Quase o tempo todo ao lado de seu novo fiel escudeiro Lino Krizz, Boogie Naipe, que será lançado nesta sexta-feira, conta com várias participações especiais (Hyldon, Seu Jorge, Carlos Dafé, Wilson Simoninha, Max de Castro e Leon Ware, entre outros), além de oficializar outras músicas já conhecidas do público (como “Lois Lane”, “Boa Noite São Paulo” e “Mulher Elétrica”). O disco já está em pré-venda nas plataformas digitais e sai nessa sexta-feira e o MC participa de um bate-papo online nesta quinta, 8, conversando com os fãs (mais informações aqui). Veja a capa e a ordem das músicas a seguir:
“Sinta-Se Bem Com o Boogie Naipe (feat. Wilson Simoninha)”
“Gangsta Boogie (feat. Lino Krizz)”
“Mal de Amor (feat. Lino Krizz & Ellen Oléria)”
“Boa Noite São Paulo (feat. William Magalhães & Lino Krizz)”
“Mulher Elétrica (feat. William Magalhães)”
“Foi Num Baile Black (feat. Hyldon & Lino Krizz)”
“Lois Lane (feat. Seu Jorge & William Magalhães)”
“Dance, Dance, Dance (feat. Don Pixote & Seu Jorge)”
“DJ Vitória Rios”
“Flor do Gueto (feat. Lino Krizz & Max de Castro)”
“La Onda (feat. Lino Krizz & Nelson Conceição)”
“Nova Jerusalém (feat. Lino Krizz, Mara Nascimento, Carlos Dafé & Dado Tristão)”
“Nave Mãe (feat. Lino Krizz & Ellen Oléria)”
“Por Mim e Nāo por Elas”
“Adicto (feat. Dado Tristão)”
“Felizes / Heart 2 Heart (feat. Leon Ware)”
“Amor Distante (Rap Mix) (feat. Lino Krizz)”
“Amor Distante (Blues Mix) (feat. Lino Krizz)”
“De Frente pro Mar (feat. Lino Krizz)”
“Você e Eu… Só! (feat. Lino Krizz)”
“Boogie Naipe, Baby! (Ao Vivo)”
“Felizes”
O rosto e a voz dos Racionais MCs está prestes a caminhar para além do rap. Mano Brown está prestes a lançar seu primeiro disco solo e acaba de mostrar um trechinho do primeiro single, “Amor Distante”, em que entrega-se ao soul e ao R&B, ao lado do rapper Lino Crizz.
Tudo indica que é a mesma versão que já circula online há um tempo (mas será que vão manter a segunda parte blueseira?):
O rapper conversou com o Tiago Dias lá do UOL (grande entrevista) sobre a mudança musical de sua carreira solo:
Tem 3 ou 4 tipos de música que comanda o mercado e não é na direção delas que eu estou indo. Se eu for abençoado em criar outra opção na indústria, glória a Deus, mas eu não estou indo na direção das outras. Apesar da gente acabar disputando o mesmo público. Qual o público do sertanejo, do samba, do outro barato? O pessoal da favela. Então todo mundo disputa o mesmo público. Está lançada a sorte, não tem nada garantido. O trabalho do Racionais tem força própria, entende? Já compreendi isso. Quem sou eu para dizer que o Racionais é mais isso ou aquilo. O Racionais pertence a essa multidão que ajudou a colocá-lo lá em cima. E o Mano Brown continua sendo leal a esse povo. Eu sou romântico, apaixonado pelo ser humano. Acima até da própria causa é o ser humano. A causa é pelo ser humano.
Vale ler a entrevista na íntegra.
Na carta Uma História de Várias Vidas, reproduzida abaixo, Mano Brown conta como ele conheceu o hip hop e como essa cultura o transformou em quem ele é hoje. O texto foi escrito para a apresentação do especial Hip Hop Brasil, da revista Caros Amigos, editado pela Nina Fideles, que pode ser lido online neste link.
Uma História de Várias Vidas
Por Mano BrownNasci de novo quando conheci o rap nacional. Não passei por apenas uma transformação, outra vida me foi dada. Saí do ostracismo, do anonimato total e conheci outro lado. Não tinha política nenhuma, a gente não queria ser nada, queria só cantar, se divertir e arranjar uma namoradinha.Eolance de querer cantar já dá uma vida nova, uma direção; você sair de uma porta de bar às 14h e ir para casa escrever uma letra. Na quebrada era isso, eu ficava no bar, com os caras, não tinha muita escolha. Qualquer paixão me divertia.
Essa visão politizada veio depois, até considerando nossa idade. Eu mesmo tinha 18 anos. A gente conheceu uma pessoa logo no começo que fez a diferença: Milton Sales. Ele tinha toda a bagagem política de outras bandas. E ainda havia todo aquele momento político começando… Final de ditadura, Diretas Já, democracia. Estes caras eram muito apaixonados, e nós éramos adolescentes. Eu tinha noção zero de política.
O Milton falava: “Vocês são bons, vocês poderiam usar este ritmo, este talento para orientar as pessoas. Tipo o Bob Marley na Jamaica…” E naquele momento éramos os caras para conduzir as ideias dos mais velhos, que não tinham acesso à molecada. Tudo era muito novo e começou a fazer parte do que a gente fazia. Milhões de portas se abrindo para um cara que sempre teve todas as portas fechadas.
Na sequência, vinha o Public Enemy. Foi o mesmo que ver o surgimento do Pelé para o moleque que jogava futebol. E tudo aquilo que o Miltão falava, os caras do movimento falavam, e eu não sabia fazer, os caras do Public Enemy já faziam bem demais. Foi o nocaute. Isso tudo antes de existir os Racionais, foram dois anos muito longos. Nesta fase tive muita chance de morrer, de não ter me tornado nada. Eu cantava, mas nada com compromisso. Ganhei concursos, tinha talento para ritmo, era sambista, sou ritmista, e era tudo muito natural, eu só não tinha boas ideias, não era um letrista, era um “cabeça de bagre”.
A gente se divertia, era uma coisa que a gente queria fazer. Eu era um cara confuso, liderando um movimento sem saber, com 20 anos. A ficha caiu agora aos 40 anos, e percebo que nada é perfeito. Estamos no planeta Terra, e não existe felicidade plena.
Acredito que qualquer coisa feita por obrigação flerta com ditadura, com imposições, com o conservadorismo, flerta com cadeia e prisão. Liberdade é liberdade, faz se quiser, se sentir. Um rapper político com más intenções pode ser tão ruim quanto ou pior do que um político de carreira. Você saber que tem domínio sobre as pessoas e usar aquilo é muito perigoso. Hoje minha música está mais livre, eocompromisso está na minha alma. Não preciso colocar no outdoor, fazer panfletagem, nem fazer a mente de ninguém. A internet taí, a informação taí, dá para buscar.
Eu não mudo, mas não exijo. Faço da mesma forma que fazia, com muito amor, muito respeito, ousadia e alegria. O rap é linguagem universal. Se quiser entender, vai ter que conviver, eu não traduzo. Não sou perfeito, não quero ser e já descobri que estou longe disso. Mas não fiz nada que meu coração não quisesse que eu fizesse.
O rap e o Hip Hop não fizeram nada sozinhos. A transformação foi visível. Orgulho próprio, forma de encarar, forma de se vestir, forma de abordar o outro. Em cada fase a gente ocupou um espaço que não ocupava. Foi muito importante, mas vestir a capa de super-herói realmente não nos cabe, porque existem outros anônimos que não ostentam nada, que não vão para a capa do disco e que não são reconhecidos à altura.
Vi no RND.
Tirei a Carol no amigo oculto da firma e ela levou esse Vida Fodona de presente.
Bárbara Eugenia + Rafael Castro – “Pra Te Atazanar”
Ryan Adams – “Style”
Grimes – “Flesh Without Blood”
Weeknd – “Can’t Feel My Face”
Kendrick Lamar – “Alright”
Instituto + Karol Conká + Tulipa Ruiz – “Mais Carne”
Chairlift – “Ch-Ching”
Jamie Xx + Young Thug + Popcaan- “I Know There’s Gonna Be (Good Times)”
Hot Chip – “Started Right (Joe Goddard Disco Remix)”
Tame Impala – “Let It Happen (Soulwax Remix)”
Mano Brown + Naldo Benny – “Benny & Brown”
Emicida – “Salve Black (Estilo Livre)”
Diogo Strausz – “Narcissus”
Elza Soares – “Pra Fuder”
BNegão + Os Seletores de Frequência – “Giratória (Sua Direção)”
Bixiga 70 – “100% 13”
Deerhunter – “Snakeskin”
Mark Ronson + Bruno Mars – “Uptown Funk”
Anitta – “Bang!”
Will Butler – “Anna”
Unknown Mortal Orchestra – “Ur Life One Night”
Toro y Moi – “Empty Nesters”
Supercordas – “Sinédoque, Mulher”
Siba – “Mel Tamarindo”
Cidadão Instigado – “Land of Light”
Ava Rocha – “Transeunte Coração”
Boogarins – “Mario de Andrade/Selvagem”
Yumi Zouma – “Second Wave”
Letuce – “Mergulhei de Máscara”
Anelis Assumpção + Amigos Imaginários – “Eu Gosto Assim (Dub Version)”