O que é que foi esse encontro do Madrugada com o Kiko Dinucci que aconteceu no Porta nesta quinta-feira? O transe do quinteto kraut formado pelos irmãos Dardenne (Otto no baixo e Yann em uma das baterias), Paula Rebellato (vocais, teclados e efeitos), Cacá Amaral (na outra batera) e Raphael Carapia (guitarra) normalmente transcende a fronteira entre o noise, o drone e o ambient em atmosferas ruidosas e apocalípticas, quase sempre calcadas no ritmo motorik característico de parte do prog rock alemão. Mas a entrada de Kiko, que trouxe sua guitarra também como elemento rítmico, abriu novos rumos para o encontro musical, que cavalgou sonoridades punk, pós-punk, no wave e até de rock progressivo dos anos 80, deixando o transe ainda mais tenso e frenético. Foi o show mais longo do grupo (com mais de uma hora) e o único em que eles tocaram bis, numa prova que talvez tenha sido a apresentação mais épica deles até aqui. Tomara que rolem outras!
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Não é só a Céu que está comemorando aniversário de disco clássico em outubro: os Boogarins acabaram de anunciar para o primeiro show de celebração de seu clássico Manual ou Guia Livre de Dissolução dos Sonhos, que completa uma década em 2025. O show acontece dia 30 de outubro no Cine Joia e deve seguir como turnê logo em seguida, como o grupo fez com o aniversário de 10 anos de seu disco de estreia. E esse Manual é bom demais… Os ingressos já estão à venda.
Sem explicações ou palavras, Lorena Hollander e o Novíssimo Edgar conduziram a audiência do Centro da Terra nesta terça-feira a um transe de matizes indianas ao descortinar seu Hotel Shiva pela primeira vez em uma apresentação pública, para além de seus círculos internos. Enquanto o artista de Guarulhos mostrava seu lado músico disparando bases e tocando flautas, um trompete de madeira e kalimba, a multiinstrumentista paulistana exibia seu domínio do kotô – uma gigantesca e tradicional cítara japonesa – sobre bases eletrônicas que às vezes desfaziam-se em texturas e noutras marcavam beats, quase sempre distorcendo o timbre ancestral com seus pedais de efeito. Edgar desafiou-se a passar toda a apresentação sem soltar sua conhecida voz, deixando-a soar apenas como um vocalise no último movimento da peça contínua que os dois mostraram por uma hora, como Lorena já vinha cantando sem palavras no decorrer da noite. Ornando a apresentação, vídeos traziam trechos de filmes indianos que ajudavam-nos a entrar pela recepção deste Hotel, que deve virar disco em breve.
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O encontro do Novíssimo Edgar com Lorena Hollander parece musicalmente improvável, uma vez que os experimentos de canto falado do poeta de Guarulhos parece ter poucas intersecções com o trabalho que a multiinstrumentista toca em seu projeto pessoal Ushan, mas os dois se encontraram ao cantar sobre música como cura e juntos apresentam o espetáculo Hotel Shiva, que definem como um portal que se abre para um espaço-tempo que faz forças arquetípicas e tecnologias intuitivas se encontrarem usando instrumentos eletrônicos e ancestrais como o koto (harpa tradicional japonesa) e a kalimba, além de guitarras, sintetizadores e percussão e conduz seu transe hipnótico nesta terça-feira, no Centro da Terra. O espetáculo começa sempre às 20h e os ingressos já estão à venda no site do Centro da Terra.
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Numa cartada ousada e acertada, Odair José abrirá o show que o Brian Jonestown Massacre fará no Brasil no dia 28 de novembro, no Cine Joia. A ótima banda paulista Ema Stoned também fará parte da programação, abrindo a noite, mas ela de alguma forma está dentro do espectro psicodélico noise da banda dos Estados Unidos. Já o veterano outsider Odair José pode parecer peixe fora d’água aos ouvidos incautos, mas tem tudo para funcionar bem como aquecimento para show, numa aposta tão firme quanto a escolha de chamar o Trio Mocotó para abrir o último show que a mesma banda fez por aqui há dois anos, na mesma casa de shows. Assim que se faz.
Quando Neil Young lançou “This Note’s for You”, em 1988, criticava a forma como as marcas vinham se apropriando do rock, apontando o dedo na cara da Budweiser, cujo slogan na época era “This Bud’s for You”. Quase quarenta anos depois, a música infelizmente segue fazendo sentido, só que com outros mercadores, e logo após parar de produzir material para o Facebook e Instagram quando soube que a empresa estava testando a inteligência artificial de seus robôs de conversa com menores de idade com conotações sensuais, resolveu deixar claro que essa sempre foi sua luta ao ressuscitar, pela primeira vez em 28 anos, a faixa no palco, quando se apresentou com sua nova banda Chrome Hearts em Toronto, no Canadá, quando emendou a canção de protesto com o hit da mesma época, a clássica “Rockin’ in the Free World”, num bis com mais de treze minutos.
Assista abaixo: Continue
Ao fuçar nos arquivos do Radiohead para fazer os arranjos para a peça Hamlet/Hail to the Thief, em que os diretores Christine Jones e Steven Hoggett conectaram a peça de 425 anos de Shakespeare ao disco paranoico de 2003 da banda, Thom Yorke deparou-se com performances que a banda fez das músicas desse disco em diferentes concertos entre 2003 e 2009 e animou seus companheiros de banda a lançar uma versão ao vivo do disco mais desconexo da discografia do grupo inglês. O resultado é Hail to the Thief (Live Recordings 2003-2009), que o grupo acaba de disponibilizar digitalmente e que toma versões físicas a partir do próximo dia 31 de outubro (e já em pré-venda). Com gravações feitas em Londres, Dublin, Amsterdã e Buenos Aires, segue a mesma ordem de músicas do disco original (mas conta com duas baixas, “Backdrifts” e “A Punchup at a Wedding”) e soa bem mais intenso e vivo do que sua versão original em estúdio. Assista abaixo o grupo tocando a versao de “2 + 2 = 5” gravada em Londres em novembro de 2003 que abre o disco: Continue
Charli XCX fez o último show da turnê de seu disco Brat nessa sexta-feira, em Seul, na Coréia do Sul. Parece que agora o verão Brat chegou mesmo ao fim. Mas ao mesmo tempo ela lançou o primeiro teaser sobre seu próximo projeto, o documentário fake The Moment sobre a ascensão de uma cantora pop, escrito e dirigido pelo escocês Aidan Zamiri, que estreia na direção de um longa depois de dirigir clipes (como “360” da própria Charli e “Birds of a Feather” da Billie Eilish), que ainda terá participações de Alexander Skarsgård, Rosanna Arquette, entre outros. O teaser mostra apenas uma claquete com o nome do filme dando início a uma gravação, o que parece marcar que a partir de agora esse é o assunto da nossa querida XCX. Vamos ver… Continue
O King Gizzard & The Lizard Wizard não para! Depois de ter lançado o melhor disco de 2025 até agora – o inacreditável Phantom Island – e de ter tirado seus discos do Spotify, eles seguem fazendo shows intermináveis e barulhentos com uma agenda intensa desde maio deste ano. E acabaram de premiar o público que foi vê-los na primeira noite do seu próprio festival – Field of Vision, em Buena Vista, nos EUA, em que prometerem shows de três horas em cada uma das noites – com uma participação especialíssima, ao convidar ninguém menos que Jello Biafra para dividir o palco com eles na clássica “Police Truck”, dos Dead Kennedys. Vestindo uma camiseta pró-Palestina, Jello, em ponto de bala, encerrou a apresentação chamando o grupo de sua banda favorita, além de gritar “Palestina livre e fuck the police!”. Bora!
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Saiu a divisão por dias do festival chilenos Primavera Fauna e a gente ainda sem saber se o Weezer toca em qual festival aqui, se vai ter mesmo Massive Attack no Brasil e se algum herói pode trazer o Mogwai pra nossa área… Dá vontade de ir pra Santiago, diz aí.