Festival Zunido: Marcos Valle com Azymuth, Last Poets e Kid Koala e muito mais
2023 empilhando festival atrás de festival – então toma mais um pra incluir na sua agenda. O Festival Zunido acontece este mês no Sesc Pompeia e reúne o trio Azymuth com o mestre Marcos Valle, traz o DJ Kid Koala mais uma vez ao Brasil e nos presenteia com a primeira vinda dos Last Poets, um dos grupos pioneiros na história do rap, ao país. “O mais importante é a questão dos encontros e das sonoridades que se juntam nessas delicadezas e dissonâncias”, explica Talita Miranda, que assina a curadoria do festival ao lado de Rodrigo Brandão e da curadoria de música do Sesc Pompeia, “são transformações e releituras a partir de uma base da música negra, da diáspora africana, o quanto a gente busca essa transformações e essa mistura, então vai ter sempre o hip hop, jazz, afrojazz, o afrossamba e, claro, dar uma ênfase específica para a música brasileira.”
A primeira edição do Zunido começa na próxima quinta-feira, dia 9, e vai até o dia 19 de março, sempre na Comedoria do Sesc Pompeia. A primeira atração, na própria quinta, é a roda de sambajazz puxada pela pianista Maíra Freitas, que reuniu seu Jazz das Minas. No dia seguinte, 10, Marcos Valle divide o palco com o clássico trio de jazz funk samba Azymuth, num encontro que promete ser histórico. Para encerrar a primeira semana, o DJ Kid Koala, monstro do turbtablism que já passou pelo Brasil algumas vezes, traz sua nova apresentação, quando divide o palco com a canadense Lealani, que além de cantar, também toca guitarra e MPC. Koala toca duas noites, no sábado, dia 11, e no domingo, dia 12. A semana seguinte começa na quinta, dia 16, com a apresentação do projeto Sonorado, em que o produtor Pupillo passeia por trilhas sonoras de novelas, projeto que encubou durante a pandemia e agora mostra ao vivo com Thomas Harres, Marcio Arantes, Antonio Neves, Limma e Guri.
Na sexta, dia 17, o produtor baiano Dr. Drumah mostra seu novo projeto, Nu-Konduktor, enquanto o rapper Rodrigo Ogi, em uma segunda apresentação, toca ao lado de uma banda (e será que mostra músicas do tão aguardado disco novo?). O festival termina com duas apresentações únicas dos ancestrais Last Poets, paladinos do spoken word norte-americano que, no começo dos anos 70, anteciparam as transformações líricas que a música afrodescendente começava a atravessar, antecipando o canto falado do hip hop, que mudou a música do planeta. O primeiro show é no sábado, 18, e o segundo acontece no domingo, 19, encerrando o festival.
“Last Poets é um Santo Graal, né?”, comenta Rodrigo Brandão, felizaço por estar conseguindo trazê-los pela primeira vez ao Brasil. “Antes deles, que se tem notícia, só o Amiri Baraka, que era uma coisa mais jazzística, mas o Last Poets são o DNA mais profundo do hip hop, porque já tinha a coisa das letras mais política e eles também limpam a fórmula e deixam só os tambores e a voz – e quando é só tambor e lírica, é hip hop! E sem contar na influência direta deles em muitos artistas, através do uso de samples, que vai de A Tribe Called Quest a N.W.A., passando por Notorious B.I.G. e Kanye West – é muita expressão diferente dentro do hip hop e todo mundo apontando pros caras”. O festival começa nesta quinta-feira e os ingressos já estão sendo vendidos aqui.
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