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Clipe

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O inquieto Rafael Castro não conseguiu se conter e lança “Adrian”, música inspirada na namorada do protagonista do filme Rocky – Um Lutador, que consagrou Sylvester Stallone, canção inspirada pelo nocaute que a pandemia nos deu: “No meio da pandemia tudo quanto é artista tá sobrevivendo no vermelho, se ferrando legal e cortando um dobrado pra se manter com o auxílio mixaria do Paulo Guedes”, ele explica no texto que acompanha o novo clipe, em que sai de skate e máscara pela noite nas ruas de São Paulo.

“Nessa situaçãozinha é inevitável não lembrar do Rocky Balboa: o lutador fracassado que acaba lutando contra o campeão e tem como único objetivo ficar em pé até o final da luta, e quando consegue, completamente arrebentado, tudo que ele precisa é de um carinho da sua mina. Assim, ele grita ‘Adriaaaan’ e a audiência vai às lágrimas com essa ressignificação doída e doida do paradigma de vitória”, ele continua. “A música lembra desse Rocky e assunta com as vitórias, derrotas, apostas e lutas da nossa vida, da infância de maloqueiragem até hoje, de pobre contra pobre, desde quando cheirávamos cola e tentávamos tirar manobras no skate. Em 2020, todo dia é uma luta contra o Apollo Creed, mas a Adrian vai cuidar de tudo. Ela dá o backflip.”

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O vocalista do National Matt Beringer lança “Distant Axis”, composta ao lado do vocalista do grupo Walkmen, Walter Martin. A faixa, cujo clipe brinca com um truque simples para emular a falta de gravidade numa tela, é mais um single de seu primeiro disco solo, Serpentine Prison, produzido por ninguém menos que Booker T. Jones.

Serpentine Prison será lançado em outubro.

ABCYÇWÖK

“Em 2005 a gente teve a idéia de fazer umas musicas com cada um mandando um canal, ou outro devolvia dois, daí o primeiro devolvia três. Quando já tinha som o suficiente, a gente mixava e passava pra outra. Isso usando a tecnologia disponível da época, que já era assombrosa na gravação e edição de áudio, mas com uma internet bem lenta”. John Ulhoa, o guitarrista do Pato Fu, puxa a memória para lembrar o início de seu projeto ao lado de André Abujamra, de impronunciável nome de ABCYÇWÖK, em um papo por email. O disco finalmente vê a luz do dia e a dupla mostra clipes para duas músicas de projeto aqui no Trabalho Sujo.

O resultado é um estranho disco de dance music com intervenções de ruído, que empilha timbres explicitamente retrô dos anos 80 e 90 com melodias hipnóticas, efeitos caseiros, sonoplastia eletrônica ou feita com a boca, cantos verborrágicos de André e gemidos distorcidos de John. Mas a esquisitice sempre soa familiar como se reconhecer num espelho distorcido. É um disco que brinca com a ideia de pop a partir da possibilidade de não soar pop – algo que os dois fingem que não conseguem.

“Fomos brincando disso, e nuns dois anos fizemos umas cinco músicas”, continua o guitarrista. “Aos poucos fomos parando, e só retomamos agora na quarentena. Daí em uma semana fizemos mais seis músicas! Por isso dizemos que o disco foi feito em 15 anos e uma semana.” A amizade dos dois começou em uma das premiações da MTV brasileira nos anos 90 – eles já se conheciam à distância, tanto pelas bandas de John (Sexo Explícito e Pato Fu) e pelas de André (Os Mulheres Negras e Karnak), mas o encontro nos bastidores fez seus caminhos se encontrarem. “Eu produzi o Tem Mas Acabou do Pato Fu e isso fez a amizade crescer e pensar sempre em fazer alguma coisa juntos”, lembra André. John compôs para o Karnak e as duas bandas até se apresentaram juntos. “Mas o mais importante mesmo foi termos formado um dos piores times de futebol da história do Rock Gol MTV. Tomamos goleadas de dois dígitos históricas”, lembra John sem remorso.

Não havia rumo definido para o novo trabalho. “Absolutamente nenhum”, reforça Abujamra, citando aleatoriamente o músico havaiano Israel Kamakawiwo’ole como referência, e assim seguiram após o início da quarentena. “A ideia começou fazendo com o John em BH e eu em São Paulo, já estávamos em quarentena há 15 anos”, brinca André, reforçando o tom caseiro do disco. “Nunca nos encontramos pra gravar nada”, lembra John. “Até a capa foi feita no mesmo esquema. Abrimos um projeto gráfico, cada um ia colocando um traço, um desenho, uma camada.”

https://www.youtube.com/watch?v=38-KhvsNF04&feature=youtu.be

O estranho nome tem duas versões, explica John: “Uma é que é um nome alienígena que uma mulher de quatro braços escreveu no banheiro químico de Chernobyl segundos antes do sétimo gol da Alemanha ou algo assim. E a outra versão é que criamos o nome igual ao disco: numa conversa no whatsapp, cada um foi mandando uma letra em sequência.” Eles não pretendem fazer shows do projeto, mesmo quando for possível. “Sinceramente, não sei se consigo tocar essa músicas ao vivo, elas são muito doidas”, continua o guitarrista mineiro. “Só se fizermos um show de dança, com playback. Acho que elas ficam legais com os videos que o Abu está fazendo, acho que é a melhor expressão delas.”

ABCYÇWÖK-capa

Além do recém-lançado projeto, os dois seguem tocando seus projetos pessoais. André nem começa a listar: “Preciso de 12 mil linhas, então não quero responder”, desconversa, lembrando que já está trabalhando na segunda parte de sua tetralogia elemental, que começou com o filme-show Omindá, sobre água, e que agora fala sobre fogo. Já John acabou de produzir o novo disco solo de sua parceira Fernanda Takai. “Fiz um gravação solo para uma homenagem ao Arnaldo Baptista pelos 72 anos, além de várias outras pequenas produções nessa demanda de lives e videos para conteúdo de canais. O Pato Fu tem feito umas versões de nossas músicas antigas, com cada um gravando de sua casa. Tô começando uma trilha de teatro também. Muita coisa, não posso reclamar de falta do que fazer…”, concorda John. Mas o ABCYÇWÖK não termina no disco. “Estamos pensando em clipes multimilionários, um Instagran e talvez um CD novo feito em uma semana.”

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O grupo nova-iorquino de nome impronunciável !!! (embora pronuncie-se “chk chk chk” em vez de obrigar os fãs a chamá-los de “três pontos de exclamação”, anuncia novo EP, Certified Heavy Kats, para o final deste mês e apresenta o primeiro single, “Do the Dial Tone”, como aperitivo.

O disco terá outras seis faixas e conta com participações de nomes como o vocalista do grupo conterrâneo Liars Angus Andrew e a vocalista do grupo inglês Sink Ya Teeth Maria Uzor e já está em pré-venda. A capa e o nome das músicas vêm abaixo:

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“Do the Dial Tone”
“Maybe You Can’t Make It”
“Tighten the Grip”
“Let It Fall”
“Wonderful Life”
“Take It Easy”
“Walk It Off”

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Os veteranos Eminem e Kid Cudi dividem o microfone pela primeira vez e fazem seus velhos pseudônimos se encontrarem no single “The Adventures Of Moon Man & Slim Shady”, colaboração que mostra que ambos seguem firmes e fortes, mas que talvez tivesse um impacto maior se acontecesse há dez anos.

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Mesmo quarentenados, a dupla inglesa Massive Attack encontrou tempo para deschavar esse estranho momento que vivemos. “A quarentena expôs os melhores aspectos e as piores falhas da humanidade”, disseram ao lançar o novo EP, Eutopia, que toca precisamente nesses pontos. “Esse período de incerteza e ansiedade nos forçou a meditar sobre a necessidade óbvia de mudar os sistemas prejudiciais através dos quais vivemos”, explicaram.

O disco conta com três faixas, cada uma delas uma colaboração com outro artista e com outro pensador sobre três temas básicos. “Ao trabalhar com três especialistas, criamos um diálogo sonoro e visual em torno dessas questões estruturais globais: emergência climática, paraísos fiscais e renda básica universal” e assim parearam o grupo escocês Young Fathers com o economista inglês Guy Standing, o MC norte-americano Saul Williams com o professor francês Gabriel Zucman e o grupo norte-americano Algiers com a autora do acordo climático de Paris Christiana Figueres. Cada faixa é batizada com o nome dos colaboradores (“Guy – Young Fathers”, “Christiana – Algiers” e “Gabriel – Saul”) e foi ilustrada visualmente pelo colaborador do grupo Mario Klingemann.

“O espírito deste EP, seus elementos e idéias não têm nada a ver com noções ingênuas de um mundo ideal e perfeito, e tudo a ver com a necessidade urgente e prática de construir algo melhor”, encerram seu manifesto. “Nesse sentido, Eutopia é o oposto de um erro de ortografia.” Cada clipe encerra com uma frase do livro Utopia, de Thomas More: “Seria muito mais justo fornecer a todos meios de subsistência, para que ninguém tenha a terrível necessidade de se tornar primeiro um ladrão e depois um cadáver”, “nunca há escassez de criaturas horríveis que atacam seres humanos, arrancam sua comida ou devoram populações inteiras; mas exemplos de planejamento social sábio não são tão fáceis de encontrar” e “”Nenhuma criatura viva é naturalmente gananciosa, exceto pelo medo da falta – ou, no caso dos seres humanos, da vaidade, a noção de que você é melhor do que as pessoas se puder exibir mais propriedades supérfluas do que elas”. Isso é um livro publicado no ano MIL QUINHENTOS E DEZESSEIS…

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Os Flaming Lips lançam mais um single de seu próximo álbum, American Head, que vai ser lançado em setembro: a balada psicodélica idílica “Dinosaurs On The Mountain”, em que seu vocalista Wayne Coyne canta sobre querer ver os dinossauros brincando nas montanhas. Que cena.

Seis anos do 7 a 1

gambitos2020

O Gambitos de Fabio Bianchini lembra a data do vexame da seleção brasileira de 2014 ao lançar o clipe de um single que traduz o espírito dos dias de hoje, “Uma Palavra em 7a1emão”, nesta quarta-feira, 8 de julho. “Não tem como dar tudo certo; tudo errado também não vai dar; tentar um média decente é a história de qualquer lugar”, ele sussurra sobre uma base indie-pop com guitarra praiana, lembrando que desde então “todo dia é um 7 a 1”.

O clipe ainda tem uma versão instrumental, pra você cantar com os amigos.

“Uma Palavra em 7a1emão” faz parte do EP Ilha de Pathos pt. 2 que ele lançou no final de abril pelo Midsummer Madness.

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Energy está vindo aí e os irmãos Howard e Guy Lawrence estão preparando o terreno direitinho para consolidar o nome de seu grupo Disclosure como um dos principais da pista de dança deste século – mesmo que os tempos de quarentena tirem esse gostinho da gente. “My High”, o novo single deste novo álbum que chega em agosto, é a primeira incursão da dupla no hip hop, quando chamaram os MCs ingleses Slowthai e Aminé para aditivar ainda mais uma música naturalmente frenética. E o hilário clipe gravado antes de entrarmos em quarentena ajuda a aumentar a expectativa…

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Ernest Greene agenda o lançamento do próximo álbum de seu Washed Out e a partir das músicas que ele já lançou (“Too Late” e “Face Up“, esta última lançada através do Adult Swim do Cartoon Network), o produtor, cantor e compositor norte-americano retoma o caminho rumo à melancolia e à tranquilidade musical características do chillwave, depois de ter explorado seu lado mais funky no disco Mister Mellow, que ele lançou em 2017 pela gravadora de hip hop Stones Throw. Purple Moon marca seu retorno à Sub Pop e a uma sonoridade mais próxima do que espera-se de seu trabalho, reforçado pelo novo clipe da irresistível “Time to Walk Away”.

A capa do disco (já em pré-venda) é aquela aí de cima e a ordem das músicas segue abaixo.

“Too Late”
“Face Up”
“Time to Walk Away”
“Paralyzed’
“Reckless Desires”
“Game of Chance”
“Leave You Behind”
“Don’t Go”
“Hide”
“Haunt”