Clipe

Curitiba pode não ter uma tradição de bandas de rock, embora alguns exemplos esporádicos mantenham essa chama acesa na capital paranaense. Um destes é o grupo Blindagem, que na virada dos anos 70 para os anos 80, conseguiu sair das fronteiras do estado especialmente por sua conexão com o poeta Paulo Leminski, que era parceiro do vocalista original da banda, Ivo Rodrigues, que faleceu há doze anos. Mas o grupo seguiu em atividade e agora preparam-se para o relançamento de seu disco de estreia, batizado apenas com o nome da banda, que foi lançado em 1981. Para voltar no tempo com novidades, os remanescentes Alberto Rodriguez (guitarra e vocal), Paulo Teixeira (guitarra e vocal), Paulo Juk (baixo) e Marinho Jr (bateria), resgataram a música inédita “Saca Marmanja”, que foi gravada para o primeiro disco mas ficou de fora e é a única colaboração de Leminski com todos os integrantes da banda. Além da versão arqueológica, que será lançada nessa sexta-feira mas pode ser ouvida em primeira mão aqui no Trabalho Sujo, o grupo também preparou um clipe com imagens da banda ao vivo na época, ainda com seu vocalista original. “Nossos últimos meses tem sido de muita expectativa, uma mais positiva que a outra”, explica o baixista Juk. “Encontrar ‘Saca Marmanja’, que pode-se dizer que foi a única obra que a banda compôs coletivamente com nosso amigo Paulo Leminski, foi um achado muito valioso. Ela ficou perdida por quase 40 anos. Chegamos a gravá-la para o primeiro LP, mas por fugir muito ao estilo do álbum, acabou ficando de fora. Nunca mais tocamos a música ao vivo, nem gravamos em nenhum álbum seguinte. E, de repente, encontrar essa gravação foi fantástico! Depois, poder ouvi-la remasterizada, mesmo se tratando de um ensaio, foi muito emocionante!”.

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Às vésperas da eleição, Edgar recupera uma música de seu EP Ultravioleta para reforçar a importância da mensagem que quis passar. “Essa música foi feita durante o período de pandemia, quando tava esse bombardeio de fake news do bolsonarismo e eu acho muito importante voltar agora, porque a gente tá vendo esse cara nos debates falando só merda e mentira, então é hora de soltar de novo esse som”, explica o artista de Guarulhos, que antecipa em primeira mão para o Trabalho Sujo o clipe de “Fake News”, que lançará neste sábado. O clipe foi dirigido por André Oliveira Cebola, que explica o processo do clipe totalmente digital: “Primeiro foram geradas imagens através de inteligência artificial e para gerar essas imagens, peguei trechos da letra do Edgar e usei como input para a inteligência artificial interpretar essas frases e gerar imagens baseadas no que ela achou mais relevante”, explica o diretor. “É um processo aleatório, se eu usar a mesma frase duas vezes, ela irá gerar duas imagens diferentes. O resultado nunca será igual. O segundo processo na criação foi pegar essas imagens e reinterpretar, modificar, através de arte generativa – programação criativa, num software que eu mesmo desenvolvi. Então o que vemos não é a imagem original da inteligência artificial e sim a base dela mas com modificações”.

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A dupla Carabobina, formada pelo boogarin Raphael Vaz e pela produtora Alejandra Luciani, faz duas apresentações no Centro da Terra nas próximas semanas e batizaram suas duas sessões com o título do single cujo clipe eles lançam em primeira mão aqui no Trabalho Sujo, “Terranoite”. “Foi a primeira música sem beat que fizemos, bem diferente do que toca no nosso primeiro álbum”, explica Fefel. “Acho que nos inspiramos um pouco no disco Sung Tongs, do Animal Collective, onde tem aqueles mantras acústicos de poucos acordes e vários minutos. Usamos o cuatro venezuelano e sintetizadores pra criar uma paisagem variável. Na ideia, essa música é gigantesca e no show pode até ser isso que aconteça ao vivo.” Assista abaixo. Continue

A cantora curitibana Betina começa a mostrar como será seu terceiro álbum a partir de uma música que fez com os Boogarins em plena fase vermelha da pandemia, no ano passado – e “Polaroids”, que você pode ouvir abaixo, estreia com vídeo dirigido pela própria cantora, com a participação de três quartos do grupo goiano (Dinho, que produzirá o disco, tocando guitarra, Fefel tocando synth e Ynaiã fazendo o beat), além de Bonifrate no baixo e Jojo Augusto da Silva (que toca com Filipe Catto) na outra guitarra. “Demos início a esse processo depois que desenvolvi alguns beats num laboratório meu que já andava fazendo sozinha e dividindo as letras com o Dinho, enquanto Diogo (Valentino, ex-Supercordas, que também produz o disco) botava sempre ordem nas ideias para soar bonito e coeso”, lembra a cantora. “Nesse processo percebemos que uma música que já havia sido iniciada com Lucas Moura, da Glue Trip, teria espaço nesse disco, então ele é um dos convidados. ‘Polaroids’ dentre as músicas do álbum é anterior a tudo isso, mas faz muito sentido ser a primeira por ter sido de fato aquela que amarrou essa construção de mãos para disco, que dá o tom da soma que tivemos”. O disco ainda não tem previsão de quando será lançado, mas outra convidada do álbum é a cantora Luiza Lian.

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(Foto Helena Wolfenson/Divulgação)

Fazer música como um processo de cura. Embora a ideia de “Canção de Cura”, segundo single que Sessa lança antes de seu segundo disco solo, Estrela Acesa, que será lançado no mês que vem, esteja ligada ao processo de cura dentro da paixão, acenando inclusive para um clássico de Drummond, a faixa também está ligada à produção cultural no momento drástico que o Brasil atravessa. A faixa está sendo lançada nesta quarta-feira e fecha uma trilogia de clipes que Sessa fez com Gabriel Rolim, que pode ser assistido abaixo. Continue

Ainda sem previsão de lançar seu primeiro disco, o cantor e compositor paulistano Pedro Bienemann lança o clipe de “Ultravioleta”, seu novo single, em primeira mão no Trabalho Sujo. Ele lembra que sonhou com a letra da música ao acordar ouvindo “Babá Alapalá” de Gilberto Gil e ser conduzido a compor a canção cujo clipe acabou materializando a ideia que teve no sonho. “Liguei para meu irmão (o diretor João Paulo Bienemann), contando a história e dizendo que isso poderia dar num clipe, e ele e Manoela Aliperti abraçaram a ideia”, lembra o autor da canção. “Começamos a desenvolver um roteiro a partir daí, com muitos colaboradores e colaboradoras e sem nenhum real no bolso, e conseguimos uma estrutura mínima para realizar o projeto com o apoio de uma produtora audiovisual, a Daquela Produtora, que nos cedeu uma câmera e um computador para que pudéssemos editar o clipe”. O clipe conta com a presença de alguns colaboradores de Pedro, como o baterista Pedro Lacerda, o tecladista Leon Perez e a cantora Yma, que assina a direção de arte do clipe. “‘Ultravioleta’ é um devaneio em um dia de calor, sol e suor, é tato e cheiro de pele quente com água doce de rio, sem margem”, continua Pedro, “é o trabalho com mais mãos que já fiz, um aprendizado gigante e um processo lindo e enorme na minha carreira como artista solo.” Assista ao clipe abaixo: Continue


(Foto: Thaysa Paulo/Divulgação)

A dupla fluminense Gorduratrans finalmente sai do casulo criativo que se meteu depois de lançar seu segundo álbum, Paroxismos, em 2017. “Demos uma pausa nas atividades da banda num período crítico pra nós, ali pelo final de 2018”, lembra o guitarrista e vocalista Felipe Aguiar. “Nossos outros trampos consumindo todo nosso tempo, desânimo, Luiz saindo da Baixada Fluminense até a Gávea, na zona sul, todo dia de manhã pra tentar terminar a faculdade. Começamos a compor algumas coisas ainda em 2019 e logo veio a pandemia. Também não tínhamos a infraestrutura pra produzir um trampo novo com a cara que queríamos e foi a soma dessas coisas todas que fez com que passasse tanto tempo até conseguirmos as condições ideais pra produzir e gravar nosso terceiro disco.”

A primeira amostra é “Enterro dos Ossos”, que traz a dupla, que é um dos melhores grupos de indie rock brasileiro atualmente, apontando para um caminho ainda mais tenso e dolorido que o que já percorria – com a inclusão de um novo adjetivo: pesado. “Essa música carrega muito a nossa essência, da linguagem e da nossa identidade sonora até aqui”, continua o guitarrista. “Achamos que ela seria um bom primeiro single por ter esse espírito jovem que sempre foi uma das assinaturas da banda, tem suas diferenças, como a temática, mas, ao mesmo tempo, dá pra visualizar muito do nosso primeiro disco ali.” Assista abaixo: Continue


(Foto: Victor Caldas)

Conhecidos na cena musical paulistana por integrar o grupo Música de Selvagem e trabalhos com outros artistas, o trompetista Amílcar Rodrigues e o baterista Guilherme Marques reuniram forças e a experiência de quinze anos trabalhando com improviso livre num duo que mostra a cara pela primeira vez aqui no Trabalho Sujo, onde eles lançam em primeira mão o primeiro single do projeto chamado (i)miscível, que conta com a participação de Juçara Marçal na faixa “Experimento_14_17.17”. Assista abaixo: Continue


(Foto: Wendey Meyer)

Bons ventos do Rio trazem mais um disco promissor vindo do outro lado da Dutra. Raquel Dimantas toca baixo e synth nas bandas dos compadres Marcelo Callado e Thiago Nassif e está preparando o lançamento de seu primeiro álbum 8 Hits! para ser lançado este mês e dá o ar de sua graça em primeira mão para o Trabalho Sujo (assista abaixo), onde estreia o clipe do primeiro single, “Lunares”, que chega às plataformas digitais nesta quarta-feira. “Foram mil camadas e texturas adicionadas ao longo de três anos de produção, trabalhado junto com os três produtores Jonas Sá, Thiago Nassif e Bruno di Lullo”, ela me explica por email. “No início, imaginei que ele seria um álbum instrumental, mas ele foi ganhando novas formas, textos, cores e canais. Acredito que seja um disco de personagens – cada faixa tem um gosto.” E o primeiro gosto é justamente a lesada “Lunares”, que lentamente abre as cortinas deste espetáculo tropicalista à medida em que mostra o caminho torto e psicodélico para onde o disco vai. Continue

“Uma música de acolhimento”, é assim que Fernanda Takai define “Amor em Tempos de Cólera”, parceria que fez à distância com Virginie Boutaud, ex-vocalista do Metrô. A música foi composta pelas duas antes da pandemia, mas só foi lançada em 2020, no álbum Será que você vai acreditar?, à sombra dos dias pesados que ainda atravessamos, e funciona como um raio de sol nesses dias tão tristes (mesmo com seu climinha de chuva). E agora ela ganha um clipe que estreia em primeira mão no Trabalho Sujo (assista abaixo). “Finalmente temos imagens que celebram a inédita parceria que fiz com Virginie”, comemora Fernanda. “A canção foi feita à distância entre Belo Horizonte e Saint Orens no fim de 2019 e lançada em julho de 2020 e o diretor Rodolfo Magalhães nos cedeu imagens que ele fez em sua terra-natal, Muzambinho, em Minas Gerais, enquanto Dudi Polonis editou e animou de forma muito poética. Acho que o vídeo conseguiu trazer toda a suavidade da composição que tenta ser um abraço nesses tempos brutos em que vivemos”. Fernanda lança finalmente o disco de dois anos atrás ao vivo neste fim de semana, quando se apresenta nos dias 25, 26 e 27 de fevereiro no Sesc Vila Mariana (mais informações aqui).

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