De nortista a nordestino
A primeira vez que a palavra “samba” aparece documentada na história do Brasil foi num jornal pernambucano. O primeiro cantor a mudar a forma de cantar antes mesmo da chegada do microfone não foi Mario Reis e sim o alagoano José Luis Rodrigues Calazans, o Jararaca. O grupo Oito Batutas de Pixinguinha e Donga, antes de se vestir de terno e fazer turnês internacionais, fantasiava-se de nordestinos para tocar música regional do Recife e de Salvador, bem como o primeiro grupo de Noel Rosa e Almirante. Estas foram algumas das muitas revelações que Caçapa apresentou na terceira aula do curso História Crítica da Música Brasileira, que estou ministrando aos sábados no Sesc Pinheiros. A aula desta semana foi sobre música nordestina – ou, como se referia no começo do século passado, nortista – e o professor preferiu se debruçar nas três primeiras décadas do século 20 para mostrar como esta sonoridade ajudou a consolidar a música popular como sucesso de massas e a indústria fonográfica como plataforma para esta mesma música – e porque ninguém mais fala sobre isso hoje em dia. No próximo sábado recebo Pérola Mathias para falarmos sobre a mulher na história da música brasileira. Até lá!
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