Três artistas de gerações diferentes sincronizaram-se às frequências do Inferninho Trabalho Sujo nessa sexta-feira, quando realizamos mais uma edição no Cineclube Cortina. A noite começou com a estreia da maravilhosa Tontom, que fez seu primeiro show em São Paulo com a desenvoltura de artista estabelecida, que contrasta com seu ar pós-adolescente. Ela ainda trouxe uma banda da pesada, formada por uma parte boa da atual cena do Rio de Janeiro, com Paulo Emmery na guitarra, Vovô Bebê no baixo, Manuella Terra na bateria e Antonio Dalbo nos teclados, todos recriando o pop irresistível produzido e arranjado por Guilherme Lírio no ótimo EP Manias 2000. Ela ainda aproveitou para tocar músicas inéditas e versões, como “Gente Aberta” de Erasmo Carlos e o hit “Lunares” de sua irmã Raquel Dimantas, além de repetir seu hit “Tontom Perigosa” no bis.
Depois foi a vez do Cidade Dormitório submeter o público reunido em sua psicodelia psicodramática, que começou com o baterista Fábio Aricawa sozinho no palco com a guitarra. Foi uma introdução premonitória – e até singela – para a densa viagem promovida pelo grupo, que singrou pelos sentidos entre as paisagens emocionais desoladas das letras superpostas sobre os fractais multicoloridos do som, tudo isso conduzido pela bateria de Fábio ao lado do baixo pesado de João Mário e pelos solos em fúria e discursos intermimáveis de Yves Deluc e segunda guitarra de Lllucas, além de todos assumirem vocais em diferentes momentos do show. O público cantou junto com o grupo músicas de todos seus discos, como Esperando o Pior, Fraternidade-Terror, Verões e Eletrodoméstico e, claro, o recente Ruída ou O Começo Me Distrai, elevando o nível da noite para a catarse.
Quem fechou os trabalhos foi o grande Tatá Aeroplano, que subiu com sua Boate Invisível com duas mudanças na formação, pois dois músicos da banda estão em turnê pelo exterior – o sagaz Arthur Kunz segurou bem o ritmo de Bruno Buarque enquanto Bia Magalhães trouxe voz e carisma para compensar a ausência de Malu Maria. Mas Junior Boca, Dustan Gallas e Kika estavam lá chancelando o recente trabalho coletivo do mister, que começou a noite com músicas de seus discos mais recentes (Boate… e Não Dá Pra Agarrar), que consolidou essa nova formação de sua banda, mas também passeou por outros momentos de sua discografia, incluindo a versão que faz para “Ressurreições” de Jorge Mautner, encerrando os shows de sexta com o astral lá em cima. Foi demais!
Na próxima sexta-feira, dia 27, temos uma edição do Inferninho Trabalho Sujo no Cineclube Cortina, desta vez reunindo gerações de artistas diferentes pra mostrar que a cena musical desta década está pegando fogo. A noite começa com a novidade carioca do ano, a cantora e compositora Tontom, que lançou seu EP Mania 2000 este ano, que traz o irresistível hit “Tontom Perigosa”, fazendo sua primeira apresentação em São Paulo. Depois é a vez da nova sensação indie nordestina, o trio sergipano Cidade Dormitório, que volta para São Paulo para mostrar as músicas de seu disco mais recente, Ruína ou O Começo Me Distrai. E finalmente encerramos a noite com a primeira aparição de Tatá Aeroplano no Inferninho, quando o mestre psicodélico mostra seu disco dançanete Boate Invisível com banda completa – e convidados que ainda irão ser anunciados. A noite começa às 21h com discotecagem da Lina Andreosi para terminar com a minha discotecagem ao lado da Francesca Ribeiro, como de praxe nos nossos Inferninhos – e os ingressos já estão à venda. O Cineclube Cortina fica na Rua Araújo, 62, no centro, perto do Metrô República. Vamos?
A edição desta semana do Inferninho Trabalho Sujo no Picles firmou-se em duas vertentes distintas do espectro do rock. A primeira atração foi o power blues do Orange Disaster, que, com duas guitarras, vocal e bateria, começaram a noite rasgando riffs e fazendo o chão tremer. A guitarra-baixo de Carlão Freitas dispara riffs que funcionam como chamados de guerra para os delírios noise do segundo guitarrista, Vinícius Favaretto. Juntos – e propulsionados pela bateria pesada de Davi Rodriguez – eles deixam o púlpito da noite à disposição do vocalista Julio Cesar Magalhaes, que com o visual mais antirrock possível (apesar da camiseta com um pentagrama), dispara sermões apocalípticos que conversam bem com os dias de pior qualidade do ar de São Paulo que temos atravessado. O clima de blues bad vibe descende de formações cruas como Jon Spencer Blues Explosion e Pussy Galore e fez o público grudar no palco. E o Vini no final ainda puxou um cowbell antes de entrar no meio do público. Foi demais.
Depois foi a vez do Antiprisma subir no palco do Picles e o clima pesado dissipou para dar lugar à trama delicada criada a partir do encontro das guitarras e vocais do casal que conduz o grupo, Elisa Moreira e Victor José, que vão do folk ao indie rock sem muito esforço, conduzindo tanto as velhas quanto as novas canções (do disco que o grupo lança ainda esse ano) do susurro à microfonia usando o rock clássico como régua. Ao lado deles, a dupla que forma o grupo Retrato (Ana Zumpano na bateria e Beeau Goméz no baixo), que completa a formação ao vivo do Antiprisma, fecha a cozinha da banda com cumplicidade e sutileza, sem nunca tirar o foco dos dois que deram o tom da segunda apresentação da noite. Depois, eu e Bamboloki começamos anunciando a pista com o tema de Beetlejuice (culpa dela!) para depois permabular pelo rock dos anos 80, o funk brasileiro do início do século, pepitas de dance music e indie rock e um ar meio freak entre o glam rock e o pop brasileiro. Quem foi sabe…
A edição deste mês da festa foi cancelada porque a prefeitura realizará um evento no estacionamento do estádio, impossibilitando o acesso ao Bubu. A próxima edição acontecerá no dia 19 de outubro, fiquem ligados!
Vamso a mais uma de nossas festas em que a acabação feliz dá a tônica pra não acordarmos destruídos no dia seguinte? A Desaniversário deste mês veio um pouco mais tarde mas neste sábado, dia 21, estaremos mais uma vez transformando a pista do Bubu em uma fonte de diversão e dança ininterrupta, começando cedo, como de praxe, pra acabarmos a tempo de aproveitarmos bem o domingo. Eu, Clarice, Camila e Claudinho deixamos o alto astral dominar o recinto e contagiar os presentes com músicas que vocês nem lembravam que conheciam e pessoas que você nem sabia que queria conhecer. A festa, como sempre, acontece no Bubu, que fica na marquise do estádio do Pacaembu (Praça Charles Miller, s/n°), começa às 19h e vai até à meia-noite. Vem dançar com a gente!
Inferninho Trabalho Sujo mais uma vez no Picles e desta vez reunimos duas bandas pra esquentar ainda mais essa sexta-feira 13, ambas pela primeira vez no palco da festa. Começamos com o hard blues com spoken word pós-punk do Orange Disaster e depois recebemos o rock clássico do Antiprisma mostrando as músicas que estarão em seu próximo disco, que está quase saindo do forno. Quem começa a noite e toca antes das bandas é a intrépida Lina Andreosi, que vai encarar sua primeira noite propriamente rock como DJ para depois passar a bola pra mim e pra Bamboloki, que incendiamos a madrugada com aquele toque freak chic que você bem conhece… Vamos?
Agente e testemunha das transformações musicais que mexeram com a vida noturna de São Paulo entre os anos 80 e 90, Camilo Rocha fala de escrever um livro sobre este período desde que a gente se conheceu, no meio dos anos 90, quando ele, recém-chegado da Inglaterra, trouxe o conceito de raves para o Brasil e esteve envolvido na produção de algumas das primeiras festas desse tipo por aqui. Ele cobre música de pista desde essa época, quando enfrentava chiliques de leitores roqueiros raivosos da falecida Bizz que reclamavam que a revista dava espaço para esse tipo de música e foi um dos criadores do mitológico Rraul, site/fórum que deschavava a cena deste tipo de música em todo o Brasil. Depois de décadas de produção, ele finalmente lança Bate-Estaca – Como DJs, drag queens e clubbers salvaram a noite de São Paulo pela editora Veneta e o convidei para participar de mais uma edição da sessão Trabalho Sujo Apresenta, que tenho realizado no Cine Belas Artes, desta vez trazendo o autor para falar do livro antes de vê-lo discotecar no mezanino do cinema. A festa acontece no dia 12 de setembro e eu mesmo converso com Camilo a partir das 19h30 para, uma hora depois, entrarmos no modo discotecagem, quando teremos a DJ Linda Green como convidada da noite. Os ingressos já estão à venda neste link. O Belas Artes fica na rua da Consolação, 2423, do lado da Estação Paulista da Linha Amarela do metrô.
A maior edição do Inferninho Trabalho Sujo, que aconteceu nesta quinta-feira, também foi uma experiência auditiva. Se nas outras edições privilegiávamos o calor humano de um espaço pequeno em que bandas poderiam aquecer ainda mais a noite com o volume de seu som, desta vez trazendo para o palco de pé direito alto da Casa Rockambole optamos por uma edição celestial em que a sensibilidade e a delicadeza estivessem em primeiro plano, sem que isso diminuísse a temperatura da noite. E o crescendo musical e energético que começou com voz e violão e acabou com uma banda de rock fez o público subir a expectativa cada vez a cada nova apresentação, devidamente saciada após cada um dos shows.
A primeira edição do Inferninho Trabalho Sujo de setembro é das grandes! Vamos reunir cinco shows na próxima quinta-feira, dia 5, na Casa Rockambole. Quem abre a noite é a novata paulistana Luiza Villa, mostrando suas primeiras composições solo, seguida do encontro das cantoras sergipana e mineira Tori e Júlia Guedes, misturando os próprios repertórios. Depois é a vez de Marina Nemesio mostrar as músicas que farão parte de seu primeiro disco solo. E ainda temos a banda baiana Tangolo Mangos encerrando uma extensa turnê que fizeram pelo Brasil no útlimo mês, antes da atração que fecha a noite, quando Sessa sobe ao palco para mostrar as músicas de seu disco mais recente, depois de fazer uma turnê pela Europa. Entre os shows, duas duplas discotecam: primeiro Lina Andreosi e Clara Bright e depois eu e a Francesca Ribeiro, deixando a noite ainda mais quente e fluida. A Casa Rockambole fica na Rua Belmiro Braga, 119, em Pinheiros, os shows começam a partir das 19h e os ingressos podem ser comprados neste link.
Que tal uma baladinha em plena segunda-feira? Pois é isso o Mancha armou para comemorar seu aniversário esse ano – aquela festa que quem dá o presente é o aniversariante! Ele me chamou pra tocar ao lado de uma tropa de desajustados que mora em seu coração e além de mim também passam pela Casinha o lindo Samurai, a entidade Katia Mello, a madre superiora Claudia Assef, o cascudo Jurássico e o frenético JP, além dele mesmo, que abre a noite. Só entra na festa quem botar nome na lista – e nem cogite chegar em cima da hora sem ingresso querendo chamar alguém pra liberar sua entrada que não vai rolar. Vou tocar lá pela meia-noite, vamo? Onde é a nova Casinha? Quem conhece sabe.
Foi demais a primeira edição do Inferninho Trabalho Sujo no Cineclube Cortina. O povo chegou cedo pra ver as duas bandas da noite, Os Fonsecas e Exclusive os Cabides. A banda paulistana começou a noite fazendo sua melhor apresentação – e tocar com o público cantando tudo junto e com um sonzão deixou o quarteto ainda mais à vontade – Caio, Tim e Thales esmerilhando seus instrumentos e deixando o vocalista Felipe à vontade para hipnotizar o público com suas músicas tortas, especificamente as de seu disco de estreia, Estranho pra Vizinha. Algumas delas tiveram a participação de Nina Maia, que juntou-se aos Fonsecas em três canções.
A apresentação dos Fonsecas deixou o público agulhado para assistir à primeira apresentação dos catarinenses Exclusive Os Cabides mostrando seu segundo disco Coisas Estranhas em São Paulo. E a banda faz jus ao nível do disco, um dos melhores discos brasileiros desse ano, completamente entrosados e soando idênticos à gravação. O público estava completamente sintonizado no disco e pérolas indie que nasceram hits como “Rua da Lua Cheia”, “Luminária de Lava” e “Lagartixa Tropical” deixaram a noite ainda mais quente e expandindo ainda mais o Inferninho Trabalho Sujo! E quinta-feira tem mais!