Lee Ranaldo e a canção da resistência

, por Alexandre Matias

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Tocando apenas com o violão e pedais, Lee Ranaldo passou pelo repertório de seus três discos solo nesta quinta-feira, no Sesc Bom Retiro, mas não deixou de desconstruir o instrumento acústico como fazia com a guitarra nos tempos do Sonic Youth, tocando-o com um arco, efeitos, ecos e distorções. No centro de tudo estavam as canções, guiadas por sua voz, cada vez mais firme, bem como sua intimidade, agora sozinho, com o palco e com seu novo instrumento, nitidamente setentista mas obviamente pós-punk. E a beleza de suas composições, realçadas pelo violão, dão o tom de toda a noite. A única vez que fugiu desse tom foi quando tocou “Thrown Over the Wall”, comentando sobre a política nos EUA, no Brasil e no mundo antes de começar a tocar a música. “Não é onde eu vivo, nem onde você vive, está em todo o lugar”, ele falou, “a ideia é olhar para frente – é isso que eu tenho frisado. Vamos olhar para daqui a cinquenta anos, setenta e cinco anos, não vamos ficar olhando pra trás, setenta cinco anos pra trás, para 1950, 1920 ou 1939…”

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