Júpiter Maçã (1968-2015)

, por Alexandre Matias

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Uma notícia péssima para fechar 2015: embora não haja confirmação 100%, tudo indica que Flavio Basso, o Júpiter Maçã, uma das figuras mais importantes da psicodelia brasileira e do rock gaúcho, passou pro outro plano da existência. A Rádio Guaíba está dando como oficial a notícia em sua conta no Twitter Rádio Guaíba confirma a morte do músico. Júpiter compôs um dos grandes discos do rock brasileiro, a Sétima Efervescência, de 19976, e por esse disco já teria seu nome na história de nossa cultura.

E só por uma das músicas deste disco – “Lugar do Caralho” – ele já está no panteão do rock gaúcho. Mas foi integrante do TNT, banda da primeiríssima leva de bandas gaúchas dos anos 70, e fundou os Cascavelletes ao lado de Frank Jorge e Nei Van Soria na virada dos 80 para os 90 (e xavecou Angélica na cara dura em cadeia nacional). Sempre se reinventando, o multiinstrumentista navegou pelo rock inglês, pela tropicália, pelo krautrock, pela canção francesa, pela bossa nova para exportação, pelo free jazz, pela música eletrônica. E sua figura pública – uma esfinge irônica que misturava Syd Barrett com Raul Seixas – era tão emblemática quanto de outros heróis gaúchos contemporâneos, como Wander Wildner, Frank Jorge e Edu K, mas seu nível de loucura era refinado e grosseiro na mesma medida.

A última vez que o vi, ele fez um show no Sesc Pompéia, em que mostrou alguns de seus clássicos antigos e recentes. Filmei algumas músicas abaixo:

As gerações mais novas devem conhecê-lo apenas pelas entrevistas ultrajantes e sem cabeça que apareciam vez por outra no YouTube. Mas sua morte súbita deixa uma lacuna drástica no inconsciente do rock nacional, justamente no momento em que a psicodelia volta a ser valorizada. Ave Júpiter!

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