Um organismo vivo

, por Alexandre Matias

Quando Rômulo Alexis e Anaïs Sylla cogitaram criar um coletivo musical que misturasse as tradições orais ancestrais africanas às ações diretas em grupo propostas por artistas nas décadas de 50 e 60 recuperaram estas tradições como uma força política, estética e artística de um ponto de vista brasileiro, sabiam que ao criar o Luz Negra estavam criando um organismo vivo, que mostrou estar em plena mutação nesta terça-feira, no espetáculo Axioma, que desenvolveram no Centro da Terra. Com seis vocalistas à frente (Ana Dan, Minarê, Cris Cunha, Belle Neri, Daisy Serena, Monaju e a própria Anaïs), transformando cantos de terreiro, poemas e canções em mantras hipnóticos eternos, o coletivo contava com uma banda formada por Marcela Reis (teclas), Henrique Kehde (bateria), Du Kiddy Artivista (guitarra), Beatriz França (baixo acústico) e o próprio Rômulo (trompete), que além dos próprios instrumentos, também engrossavam o coro vocal ao mesmo tempo em que levavam o público para locais sentimentais específicos, às vezes doces e suaves, às vezes pesados e fortes, mas sempre com a sensação de estarmos ouvindo trechos diferentes de uma mesma música. Um transe em movimento, que só tende a crescer.

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