Um organismo vivo

Quando Rômulo Alexis e Anaïs Sylla cogitaram criar um coletivo musical que misturasse as tradições orais ancestrais africanas às ações diretas em grupo propostas por artistas nas décadas de 50 e 60 recuperaram estas tradições como uma força política, estética e artística de um ponto de vista brasileiro, sabiam que ao criar o Luz Negra estavam criando um organismo vivo, que mostrou estar em plena mutação nesta terça-feira, no espetáculo Axioma, que desenvolveram no Centro da Terra. Com seis vocalistas à frente (Ana Dan, Minarê, Cris Cunha, Belle Neri, Daisy Serena, Monaju e a própria Anaïs), transformando cantos de terreiro, poemas e canções em mantras hipnóticos eternos, o coletivo contava com uma banda formada por Marcela Reis (teclas), Henrique Kehde (bateria), Du Kiddy Artivista (guitarra), Beatriz França (baixo acústico) e o próprio Rômulo (trompete), que além dos próprios instrumentos, também engrossavam o coro vocal ao mesmo tempo em que levavam o público para locais sentimentais específicos, às vezes doces e suaves, às vezes pesados e fortes, mas sempre com a sensação de estarmos ouvindo trechos diferentes de uma mesma música. Um transe em movimento, que só tende a crescer.

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Luz Negra: Axioma

Nesta terça-feira, 18 de março, temos o prazer de receber o coletivo afrodiaspórico Luz Negra, idealizado e dirigido pelo encontro do trumpetista Rômulo Alexis com a cantora Anaïs Sylla. O grupo trabalha composição e improviso em diferentes frentes e embora parta do encontro musical, também trabalha com poesia, audiovisual e elementos cênicos, inspirado nas vanguardas experimentais afrodiaspóricas das décadas de 50 e 60, organizado de forma horizontal em arranjos colaborativos que expandem os limites entre o individual e o coletivo. Além de Rômulo e Anaïs, o grupo ainda conta com Daisy Serena, Marcela Reis, Henrique Kehde, Monaju, Giba Fluxus, Ana Dan, Belle Neri, Cris Cunha, Du Kiddy Artivista, Minarê, Beatriz França e Lucas Brandino e prega que “a política não é apenas tema, mas prática e cada interação reflete a potência das trocas afetivas e a construção de uma práxis afrodiaspórica”. O espetáculo, batizado de Axioma, começa pontualmente às 20h e os ingressos podem ser comprados no site do Centro da Terra.

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Centro da Terra: Março de 2025

E vamos para mais um mês de atrações musicais no Centro da Terra e uma vez em março depois do Carnaval já podemos falar que 2025 está à toda. Às segundas-feiras quem segura as quatro apresentações de março é a banda Os Fonsecas, formada por jovens talentos da cena paulistana (o guitarrista Caio Colasante, o vocalista Felipe Távora, o baterista Thalin e o baixista Valentim Frateschi), que dividiu suas apresentações de sua temporada Quem Vê, Pensa em quatro noites distintas, dedicadas especificamente a uma leitura profunda de seu disco de estreia (Estranho pra Vizinha, com direito a convidados), outra só para releituras de autores contemporâneos, uma outra para improvisos e a última para apresentações de canções inéditas. Na terça (dia 11), os músicos Cacá Amaral e Paula Rebellato apresentam seu novo projeto, chamado Qamar, cujo título da apresentação (Significa Lua) traduz seu sentido. Na terça seguinte (dia 18), é a vez de Rômulo Alexis e Anaïs Sylla mostrarem um novo trabalho que estão desenvolvendo juntos, o coletivo de improviso Luz Negra, que reúne inúmeros artistas (Daisy Serena, Marcela Reis, Henrique Kehde, Monaju, Giba Fluxus, Ana Dan, Belle Neri, Cris Cunha, Du Kiddy Artivista, Minarê, Beatriz França, Lucas Brandino e Ivan Batucada, além dos dois) para misturar diferentes disciplinas, sob poética e política em um movimento contínuo de viabilização de novas estéticas, inspirados nas vanguardas experimentais afrodiaspóricas dos anos 1950 e 1960, no espetáculo Axioma. E a última terça-feira do mês assisti ao rebatismo da antiga Monstro Amigo, que agora torna-se Monstro Enigma, no espetáculo Rebatismo do Monstro, ritual sônico em que misturam dissonâncias e rítmicas tortuosas, do punk progressivo ao erudito neandertal a poesia urbana paulista, com a participação da cantora Daíra. Os espetáculos acontecem sempre pontualmente às 20h e os ingressos já estão à venda no site do Centro da Terra.

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