E cês viram que as três temporadas de Twin Peaks vão estrear dia 13 de junho no Mubi? ❤️ Junte ao Os Últimos Dias de Laura Palmer (que já está no catálogo deles) e tudo fica quase completo.
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Se você estiver procurando série pra ver, dá uma sacada em Paradise, que estreou no começo do ano e já terminou sua primeira temporada em oito episódios tensos. Ela conta a história de Xavier Collins (interpretado magistralmente por Sterling K. Brown), braço direito de uma das pessoas mais poderosas do mundo que passa a lidar com um problemaço depois que um assassinato começa a revelar uma história que é muito mais complexa do que parece na superfície. Sugiro apenas que assista ao primeiro episódio e veja se consegue segurar-se para não assistir ao capítulo seguinte em seguida após o que é mostrado quase no final. Ela está passando no Disney+.
O novo programa de entrevistas da Netflix, Everybody’s Live, apresentado pelo ator e comediante John Mulaney, conseguiu um feito e tanto em seu segundo episódio não apenas ao reunir no mesmo programa duas das maiores mestras do rock independente – Kim Gordon e Kim Deal, vocalistas, baixistas, musas e faróis do mundo indie, a partir de suas respectivas bandas, Pixies e Sonic Youth, que lançaram ótimos discos solo no ano passado – como conseguiu colocá-las juntas no mesmo palco para cantar ao vivo pela primeira vez a música que gravaram há 30 anos no subestimado disco Washing Machine que o Sonic Youth lançou em 1995. O canto fantasmagórico das duas em uma balada soul não apenas ecoa pilares da música pop como os girl groups dos anos 60 (algo que o mesmo Sonic Youth havia feito no ano anterior, ao regravar o hino “Superstar”, canção da dupla Delaney & Bonnie imortalizada pelos irmãos Carpenters) como faz ponte com artistas contemporâneas tão diferentes quanto Amy Winehouse, Lana Del Rey e Weyes Blood – e é tão bom vê-las cantando essa música em 2025 como se estivessem em 1995 ou 1965!
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E se Jim Morrison ainda estiver vivo? As mortes dos grandes nomes da fase clássica do rock não apenas funcionaram como pregos no caixão de uma época e, por terem acontecido subitamente e matado esses ídolos ainda na tenra idade, criaram uma aura de encantamento e mistério que tornaram-se material da própria história do gênero. E por mais que as mortes de Brian Jones, Jimi Hendrix e Janis Joplin hoje já não sejam tão envoltas em lendas, a de Jim Morrison ainda segue vaga quanto em seu tempo, no final de 1971. O líder dos Doors mudou-se para Paris naquele ano e morreu sem deixar vestígios, teoricamente vítima de um ataque cardíaco na banheira de seu apartamento em Paris. Ninguém sabe quem é o médico que o examinou após a morte, não houve autópsia e sua namorada Pamela Courson, a única pessoa que o conhecia a vê-lo morto, morreu três anos depois. Agora uma série vem jogar luz nessa possibilidade anunciando inclusive a possibilidade de ter encontrado o próprio cantor, que viveria em Nova York e trabalharia disfarçado como um zelador. Não são as únicas pistas: Finn descobriu que o número de Seguro Social de Jim ainda está ativo e mostra outras pistas para pessoas que conheceram o vocalista dos Doors em diferentes momentos de sua curta vida. Criada e dirigida pelo fã Jeff Finn, Before the End é dividida em três episódios, já estreou na Apple TV nos EUA e vem acompanhada de um livro, escrito por Finn, chamado 127 Fascination: Jim Morrison Decoded, que ainda será lançado, sobre o mesmo tema. Veja o trailer abaixo: Continue
O mundo anda tão bizarro que o anúncio da nova temporada de Black Mirror, normalmente um momento de calafrios e desconfortos causados por uma ficção científica incomodamente próxima da nossa realidade, passou quase sem repercussão. Mas o fato é que a antologia de paranoias cogitadas pelo inglês Charlie Brooker mostra mais uma leva de seus episódios – a sétima – com direito à continuação do clássico capítulo U.S.S. Callister, da quarta temporada, paródia da série Jornada nas Estrelas em que o criador de um jogo online cria uma nave espacial naquele universo em que ele pode tripudiar de clones digitais de seus colegas de trabalho. A nova temporada de Black Mirror estreia no dia 10 de abril e terá seis episódios. Entre os atores que participarão desta temporada estão nomes como Paul Giamatti, Awkwafina, Issa Rae, Peter Capaldi, Rashida Jones, Cristin Milioti e Tracee Ellis Ross. Assista ao trailer abaixo: Continue
Já viu o filme sobre o Dylan? Um Completo Desconhecido ainda vai ecoar por algum tempo, mas talvez já estejamos na hora de falar de um filme sobre a Joni Mitchell? Porque olha aí embaixo essa Amanda Seyfried tocando dulcimer no programa do Jimmy Fallon… Continue
Bicho, e o Estação Net de Cinema no Rio de Janeiro que vai passar a primeira temporada de Twin Peaks inteira na telona nessa sexta-feira? Invejei…
Timothée Chalamet conseguiu mais uma vez e ao apresentar-se neste sábado no Saturday Night Live – tanto como ator quanto como músico convidado – defendeu bonito sua indicação ao Oscar ao apresentar três músicas de Bob Dylan no programa humorístico que completa meio século este ano. E em vez de seguir o riscado de A Complete Unknown, preferiu inovar – e fez bem. Optou nem por fantasiar-se de Dylan como por não ficar preso ao período do filme, além de ter convidado James Blake para acompanhá-lo ao piano. Começou com duas músicas num só take ao misturar “Outlaw Blues” do clássico Bringing It All Back Home, de 1965, com “Three Angels” de seu New Morning, de 1970, ambas pouco familiarizadas com o palco (Dylan só tocou a primeira uma única vez ao vivo e nunca tocou a segunda). Depois foi mais ousado ainda ao pegar o violão e cantar “Tomorrow Is A Long Time”, que nunca foi gravada em estúdio e só saiu em disco numa versão ao vivo incluída na coletânea Bob Dylan’s Greatest Hits Vol. II, de 1971. Mandou bem, pequeno Timmy.
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Voz marcante do jornalismo esportivo brasileiro, Leo Batista morreu neste domingo após complicações devido a um câncer no pâncreas. Conhecido por diferentes gerações por apresentar momentos específicos da cobertura esportiva – como o programa dominical os Gols do Fantástico, o resultado da loteria esportiva ou o programa Esporte Espetacular, todos na Rede Globo -, Leo começou no rádio e devido a um plantão foi a voz que anunciou ao resto do Brasil o suicídio do presidente Getúlio Vargas em 1954. Cobriu 13 Copas do Mundo e 13 Olimpíadas e também foi o primeiro locutor de TV a apresentar competições de fórmula 1 e de surfe no Brasil. Mais um ícone do entretenimento brasileiro que nos deixa.
A morte súbita de David Lynch de alguma forma já estava marcada depois que um dos principais autores do século 20 foi diagnosticado com complicações pulmonares, que lhe obrigaram a parar de fumar. O fim do hábito que cultivava desde os 8 anos de idade e era tão característico de sua personalidade no ano passado, de alguma forma acelerou o processo de despedida de Lynch, cujos pulmões também sofreram com a fumaça dos recentes incêndios californianos que assolaram o ar da cidade que escolheu para morar, Los Angeles. Um artista surrealista temporão, ele trouxe todo o credo daquela escola do começo do século para o cinema comercial e depois para a TV e convenceu indústria e público que não era preciso explicar-se para fazer sentido. Sua noção de significado e expressão artística passava necessariamente por sua régua lúdica, com a qual brincava com a dúvida, o desconhecido e o onírico em histórias que mexiam com arquétipos básicos da narrativa contemporânea: o detetive, a estrada, a garota perfeita, o anti-herói, o maluco, o executivo, a femme fatale e a garota ao lado, sempre equilibrando-os entre o delicado e o anormal, o nonsense e o sarcástico, o radiante e o sombrio. Mas sua principal obra vai além de clássicos únicos como Veludo Azul, Cidade dos Sonhos, Eraserhead, O Homem Elefante, Coração Selvagem, A Estrada Perdida, História Real, Império dos Sonhos e sua obra-prima, as três temporadas e o filme e os extras do universo Twin Peaks, que era sua versão da Bíblia. Sua maior contribuição é sua própria persona, um artista exigente e afável que misturava arte, trabalho e vida como se estas três partes fossem uma coisa só – e seus melhores alunos sabem que realmente são. Obrigado, mestre.