“Trouxe?”

, por Alexandre Matias

Pude mais uma vez ver o Jards Macalé esse ano, desta vez corrigindo uma falha que havia deixado passar no primeiro semestre quando ele tocou seu primeiro disco na íntegra no palco do Sesc Pinheiros. Voltando ao mesmo tema agora no palco do Itaú Cultural por três noites seguidas (ainda tem ingressos pro show de domingo, não dê mole), ele trocou de baixista e de baterista (saíram Fabio Sá e Tutty Moreno para a entrada Pedro Dantas e Marcelo Callado), mantendo o guitarrista Guilherme Held, que produziu seus discos mais recentes, como fiel escudeiro destas apresentações. Além do repertório do disco clássico ao lado deste power trio, ele ainda apresentou-se sozinho por três músicas, quando enfileirou a instrumental “Um Abraço do João” (em que ele conta como conversou com João Gilberto durante a pandemia, depois da morte do mestre), “Vapor Barato” (quando lembrou que Waly Salomão não gostava que Gal Costa misturava dinheiro e deus na letra) e “Só Assumo” (uma preferida sua de Luiz Melodia), além de mencionar a passagem do compadre João Donato fazendo uma piada sobre o que João Gilberto teria dito ao buda acreano quando se encontraram no além.

Assista abaixo:

Jards ainda repassou algumas músicas de seu Besta Fera e pinçou a presença de Kiko Dinucci e Juçara Marçal na plateia, para quem dedicou “Let’s Play That” (atiçando o público ao citar “You Don’t Know Me” na meiota, só de pilha). Num astral ótimo, o velho Macau ainda brincou com o fato de seu sobrenome artístico ter se tornado comum devido a um dos envolvidos no assassinato de Marielle Franco, brincou com as letras como num jogo com a tradutora de libras do Itaú Cultural e ficou para dar autógrafos e tirar fotos com o público depois da apresentação.

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