Trailer

Já falei que o documentário Elis & Tom – Só Tinha de Ser Com Você não é o Get Back brasileiro porque as imagens do encontro desses dois ícones são muito mais intensas e emocionantes que as do seriado dos Beatles, além do clássico de 1974 ser muito melhor que o disco que John, Paul, George e Ringo gravaram em janeiro de 1969. O filme de Roberto de Oliveira não é tão bem acabado quanto a obra de Peter Jackson, mas o filme é obrigatório para todo mundo que gosta de cultura no Brasil. E finalmente sai da fase dos festivais para estrear nos cinemas no dia 21 de setembro. Verei – e chorarei – de novo.

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E já que vínhamos falando dos Talking Heads, viram o trailer novo que a A24 preparou para o relançamento de Stop Making Sense, o filme que Jonathan Demme fez sobre a banda de Nova York ao vivo? Ainda não tem notícias sobre a vinda do filme para o Brasil, mas ia ser tão bom se pudéssemos ver por aqui…

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Retratos Fantasmas, o quarto longa metragem do pernambucano Kleber Mendonça Filho, é uma ode ao cinema, ao cinema de rua e mais especificamente ao cinema de rua do Recife. O filme estreia no próximo dia 24 de agosto e confronta a triste situação das salas de cinema que viraram estacionamento ou igrejas neopentecostais, com a relação comunitária entre os frequentadores deste templo e o papel civilizatório destes estabelecimentos que parecem estar com os dias contados. O próprio diretor coloca-se em cena, deixando o filme naquele limite tênue entre ficção e documentário, que conversa com outro ótimo filme deste século, o Breve em Nenhum Cinema, que Kiko Dinucci lançou em 2015.

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Um novo Futurama

Não sei o que é mais impressionante: o fato de ninguém ter notado o quanto Futurama fez falta nos últimos dez anos ou que o segundo desenho animado mais conhecido de Matt Groening estar voltando ao ar como se nada tivesse acontecido. O serviço de streaming Hulu encomendou 20 novos episódios da série estrelada por Fry, Bender e Leela no início do ano e acabou de liberar o trailer da nova – a décima primeira – temporada do desenho, que estreia no próximo dia 24 e terá dez episódios, o que nos faz supor que a décima segunda temporada já está sendo produzida. O desenho estreou em 1999 e é uma extensa e hilária crítica à ideia de que o futuro é brilhante e que a tecnologia é nossa redentora. Pelo trailer, o desenho parece querer tirar o atraso dos anos sem o seriado com piadas sobre temas já manjados como criptomoedas e testes de covid, mas só o fato de termos seus episódios de volta nos faz dar um desconto para que seu universo em suspensão possa voltar a se realinhar com o nosso. Mesmo sem a popularidade dos Simpsons, a obra mais conhecida de seu criador, Futurama é mais complexo e certeiro que o seriado da família amarela (“não é ficção”, brincam seus autores desde o primeiro episódio, quando levam um jovem do final do século 20 para o ano 3000) e sua volta deve ser celebrada, abrindo uma nesga de esperança que o mundo possa voltar aos trilhos que parecem ter evaporado a partir de 2013.

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Quando a pandemia começou, ainda nos primeiros meses de 2020 em que ninguém sabia nada e a paranoia estava ligada no último, um dos primeiros assombros artísticos foi a vinda do single “Murder Most Foul“, que, por mais de quinze minutos, Bob Dylan fazia um réquiem para o século 20 apontando o assassinato de John Kennedy como ponto focal tanto para o início da decadência dos EUA e o surgimento da cena cultural em que ele mesmo apareceu, como se a morte do presidente tivesse arruinado um sonho que só conseguiu sobreviver graças à cultura pop. Com uma música épica, Dylan temia pela própria vida, ele que estava às vésperas de completar 80 anos e se via dentro do grupo de risco pandêmico – e nos contava isso, fazendo-nos temer pela morte de seus contemporâneos. E à medida em que a pandemia foi arrefecendo e voltamos ao convívio presencial com todos os famigerados protocolos de segurança, Dylan anunciou sua primeira live, batizada de Shadow Kingdom. Mas a live não era ao vivo e sim uma versão teatralizada do que seria um show, com a banda tocando com máscaras enquanto ouvíamos instrumentos que não pareciam estar no palco. Misturando uma paródia de live com a tentativa de recriar um inferninho blueseiro (um dos temas do disco que lançou durante a pandemia, o ótimo Rough and Rowdy Ways) Dylan enfileira só clássicos do início de sua carreira – então tome “It’s All Over Now Baby Blue”, “Queen Jane Approximately”, “Just Like Tom Thumb’s Blues”, “Forever Young”, “Tombstone Blues”, “Pledging My Time” e tantas outras, além da ótima inédita “Sierra’s Theme”. O filme deve aparecer em algum desses streaming por esses dias (assista ao trailer abaixo) e a trilha sonora já é um disco que está nas plataformas digitais – Dylan está soando muito bem e o clima lyncheano deste cabaré de mentira ajuda a aumentar sua presença no palco. O velho, inclusive, está em turnê neste exato momento – imagina se ele vem pro Brasil? Continue

Nesta quarta-feira acontece a última exibição de um filme no Centro da Terra antes da realização da edição deste ano do festival de documentários In Edit (cês viram que saiu a programação completa? Depois comento aqui), com quem firmamos esta parceria no início do ano. E para fechar esta fase, o filme escolhido foi Manguebit, de Jura Capela, que conta a história de um dos movimentos mais importantes da música brasileira nos últimos 50 anos, que não apenas lançou a geração de artistas como Chico Science & Nação Zumbi, Otto, Mundo Livre S/A, Mestre Ambrósio e Karina Buhr, como influenciou cenas locais de todo o país a valorizar a sua própria cidade. Com entrevistas com todo mundo que esteve envolvido com o movimento e cenas de arquivo maravilhosas, o documentário é uma introdução perfeita àquela transformação cultural e o melhor documento sobre aquele período já feito. O filme começa a ser exibido a partir das 20h, os ingressos podem ser comprados neste link e o trailer pode ser visto abaixo: Continue

Pra maioria das pessoas, nomes como Olivia Tremor Control, Neutral Milk Hotel, Apples In Stereo, Of Montreal, Elf Power e Music Tapes parecem paródias de nomes de bandas inventadas como fizeram Robert Anton Wilson e Robert Shea no final de seu épica trilogia Illuminatus! Mas para poucos, são senhas para um universo de psicodelia e experimentação, magia e ciência sônica aliada ao uso de psicodélicos recreativos, clássicos do rock e espírito de comunidade que ia de encontro à lógica de marketing total que dominou o mercado da música a partir dos anos 80. Reunidos sob o nome de Elephant 6 esta cena musical que começou na cidade norte-americana de Anthens, na Georgia, e não era nem uma gravadora, um movimento musical ou um coletivo artístico, mas um híbrido destas coisas que começou a surgir ao redor das três primeiras bandas criadas por Bill Doss, Will Cullen Hart, Jeff Mangum e Robert Schneider: Olivia Tremor Control, Neutral Milk Hotel e Apples In Stereo. Este é o foco do documentário Elephant 6 Recording Co., que finalmente viu a luz do dia no ano passado, depois de anos em produção e chega às salas de cinema brasileiras graças ao festival In Edit, cuja 15ª edição acontece neste mês. Assista ao trailer abaixo: Continue

Mais uma quarta-feira no cinema no Centro da Terra para assistir à história de mais um grande personagem da nossa música, graças à parceria que fizemos com o festival de documentários In Edit. Desta vez, o foco fica em uma das maiores compositoras e instrumentistas brasileiras, Léa Freire, que comumente é deixada em segundo plano pelo simples fato de ser mulher – mesmo que esteja no mesmo patamar de nomes como Heitor Villa-Lobos, Tom Jobim e Hermeto Pascoal. O filme A Música Natureza de Léa Freire, de Lucas Weglinsk, tenta reparar esse erro histórico e joga luz em uma biografia desconhecida para a maioria dos brasileiros, até de quem conhece bem a música do país. O filme começa a ser exibido a partir das 20h, os ingressos podem ser comprados neste link e o trailer pode ser visto abaixo.

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Mais uma quarta-feira no cinema no Centro da Terra, graças à parceria que fizemos com o festival de documentários In Edit que traz, toda semana, uma cena ou personagem clássico ou desconhecido de nossa música para a tela do teatro no Sumaré. A atração desta semana é o filme Pipoca Moderna, de Helder Lopes, que acompanha o último remanescente da formação original da Banda de Pífanos de Caruaru, o lendário Sebastião Biano, que continuava nos palcos à época do lançamento do filme, em 2019, depois de ter completado um século de vida. No longa, o diretor acompanha a atual fase do grupo, formada por familiares do músico centenário, que faleceu em 20222, em viagens pelo interior de seu estado-natal, Pernambuco, entre shows e reencontros com amigos e parentes. O filme começa a ser exibido a partir das 20h, os ingressos podem ser comprados neste link e o trailer pode ser visto abaixo.

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Mais uma quarta-feira de cinema no Centro da Terra, graças à parceria que fizemos com o festival In Edit, que acontece no mês que vem! Neste dia 10, a sessão de cinema no teatro do Sumaré exibe o filme de Helder Lopes e Cláudio Bezerra que conta a história de um dos grandes nomes do baião. Onildo Almeida – Groove Man mostra a vida de seu principal personagem, que foi parceiro de Luiz Gonzaga e Gilberto Gil, sempre atuando no meio artístico. O filme começa a ser exibido a partir das 20h, os ingressos podem ser comprados neste link e o trailer pode ser visto abaixo.

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