Thomas Pynchon via Paul Thomas Anderson
Mesmo que Inherent Vice seja um livro menor de Thomas Pynchon, a idéia de levá-lo para as telas – e, portanto, para um público maior – de Paul Thomas Anderson talvez não pareça ser a burrada que eu havia imaginado.
O filme estréia neste sábado no New York City Festival e o New York Times nos antecipa que talvez o próprio Pynchon, conhecido por ser o maior escritor recluso norte-americano depois de Salinger, esteja presente no filme fazendo uma ponta. O escritor vem aos poucos saindo da casca: primeiro foi uma participação nos Simpsons em 2003 (numa participação sensacional, em que ele, com a cabeça coberta por um saco de pão, vendia fotos com “o famoso autor recluso”) e em 2009 ele mesmo narrou o trailer do livro que Paul Thomas Anderson transformou em filme.
Por isso não é de se estranhar que participe de um filme inspirado numa obra sua – a dúvida fica apenas sobre como acontecerá esta participação. Pynchon é desses autores norte-americanos da segunda metade do século passado que fundem conhecimento enciclopédico com situações bizarras e inusitadas em longos romances que misturam eventos históricos e mundanos, como Don DeLillo, Robert Anton Wilson, David Foster Wallace e Philip K. Dick. Certamente um filme inspirado em qualquer um de seus livros desperte um novo interesse do público em relação à sua obra. E sempre é bom saber que livros como V, O Leilão do Lote 49 O Arco Íris da Gravidade ou Vineland podem ganhar novos leitores.
Mesmo que pra isso seja preciso mais um filme do Paul Thomas Anderson.
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