Sonic Youth – Daydream Nation

Conforme prometido, eis o texto que escrevi sobre o clássico disco duplo do Sonic Youth para a seção Discoteca Básica da falecida revista Bizz. Esse texto foi publicado na edição 178, em maio do ano 2000.

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Felizmente, os anos 90 serviram para rachar os muros preconceituosos que a década de 80 carinhosamente erigiu. E foi entre julho e agosto de 1988 que uma banda nova-iorquina iniciou ó terremoto, capaz de chacoalhar os alicerces da música pop, convergindo rap, pop inglês e rock underground americano para um mesmo objetivo (em 1991, Nevermind, do Nirvana, selaria o fenômeno). Depois que o Sonic Youth derrubou todas as barreiras entre as diversas vertentes do rock, usando a microfonia como aríete, ele nunca mais foi o mesmo.

Antes, o Sonic Youth era apenas um dos principais representantes da cena pós¬punk nova-iorquina, uma geração com mais de um rótulo – pigfuck, noise, no wave – que primava pelo barulho fora de controle como principal idioma. Ao lado do Big Black, Minutemen, Pussy Galore e Butthole Surfers, o Sonic Youth tinha uma grande reputação entre os seguidores daquela geração. Mas foi a partir da entrada do baterista Steve Shelley, que completou para sempre o trio formado pelo casal Thurston Moore e Kim Gordon, mais o guitarrista Lee Ranaldo, que o grupo começou a desequilibrar. Discos como EVOL e Sister antecipavam um grande abalo sísmico, capaz de destruir todas as noções atuais dos limites da guitarra – sempre um tabu na história do rock.

Com o duplo Daydream Nation, o quarteto nova-iorquino atingiu o rock como uma bomba atômica subterrânea sob os pilares do que conhecíamos por rock. Os três vocalistas cuspiam letras como palavras de ordem, misturando literatura marginal e rock’n’roll primitivo, preocupados mais em atingir seu alvo do que com a sujeira que o tiro poderia causar. Mas o centro do álbum são as gui¬tarras: um enxame de microfonia que consegue soar caótico, melódico, bucólico, aterrador e brutal- muitas vezes em poucos minutos, como na introdução de “Cross the Breeze” e o meio de “The Wonder”.

Propulsionado por um dos mais subestimados bateristas do pós-punk, o trio central do grupo (que se identificava com símbolos no rótulo do disco, à Led Zeppelin) atravessava terrenos tão diferentes quanto hardcore, vanguarda, heavy metal, folk, pós-punk inglês, progressivo, psicodelia e punk rock, com suas guitarras e baixo citando referências sonoras como se contassem a sua versão da história do rock, abrangendo todos os gêneros como frutos do mesmo som. Um ruído incômodo, que incomoda ao mesmo tempo que provoca, que está no centro do melhor rock, seja de que tipo for.

Vazou o disco novo do Thurston Moore

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Vamos ver se o disco novo do Thurston Moore é tudo isso que prometia…

Thurston Moore ao vivo no Brasil!

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Mr. Thurston Moore já está de malas prontas para vir ao Brasil no final do ano, quando toca no Popload Gig do broder Lucio, no dia 4 de dezembro. Grande notícia!

Single Parents x Sonic Youth

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Nesta quinta-feira, o grupo Single Parents revisita o disco Rather Ripped, do Sonic Youth, nem show na Serralheira (mais informações aqui). Como aperitivo, um vídeo com apresentação da banda tocando a clássica “Incinerate”.

Vem aí mais um disco solo do Thurston Moore

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Após separar-se de Kim Gordon e desmanchar o Sonic Youth, Thurston Moore seguiu sua carreira solo com um disco bucólico produzido pelo Beck que deu origem a uma turnê que uma banda que, mais tarde, se tornaria o grupo Chelsea Light Moving, que lançou disco ano passado. Entre canções mansas e o ruído adolescente de cada uma destas pontas ele parece ter chegado à conclusão que o melhor lugar para estar é entre o barulho e a melodia, como prova o primeiro single de seu novo disco, ambos batizados de “The Best Day” – ouça abaixo:

O disco sai em outubro e a ordem das faixas é a seguinte:

“Speak to the Wild”
“Forevermore”
“Tape”
“The Best Day”
“Detonation”
“Vocabularies”
“Grace Lake”
“Germs Burn”

Vida Fodona #430: Tacale pau

vf430

Trago-lhes boas notícias!

Outkast – “Chronomentrophobia”
Electric Guest – “American Daydream”
Caxabaxa – “Vizualizada”
Meters – “Come Together”
Souleance – “Segrados do Samba”
Gilberto Gil – “Toda Menina Baiana (Tahira Re-Edit)”
Tim Maia – “Brother Father Mother Sister”
David Bowie – “Golden Years”
Steely Dan – “Rikki Don’t Lose That Number”
Alvvays – “Archie, Marry Me”
Unknown Mortal Orchestra – “So Good At Being In Trouble”
Daft Punk – “Giorgio by Moroder”
Sonic Youth – “Becuz”
King Crimson – “Sailor’s Tale”

Aqui.

Só o baixo: Rolling Stones, Beatles, Sonic Youth, Yes, Who, Rush, Queens of the Stone Age, Rage Against the Machine e mais…

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O Dangerous Minds postou uma série de vídeos de clássicos da música contemporânea em que o canal do baixo elétrico é isolado, mostrando a força do instrumento na formação básica do rock. Fui além da lista original do site (que inclui Hendrix, Police, Stones, Rick James, Big Country) e incluí outros vídeos que encontrei por aí (de nomes como Who, Beatles, Queen, Yes, Rush, Queens of the Stone Age, Rage Against the Machine, entre outros). Segura a baixêra aí embaixo:

 

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Do outro lado das capas de disco

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O designer Harvezt resolveu ver o que tinha do lado de cá das capas de discos e fez essa galeria com várias versões de álbuns clássicos vistos do ponto de vista da própria capa. Saca outras aí embaixo:

 

Thurston Moore 2014: “Be a warrior – love life”

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Thurston Moore puxou a responsa para si mesmo e assina com o próprio nome o clipe da primeira música do Chelsea Light Moving, “Heavenmetal”, com clipe lançado em pleno dia dos namorados norte-americano.