Estreia nesta quinta-feira a websérie Racionais 3 Décadas, que o grupo paulistano exibirá em seu canal no YouTube e que volta à turnê comemorativa de 30 anos que fizeram em 2019, com cada um dos episódios focado em um dos quatro integrantes do grupo musical brasileiro mais importante da virada do século.
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St. Vincent e Kim Gordon JUNTAS NO MESMO PALCO?! Sim, vai acontecer no dia 27 de maio, em Santiago, no Chile, e, melhor, num teatro (e QUAL teatro, o quase centenário Caupolicán)! Os ingressos começam a ser vendidos nessa quinta-feira por este link e a própria Annie pediu pra usar o código SCREAMING na hora de comprar (mas podia ter usado a palavra-chave em espanhol, já que acabou de lançar seu próprio disco neste idioma). Mas como as duas vêm tocar no Popload Festival logo depois, não duvide se ganharmos essa de lambuja…
Sábado passado viu a volta aos palcos do Sebadoh, lendário power trio do indie rock norte-americano liderado pelo gênio Lou Barlow, que passou por aqui outro dia tocando baixo no Dinosaur Jr, a banda que o apresentou ao panteão que hoje representa. Há cinco anos sem tocar deste lado do planeta (seus últimos shows foram nos meses antes da pandemia em 2020, quando passaram pelo Japão, Austrália e Nova Zelândia), o trio formado por Lou, Jason Loewenstein e Bob D’Amico apresentou-se como parte das atrações da décima terceira edição do concerto beneficente SMooCH, que arrecada fundos para um hospital infantil em Seattle, num mesmo evento que ainda teve a banda Nudedragons, formada pelos ex-integrantes do Soundgarden (o nome da banda nova é um anagrama da antiga) Kim Thayil, Matt Cameron e Ben Shepherd, que ainda contou com a participação do ex-integrante dos Guns N’ Roses Duff McKagan nas duas últimas músicas. O show do Sebadoh contou com clássicos como “Not Too Amused”, “Careful”, “Happily Divided”, “Magnet’s Coil”, “Rebound”, “License to Confuse”, “Skull”, “Soul and Fire”, “Two Years Two Days” e “Beauty of the Ride” e algumas das músicas foram filmadas por fãs na plateia. Agora só falta eles continuarem a fazer shows pra ver se dão um pulinho por aqui de novo…
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Claro que tinha algum herói na plateia para registrar o improv que resultou da reunião entre Thurston Moore, Lee Ranaldo e Steve Shelley que aconteceu no início deste mês. Olha que maravilha…
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Trabalho Sujo Apresenta Manu Julian, Lauiz e Thales Castanheira tocam o primeiro disco do Portishead
Por motivos de força maior, este show foi adiado para o dia 21 de janeiro, uma terça-feira – e todos que compraram ingressos antecipadamente serão ressarcidos através do site de compras.
O ano está chegando no fim, mas ainda não acabou, por isso conseguimos reunir mais uma vez Manu Julian, Thales Castanheira e Lauiz para uma segunda apresentação de Matar Um Homem Morto, em que celebramos os 30 anos do emblemático Dummy, o primeiro disco do Portishead, no dia 18 de dezembro. É a primeira vez que a Porta recebe a sessão Trabalho Sujo Apresenta, num espetáculo multimídia que conta com a minha direção e visuais feitos por Danilo Sansão e pela própria Manu. O disco de 1994 inaugurou o gênero trip hop e conta com músicas emblemáticas como “Sour Times”, “Mysterons”, “Glory Box” e “Roads” na mesma ordem do disco, trazendo aquela encruzilhada entre jazz, soul, trilha sonora de cinema dos anos 50, dub e funk para o século 21. A Porta fica no número 95 da rua Horácio Lane, entre os bairros Vila Madalena e Pinheiros, e os ingressos já estão à venda neste link.
#matarumhomemmorto #Dummy30Anos #portishead #dummy #manujulian ##lauiz_organico #thalescastanheira #porta #TrabalhoSujoApresenta
Foi histórica a apresentação que Caetano Veloso e Maria Bethania fizeram neste domingo no estádio do Palmeiras, quase encerrando a grandiosa turnê que os dois irmãos montaram para celebrar sua parceria e trajetória em quase duas horas ininterruptas com quatro dezenas de canções, mas ficou faltando um tanto para que ela se tornasse épica à altura das duas carreiras. O repertório irregular parecia mais privilegiar temas caros às duas biografias do que seus principais sucessos, escolhendo músicas que o público não conhecia para abordar assuntos como Bahia, terreiro, Mangueira ou Gal Costa do que passar por músicas emblemáticas das carreiras dos dois (até agora não me conformo de não ter ouvido Caetano cantar “Maria Bethania” que compôs no exílio em Londres para a irmã ao lado da própria). E escolhas menos óbvias não chegaram a acrescentar tanto à noite, embora certamente Caetano tenha justificativas apolíneas para tais opções – e por mais que “Gita” de Raul Seixas (por quê?), “Vaca Profana” e a versão para a o hit “Fé” da novata Iza soem deslocadas, nada justifica a inclusão da horrorosa “Deus Cuida de Mim”, louvor gospel crente que parece mais uma caricatura de música do que uma bela canção (não é possível que não haja uma música evangélica melhorzinha para referendar a improvável celebração de Caetano à ascensão dessa corrente religiosa no Brasil). Felizmente logo em seguida Bethania veio com uma sequência de pérolas que ergueu a noite ao status que esperávamos ao enfileirar “Brincar de Viver” com “Explode Coração”, “As Canções Que Você Fez Pra Mim” e “Negue”, mostrando porque é uma das grandes damas da canção brasileira esbanjando voz e carisma. Caetano também estava bem e teve seus momentos (como a versão para “Você é Linda” irretocável), mas nenhum tão catártico quanto tal sequência da irmã. A noite terminou com a celebração familiar “Reconvexo”, que foi emendada como “Tudo de Novo”, uma passagem rápida por “Sampa” e uma “Odara” versão discoteca que embalou bem o público na saída. Mas fora a citada sequência de músicas de Bethania, durante todo o resto do show fiquei pensando na surra de hits que Gil dará em sua versão estádio no ano que vem (mesmo que nos entube os projetos dos mil filhos). Ficou um gostinho de quero mais…
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Infelizmente não tivemos Desaniversário neste sábado por motivos alheios à vontade de fazer festa, mas o consolo do cancelamento abrupto foi poder assistir à mais uma apresentação do mestre Jards Macalé, desta vez no Sesc Pinheiros, novamente defendendo seu disco mais recente, Coração Bifurcado, à frente de uma banda composta apenas por mulheres, com Ifatóki Maíra Freitas (nos teclados), Navalha Carrera (na guitarra), Cris Daniel (no baixo), Aline Gonçalves (nos sopros), Victoria dos Santos (na percussão) e Flavia Belchior (na bateria). E além do repertório de seu disco do ano passado, ele inevitavelmente passeou por diferentes clássicos, seja sozinho ao violão (quando, mais uma vez, contou a história do telefone secreto de João Gilberto, antes de tocar a linda “Um Abraço do João”), seja acompanhado da banda, quando visitou marcos pessoais como “Hotel das Estrelas” e “Soluços”, entre outras. E é tão bom ver o monstro sagrado do alto de seus 81 anos passear seu instrumento, parente tanto de João Gilberto quanto de Jorge Ben, colocando o violão como um instrumento jazzístico a favor das canções. Inspirador, como sempre.
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E o Kraftwerk que chamou o Tony Hawk para anunciar sua nova turnê pela América do Norte no ano que vem? Não há muitos detalhes sobre o que seria a parte multimídia da série de 25 shows que o grupo fará entre os Estados Unidos e o Canadá para comemorar o cinquentenário do disco que formatou o grupo alemão para as massas, Autobahn, lançado em 1975. Mas o comercial em que Hawk puxa um quarteto de skatistas trajados como o grupo alemão à moda do disco The Man Machine (ao som de um mix de faixas do grupo como “Trans-Europe Express”, “The Robots” e a faixa-título do disco aniversariante) para descer sincronizado num half pipe abre possibilidades cênicas e visuais incríveis para o grupo, que não anunciou nenhuma novidade sobre como estas apresentações diferem das recentes – só abriu as vendas de ingressos da turnê, que possivelmente continuará no ano que vem com datas na Europa, mas será que chega por aqui? Tomara…
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“Viver é a maior fonte, sem fim, de alegria e de prazer”: ouvir Hermeto Pascoal, do alto de seus 88 anos, dizer isso no meio de mais uma de suas apresentações catárticas com mais de uma hora e meia de duração, é daquelas inspirações motivacionais que renovam a energia vital de qualquer indivíduo que sinta seu coração bater no peito. Mesmo com um breve momento fora de circulação para resolver questões de saúde, incidente felizmente já resolvido e que parece tê-lo reenergizado, o maior nome vivo do jazz brasileiro está encerrando um 2024 de ouro ao lançar o belíssimo Para Você, Ilza (disco réquiem sobre a presença sentimental da eterna companheira que batiza o disco, falecida no início do século, que fez o maestro ganhar um Grammy Latino), seguir em turnê pelo Brasil e pelo exterior e assistir ao relançamento em vinil de alguns de seus clássicos, como Em Som Maior (1965), lançado com o trio que tinha com by Humberto Clayber e Airto Moreira, o Sambrasa Trio, e Lagoa da Canoa Município de Arapiraca (1983). E antes de encerrar o ano passou pelo Sesc Pompeia para três apresentações neste fim de semana com sua Big Band, regida pelo tecladista de seu conjunto habitual, André Marques, e que ainda conta com dois integrantes daquele grupo, o saxofonista Jota P. e o filho de Hermeto, o percussionista Fábio Pascoal. Liderando um grupo que contava com baixo, guitarra, bateria, percussão, piano, teclado e quinze integrantes na metaleira (cinco trombonistas, cinco trompetistas e cinco saxofonistas e flautistas), o repertório da noite é centrado no disco Natureza Universal, que gravou com essa formação em 2017. E Hermeto praticamente não encosta no teclado à sua frente, emanando frequências que se traduzem em música em instrumentos improvisados (como a clássica chaleira com bocal de trompete no pico e um reles copo d’água), o próprio canto inventando palavras, momentos de filosofia musical pura em alguns intervalos e apenas sua própria presença magnética, regendo aquele ambiente de sonoridade universal em que a adoração pela musicalidade se mistura com um otimismo radiante que nos faz perceber a beleza da vida, extraindo toneladas de tensão dos ombros do público que lotou o teatro nessa sexta – e vai lotar sábado e domingo, que já têm ingressos esgotados. Um ótimo jeito de amaciar o peso deste fim de 2024.
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Não sei como tá a correria de fim de ano aí do seu lado, mas por aqui nunca vi um dezembro tão intenso, seguido da sensação de que o fim do ano começou em agosto (!), e essa insanidade de tempo, trânsito e tensão me fez perder o show da Bufo Borealis, que abriu a última edição do Inferninho Trabalho Sujo do ano em São Paulo, mas felizmente peguei o show da Pelados, fácil fácil minha banda brasileira favorita atualemnte, que aos poucos começa a abrir caminho para o próximo passo em suas carreiras, ao lançar o sucessor do formidável Foi Mal. Vincete Tassara, guitarrista da banda – e tecladista da Bufo, responsável por reunir suas duas bandas naquela noite que era seu próprio festival pessoal, o Viçafest -, já deu a letra que aquele é um dos últimos shows dessa fase e eles colocaram isso em prática nessa quinta mesmo ao tocar todo o disco na íntegra sem abrir espaço para as músicas do disco anterior. Em vez destas o grupo começou a mostrar suas roupas novas, trazendo músicas que estarão em seu segundo disco, que ainda nem têm título: uma com um refrão que fala sobre “as cores da Enel desmancham no papel”, uma bilíngüe e bipolar em que a vocalista Manu Julian canta que perdeu “todo o controle”, se acabando para mostrar que é uma das melhores cantoras de São Paulo hoje, e a terceira, “Modrich”, já conhecida pelos fãs dos shows que têm feito. E tão legal quanto ver a banda cada vez mais entrosada (é empolgante perceber a química entre os primos Manu e Vicente, o baterista Theo Ceccato esmurrando seu instrumento como um stooge, a baixista Helena Cruz quase uma Tina Weymouth abrasileirada entre o groove do samba-jazz e linhas angulosas pós-punk e Lauiz soltando ondas sintéticas enquanto faz piadas infames com um sorriso onipresente no rosto) é assistir ao público complementar a apresentação, berrando refrões, se acabando de dançar, abrindo rodas de pogo e gritando o nome da banda em uníssono. A noite terminou com uma versão Sonic Youth sem freio de uma das minhas músicas brasileiras preferidas da década, o épico indie “Yo La Tengo na Casa do Mancha”, que a banda esticou por mais de dez minutos de improv noise. Depois eu e Bamboloki seguimos o clima indie hits da noite misturando Charli XCX com Beck, aquela versão de “Voyage Voyage” em espanhol, mixando “Smalltown Boy” com “I Feel Love” e os nove minutos de “Marquee Moon” do Television, mantendo a pista cheia o tempo todo. E isso numa quinta-feira! Foi o último do ano em São Paulo (tenho novidades ainda sobre 2024 semana que vem) e o próximo acontece no dia 24 de janeiro, por isso já marca aí na agenda, porque em 2025 o Inferninho vai queimar ainda mais!
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