Em sua passagem por São Paulo nesta sexta-feira, o duo ítalo-brasileiro Hate Moss atordoou o público que foi assisti-lo com sua fusão agressiva e envolvente de dance music eletrônica com rock industrial. Formado pelo baterista italiano nascido no Brasil Ian Carvalho, que conheceu sua parceira de banda Tina, que toca sintetizadores e eletrônicos, quando os dois trabalhavam com produção cultural, a dupla forjou a sonoridade que hoje exploram ao mesmo tempo em que se desprenderam de raízes territoriais, vivendo uma vida nômade que os leva a shows pela Europa, América do Sul e Oriente Médio. Esta série de shows que trouxeram para o Brasil antecipa o novo álbum que será lançado no ano que vem e tem como base o EP Mercimek Days, uma live que fizeram em Istambul, na Turquia, que foi lançada como disco no meio de 2025, quando também estão experimentando novas canções, como o funk brasileiro que fizeram com letra em português e tocaram no bis de sua apresentação.
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E por falar no Tiny Desk, vocês viram que a Pink Pantheress (dona de um dos melhores discos de 2025) fez uma senhora apresentação no programa? Ela reuniu uma senhora banda para traduzir suas bases eletrônicas em instrumentos analógicos em versões maravilhosas para seus hits curtos e irresistíveis – e temperou suas músicas com suas já conhecidas e deliciosas gracinhas, como quando ela puxa uma gaita pra acompanhar o final da primeira música, “Attracted to You”, ou quando pede um aplauso para a banda entre as ótimas “Illegal” e “Girl Like Me”.
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O Radiohead não é a única banda com cabeça no nome a dar sinais de vida em 2025. Depois que o grupo de Thom Yorke marcou uma pequena turnê por cinco cidades europeias, quem ressurgiu foi o Portishead que, fora a participação em um show beneficente em 2022, não toca mais ao vivo desde 2015. E o grupo voltou a se reunir por um bom motivo: para não ficar de fora do festival que Brian Eno idealizou contra o genocídio que Israel esta submetendo a população palestina em uma das pautas mais importantes desta década e que cada vez mais ganha apoio de artistas de todo o mundo. O festival Together for Palestine acontecerá no dia 17 de setembro em Londres, na Inglaterra, quando serão reunidos diferentes artistas contemporâneos (que vão do vocalista Blur Damon Albarn, a Jamie Xx, Bastille, Hot Chip, James Blake e King Brule) no estádio de Wembley. E mesmo que não pudessem participar do festival por conflitos de agenda, a vocalista Beth Gibbons, o guitarrista Geoff Barrow e o produtor Adrian Utley voltaram a se reunir para gravar um vídeo que será exibido no dia do festival e Barrow postou fotos do ensaio com um quarteto de cordas em sua conta no Instagram, avisando que “como não poderemos estar lá e queríamos desesperadamente estarmos envolvidos”. Assim, a solução foi participar remotamente, como outros artistas mais novos (como Rina Sawayama, PinkPantheress e o ator Riz Ahmed). Por enquanto é só uma música (uma nova versão da eterna “Roads”), mas vai que eles lembram de como era bom e voltem a fazer shows por aí (e por aqui) – e como Barrow saiu de sua outra banda (o ótimo Beak>) e a turnê da carreira solo de Beth Gibbons estar chegando ao final, não duvide se eles voltem à estrada. Aí só vai faltar os Talking Heads…
Assisti ao primeiro show da breve temporada de cinco apresentações que Tim Bernardes está fazendo no Auditório Simon Bolívar, no Memorial da América Latina, repetindo o riscado que desenhou no final de 2023, quando recriou seu Mil Coisas Invisíveis com uma pequena orquestra no Theatro Municipal. Há dois anos ele estava tenso e receoso ao materializar o sonho de pop de câmara entregando um concerto pop maravilhoso. Desta vez, ele estava mais à vontade com o formato e mais tranquilo por estar no meio dos músicos – em vez de na frente, como nos shows anteriores -, mas alguns erros de produção o deixaram um tanto irritado e chegaram a comprometer a segunda sessão da noite, que deve meia hora a menos de show que a apresentação que vi. Escrevi sobre o show lá pro Toca UOL.
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No mês passado, o My Chemical Romance (única banda desse espectro do rock chamado emo que me faz erguer as sobrancelhas) surpreendeu seu público ao fazer uma versão para “Bullet with Butterfly Wings” no show que fez em São Francisco, nos EUA. Sexta passada, o grupo levou a versão para um outro patamar ao passar por Chicago, cidade-natal da banda homenageada, e convidar ninguém menos que o próprio Blly Corgan para dividir o palco na clássica canção do disco Mellon Collie & The Infinite Sadness (um disco que conversa e muito com essa mesma safra de bandas emo). Já já os dois grupos tão dividindo turnê, vai vendo…
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Pois o Radiohead vai mesmo voltar a fazer shows ainda este ano. Depois dos flyers que apareceram em alguns países da Europa marcando datas em cidades específicas, o grupo acaba de anunciar que fará quatro apresentações em cinco cidades entre novembro e dezembro deste ano. Sem fazer shows desde 2018, o grupo quebra o jejum com quatro datas Movistar Arena de Madri, na Espanha (dias 4, 5, 7 e 8 de novembro), outras na Unipol Arena em Bolonha, na Itália (14, 15, 17 e 18 do mesmo mês), no The O2 londrino, na Inglaterra (dias 21, 22, 24 e 25), na Royal Arena de Copenhagen, na Dinamarca (nos dias 1º, 2, 4 e 5 de dezembro) e na Uber Arena de Berlim, na Alemanha (8, 9, 11 e 12 do mesmo mês). Os ingressos serão vendidos mediante a inscrição no site da banda e estas começam a partir desta sexta-feira. E logicamente não vão ser as ultimas apresentações do grupo, certeza que já já eles anunciam mais uma leva de datas nos EUA e Canadá, algumas no Japão e, vamos torcer, na América do Sul. Tomara.
Na flor dos seus 72 anos, Cyndi Lauper está fazendo uma memorável turnê de despedida pelos EUA, mas neste sábado ela elevou o status de suas apresentações a um outro patamar, ao reunir convidados ilustres no show que fez no Hollywood Bowl, em Los Angeles. Além de ter cantado alguns de seus hits sem participações (“She Bop”, a música-tema do filme Goonies “I Drove All Night” e “Change of Heart”, entre outras), ela chamou pesos pesados para participar de seus maiores sucessos, com John Legend dividindo os vocais da rasga-coração “Time After Time”, SZA como dupla de “True Colours”, outra balada daquelas, e ninguém menos que a maior diva de todas, Cher, para tocar com ela seu maior hit, o hino “Girls Just Want to Have Fun”. Mas mesmo com essa constelação de primeira grandeza, o maior momento da noite foi quando ela recebeu ninguém menos que Joni Mitchell, sua maior inspiração, que ela já interpretou inúmeras vezes, para dividir os vocais em “Carey”, um dos pontos centrais da obra-prima da senhora folk, o disco Blue, de 1971. Cyndi não estava pra brincadeira…
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Festa boa que Valetim Frateschi fez no Centro da Terra nesta terça-feira quando aproveitou a véspera do lançamento de seu primeiro disco solo, batizado, como o espetáculo, de Estreito, e seu próprio aniversário para reunir todos que quisessem ver ao vivo o álbum que nem havia sido lançado. Ao cercar-se de uma banda absurdamente boa – Amanda Camargo na guitarra e teclados, Thiago Pucci no baixo, Nina Maia no teclado e vocais e Quico Dramma (da dupla Kim e Dramma) na bateria -, ele não contentou-se apenas em mostrar as músicas de seu novo disco, como trouxe músicas ainda mais novas e abriu espaço para seus companheiros de palco (além de si mesmo, que alternava entre a guitarra e o baixo synth) soltarem-se musicalmente em improvisos, o que reforçou ainda mais a maestria absurda de Amanda e o maravilhoso vocal de Nina Maia em vocalises encantadores, abrindo uma porta para o lado instrumental e para a dança que o disco em si parece só acenar, mas que no palco torna-se intensamente irresistível. Showzaço.
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Um dos músicos mais ativos da nova cena paulista mostra seu primeiro espetáculo autoral nesta terça-feira no Centro da Terra, quando o baixista Valentim Frateschi apresenta seu primeiro disco solo, Estreito, antes do lançamento do álbum, que acontece nesta semana. No disco e no show ele assume a guitarra como seu instrumento e vem acompanhado de músicos com quem vem tocando há um tempo, como a cantora Nina Maia e o baterista Quico Dramma (da dupla Kim e Drama), além de contar com Amanda Camargo e Thiago Pucci no baixo. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos já estão à venda no site do Centro da Terra.
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Cês viram que os irmãos Amabis a Anonymous Content fecharam uma parceria com o YouTube Brasil pra fazer um Tiny Desk por aqui? Estreia em breve, já já falo mais sobre isso. Quem será que tocará na versão brasileira do Tiny Desk?