A big band instrumental paulistana Semiorquestra lança seu disco de estreia Jogos e Quitutes nesta sexta-feira, no Centro Cultural Sâo Paulo, a partir das 19h – o show é gratuito para o público (mais informações aqui).
A lendária banda Smack, fundada do falecido guitarrista Pamps ressurge no palco da Sala Adoniran Barbosa do Centro Cultural São Paulo nesta quinta-feira, com a formação original quase completa, com Edgard Scandurra (do Ira!) na guitarra, Sandra Coutinho (das Mercenárias) no baixo e Thomas Pappon (do Fellini) na bateria, com Fábio Golfetti (do Violeta de Outono) como convidado especial. O show começa às 21h (mais informações aqui).
É o que anuncia o Flesch no Destak ao começar a investigar os desdobramentos do Rock in Rio: além do King Crimson, o Weezer também deve vir pra São Paulo depois de se apresentar no festival carioca (Dave Matthews Band também, mas quem se importa?).
Um dos nomes mais ativos da cena pós-punk paulistana dos anos 80, Thomas Pappon foi guitarrista do Fellini, baterista do Smack e dos Voluntários da Pátria, além de diretor artístico da gravadora Stilleto e produtor dos discos de estreia de bandas como Pin Ups e Black Future. Mas é no grupo The Gilbertos, projeto solo que assume formações diferentes à medida em que o tempo passa, em que ele consegue lapidar aquilo que mais gosta de fazer: compor canções. A cada fase, o grupo de um homem só, que já tem quatro discos lançados, assume musicalidade e estética diferentes, de acordo com o astral de seu autor e tenho a enorme satisfação de trazê-lo para palco do Centro da Terra nesta terça-feira (mais informações aqui), onde apresenta diferentes fases do repertório da banda ao lado do baixista Ricardo Salvagni e do baterista Lauro Lellis, ambos com passagens por diferentes fases de sua principal banda, o Fellini. Em mais um de seus raros shows – é o sexto na história da banda -, Pappon promete um show pesado com ênfase no rock progressivo alemão e no glam rock, duas de suas maiores paixões. Bati um papo com ele sobre o que nos aguarda nesta noite de terça.
Neste domingo, às 18h, o lendário grupo pós-punk paulistano Voluntários da Pátria volta com a mesma formação que gravou seu único disco, de 1984, a um palco clássico na história da banda, no Centro Cultural São Paulo. Corre senão os ingressos acabam – mais informações aqui. O show também marca o reencontro de Nasi com Gaspa, que não tocam juntos desde que o Ira! terminou em 2007.
Quando Marcelo Cabral avisou que estava voltando da Alemanha para passar um tempo de volta no Brasil, cogitamos rapidammente uma temporada ao redor do universo musical do baixista e de sua recente experiência artística na Alemanha. Próximo à cena de improviso livre de Berlim, Cabral foi descobrindo um método de criação artística que permite fluir por outras linguagens, incluindo literatura, teatro e spoken word e entender como isso influencia diretamente o resultado musical. E assim ele pensou em Influxo Cabralha, uma reunião de amigos e magos da música instrumental que atravessa quatro segundas-feiras de abril no Centro da Terra. Na primeira, dia 8, ele toca ao lado de Mauricio Takara, Thomas Rohrer e Mariá Portugal. No dia 15 ele chama Guilherme Held, Thiago França, Juliana Perdigão e Angélica Freitas. Dia 22 é dia de Kiko Dinucci, Rodrigo Brandão e Juçara Marçal. E a temporada termina no dia 29, com as participações de Thomas Harres, Bella, Patrícia Bergantin, Maria Beraldo e Ná Ozzetti (mais informações aqui). Bati um papo com o Cabral sobre esta safra de shows e a influência de sua estada na Alemanha neste novo projeto.
Um dos patronos do rock rural brasileiro, o compositor mineiro Zé Geraldo apresenta-se nesta sexta-feira, às 21h, no Centro Cultural São Paulo – os ingressos já estão esgotados (mais informações aqui).
Imensa satisfação em poder receber Tom Zé mais uma vez no Centro Cultural São Paulo, desta vez mostrando o show que comemora 50 anos de seu disco de estreia, Grande Liquidação, que ele disseca no palco da Sala Adoniran Barbosa nesta quinta-feira (mais informações aqui).
Em Falha Comum, seu novo disco, a dupla paulistana Rakta, formada pela baixista Carla Boregas e pela tecladista Paula Rebellato, abandonam as amarras do rock e assumem sua face ritualesca, agora com o baterista Maurício Takara como arma secreta. Discaço.
“Tomei conhecimento da existência desse filme mais ou menos em 95, 96, por causa da foto de uma matéria de revista que minha irmã tinha em casa”, o guitarrista Kiko Dinucci lembra como conheceu o clássico cult Imperador Ketchup (Tomato Kecchappu Kōtei), do cineasta japonês Shūji Terayama, que faz a trilha sonora ao vivo nesta terça-feira, no Centro da Terra, ao lado do experimentalista carioca Cadu Tenório (mais informações aqui). “Era um texto sobre a nouvelle vague japonesa e falava Nagisa Oshima, Imamura, esses diretores maravilhosos – se não me engano, o texto tinha algo a ver com a Lucia Nagib, especialista em cinema japonês e brasileiro. Eu tinha uma banda chamada Nitrate Kid, o Wash, da banda Eu Serei a Hiena, que tocava baixo, estava indo morar no Japão e me deixou encarregado de fazer uma capa para a demo. Peguei algumas revistas para fazer colagem e me deparei com uma foto do filme nessa revista da minha irmã, eram umas crianças com umas maquiagens bizarras e acabei usando. Me lembro da legenda: cena do filme Imperador Ketchup. A foto e o título do filme me causaram estranhamento e atração, pensei: ‘esse filme deve ser demente’. No mesmo ano o Stereolab gravava um disco com o mesmo nome do filme Emperor Tomato Ketchup, mas só fui conhecê-los no ano seguinte.”
“Esqueci que esse filme existia e um dia, 20 anos depois, lembrei dele, baixei e assisti. Fiquei chapado. Achei que ele dialogava diretamente com filmes do cinema marginal brasileiro como Rogério Sganzerla, José Agrippino de Paula e Andrea Tonacci. Ele é assustadoramente moderno e contemporâneo até hoje, dialoga diretamente com esse tempo demente no qual estamos vivendo, de tanto delírio fascista e autoritarismo”, continua Kiko. “Muita pouca gente conhece esse filme no Brasil, gostaria que mais gente conhecesse. Já que não sou programador ou curador de cinema, arrumei um jeito de exibir o filme que é tocar por cima dele, é mais uma desculpa pra ver e mostrar o filme e me reencontrar com o Cadu.” O filme é indicado para maiores de 16 anos.
A trilha ao vivo não é o primeiro trabalho de Kiko com Cadu Tenório. “Já tinha ouvido a falar no Cadu por conta da cena da cena carioca que se apresentava quase exclusivamente na Audio Rebel dentro da programação do Quintavant. Depois ouvi as coisas que ele fez em parceria com o Marcio Bulk e gostei bastante. Em seguida, ele gravou o Anganga com a Juçara Marçal, e de lá pra cá criou-se uma amizade e admiração mutua. Tocamos juntos a primeira vez numa programação chamada Nós da Voz, idealizada pela Juçara no qual cantoras e cantores faziam improvisação livre ao lado de instrumentistas, mas tudo com ênfase na voz como instrumento. Nesse dia o time era a Juçara, Ava Rocha, eu e Cadu – e ali percebemos que havia uma sintonia sonora. Posteriormente a Juçara e Cadu me chamaram pra fazer alguns shows do Anganga e ela também convidou Cadu pra participar do show Encarnado. Desde então nos encontramos em diversas ocasiões. Fizemos no ano passado uma pequena residência no Sesc Paulista ao lado da cantora moçambicana Lenna Bahule. Estamos sempre inventando alguma história.”
Os dois inclusive já fizeram trilha de filmes ao vivo. “O Cadu toca sampler e eu toco guitarra, sintetizadores e sampler. Ficaremos ao lado do palco, dialogando com o filme que terá seu som original, trabalhamos por cima da trilha do filme. Já fizemos também a trilha do filme Hitler III Mundo, de José Agrippino de Paula e foi fantástico. Temos em mente fazer outras trilhas ao vivo. Cadu tem uma trilha original para o filme mudo experimental de terror gore Begotten.”
O próprio Kiko tem sua carreira cinematográfica paralela: “Às vezes faço trilha de cinema pra me aproximar desse universo, mas me divirto mais com trilha ao vivo de filmes clássicos, me dão mais liberdade, dá pra tirar mais onda. Gosto de fazer cinema também, dirigir… Estou escrevendo um novo roteiro ao lado do Clima (o compositor Eduardo Climashauska) que foi ator do meu filme mais recente, Breve Em Nenhum Cinema – dá pra ver ele no Vimeo, viu?”