O melhores shows internacionais de 2023 no Brasil segundo a revista Rolling Stone

Já estamos em 2024, mas os ecos de 2023 seguem aí, como é o caso de mais uma edição impressa da revista Rolling Stone que chega às bancas com o Robert Smith na capa, resumindo os melhores shows que aconteceram no Brasil no ano passado. Fui chamado para escrever sobre dois dos shows que mais gostei no ano, o das Haim no festival Mita e o último show de Paul McCartney em São Paulo. Os textos estão no site da revista, mas também podem ser lidos abaixo:  

De volta a 1973

Mais uma edição especial da Rolling Stone Brasil a que presto meus serviços e desta vez temos uma revista inteirinha dedicada a discos que completam 50 anos neste 2023. Escrevi sobre o principal disco de 1973, o cinquentenário que adorna uma das capas da edição com lombada quadrada que chega às bancas esta semana, com oito páginas dedicadas à história do disco-símbolo do Pink Floyd, Dark Side of the Moon. Também passeei por outros tantos discos gringos e nacionais, dividindo as páginas mais uma vez com os compadres Marcelo Ferla, Pedro Só e Pablo Miyazawa, este último no comando desta embarcação épica: falei sobre meu disco favorito do João Gilberto (o disco que muitos conhecem como sendo seu álbum branco), o Let’s Get it On do Marvin Gaye, o Future Days do Can, o Quem é Quem do Donato, o Berlin do Lou Reed, p disco do Pessoal do Ceará, o Head Hunters do Herbie Hancock, o ex-Calabar do Chico, o do Edu Lobo que tem “Missa Breve” e outras dezenas de discos. Isso que eu nem falei dos discos que meus chapas escreveram (como a estreia dos Secos e Molhados, que o Ferla escreveu para a outra capa da revista) – é muito disco bom pra um ano só, diz aí…

Um pulo no Página Não Encontrada

E já que estou ressuscitando participações em podcasts alheios, desta vez puxo aqui minha participação no Página Não Encontrada, programa que o Pablo Miyazawa toca com o Pedro Só e com o Marcelo Ferla, em que fui convidado para falar do trabalho que fizemos conjuntamente na edição impressa mais recente da revista Rolling Stone, quando nós quatro dissecamos a discografia de quatro ícones da música brasileira que completaram 80 anos em 2022: Ferla foi de Caetano, Pablo foi de Milton, Pedro de Paulinho e eu fui de Gil. E conversamos sobre a vida e obra destes quatro pensadores brasileiros enquanto falamos sobre o processo de realizar esta edição.

Ouça aqui.  

Rolling Stone com Gilberto Gil, Caetano Veloso, Paulinho da Viola e Milton Nascimento na capa

Mais uma vez colaboro com mais uma edição impressa da revista Rolling Stone. Depois do especial sobre os 40 anos do rock dos anos 80, desta vez a efeméride é a celebração dos 80 anos da geração nascida em 1942. Na capa da revista, quatro dos principais pilares da música brasileira – Gilberto Gil, Paulinho da Viola, Milton Nascimento e Caetano Veloso – e suas obras dissecadas a partir de suas discografias – e colaborei ao lado de três compadres, cada um encarregado de reluzir a grandeza de seus perfilados através de seus álbuns. Assim, Pablo Miyazwa envereda pela obra de Milton Nascimento, Pedro Só embarca na carreira de Paulinho da Viola e Marcelo Ferla disseca a discografia de Caetano Veloso. Coube a mim deschavar a gigantesca coleção de discos (são SETENTA E TRÊS DISCOS) do maior artista vivo no Brasil hoje, o mestre Gilberto Gil, e ainda repercuti sua importância com dois devotos conterrâneos, Russo Passapusso e Josyara. Só esses trabalhos já tornam a edição suculenta, mas como se não bastasse ainda há pérolas do arquivo da revista – inclusive do tempo em que não era publicada no Brasil – reverenciando outros artistas nascidos neste ano mágico: duas entrevistas com Paul McCartney feitas nos anos 70 (uma antes de ele sair dos Beatles), um perfil de Aretha Franklin feito em 1974, um tributo a Tim Maia, uma reportagem sobre os planos de Jimi Hendrix antes de morrer e uma entrevista com Brian Wilson feita em 2015. A nova Rolling Stone tem uma tiragem baixa e só está às vendas nas bancas do Rio de Janeiro e de São Paulo – é praticamente uma edição de colecionador. E só corrobora minha tese de que a revista é o vinil do jornalismo (e que as redes sociais são o seu Napster), mas isso é outro papo…

O rock brasileiro dos anos 80 em uma cápsula do tempo

Em mais uma incursão pelo meio impresso, colaboro com uma edição especial da Rolling Stone Brasil que chega às bancas nesta semana celebrando os 40 anos do rock brasileiro dos anos 80, editada pelo compadre Pablo Miyazawa. Além de voltar ao verão de 1982, quando tudo começou no Rio de Janeiro, conversando com Evandro Mesquita, Perfeito Fortuna, Leoni, João Barone e Leo Jaime sobre o período em que o Circo Voador foi criado, a Rádio Fluminense tornou-se a primeira rádio rock do Brasil e o filme Menino do Rio espalhava a novidade carioca para o resto do Brasil, também fiz uma lista com os 80 discos mais importantes daquele período, dissecando-os um a um – além de reunir os principais hits do período em uma playlist feita para a revista. Parte do conteúdo já está online, como a reportagem sobre o verão de 1982 e a resenha sobre o primeiro disco da Blitz, mas a maioria dos textos só dá pra ler na versão impressa.

Emicida na capa da Rolling Stone

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E lá vai o jovem Leandro dando mais um passo em sua lenta escalada rumo ao topo do pop nacional – desta vez foi a capa da Rolling Stone brasileira

Charlie Sheen e a real

“É uma pessoa extraordinária, mas com muitos defeitos, como todos nós. Só que vou te contar uma coisa: ele nunca mentiu para sair de uma situação. Aguenta o tranco. Fez isso a vida inteira. Sua honestidade é impressionante.”

Martin Sheen comentando as qualidades do filho mais famoso, assunto da capa da Rolling Stone brasileira desse mês.

Gal e Caetano de cera

Tem algo tão estranho nessa foto da capa da Rolling Stone... O Caetano parece uma bruxa de tragédia grega, só falta o capuz preto e a Gal tá parecendo… um macaco, coitada. Não sei se é o Photoshop, a pose ou o estúdio, mas tem algo muito estranho nessa foto.

O resgate de uma instituição

Wagner Moura, na Rolling Stone, via Mark&Bia.

E por falar em Saltimbancos Trapalhões…

Também desenterro uma minirresenha à trilha sonora do filme de 1981 dos Trapalhões, um dos maiores sucessos do grupo no cinema. Escrevi o texto para uma votação dos 100 melhores discos brasileiros, feita pela Rolling Stone brasileira há dois anos, mas, no fim, o disco ficou de fora – e o texto também. Ei-lo:

O encontro improvável entre um bardo sambista da MPB e um grupo de humor televisivo soltou faísca ao menor atrito. Bom pra todos: Chico Buarque procurava outros temas, uma vez que a resistência à ditadura tornava-se redundante com a abertura do general Figueiredo (seu disco daquele ano, Almanaque, não tinha uma música de protesto sequer), e os Trapalhões precisavam de um prumo para ajudar sua carreira cinematográfica deslanchar de vez. E descobrimos um Chico acanalhado e Didi, Dedé, Mussum e Zacarias funcionando – e bem – sem a ajuda da TV. Da circense – e emblemática – “Piruetas” à cândida “Minha Canção”, a trilha passa pelo forró “Rebichada”, o rock “A Cidade dos Artistas” (com Elba Ramalho), a doce “Hollywood” (com Lucinha Lins) e o xote “Alô Liberdade” (com Bebel Gilberto), sem perder o rebolado e a graça. Mas o Chico subversivo ainda dava sinais nas entrelinhas – das desculpas ao “Meu Caro Barão” à “réstia de luz onde dorme o meu irmão” (que, sutilmente, aponta os últimos porões do Dops). Fora o próprio tema do filme, adaptado da versão que Chico fez de uma peça infantil italiana nos anos 70 – que canta, sem remorso, “todos juntos somos fortes/ Não há nada a temer”.

A trilha – citada pelos Los Hermanos na turnê do Bloco do Eu Sozinho – foi escrita por Chico Buarque em um de seus períodos mais produtivos e embalou a segunda parte da minha infância, uma vez que foi o primeiro filme – e não desenho animado – que assisti no cinema. Fico pensando o quanto músicas como “Meu Caro Barão” e a disco music “Cidade dos Artistas” não podem ter me influenciado de um jeito ou de outro…


Chico Buarque + Trapalhões – “Meu Caro Barão


Elba Ramalho + Trapalhões – “Cidade dos Artistas