Retrospectiva OEsquema 2012: Osso calcificado
Por mais que profecias maias, furacões, eleições e o show de volta das Spice Girls possam ter marcado o ano que termina, pessoalmente ele vai ser sempre o ano em que consertei meu braço. Quebrado num acidente de trânsito nos idos dos anos 60, meu úmero direito ganhou uma tala de titânio interna para tentar voltar a ser um só, mas por décadas ele resolveu não calcificar, me privando de pegar peso com o braço direito e de dirigir. Depois de anos de procrastinação física, resolvi dar um jeito nisso e, durante dois meses de licença médica, voltei à ativa em uma nova realidade. Aproveitei a cirurgia pra botar a vida nos trilhos (“projeto verão”, riem os amigos – “projeto 80 anos”, falo sério de volta) e esse movimento sincronizou-se tanto na vida diurna – quando, ao comandar o Link remotamente por dois meses, eu consegui provar pro Filipe e pra Tati que eles conseguiriam tocar o caderno como editores (o que acabou acontecendo após a minha ida para a editora Globo, outra prova da conspiração cósmica , convite que recebi na última semana da licença médica – quanto na vida noturna – quando Pattoli, Babee e Danilo me ajudaram a manter a Noite Trabalho Sujo semanal, como seguirão fazendo no ano que vem. Por isso o início do segundo semestre de 2012 não foi apenas crucial para meu entendimento do ano, mas também como marco zero de uma nova fase que começa agora (sem contar a possibilidade de finalmente arrumar as coisas em casa – aquela outra procrastinação que envolvia organizar livros, discos, arquivos digitais, fotos – enfim, o escritório). Meus amigos sabem bem como o fim dessa história era importante pra mim – e agora vamos à mais uma fase desse jogo chamado vida.
Tags: alexandre matias, retrospectiva 2012, retrospectiva oesquema 2012, umero