Amanhã Pedro Bonifrate lança seu já anunciado EP Toca do Cosmos com um showzinho na Casa do Mancha – e desde hoje o disco já pode ser ouvido (e baixado de forma paga ou gratuita) online. Além de “Aldebaran”, da banda carioca Filme, que o Pedro já havia adiantado aqui pro Trabalho Sujo, o disco ainda conta com versões para músicas dos Telepatas (“Dissipado Amor”) e Digital Ameríndio (“The Last Time”), uma nova versão para “Sequelagem”, do próprio Bonifrate, gravada há doze anos no EP Sapos Alquímicos na Era Espacial, e a inédita “Rock da Paçoca”. Saca só:
Incrível essa matéria da revista Pop que o próprio Mutante postou em sua página do Facebook…
Bom pra lembrar de não fazer nada esses dias…
O software Form Constant se dispõe a recriar efeitos obtidos através de viagens alucinógenas no computador. Eis alguns exemplos obtidos através do programa:
Em 2007, o líder dos Flaming Lips, deu uma entrevista à NPR falando sobre como ele descobriu, feito uma revelação, a beleza da simplicidade da felicidade, e como ele trouxe essa sensação para sua vida.
A Aline traduziu o texto pro português:
“Eu acredito que nós temos o poder de criar nossa própria felicidade. Eu acredito que a mágica de verdade no mundo é feita pelos humanos. Eu acredito que a vida normal é extraordinária.
Eu estava sentado no meu carro em um semáforo, ouvindo o rádio. Eu estava, eu acho, perdido no momento, pensando em quão feliz eu estava por estar aquecido dentro do meu carro. Estava frio e ventoso do lado de fora, e eu pensei ‘a vida é boa’.
Agora, era um semáforo demorado. Enquanto eu esperava, eu notei duas pessoas amontoadas no ponto de ônibus. Aos meus olhos eles pareciam desconfortáveis; eles pareciam pobres. Seus casacos pareciam ter vindo de um brechó. Eles não estavam vestindo roupas da Gap. Eu sabia disso por que já estive naquela situação.
O casal parecia estar fazendo o seu melhor para se manter aquecido. Eles estavam amontoados, e eu pensei comigo mesmo ‘ah, essas pobres pessoas nesse vento tão ruim’.
Então eu vi seus rostos. Sim, eles estavam amontoados, mas eles também estavam dando risada. Eles pareciam estar dividindo uma ótima piada, e de repente, ao invés de sentir pena deles, eu os invejei. Eu pensei ‘ué, o que é tão engraçado?’. Eles não haviam percebido o vento. Eles não estavam preocupados com suas roupas. Eles não estavam olhando para o meu carro e pensando ‘ah, como eu queria ter um desses’.
Você sabe quando um simples momento parece durar uma hora? Bom, naquele momento eu percebi que havia achado que aquele casal precisava da minha pena, mas eles não precisavam. Eu assumi que as coisas estavam ruins para eles, mas não estavam. E eu entendi também que nós temos o poder de fazer os momentos de felicidade acontecerem.
Agora, talvez seja fácil falar, para mim. Eu me sinto sortudo de ter fãs por todo o planeta, uma casa com um teto e uma esposa que está sempre ao meu lado. Mas eu me senti daquela maneira quando eu estava trabalhando no Long John Silver’s. Eu trabalhei lá por onze anos fritando coisas. Quando você está num lugar por tanto tempo você vê adolescentes em seus primeiros encontros; depois eles estão casados; depois eles estão trazendo seus filhos. Você testemunha seções inteiras da vida das pessoas.
No começo, parecia um emprego fadado ao fim. Mas pelo menos era um emprego. E na verdade, era bem fácil. Depois de duas semanas eu sabia tudo que precisava saber, e isso libertou minha mente. Aquele emprego me permitia sonhar com o que a minha vida poderia vir a ser.
No primeiro ano que eu trabalhei lá, nós fomos assaltados. Eu deitei no chão. Eu pensei que ia morrer. Eu não pensava que teria alguma chance. Mas tudo deu certo. Um monte de gente vê a vida como um monte de histórias sobre tarefas miseráveis, mas depois disso eu não não era mais uma delas.
Eu acredito que isso é algo que todos nós podemos fazer: tentar ser felizes em qualquer contexto da vida que estivermos vivendo. Felicidade não é uma situação para ser ansiada ou a convergência do acaso da sorte. Através do poder de nossas próprias mentes, nós podemos nos ajudar. Nisso eu acredito.”
Abaixo, a transcrição original, em inglês:
Esperávamos há um tempo a versão de “Elephant” do Tame Impala feita pelo Flaming Lips – ei-la:
Ficou bem trivial – bom riff, solo inofensivo, nem boa, nem ruim. Valeu pelo registro.
Cheguei em cima da hora, peguei uma fila gigantesca (dava até a 23), entrei e o show já tinha começado, nem cogitei ficar embaixo e subi para o mezanino do Jóia. O som tava baixo, mas aumentou logo em seguida e a partir daí… Kevin Parker nos conduziu a um delírio sônico em technicolor que, ao mesmo tempo que apontava para o cânone clássico da psicodelia dos anos 60, abria novos horizontes para a lisergia sonora que conduzia a partir de sua guitarra.
Descalço e muito mais seguro de si do que quando apresentou-se no Brasil há um ano (quando Lonerism ainda nem havia sido lançado e só duas músicas do disco haviam aparecido online, “Apocalypse Dreams” e “Elephant”), Parker tem plena certeza dos rumos que quer levar e conta com músicos tinindo pra isso. Jay “Gumby” Watson (que tocava bateria e foi pra guitarra e sintetizadores) e Dominic Simper (baixista no início da banda e hoje nas guitarras e teclados) funcionam como sombras de Kevin, ecoando solos, riffs e texturas sonoras que o líder da banda joga no ar. Os dois novatos da cozinha, o baixista Cam Avery, que entrou no semestre passado, e o baterista Julien Barbagallo, que entrou no ano passado, fazem tudo funcionar com esmero, forçando os limites de seus instrumentos sem precisar apelar pro virtuosismo – Cam passeia pelas belas linhas de baixo compostas por Parker com tranquilidade enquanto Julien equilibra-se nas viradas lentas como um Ian Paice ou um Ginger Baker.
Mas todos trabalham por Kevin, que mesmo tento espasmos de deus do rock – erguendo a guitarra bem no alto, rodopiando, fazendo poses com o instrumentos – é um moleque que passeia feliz pelo céu de diamantes que resolveu habitar. Sem surpresas no repertório, ele esticou músicas em jam sessions memoráveis, intercalou fraseados com espasmos sonoros que fizeram o público no Jóia ficar de queixo caído. Ele adorou a audiência (que cantarolou riffs e solos), além de elogiar o fato da platéia saber a letra de todas as músicas. Um show memorável, mas que parece ser apenas o começo de uma carreira brilhante.
Fiz uns vídeos abaixo, saca só.