Pelados de fim de ano

, por Alexandre Matias

Com o ano chegando ao fim, precisava ver alguns shows pra arrematar alguns ciclos. Foi o caso da show dos Pelados, uma das minhas bandas contemporâneas favoritas, que não via ao vivo desde que fizemos aquele show no Inferninho Trabalho Sujo há quase um semestre. O quinteto paulistano participou do evento Sacola Alternativa, que a Balaclava Records faz em parceria com o Sesc Vila Mariana e que traz debates e feira de material independente, além dos shows neste sábado e domingo – com todas as atividades gratuitas. A feliz coincidência os colocou no mesmo palco em que lançaram seu excelente disco Foi Mal no fim do ano passado, no Auditório daquela unidade, com quase um ano de diferença – e quanta diferença um ano de shows faz com uma obra. Comparando com o show de um ano atrás, em que o grupo parecia tenso com a estreia e ainda contava com três participações especiais, desta os Pelados estavam voando só os cinco no palco e trabalhando o mesmo repertório com uma intimidade ainda mais intensa. A entrega dos primeiros Manu Julian e Vicente Tassara aos seus instrumentos (voz e guitarra, respectivamente) está cada vez mais plena, enquanto a base formada pela cozinha pós-moderna que inclui a baixista Helena Cruz, o baterista Theo Cecato e o tecladista e programador Lauiz está vez mais firme e coesa, consagrando o grupo com o melhor grupo indie de São Paulo atualmente, fechando o show com seu épico intimista “Yo La Tengo na Casa do Mancha”, canção que não sai do meu rádio mental e que fez o público levantar-se das cadeiras do teatro. Foi foda.

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