Paranoia

Quem voltou a dar o de sua graça foi Johnny Jewel, a cabeça por trás dos saudosos Chromatics e capo do selo Italians Do It Better, que acaba de anunciar o lançamento da trilha sonora do filme holandês The Witch, escrito e dirigido por Fien Troch. Com influências confessas John Carpenter, Goblin, e Tangerine Dream, a trilha foi anunciada com a música batizada com o nome da protagonista do filme, uma adolescente de quinze anos chamada “Holly”. É inevitável perceber as referências à trilha do Suspiria de Dario Argento que a banda prog italiana Goblin compôs em 1977. A trilha já está em pré-venda e deverá ser lançada no dia 13 de outubro.

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Cataclisma sonoro

Quem foi ao Sesc Avenida Paulista nesta quinta-feira pode aproveitar mais uma avalanche sonora provocada pelo Test em sua versão hiperbólica, a Test Big Band, e só quem esteve presente tem noção do impacto que foi essa primeira apresentação que o grupo faz neste formato depois da pandemia. Além dos heróis João e Barata, os responsáveis por esse cataclisma de som que o público pode assistir, eles contaram com Sarine na percussão, Bernardo Pacheco no baixo, Alex Dias no contrabaixo acústico, Rayra da Costa nos eletrônicos, Livia Cianciulli no saxofone, Romulo Alexis no trompete, Flavio Lazzarin na bateria, Tomas Moreira, Chris Justtino e Jonnata Doll nos vocais e Maureen Schramm na luz. Vida longa ao Test!

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Feliz por conseguir realizar o retorno da Test Big Band depois do período pandêmico nesta quinta-feira, no Sesc Avenida Paulista. Uma das principais bandas da cena noise brasileira, a dupla Test, formada por João Kombi (guitarra e vocais) e Barata (bateria), já extravasaram há muito tempo os limites do metal e do grindcore e hoje são uma usina compacta de barulho extremo. Mas esse elemento compacto vai para as cucuias no formato Big Band. Fui apresentado a essa formação – quando a dupla expande-se para a quantidade de músicos que eles conseguem colocar no palco – quando era curador de música do Centro Cultural São Paulo e reunimos dez músicos além da dupla na mítica Sala Adoniran Barbosa. Desta vez Barata e João são acompanhados por outros onze músicos: Sarine (percussão) e Bernardo Pacheco (baixo), que já tocam com os dois quando o grupo torna-se um quarteto, além de Alex Dias (contrabaixo acústico), Rayra da Costa (eletrônicos), Livia Cianciulli (saxofone), Romulo Alexis (trompete), Flavio Lazzarin (bateria), Tomas Moreira, Chris Justtino e Jonnata Doll (vocais) e Maureen Schramm (luz). A apresentação dessa parede sonora acontece no Sesc Av. Paulista a partir das 20h. Os ingressos já estão esgotados, mas quem conhece o Sesc sabe que, chegando na hora, sempre corre o risco de sobrar um ou outro ingresso. Vamos?

Finalmente vi Barbie, mas atropelo o comentário sobre o filme de Greta Gerwig para falar sobre o novo filme de Kleber Mendonça Filho, que Dodô usa como gancho para falar sobre museus e acervos – neste caso, pessoais. E em mais um DM emotivo, mergulhamos na coleção de lembranças que cada um de nós carrega e usa como autoficção para definir quem somos, cada um de nós. Isso é deixa para mergulharmos em amizades que nos deixaram, como a do meu querido irmão Fred Leal – que Dodô só conheceu pela internet, como pode? -, a trágica história de seu compadre de adolescência Elmer e, vamos festejar nossos amigos em vida, do grande Fabio Bianchini, o Mumu, uma das melhores pessoas que conhecemos (e olha que conhecemos muita gente boa).

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Em mais uma reunião de cúpula do Aparelho, em contraponto – ou contraponta? – ao evento ConCon que infelizmente deve pintar num horizonte próximo de você futuramente, eu, Tomate e Vlad puxamos mais uma edição do Aparelho Jornalismo Fumaça, desta vez desvendando a criação de um ícone surgido no período de transição entre a ditadura militar dos anos 60 e a redemocratização pré-constituinte dos anos 80: o jovem brasileiro. Entre transas e caretas, armações ilimitadas, roques estrelas, TVs piratas, areias escaldantes, cidades ocultas e meninos do Rio, passeamos por essa fauna que tomou conta do imaginário brasileiro naquele período a ponto de entrar em nosso inconsciente coletivo e continuar aí até hoje, entre velhos jovens que reclamam como era melhor naquele tempo.

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Antes de Nick Cave liderar seus Bad Seeds, ele era o principal nome do grupo Birthday Party, uma das principais bandas pós-punk da Austrália, que pavimentou o caminho para o surgimento de uma cena rock que não existia naquele país até os anos 80. Misturando barulho, drogas e violência no palco, o grupo é o foco do documentário Mutiny in Heaven, que estreia no próximo mês nos EUA e não tem previsão de chegada ao Brasil. Dirigido por Ian White, o documentário mistura entrevistas recentes, cenas de época e quadrinhos e um trailer recém-lançado dá uma ideia do nível de periculosidade do grupo australiano.

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Desde o dia em que convidei Sandra Coutinho para fazer a temporada no Centro da Terra ela comentava, mesmo antes de confirmar se conseguiria conciliar sua agenda com a proposta, que uma das noites tinha de ser dedicada ao que ela chamava de “lado B das Mercenárias”: todo um repertório do clássico grupo de pós-punk que moldou parte da cena paulistana dos anos 80 que nunca tinha sido gravado de verdade, sendo tocado apenas em shows e circulando em gravações domésticas não-oficiais. Depois que confirmou sua temporada para este mês de agosto, ela deixou essa data como sua última participação e em vez de simplesmente trazer a atual formação da banda – com ela no baixo, Sílvia Tape na guitarra e Pitchu Ferraz na bateria – resolveu convidar reforços de peso para essa noite histórica. Além do único integrante do sexo masculino nas décadas de carreira da banda, Edgard Scandurra (que foi baterista da primeira formação da banda, mas que nesse show tocou guitarra), ela também reuniu um coro da pesada – Bibiana Graeff, Amanda Rocha e Mayla Goerisch – que assumiu vocais de canções que, mesmo com quase quarenta anos de idade, ainda soam atuais. Foi a coração de uma temporada que nasceu clássica – agora vamos ver se essas músicas inéditas finalmente podem ser registradas!

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Mestre do cinema de horror e ficção científica do final do século passado, John Carpenter também é um dos pioneiros no uso dos sintetizadores na música pop, usando o instrumento como o principal fio condutor musical das trilhas sonoras de seus filmes, que ele mesmo compõe. E desde a década passada o cineasta vem abrindo seus próprios arquivos musicais para lembrar de temas que ficaram de fora de suas trilhas, recriar outros temas clássicos e obscuros de seus filmes, voltando, inclusive, a fazer shows ao vivo com estas composições. Acompanhado sempre do filho Cody Carpenter e do afilhado Daniel Davies (que, por essas coincidências da vida, é filho do guitarrista do Kinks, Dave Davies), ele lançou a série de discos Lost Themes, compôs algumas trilhas sonoras novas (para os remakes que o estúdio Blumhouse fez para Halloween, Halloween Kills e Firestarter) e a coletânea Anthology: Movie Themes 1974–1998, lançada em 2017. Agora o diretor anuncia o segundo volume desta compilação e Anthology II: Movie Themes 1976-1988, que será lançada no início de outubro (já em pré-venda) e reúne temas de filmes como seus três Halloween, Fuga de Nova York, Aventureiros do Bairro Proibido, Príncipe das Sombras, A Bruma Assassina e Assalto à 13ª DP, além de três temas que seriam usados na trilha do clássico O Enigma de Outro Mundo, antes que o italiano Ennio Morricone assume as composições.

Abaixo você ouve a nova versão para “Chariots of Pumpkins”, do terceiro Halloween, de 1982, vê a capa do novo disco e a ordem das músicas regravadas: Continue

Mais uma segunda-feira com Sandra Coutinho no Centro da Terra e na segunda visita à Linha do Tempo Contínuo, ela expandiu seus parâmetros musicais mais uma vez, primeiro dividindo o palco com a dupla Espelho (Bernardo Pacheco grunhindo ecos e ruídos elétricos, Mariana Taques jogando seu corpo no mundo) enquanto marcava o tempo e cantava melodias com seu baixo pós-punk para, em seguida, embarcar numa viagem tribal krautrock ao lado de Rafael Crespo e Guilherme Pacola, variando novas versões de temas musicais que havia composto quando morou em Berlim. Intenso!

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Morreu o designer que tornou os Sex Pistols – e o punk inglês e todo o movimento faça-você-mesmo do final dos anos 70, como consequência – ícones visuais de fácil acesso à sua mensagem de caos e destruição. Misturando elementos tradicionais da cultura inglesa (em especial a coroa britânica) à imagem agressiva da primeira safra de bandas daquele movimento naquele país através de colagens radicais, ele transformou suas obras – que foram parar nas capas de discos e singles da banda – em marcas registradas de uma transformação cultural que perdura até hoje.

Veja alguns exemplos de sua arte transgressora abaixo: Continue