Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.
Parte da importância do recém-falecido mestre George Martin ia além do fato de ter dado asas aos Beatles e nos mostrava o que fazia um produtor musical – escrevi sobre este legado pro meu blog no UOL.
Nem bem sabemos como Rua Cloverfield, 10 se relaciona com o primeiro Cloverfield e as pistas começam a apontar que um terceiro filme já está sendo feito – dissequei o filme até aqui lá no meu blog no UOL.
Todas minhas lembranças de Naná Vasconcelos, que infelizmente nos deixou nesta quarta-feira, são de apresentações ao vivo, em shows gratuitos ou em participações em shows alheios. O velho pernambucano felizmente era figurinha fácil e sempre topava tocar quando era convidado – e foi o vendo tocar que abri minha cabeça para a percussão. O leque de instrumentos que Naná dominava era imenso, mas pequeno comparado com as emoções que provocava. Era um sonoplasta da alma, tocava emoções de uma forma profunda, mergulhando no fundo do ser humano apenas com suas mãos e seu voraz senso de ritmo para extrair textos inteiros criados a partir apenas de sensações. Um mago do ritmo, ele fazia chover em lugares fechados e transformava essa mesma chuva em revoada de pássaros, um escritor impossível cujas frases misturam sensações, emoções e sentido, fazendo o universo alinhar-se ao seu ritmo. Sua morte é uma lacuna irreparável na música brasileira, mas sua vida fez milhares – senão milhões – se conectarem ao ritmo interior de tambores que falam.
Morreu o homem que ensinou os Beatles a escutar.
Dando continuidade à segunda temporada do curso Todo o Disco, no Espaço Cult, esta terça é dia de dissecar mais um clássico recente da música brasileira, o impressionante Violar, que a agora dupla de produtores formada por Tejo Damasceno e Rica Amabis lançou no fim do ano passado. As inscrições podem ser feitas no site do Cult.
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Em 2015, o antigo coletivo Instituto encerrou um hiato de treze anos lançamento finalmente seu segundo disco, Violar. Nesta quase década e meia de maturação, além de reunir talentos contemporâneos e novos nomes em sua jornada musical, também perderam a presença do maestro Daniel “Ganjaman” Takara da formação, ficando reduzido à dupla de não-músicos Tejo Damasceno e Rica Amabis. Os dois produtores chegaram a um consenso sobre o material gravado nos últimos treze anos no fim do ano passado, quando lançaram o incômodo disco Violar, que reúne monstros sagrados, grandes nomes e novos talentos da música brasileira – além de alguns gringos pesos pesados – para fazer um disco crítico em relação ao nosso tempo.
Vagas limitadas, garanta a sua no site do Espaço Cult
Todo o Disco – Segunda Temporada
Nunca se produziu tanto, nunca tantos artistas brasileiros lançaram tantos discos bons em tão pouco tempo mas ao mesmo tempo nunca se discutiu tão pouco sobre música. A overdose de informação e a concorrência por atenção apenas trata discos como notícias e mesmo com a amplitude da internet, estes discos não são tratados como obras importantes na carreira do artista e sim como mero gancho para notícias.
A partir desta constatação, o jornalista Alexandre Matias, do site Trabalho Sujo, junto com o Espaço Cult, propõe uma investigação musical ao lado dos autores de importantes discos lançados recentemente. A série Todo o Disco foi iniciada em novembro do ano passado com encontros com o grupo Cidadão Instigado, o músico Siba, o rapper Emicida e a cantora Karina Buhr. Em março, a segunda temporada do curso reúne nomes como Mariana Aydar, Ava Rocha, Tulipa Ruiz, Rodrigo Ogi e Instituto todas as terças-feiras de março, do dia primeiro ao dia 29, sempre a partir das 20h.
01/03 – Tulipa Ruiz fala sobre Dancê
08/03 – Instituto fala sobre Violar
15/03 – Rodrigo Ogi fala sobre Rá!
22/03 – Ava Rocha fala sobre Ava Pátrya Yndia Yracema
29/03 – Mariana Aydar fala sobre Pedaço Duma Asa
A BBC comemorou os 30 anos de “Blue Monday”, marco da dance music que consagrou a reputação do New Order, chamando a estranha Orkestra Obsolete, que toca apenas instrumentos estranhos do passado, para recriar o clássico como se ele tivesse sido gravado 50 anos antes. Ficou incrível.
Conversei com o músico e produtor sueco-turco Ilhan Ersahin, que também é o idealizador do festival Nublu, que este ano traz Sly & Robbie e Badbadnotgood, entre outros, para o palco do Sesc Pompéia, em São Paulo, lá pro meu blog no UOL.
O australiano Flume – nome de guerra de Harley Streten – ainda não lançou seu esperado segundo disco, mas chamou os compadres do Disclosure para entortar a “Never Be Like You” que ele lançou com a cantora Kai no inicio do ano. E o remix parece comportar-se educadamente até que lá pela metade o grave pesa torto e os Disclosure abrem todo uma nova gama de possibilidades para a música original.
Ouça o original aqui.
Entro na reta final do crowdfunding da versão impressa do Trabalho Sujo conversando com os colaboradores da primeira edição – e o primeiro deles é velho compadre Carlos Eduardo Miranda, que fala sobre porque uma revista impressa em 2016. Saiba mais sobre o projeto e colabore com a campanha no site do Catarse – e se você já colaborou, espalhe para os amigos.