Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.
A adolescência transformou-se à medida que começou a ser representada no cinema e a partir de filmes de diferentes épocas – e tantas outras séries de TV -, eu e André Graciotti entramos de cabeça num cânone que inclui Rebelde Sem Causa, os filmes dos Beatles, Nos Tempos da Brilhantina, Picardias Estudantis, Skins, Porky’s, os filmes de John Hughes, a Revolta dos Nerds, A Culpa é das Estrelas, Freaks & Geeks, Vidas Sem Rumo, Mean Girls, Malhação, 13 Reasons Why, Barrados no Baile, Superbad, Confissões de Adolescente, That 70s Show, Juno, Sex Education… Cada uma destas obras retratando um momento diferente da sociedade e como a adolescência retrata essas transformações.
Mais uma segunda, mais um Festa-Solo ao vivo na twitch.tv/trabalhosujo a partir das 21h – este foi o da semana passada. Quem vem hoje?
Haim – “Summer Girl (Amber Mark Remix)”
Dua Lipa – “Pretty Please”
Jessie Ware – “Spotlight”
Pet Shop Boys – “West End Girls”
Letrux – “Coisa Banho de Mar (Tin God Remix)”
Waterboys – “The Whole of the Moon”
Joe Goddard + Betsy – “Endless Love”
LA Priest – “What Moves (Soulwax Remix)”
New Order – “Bizarre Love Triangle”
Lizzo – “Juice”
Cut Copy – “Hearts on Fire (Holy Ghost Remix)”
Chaka Khan – “I Feel For You”
Curtis Mayfield – “Superfly”
Bixiga 70 – “100% 13”
Karina Buhr – “Conta-Gotas”
Rita Lee – “Ovelha Negra”
Ritchie – “Vôo de Coração”
Orange Juice – “Falling and Laughing”
Whitest Boy Alive – “1517”
Beta Band – “Dry the Rain”
Pink Floyd – “Free Four”
Cat Power – “The Greatest”
Van Morrison – “Astral Weeks”
Lana Del Rey – “Venice Bitch”
Weyes Blood – “Wild Time”
Angel Olsen – “(We Are All Mirrors)”
Stephen Malkmus – “Shadowbanned”
Ariel Pink’s Haunted Graffiti – “Round and Round”
Bárbara Eugênia – “Coração”
Amy Winehouse – “You Know I’m No Good”
Arctic Monkeys – “You Know I’m No Good”
Al Kooper + Shuggie Otis – “Lookin’ for a Home”
Beatles – “Happiness Is A Warm Gun”
O grupo neozelandês Yumi Zouma lançou seu disco mais recente, Truth or Consequences, no dia seguinte em que a Organização Mundial da Saúde declarou que o coronavírus era efetivamente uma pandemia, no meio de março, e, assim, ficou sem poder fazer shows, como todos os artistas do mundo. A alternativa que eles inventaram foi começar a recriar aquele mesmo disco a partir das condições de isolamento social a que todos fomos submetidos, mantendo o vínculo com as músicas que estavam prontas para encontrar o público ao vivo, num outro tipo de show. Eles estão aos poucos mostrando as novas versões deste Truth or Consequences – Alternate Versions (já em pré-venda), que deve ser lançado em
E pra quem não ouviu a versão original do disco, olha ela aí:
Sempre bom, né?
Prestes a lançar seu primeiro disco solo no mês que vem, produzido pelo mestre da soul music Booker T. Jones, o vocalista do The National, Matt Berninger, mostra mais uma nova canção de seu Serpentine Prison, depois de mostrar a faixa-título e “Distant Axis” – e “One More Second” segue o nível das faixas anteriores – e dá pra ouvir o maravilhoso teclado do distinto produtor.
“O festival online veio pra ficar mesmo e mesmo depois da pandemia a gente cogita continuar com ele também assim”, explica Marcelo Aliche, diretor da edição brasileira do In-Edit, o já tradicional festival de documentários sobre música que acontece em São Paulo há doze anos. Ele é enfático ao dizer que nunca cogitou não fazer o festival e que viu o momento crítico que vivemos como a oportunidade perfeita para transformar-se em um evento digital, inclusive antes das outras versões do festival ao redor do mundo, inclusive a matriz, em Barcelona. “A gente conseguiu realocar recursos que pagariam passagens, hotéis, tráfego de cópias, monitores na sala, festa e tudo isso para a plataforma digital”, conclui.
A partir deste novo formato, o festival segue para além do evento. “Depois do dia 20 a plataforma continua online, os filmes do festivais saem e entra um catálogo próprio, com filmes que estiveram em outros In-Edit e outros mais antigos”, continua Aliche, “o que a gente quer é que seja o maior portal de documentários do Brasil e que seja um lugar de pesquisa, mais do que de entretenimento”.
Entre os destaque, da edição Aliche listou o noruruguês The Men’s Room, Welcome to the Dark Ages, sobre a dupla de provocadores KLF, The Quiet One, sobre o baixista original dos Rolling Stones Bill Wyman, e White Riot, que abriu a edição do festival na última quarta, sobre o movimento antifascista que culminou em festivais de rock na Inglaterra no início dos anos 80 – ele deu mais detalhes sobre cada um dos filmes no CliMatias da quinta passada. E também descolou códigos promocionais para os leitores do Trabalho Sujo assistirem a dez filmes de graça. Quem quiser saber como ganhar, manda um alô lá no trabalhosujoporemail@gmail.com. A programação completa e mais detalhes sobre o festival podem ser encontrados no site do evento, onde estão sendo exibidos os filmes também.
No dia 11 de setembro do ano passado perdemos o doce e alucinado Daniel Johnston, ícone do rock independente norte-americano e um dos compositores que, de uma forma improvável, bissexta e errática, fez a conexão entre o rock clássico dos anos 60 e o indie rock a partir dos anos 80. Sua família juntou fãs célebres para fazer uma homenagem ao seu legado no aniversário de um ano de morte no espetáculo online (claro) Honey I Sure Miss You – A Tribute To The Life, Art, And Music Of Daniel Johnston, que aconteceu nesta sexta. E entre popstars como Jeff Tweedy, Beck, Devendra Banhart, Phoebe Bridgers e Kevin Morby, quem brilhou mesmo foi o próprio Jonston, que roubou a festa póstuma quando, ao final da apresentação, foi revelado um vídeo do primeiro dia do ano de 1991, em que ele compõe “When I Met You”, que iria gravar três anos depois numa versão sem instrumentos, ao piano, fazendo anotações nos intervalos da composição, num momento único de criação de um gênio ímpar.
É de chorar, diz aí.
Tínhamos outra pauta, mas eu e Dodô preferimos deixar rolar a conversa e passamos pela encenação da dor, Battlestar Galactica, sertanejo com música gaúcha e axé music, Roger Ebert sobre Spike Lee, a linguagem da imagem, mito x palavra, imperialismo maia, I May Destroy You, “Parque Industrial” do Tom Zé e a travessia do Mar Vermelho em mais uma edição desenfreada do DM em que discutimos tudo isso que está aí.
Como vocês aguentam? Eu não sei como eu aguento! Angel Olsen se recolheu mais uma vez à sua quarentena caseira, pegou seu instrumento e gravou mais uma música deslumbrante: desta vez o conselho ancestral que George Harrison canalizou quando não tinha nem trinta anos. “Beware of Darkness”, um dos grandes momentos do irrepreensível All Things Must Pass (o melhor disco solo de um beatle, diz aí), revisitada pela voz angelical da nossa musa ganha contornos de conselho, consolo e sonho ao mesmo tempo.
Que mulher <3 E ainda troca uma ideia com a gatinha no final.
Mais uma vítima do coronavírus, o mestre jamaicano Toots Hibbert, líder do trio vocal Toots & the Maytals, foi um dos pilares da música de seu país, uma vez que trouxe o gospel e a soul music, que acompanhou sua infância devido à influência religiosa dos pais, adventistas do sétimo dia, para a música da Jamaica. Essa aproximação deu melodia e sinuosidade ao gênero vigente, o rocksteady, fazendo com que ele se transformasse em um outro estilo musical, que o próprio Toots batizaria de reggae, ao lançar “Do The Reggay”, em 1968.
Vai em paz.
Robert Smith entra no time de colaboradores do projeto Song Machine, que já conta com outros convidados ilustres como Slowthai, Beck, Elton John, Kano, St. Vincent, Peter Hook e Georgia, entre outros, com a faixa que batiza o primeiro volume, ou melhor, temporada, desta empreitada. No clipe da simpática “Strange Timez”, Smith aparece como a lua e a compilação das faixas que o grupo de desenho animado está lançando desde o início do ano, chamada Song Machine: Season One – Strange Timez, foi anunciada para chegar ao público no dia 23 de outubro.
Na paralela, Smith anunciou no programa de rádio de Steve Lamacq na BBC 6 que terminou o disco novo do Cure, o primeiro em doze anos, já que o último, 4:13 Dream, foi lançado em 2008 (!). “Eu realmente sinto muito por quem tinha planos para esse ano, tem sido um desastre”, contou o líder do Cure na entrevista. “Da minha própria perspectiva, foi ótimo porque já fizemos muita coisa no ano passado. Esse ano tem sido – não só um ano – completamente estranho”, concluiu. Não custa lembrar que ainda em fevereiro, antes de entrar na quarentena, ele anunciou que o Cure já tinha “dois álbuns gravados e uma hora inteira de ruído“. E a sensação de que ele pode estar vindo com mais um disco do calibre de Pornography, Disintegration e Bloodflowers? Sabe como é o Cure na virada de décadas…