Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.

Cacá Machado + Laura Lavieri: “Um samba feito só pra mim”

É neste sábado a estreia do espetáculo Melhor do que o Silêncio, em que Cacá Machado e Laura Lavieri reúnem-se para celebrar o repertório de um dos principais discos de João Gilberto, seu “álbum branco”, gravado em 1973. A apresentação acontece na Casa de Francisca, no dia 11 de novembro, e conta com a participação do percussionista Igor Caracas. No vídeo, os três mostram a versão que fizeram para “Eu Quero um Samba” de Janet de Almeida e Haroldo Barbosa, que abre o lado B do vinil. Assino a direção executiva do espetáculo, que ainda conta com a direção de arte de Amanda Dafoe e a produção do Guto Ruocco, da Circus. Os ingressos estão quase no fim e podem ser comprados neste link.

Assista a um trecho abaixo:  

Luiza Villa 2023: “Galopando em desafios”


(Foto: Olivia Albergaria/Divulgação)

Uma das boas surpresas deste 2023 foi conhecer melhor Luíza Villa, que conheci no ano passado ao fazer uma participação especial em um dos shows que fiz a curadoria no Centro da Terra. Desde então comecei a acompanhá-la online até que ela veio me propor um show em homenagem à Joni Mitchell – e o resto é história, que estamos fazendo. Mas perguntei para ela se ela não tinha material próprio e ela me contou que estava com um single engatilhado para lançar no final do ano de uma música que havia gravado em 2021 com o produtor e violonista Pedro Carboni, uma versão para “Faltando um Pedaço” de Djavan. A regravação – simples e com poucos elementos – mostra toda a desenvoltura vocal de Luíza, além do conforto que ela sente no território da música brasileira. “O que eu mais gosto dessa gravação é a inocência inequívoca na minha voz de dois anos atrás, e justamente essa inocência me aproximou da MPB de um jeito tão bonito”, ela me explica por Whatsapp, falando da música que lança nessa sexta e que antecipou em primeira mão para o Trabalho Sujo. Vamo nessa, Villa!

Ouça abaixo:  

E o Dylan fazendo versão pra “Dance Me to the End of Love” do Leonard Cohen?

Rolou na semana passada, mas só apareceu agora: Bob Dylan segue passeando com a turnê de seu disco mais recente, o soberbo Rough and Rowdy Ways (please com to Brasil!) e no domingo do outro fim de semana foi flagrado reverenciando outro bardo, este canadense, ao passar em sua cidade-natal. No show que fez no Salle Wilfrid-Pelletier, em Montreal, no Canadá, Dylan pinçou “Dance Me to the End of Love”, que Cohen escreveu sobre nazistas tocando música clássica ao mandar judeus para as câmaras de gás nos campos de concentração em seu álbum de 1984, Various Positions. Não é a primeira vez que Dylan faz esse tipo de homenagem nesta turnê. Só no mês de outubro, ele celebrou John Mellencamp (“Longest Days“) ao passar por Indianápolis, tocou uma (“Nadine“) do Chuck Berry quando passou por St. Louis e duas do Muddy Waters (“Every Grain of Sand” e “Forty Days and Forty Nights”) e Howlin’ Wolf (“Killing Floor“) em sua passagem por Chicago, sempre saudando mestres e compadres em suas cidades-natal. Mas essa do Cohen pegpu na veia, ouça abaixo:  

Both Sides Now – Joni Mitchell por Luíza Villa @ Blue Note São Paulo

A mestra Joni Mitchell completa 80 anos neste 7 de novembro de 2023, mesmo dia em que anunciamos a segunda edição do espetáculo Both Sides Now, em que a cantora Luiza Villa desfila o repertório de um dos maiores nomes da canção norte-americana, e que desta vez acontece no Blue Note SP, no dia 19 de novembro, a partir das 19h. Acompanhada de Tomé Antunes, Pedro Abujamra, João Pedro Ferrari e Tommy Coelho, mais uma vez com a minha direção. Villa passeia por canções emblemáticas do repertório de Mitchell, como “Coyote”, “Hejira”, “Big Yellow Taxi” e “Little Green” revezando-se entre guitarra e violão e o formato solo e acompanhada por sua banda. O link para comprar os ingressos antecipadamente é este.

Que tal um EPzinho do Yo La Tengo?

O Yo La Tengo despede-se de 2023 em um EP ao vivo batizado de The Bunker Sessions, que reúne quatro músicas do disco que lançou no início do ano ao gravá-las, como o título entrega, como um show no estúdio Bunker, que fica no Brooklyn, em sua cidade-natal. Foi um ano agitado para nosso trio nova-iorquino favorito, que lançou o elogiado This Stupid World em fevereiro e passou o resto do ano para cima e para baixo em shows pelos Estados Unidos, Canadá, Europa e Japão = e eles bem que podiam dar um pulo aqui no Brasil, né? Além das faixas do novo disco, o EP lançado nesta terça ainda traz uma bela versão para o clássico “Stockholm Syndrome”, gravado em uma das obras-primas do grupo, I Can Hear The Heart Beating As One, lançado há 25 anos. Dá pra assistir à sessão inteira que gerou o EP abaixo:  

Vida Fodona #797: Começou quentaço

Esse mês promete!

Ouça aqui:  

Abertura dionisíaca

“A palavra é pra ser esquecida, a sensação é que fica”. Maravilhosa a estreia da temporada Prémistura que Chicão Montorfano promoveu nesta segunda-feira no Centro da Terra, ao dar mais detalhes de seu primeiro disco (Mistura, que terá seu primeiro terço lançado ainda este ano, e que foi gravado há inacreditáveis quinze anos), mostrando suas canções inéditas ao lado da cantora e percussionista Marcela Sgavioli, além de conectar-se com sua verve teatral ao invocar o mestre Zé Celso Martinez Corrêa exatos quatro meses após sua passagem ao relembrar das Bacantes que fez a direção musical ao lado da cantora Letícia Coura. Foi a primeira vez que mostrou suas belíssimas canções em público, em dueto com sua companheira Marcela – e que voz maravilhosa que ela tem! Também foi a primeira vez que tocou violão num teatro, quando puxou uma sequência de composições nascidas durante a pandemia que rotulou de “bossas novas bad”. A apresentação expandiu sua natureza musical e passou a ganhar contornos teatrais com a entrada de Coura, empunhando seu cavaquinho e sua voz igualmente maravilhosa, e colocando coroas de louros no palco – e no público. Logo estávamos em terreno dionisíaco de uma peça escrita 700 anos antes de Cristo e mexendo com nossas sensações como faz há milênios – incluindo no fantástico final abrupto que esfregou em nossa cara o papel da arte. Uma noite ímpar.

Assista aqui:  

Chicão: Prémistura

O maestro Chicão Montorfano começa sua temporada no Centro da Terra nesta segunda-feira (6), quando começa a mostrar as canções de seu primeiro disco solo, gravado há anos e que finalmente verá, em breve, a luz do dia. O disco chama-se Mistura e justamente por isso a temporada foi batizada de Prémistura, quando o músico, compositor e arranjador mostra diferentes versões de seu trabalho, apontando tanto para o passado recente quanto para o futuro próxima. Na primeira apresentação, ele começa a noite com sua companheira Marcela Sgavioli nos vocais e percussão apresentando-se como a dupla Mar & Chicão. A segunda parte da noite vem com a cantora e cavaquinhista Letícia Coura que acompanha o tecladista pelas canções da peça Bacantes, do Teatro Oficina, do qual Chicão também foi diretor musical. Na segunda que vem (13), ele acompanha dois amigos e ídolos – Alzira E. e Yantó – somente ao piano. Na segunda dia 20 não terá temporada, pois é feriado, e ela continua no dia 27, quando Chicão abre a Prógui Náiti ao lado dos músicos Gabriel Falcão (guitarra) e voz, André Bordinhon (guitarra), Fernando Junqueira (bateria), Filipe Wesley (baixo) e mais uma vez Marcela Sgavioli (voz e percussão), visitando tanto músicas de seu primeiro disco solo quanto clássicos do rock progressivo. A última segunda-feira da temporada é a primeira de dezembro (4), quando recebe os músicos Barulhista, Bernardo Pacheco e Wanessa Dourado para um concerto de improvisação livre. Os espetáculos começam sempre às 20h e os ingressos podem ser comprados através deste link.

Bikini Kill no Brasil!!!

Vamos começar a fazer a caixinha pros shows do ano que vem, porque se já não bastasse o Pavement, agora é a vez da confirmação da primeira vinda de ninguém menos que o Bikini Kill para o Brasil! Quem está trazendo a clássica banda para o país é ninguém menos que a Associação Cultural Cecília, que realizará a apresentação na Áudio no dia 5 de março de 2024. Os ingressos começam a ser vendidos na quarta-feira, tanto no site da Ticket360, quanto nas bilheterias da casa de shows e da própria Associação Cecília, custando a partir de R$165,00. E olha que foda: parte da arrecadação dos ingressos irá para a instituição Girls Rock Camp Brasil e os alimentos entregues na compra da meia entrada social — que vale para todos — serão doados para as aldeias Tekoa Pindo Mirim & Tekoa Itakupé, daqui de São Paulo. Sensacional!

Pavement no Brasil em 2024!

A Monica Bergamo antecipou a notícia que todos queríamos ouvir! Pavement estará entre nós no ano que vem – é a primeira atração confirmada da segunda edição do C6, que acontece nos dias 18 e 19 de maio de 2024. Que maravilha!