Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.
Encerrando a série de discos clássicos brasileiros que tornam-se cinquentenários em 2022 que estou fazendo no site da CNN Brasil, desta vez dedico atenção aos discaços de artistas tão diferentes quanto Tom Zé, Toni Tornado, Rita Lee (escondendo um disco dos Mutantes), Quinteto Violado, Paulinho da Viola, Tim Maia e um compacto histórico de Tom Jobim com João Bosco.
No primeiro DM de 2022, eu e Dodô Azevedo repassamos os dois primeiros anos da pandemia do ponto de vista da cultura, analisando tudo que foi represado nesse período, dos filmes da Chloé Zhao aos Barões da Pisadinha, passando pela transformação do filme dos Beatles num seriado, da volta dos vídeos curtos através do TikTok, da ascensão das lives do Casemiro, da quarta continuação do Matrix à luz de um ano que promete esquentar mais do que imaginamos – levando em conta eleições, copa do mundo e aquecimento global.
Foto: Isadora Stefani
“Nenhum lugar é mais incerto do que o que está aqui dentro”, divaga Fernando Catatau ao final do single que materializa seu primeiro álbum solo, prometido desde antes da pandemia e que finalmente vê a luz do dia no início do mês que vem. “Nada Acontece” dá o primeiro gostinho desse disco, meio retrofuturista, mas sem deixar de lado sua paixão pela canção popular. “Acho que ela sintetiza o lugar em que quero apontar com o meu trabalho”, me explicou depois que perguntei porque ter escolhido esta canção para apresentar o álbum. “Fiz ela em parceria com a Juliana R e com o Giovani Cidreira e cada um deu sua visão sobre o que é estar vivendo nesse Brasil futurista cheio de caos e busca por uma identidade.” Ouça abaixo a música que conta com a participação dos dois coautores também nos vocais:
Sigo a série de discos brasileiros lançados há 50 anos que estou fazendo no site da CNN Brasil. Neste sábado meu convite conduz para clássicos de Milton Nascimento e Lô Borges, Módulo 1000, Nara Leão, Chico Buarque e Maria Bethânia, Novos Baianos, Odair José, Joyce e Nelson Angelo. Só pérola!
No primeiro programa do ano, eu e Tomaz Paoliello jogamos luz sobre estes que deverão ser dois dos principais palcos internacionais durante o ano que começa. De um lado a China, que se consolida cada vez mais como principal polo político e econômico do mundo, e do outro a América do Sul, que tem passado por transformações políticas em extremos distintos e tem algumas eleições, entre elas a brasileira, como alguns dos principais eventos políticos do ano para a região.
Acompanhei o processo à distância, mas confesso que me assustei com a velocidade que Bárbara Eugenia colocou seu disco mais recente, Crashes n’ Crushes, no mundo, quase no susto. Mas foi um processo longo e lento que se materializou no segundo ano pandêmico, quando ela conseguiu se isolar além mar – primeiro nos Açores, com o pai, depois em Lisboa – e registrar essas canções sobre doces e duras lições aprendidas pela vida, que ela lança nessa sexta, no Sesc Vila Mariana, às 21h (ainda tem ingressos à venda aqui). Pedi para que ela me contasse como foi que esse disco, que me parece fechar um ciclo em sua discografia, deixou de ser uma ideia para existir ainda em 2021.
Começo, nessa sexta-feira, um especial para o site da CNN Brasil em que apresento vinte clássicos da música brasileira que completam meio século neste 2022. 1972 foi um ano mágico para a música e por aqui assistiu ao lançamento de discos que praticamente determinaram o que escutamos hoje. A primeira parte da lista inclui o Transa do Caetano Veloso, o Expresso 2222 do Gilberto Gil, o Elis da Elis Regina, o Sonhos e Memórias: 1941-1972 do Erasmo, o Ben do Jorge Ben e o disco de estreia do Jards Macalé. Os outros discos surgem no sábado e no domingo, aviso por aqui.
Depois de tostar aquele que deixou a Cristina Prochaska (cheirar é coisa de aspirante, aqui só tem profissional), entramos numa ciranda de maluco regada a corote. É incrível como a simples menção da bebida imunizante abre um portal para o infinito. A diversidade conceitual – espraiada por autógrafos na era do selfie, reforma trabalhista e Faustão – converge para a única maneira de sobreviver em um país que já transcendeu tanto a lucidez que ficou translúcido, com todas as picaretagens à mostra. Não, não inveje o nosso tirocínio: alopre como (e com) a gente!
Começando tranquilo… (E a partir deste programa, o Vida Fodona está no Spotify – vou subindo os programas velhos bem aos poucos)
Primeira edição do ano, ainda impregnada por desassossegos provocados por artistas que gostavam de destruir escolas em seus videoclipes. Lá pelas tantas, surge a pergunta incontornável: e se essa coisa horrorosa for reeleita? Um frêmito de choque e pavor percorre a espinha de cada aparelher com a possibilidade de mais quatro anos de pesadelo. É bom nem cogitar para não atrair. Ou mudar de assunto, como armar para cobrir a posse do nosso presidente em Brasília. O homem nem assumiu ainda e já está fazendo o povo ter planos novamente!