Bárbara Eugenia de uma hora pra outra

, por Alexandre Matias

Acompanhei o processo à distância, mas confesso que me assustei com a velocidade que Bárbara Eugenia colocou seu disco mais recente, Crashes n’ Crushes, no mundo, quase no susto. Mas foi um processo longo e lento que se materializou no segundo ano pandêmico, quando ela conseguiu se isolar além mar – primeiro nos Açores, com o pai, depois em Lisboa – e registrar essas canções sobre doces e duras lições aprendidas pela vida, que ela lança nessa sexta, no Sesc Vila Mariana, às 21h (ainda tem ingressos à venda aqui). Pedi para que ela me contasse como foi que esse disco, que me parece fechar um ciclo em sua discografia, deixou de ser uma ideia para existir ainda em 2021.

“Um disco pode demorar anos para existir, como esse foi. Histórias antigas, outras recentes, reais ou inventadas, tudo vai entrando em um eixo perfeito. Coerência. Ano passado, quando me veio de gravar o Crashes n’ Crushes, eu já sabia exatamente que músicas entrariam. Eu sabia o que precisava ser falado. É uma certa faxina emocional, sabe? A gente bota pra fora e transcende. É isso que a música faz. E quando é pra ser, as coisas acontecem fluidamente. No momento que decidi gravar, liguei pra Bianca Godoi, que topou na hora e fui atrás de estúdio em Lisboa – eu estava nos Açores, pra onde meu pai “fugiu” no começo da pandemia. Lembrei de um músico com quem havia trabalhado uns anos atrás, Noiserv, e ele ofereceu o seu estúdio pra gente gravar. Não imaginava que ele entraria em todas as faixas. Isso chama conexão. Gravamos tudo em quatro dias, uma loucura. Mas deu certo, ficou lindo. Não faria nada diferente. Resolvi só seguir minha intuição, meu coração como dizem, em todo o processo. E tô feliz. Entre crashes e crushes, saio fortalecida e agradecida.

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