Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.

Sobre a cultura do conforto

Já reparou que na pandemia recorremos aos mesmos discos, livros, séries, quadrinhos e filmes de sempre? Em mais uma colaboração para o site da CNN Brasil, conversei com o Ricardo Alexandre, a Fernanda Pineda e o Thiago Ney sobre a chamada cultura do conforto.  

Altos Massa: Ninguém precisa de coach

O primeiro programa de 2022 também é uma oportunidade para que eu e Pablo Miyazawa discorramos sobre a natureza do Altos Massa, à medida em que começamos a vislumbrar um futuro sem a pandemia – trazendo séries para a primeira pauta do ano. Mas antes de traçar os novos rumos do programa e puxar outros assuntos também discutimos o que fizemos até aqui e isso nos fez cair na discussão sobre a essa lógica do coach, que faz as pessoas acreditarem que precisam pagar para ter esse tipo de incentivo pessoal.

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Crime Caqui vem chegando…

O disco de estreia das Crime Caqui está chegando e nesta sexta elas soltam mais um single, que pode ser ouvido em primeira mão aqui no Trabalho Sujo. “‘Feito pra Durar’ é uma música que dói porque nos identificamos com o sentimento humano de que nada dura para sempre”, explica a baterista Fernanda Fontolan sobre a música composta pela vocalista Yolanda Oliveira. “Percebemos como nos tempos atuais os amores líquidos têm predominado os afetos, a vontade de querer se entregar porém com o medo de se prender a um território a ser compartilhado e não mais inteiramente seu.” A canção vai de encontro às primeiras músicas da banda sorocabana e, mesmo com as guitarras marcantes, vai criando um clima etéreo que culmina com o synth tocado por May Manão, que deixa a guitarra de lado nesta música. “Tem vezes que a gente já sabe que uma coisa não vai durar”, continua Yolanda. “Ainda assim, acontece uma saudade estranha de como tudo poderia ter sido mesmo sem ter sido; o afeto às vezes é muito contraditório, você se apaixona mas não quer se machucar, você se envolve com uma pessoa e não consegue ficar vulnerável, porque dá medo”. E pergunta: “O que dói mais, ficar ou ir embora?” A faixa, produzida pela mesma Mônica Agena que assina a produção do álbum tem cara de faixa de abertura de disco – e deixa aquele gostinho de quero mais. Ouça abaixo.

 

Um quarto de século sem o Doutor Charles Zambohead

No dia 2 de fevereiro de 1997, Chico Science deixava este plano para abraçar a imortalidade. E para lembrar do mestre nestes 25 anos sem ele, conversei com Jorge Du Peixe, Lúcio Maia, Paulo André e H.D. Mabuse, todos amigos de longa data e chapas na construção da utopia que foi o mangue beat, sobre a importância do mangueboy original para nossa música, em mais uma colaboração para o site da CNN Brasil.  

Don L, Marina Sena e Juçara Marçal: os melhores de 2021 segundo a APCA

Saiu o resultado do prêmio de 2021 da Associação Paulista de Críticos de Arte, da qual faço parte da comissão de música popular ao lado de Roberta Martinelli, Marcelo Costa, Adriana de Barros, Pedro Antunes e José Norberto Flesch: o artista do ano é o rapper Don L, a cantora Juçara Marçal é dona do disco do ano, com seu épico Delta Estácio Blues, e Marina Sena ficou com o prêmio de artista revelação do ano. Não tem muita conversa, né?

Bom Saber #078: Jéssica Petit

No Bom Saber desta semana o papo é com a socióloga e filósofa pernambucana Jéssica Petit, que tem usado sua conta no Instagram para ampliar a conversa sobre a filosofia nos dias de hoje, quando discussões raciais, de classe, de gênero e até mesmo sobre a vida acadêmica se sobrepõem umas às outras causando esta sensação de estagnação, ampliada ainda mais pela situação pandêmica a qual estamos sendo submetidos há quase dois anos.

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Aparelho: O case Miro

Em mais uma reunião semanal do jornalismo-fumaça, chamo Vladimir Cunha e Emerson “Tomate” Gasperin para discutir a saída de Neil Young – o melhor ser humano vivo atualmente? – do Spotify e como isso se desdobra para o resto da cultura como um todo. Mas aproveitamos para falar sobre Starbucks no Brasil, produtos importados nos anos 80, os pintinhos pisados pelo KISS, aulas de baixo de reggae, a malhação do Judas no impeachment do Collor, Cansei de Ser Sexy no Glastonbury, tretas com o clube dos colecionadores de MSX, contratos assinados com sangue, um caixão pra ser destruído, a pronúncia original do latim, a música nova da Anitta, a escala Búzios, a quinta geração do rock, o arquivo da internet, o novo Fausto Silva, como só Rod Stewart, o disco soviético do Iron e, claro, NFT, além do Tomate ameaçar queimar pólvora no programa.

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Esquadrinho: Samanta Flôor

E na primeira edição do meu programa sobre quadrinhos de 2022, converso com a gaúcha Samanta Flôor, que também ilustra e tatua, além de fazer HQs. Falamos sobre suas influências, sobre a forma como ela lida com as redes sociais, dicas para quem está querendo entrar nesse meio e como ela lidou com o período da pandemia, além de falar de sua recém-lançada newsletter.

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Tudo Tanto #122: Fernando Catatau

Finalmente Fernando Catatau lança seu primeiro disco solo. Gravado desde 2019 e batizado apenas com seu próprio nome, o álbum, que chega às plataformas de streaming na próxima sexta (e cujo pré-save já pode ser feito aqui), traz uma leva de novas canções que o distancia do universo sonoro da banda com a qual tocou nos últimos vinte anos, o Cidadão Instigado. Foi um processo lento que começou com as pazes com Fortaleza, o reconhecimento de uma nova cena local e um mergulho para dentro de si mesmo, como ele conta em mais uma edição do meu programa sobre música brasileira, Tudo Tanto.

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Eis a capa do primeiro disco solo de Fernando Catatau

É muito sintomático que a foto da capa do primeiro disco solo de Fernando Catatau, que será lançado na próxima sexta-feira, tenha sido tirada no mesmo prédio que seria a capa do último disco do Cidadão Instigado, Fortaleza. O antigo Hotel São Pedro, antes símbolo luxuoso da capital cearense em seus dias de bonança, hoje está abandonado e, após ter sido tombado, passou a ser frequentado pela juventude atual apenas por diversão. Foi ali, em meio à decadência nítida do local, que a artista Jamille Queiroz tirou a foto de Fernando, vestindo uma camisa feita por ela, imagem que aparece em primeira mão aqui no Trabalho Sujo. A foto mistura tanto a queda de uma Fortaleza de outrora como o intenso mergulho para dentro que caracteriza o primeiro disco do guitarrista, disco doce e melancólico que contrasta com a obra com sua banda anterior sem perder as características de sua composição. Batizado apenas com seu nome, o disco gravado em 2019 e só agora vê a luz do dia, trazendo Dustan Gallas e Samuel Fraga como banda base e as participações de Juliana R., Yma, Giovani Cidreira, Clayton Martin e Manoel Cordeiro. Ele também antecipa o nome das músicas e a ordem das faixas a seguir.