Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.
O mês de julho já começou mas a temporada deste mês no Centro da Terra começa só nesta terça-feira por motivos de logísticas. Propus uma temporada com vários artistas para as segundas-feiras, mas a Jadsa só conseguia chegar na terça, por isso a temporada Choque Térmico começa neste dia 5 de julho. A proposta é reunir artistas que misturem as linguagens eletrônica e analógica sem pensar nos limites entre ambas. A primeira noite acontece com o Taxidermia, que Jadsa faz com João Millet Meirelles, e a dupla recebe o músico Pedro Bienemann. Na próxima segunda, dia 11, é a vez de Bernardo Pacheco provocar mais uma apresentação de seu projeto Formação, quando chama Juçara Marçal, Rayani Sinara, Yusef Saif e Mau Schramm para uma noite de improviso livre. No dia 18, a guitarrista Sue, da banda Ozu, apresenta seu trabalho solo ao lado de Eddu Ferreira e Paula Rebellato. E fechando a temporada, dia 25, a multiinstrumentista Theo Charbel convida Guilherme D’Almeida e Vinícius Rodrigues para mostrar suas canções. E isso é só uma temporada. Na próxima terça, dia 12, é a vez de Experimentos n°1, projeto que a artista russa Lena Kilina apresenta com o artista multimídia Dudu Tsuda. Depois, na terça dia 19, Malu Maria, Tika e Laya apresentam o projeto Ondas Sísmicas, concebido pelo pesquisador Gabriel Bernini para celebrar a presença da mulher na música brasileira e o show terá apresentação da Laura Diaz, do grupo Teto Preto. Encerrando o mês a banda paulista Bike sobe pela primeira vez no palco do Centro da Terra para mostrar as músicas de seu próximo LP com a presença do produtor do disco, o guitarrista Guilherme Held. As apresentações começam sempre às 20h e os ingressos podem ser comprados aqui.
A história da música é racista, classista, machista e colonialista. Esse é o pressuposto básico do qual parte o professor Thiagson para falar especificamente sobre o funk brasileiro do ponto de vista da musicologia acadêmica. Dentro da universidade ele foi aos poucos percebendo o quanto a música popular era colocada em segundo plano como uma forma de disfarçar uma série de preconceitos e privilégios a partir de conceitos como “beleza”, “grande arte” ou “música boa”. A partir de sua própria paixão adolescente – o funk que originalmente nasceu no Rio de Janeiro mas que se espalhou por todo o Brasil – ele começou a quebrar estas barreiras dentro da academia e aos poucos ganhou as redes sociais discutindo questões que devem ir para além dos muros da escola. E ele antecipa em primeira mão o primeiro livro de funk escrito por um músico!
Começamos julho no Centro da Terra com a segunda apresentação da minitemporada Terranoite que a dupla Carabobina nos proporcionou, mas foi uma experiência completamente diferente. Desta vez tanto a cenografia quanto as projeções ficaram por conta da Anne Santoro, que transformou o palco em um quarto psicodélico deixando Raphael Vaz e Alejandra Luciani ainda mais à vontade (sob os auspícios discretos de um certo Benke Ferraz, que apareceu em cima da hora). Foi uma noite memorável.
Começou mais uma Bienal do Livro em São Paulo e me convidaram para participar de quatro atividades a partir desta segunda-feira. As duas primeiras acontecem já na segunda: a primeira delas às quatro da tarde, quando faço a mediação de um bate-papo sobre game e cultura com o Rafael Evangelista, que escreveu o prefácio do livro que traduzi para ano passado The Playstation Dreamworld, e o compadre Pablo Miyazawa, e depois, às sete da noite, converso com Aline Zouvi, Hugo Canuto e Rafael Calça na mesa Fazer HQ no Brasil hoje. Na quarta-feira, dia 6, faço a mediação de um bate papo com Danilo Cymrot, autor do livro O Funk na Batida: Baile, Rua e Parlamento, e ninguém menos que MC Bin Laden, na mesa que leva o nome do livro. E, finalmente, na quinta-feira, às 19h, converso com os grandes Kalaf Epalanga e Allan da Rosa na mesa Poesia, Música e Letras. A semana promete!
O Estado de Suspensão aconteceu num domingo maravilhoso, que abriu com o transe noise puxado pelo grande Marcelo Cabral. Ao lado de Guilherme Held e de Maria Beraldo, ele visitou seu Motor em formato elétrico, começando os trabalhos na Casa Natura Musical com uma parede de ruído em que equilibrava suas delicadas canções.
Depois do hiato de um mês sem Aparelho, voltamos à ativa recapitulando os últimos dias, mas com cuidado para não falar em política – mas não há muito como contornar isso. O papo então começa indo por uma gileadzação dos festivais de rock, a consciência de classe da inteligência artificial, a nova fase do Maurício de Souza, a profecia autorrealizável de Top Gun, a esgrima do amor do sabre de luz e a invenção de uma máquina de pogo – vê se é possível uma coisa dessas. Estamos de volta, putada!
Finalmente entramos em uma nova etapa de uma das melhores séries da atualidade e mesmo depois de uma fraca terceira temporada, Westworld volta com um episódio que parece costurar os desvios da safra anterior de capítulos ao cogitar uma nova realidade em que até a personagem Dolores é reinventada. E assim retomo o Centro Westworld, série de programas que criei em 2020 para comentar semanalmente a série da HBO.
Longo DM à moda antiga, em que eu e Dodô discutimos sobre a lenta paulistanização da metade carioca desta dupla (que no mês de julho dará um curso em São Paulo, na Casa Waiwai – mais informações aqui – e se você quiser desconto, manda um email pra dodomundi@gmail.com dizendo que soube do desconto pelo DM) ao mesmo tempo em que mais uma vez revisito minha viagem às duas edições do festival Primavera para falarmos sobre Pavement, Dinosaur Jr, Yo La Tengo e outras bandas que queríamos ver ao vivo (como R.E.M., The Cure, Sonic Youth e David Byrne). E não podíamos também ficar sem falar sobre o filme da vez, Everything Everywhere All At Once, que explodiu nossas cabeças.
Bem bonita a apresentação da dupla Carabobina nesta terça-feira no Centro da Terra, quando Raphael Vaz e Alejandra Luciani tocaram pela segunda vez seu projeto ao vivo (a primeira vez em São Paulo), encerrando com a música que batizou esta minitemporada, Terranoite. Segunda que vem, os dois voltam num show com o mesmo nome, mas uma série de novidades.
Maior prazer em receber a dupla Carabobina, formada pelo baixista dos Boogarins Raphael Vaz e pela produtora Alejandra Luciani, para duas datas de uma breve residência no Centro da Terra, quando apresentam-se pela primeira vez ao vivo em São Paulo. Terranoite, minitemporada batizada com o nome da faixa que lançaram na semana passada, acontece nesta terça-feira, dia 28 de junho, e na próxima segunda, dia 4, quando os dois recebem dois velhos companheiros para criar diferentes climas em cada apresentação. Na primeira, o convidado é Gabriel Rolim, que faz suas projeções analógicas enquanto os dois estiverem no palco. E na semana que vem, a cenografia fica por conta da Anne Santoro. Os ingressos para as duas apresentações, que começam pontualmente às 20h, já estão à venda neste link.