Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.

Centro da Terra: Março de 2022

E o Centro da Terra volta à ativa neste mês de março, depois de dois anos parados! Mais uma vez assino a curadoria de música que permanece nas segundas e terças-feiras. Segunda é dia de temporada e o convidado desta primeira leva de espetáculos é o músico, técnico de som e diretor artístico Bernardo Pacheco, o Berna, que apresenta a temporada Deforma, em que convida artistas de diferentes disciplinas além da música (como dança, iluminação e até marionetes) para explorar diferentes cantos do teatro – cada segunda coloca público e artistas em locais improváveis e inusitados, questionando os limites entre palco e platéia. Na primeira terça do mês, dia 8, quem volta ao nosso palquinho é o rapper Kamau no espetáculo Comutá, em que mistura velhos clássicos com composições que fez durante a quarentena. Na segunda terça, dia 15, é a vez de Malú Lomando mostrar seu espetáculo de transição entre seu disco de estreia e o álbum que vem maturando nestes dois anos, chamado Entreatos. Depois, dia 22, é a vez do português Noiserv, que traz suas belas e melancólicas composições pela primeira vez para o Brasil num espetáculo chamado No Brasil. E, encerrando o mês, dia 29, ressuscitamos o clássico grupo proto-alt-country 3 Hombres, formado por Thomas Pappon, Daniel Benevides e Jair Marcos, que revisita um disco considerado perdido, Sob o Sol que Nunca Morre, produzido há mais de 30 anos pelo querido Carlos Eduardo Miranda, e que será relançado em vinil. O Centro da Terra fica na Rua Piracuama, 19, na divisa de Sumaré com Perdizes, e os espetáculos começam sempre às 20h. Nas quartas, a curadoria de cinema fica a cargo de Ananda Guimarães e nas quintas e sexta, a curadoria de dança é de Diogo Granato. Abaixo,

Um outro Lau e Eu

“Parece OK, pode ser que seja legal”, desliza Lau e Eu no refrão de “OK, Legal”, primeiro single de seu novo trabalho, que tira a melancolia da fase anterior para abraçar uma groovezeira perfeita para esse calor do verão de 2022. “Lembro de uma conversa que tivemos em 2019 numa sorveteria em Perdizes que eu havia comentado que tava entrando em uma vibe R&B, e soul”, ele me explica por email a partir de um papo que tivemos sobre shows no Centro da Terra em 2020. “Essa nova onda começou com a paixão por gêneros e artistas mais groovantes, mas por outro lado já fazia um tempo que não tava mais curtindo os temas e as repetições das minhas composições. Precisava dar férias a esse ‘eu adolescente’ que escreve músicas tristes”, explica, antes de mostrar a música nova, que será lançada nesta sexta, em primeira mão aqui no Trabalho Sujo.

Ouça abaixo.  

Bom Saber #081: Pollyana Quintella

No meu programa semanal de entrevistas, o papo desta vez é sobre curadoria de arte. Converso com a Pollyana Quintella sobre este tipo específico de trabalho à luz do século 21, quando a produção artística tornou-se intensa e o acesso à maioria desta produção, praticamente irrestrito, graças à internet. Também falamos sobre a curadoria dos algoritmos, a consciência artística cada vez mais constante graças à rede e de como ela descobriu-se curadora.

Assista aqui.  

Vida Fodona #754: 16 anos de Vida Fodona

Aos 45 minutos do segundo tempo do mês de fevereiro.

Ouça aqui.  

Aparelho: O derradeiro traumatismo ucraniano

Às vésperas do fim do mundo, eu, Vlad e Tomate resolvemos problematizar o primeiro Carnaval pós-vacina e tentamos antecipar o momento em que todo o sentimento represado se soltará. Enquanto isso, tecemos observações sobre os aposentados do Brasil, o sentido de guardar dinheiro ante o apocalipse, o Danilo Gentili da Ucrânia, painéis eletrônicos em elevadores residenciais, um grupo de WhatsApp como performance, lembranças de Carnavais passados, a equivalência da liberação da maconha e do bingo, a sacada do peido do Lula e a profanação da farofa vegana.

Assista aqui.  

NTS: Carnaval de salão

Mais um NTS sobre Carnaval, mas desta vez, eu, Luiz Pattoli e Danilo Cabral nos concentramos em um tipo de celebração específica da folia, em salões de clubes, uma viva lembrança em nossas infâncias e adolescências para antes do tempo em que o Carnaval de rua ter dominado geral.

Assista aqui.  

Saliva, suor e glitter


Foto: Mariana Garcia

O indie-mor Fabio Bianchini, guitarrista do clássico Superbug, recepciona esse não-Carnaval com a marchinha twee “Carnaval de Novo”, que ele lança com seu nome solo Gambitos em primeira mão aqui no Trabalho Sujo. “‘Carnaval de Novo’, na real, é uma música de carnaval que não sabe o que vai ser do carnaval, né?”, ele me explica por email. “A gente tá botando ela na rua, é sexta de manhã e ninguém sabe ainda o que vai ser do sábado aqui em Florianópolis, imagino que em mais um monte de lugar também esteja assim.” Ouça abaixo.  

Fernanda Takai e Virginie Boutaud juntas

“Uma música de acolhimento”, é assim que Fernanda Takai define “Amor em Tempos de Cólera”, parceria que fez à distância com Virginie Boutaud, ex-vocalista do Metrô. A música foi composta pelas duas antes da pandemia, mas só foi lançada em 2020, no álbum Será que você vai acreditar?, à sombra dos dias pesados que ainda atravessamos, e funciona como um raio de sol nesses dias tão tristes (mesmo com seu climinha de chuva). E agora ela ganha um clipe que estreia em primeira mão no Trabalho Sujo (assista abaixo). “Finalmente temos imagens que celebram a inédita parceria que fiz com Virginie”, comemora Fernanda. “A canção foi feita à distância entre Belo Horizonte e Saint Orens no fim de 2019 e lançada em julho de 2020 e o diretor Rodolfo Magalhães nos cedeu imagens que ele fez em sua terra-natal, Muzambinho, em Minas Gerais, enquanto Dudi Polonis editou e animou de forma muito poética. Acho que o vídeo conseguiu trazer toda a suavidade da composição que tenta ser um abraço nesses tempos brutos em que vivemos”. Fernanda lança finalmente o disco de dois anos atrás ao vivo neste fim de semana, quando se apresenta nos dias 25, 26 e 27 de fevereiro no Sesc Vila Mariana (mais informações aqui).

Assista ao clipe aqui.  

Polimatias: Na cidade

Polimatias passa por uma transformação. O programa que apresento ao lado de Polly Sjobon desvia seu rumo para além da cultura, incluindo urbanismo nesta equação e a partir desta nova temporada discutimos como as cidades impactam em nossas vidas e como elas são uma materialização do comportamento humano coletivo. Neste primeiro programa, falamos sobre esta mudança de foco e pedimos sugestões de temas para futuras edições.

Assista aqui.  

Salvador sem Carnaval

Em mais uma colaboração para o site da CNN Brasil, falo sobre como Salvador atravessa mais um ano sem Carnaval e o impacto disso na transformação cultural da cidade, quando converso com Goli Guerreiro, Pérola Mathias, Luciano Matos e Roberto Barreto, do BaianaSystem, que acaba de lançar um manifesto musical sobre este momento.