Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.
Fui voltar a ouvir o produtor alemão Munk graças ao robusto remix que ele fez para “West Coast”, da Lana Del Rey, e dei de cara com a deliciosa “Happiness Juice”, gravada com vocais de Mona Lazette. Ficou demais.
E o segundo semestre está cheio de novos discos brasileiros à vista: o próximo é o de Romulo Fróes, batizado Barulho Feio, que ofereceu o clipe da música “Ó”, feito com imagens de San Francisco em 1906, com exclusividade para o Trabalho Sujo. Saca só:
Beyoncé descolou mais um remix para uma de suas músicas de seu grande disco do ano passado. Desta vez o alvo foi “Flawless”, que contou a participação de Nicki Minaj com sua vozinha de desenho animado. Ficou fera.
Mesmo estourando glitches e picotando pedaços rápidos da música original, o alemão Farhot dá uma sossegada em uma das melhores músicas do ano passado.
E você sabe como é importante dar aquela conferida nesse disco…
A essa altura de 2014 você já deve saber que a estréia da dupla londrina Jungle é um dos discos pra se prestar atenção neste ano. Com um pé na disco music e outro no pop africano, ele deslocam-se pela Nova York imaginária do final dos anos 70 e enfileiram hits irresistíveis pelo caminho. Abaixo, um remix para o hit “Time” feito pelo inglês Andy Smith, que também assina como Lxury.
Quem já assistiu a um show do trio paulistano O Terno sabe que eles talvez sejam a melhor banda de rock de São Paulo hoje, embora o vocalista e guitarrista Tim Bernardes discorde: “Não acho que somos uma banda ‘estritamente’ de rock”. Tudo bem, há doses de música brasileira suficientes para tirar o trio do estereótipo tradicional do gênero, mas a formação baixo-guitarra-e-bateria e as altas doses de psicodelia, rock sessentista e microfonia não negam as origens.
O mais impressionante, no entanto, é o vigor e a força com que Tim, o baixista Guilherme D’ Almeida e o baterista Victor Chaves apresentam suas músicas – ainda mais levando em conta suas idades (Tim e Victor têm 23 anos, Guilherme, 24). As coisas ficam ainda mais sérias a partir de seu próximo disco, batizado apenas de O Terno, que será lançado na próxima semana em CD e vinil, com shows em São Paulo (dia 22 no Auditório Ibirapuera) e Porto Alegre (dia 25 de agosto no bar Opinião). O grupo julga que este trabalho, o primeiro disco composto apenas por músicas próprias, é um passo além rumo a uma sonoridade mais ampla, uma vez que se permitiram explorações sonoras nas gravações que não haviam conseguido fazer no disco de estréia, batizado de 66.
Produzido pela banda e Gui Jesus Toledo, o segundo disco ainda conta com participações especiais, como Tom Zé, Pedro Pelotas (tecladista do Cachorro Grande), Luiz Chagas (pai e guitarrista de Tulipa Ruiz) tocando lapsteel, Marcelo Jeneci, entre outros. A banda descolou dois aperitivos do novo disco pro Trabalho Sujo – a capa acima, assinada por Renata de Bonis, e a faixa “O Cinza”, segunda música do segundo disco, ouça abaixo.
Falou tá falado.
Chiftons – “He’s So Fine”
Teenage Fanclub – “Mellow Doubt”
Arcade Fire – “Jean of Arc”
Franz Ferdinand – “Lucid Dreams”
Spoon – “Do You?”
Bonifrate – “Paralaxe”
Broken Bells – “The Angel and the Fool”
Lana Del Rey – “Ultraviolence”
Céu – “Retrovisor”
Tim Maia – “Nuvens”
Tame Impala – “Angel”
Warpaint – “Biggy”
Giancarlos Ruffato – “Enseada”
Goblin – “Snip Snap”