É a quarentena que está nos deixando mais solitários ou já vivíamos assim mesmo quando podíamos nos aglomerar? Ficar só é bom ou ruim? O quanto a privação de contato com outras pessoas afeta o nosso lado psíquico mas também nos ajuda a entrar em contato com nós mesmos? E nesta edição do Altos Massa, eu e Pablo Miyazawa mergulhamos num tema que pode ser incômodo pra muita gente, mas que é uma das principais características de nossos tempos: a solidão.
Mais uma vez eu e Pablo Miyazawa questionamos a forma como valorizamos a cultura a partir do momento em que a usamos para nos rotular – seja em tribos, em estilos de vida, em estilos artísticos, preferências e gostos pessoais. Estas tags se misturam à imagem que queremos que as pessoas tenham sobre a gente ao mesmo tempo em que moldamos nossa própria personalidade a partir desta criação, que é quase um escudo. E o Altos Massa dessa quinzena fala sobre como transformamos substantivos próprios em adjetivos para nossa conveniência emocional – e como podemos sair disso.
A tristeza é inerente aos nossos dias ou ela nos foi imposta como uma grande mensagem subliminar nas últimas décadas? Na nova edição do Altos Massa, eu e Pablo mergulhamos na transformação das metas de nossas vidas, falando sobre como a felicidade deixou de ser um horizonte possível para abrir espaço para sua negação como regra e assim lembramos dos tempos da hiperinflação, falamos da diferença entre gerações, da descoberta da internet, da cultura do cancelamento e outros assuntos de alguma forma correlatos a essa sensação melancólica que atravessa nossos dias.
O papo com o Pablo na semana passada inspirou um novo programa, em que discutimos o conceito de cultura para além dos produtos que consumimos analógica ou digitalmente, numa longa reflexão que passa por Guerra nas Estrelas, Matrix, Sopranos, Dom Quixote, redes sociais, Batman, o espectador cínico, a onipresença da cultura, Marvel, cabines de cinema, Sherlock Holmes, o fim da passividade consumista, quando concluímos que a cultura pop está chegando ao fim.
Quem vê o sorriso e o carisma de Pablo Miyazawa não faz ideia de que, além de um dos principais nomes da história do jornalismo que cobre videogames no Brasil e de ter ajudado a criar a versão brasileira da Rolling Stone, ele é um dos principais jornalistas que cobre cultura pop no país. Conheço-o há quase vinte anos e pude acompanhar sua ascensão de perto, feliz de ver que, mesmo com sua importância, ele não perde suas principais qualidades: a transparência, a humildade, a vontade de aprender e a curiosidade sobre quaisquer novidades que aparecerem. Chamei-o para falar de sua trajetória e puxar uma discussão sobre cultura e jornalismo que, pelo jeito, vai longe.
O Bom Saber é meu programa semanal de entrevistas que chega primeiro para quem colabora com meu trabalho, como uma das recompensas do **Clube Trabalho Sujo**. Além do Pablo, já conversei com Bruno Torturra, Dani Arrais, Negro Leo, Janara Lopes, Tatá Aeroplano, Ana Frango Elétrico, João Paulo Cuenca, Eduf, Pena Schidmt, Roberta Martinelli, Dodô Azevedo, Larissa Conforto, Ian Black, Fernando Catatau, Mancha, André Czarnobai e Alessandra Leão – todas as entrevistas podem ser assistidas aqui no Trabalho Sujo – ou no meu canal no YouTube, assina lá.
O ano segue conturbado, tenso e belicoso, por isso reforçamos nossa missão de espalhar boas vibrações através de ondas sonoras que conectam afetividades reprimidas que se soltam na pista de dança. Em mais um experimento mensal na torre de concreto que observa imóvel as mutações de uma São Paulo sempre em convulsão urbana, o centro de pesquisa Noites Trabalho Sujo, representado por seu fundador, o neurossociólogo Alexandre Matias, e pelo cientista-sênior em agitações sonoras, Luiz Pattoli, convida o guru do carisma analítico Pablo Miyazawa para juntar-se em sua palestra conjunta a respeito da memória afetiva musical dos últimos tempos, ministrada no auditório azul. Do outro lado do andar, as exploradoras sônicas Girls Bite Back (Ana Prado e Nath Capistrano) navegam águas de alto astral movidas por frequências de áudio, seguidas pela apresentação contagiante do representante central do instituto Heatwave, o antropólogo Wilson Farina, que condicionam o auditório preto para encapsular corações em harmonia psíquica. O experimento é voluntário e só participa dele quem enviar o próprio nome para o endereço eletrônico noitestrabalhosujo@gmail.com até às 19h do próprio dia da apresentação. E devido à tragédia que abateu-se próxima à região do Largo do Paiçandu, estamos recolhendo itens de vestuário e de higiene pessoal para as vítimas do desabamento recente, oferecendo um desconto no valor da entrada aos que se dispuserem a colaborar.
Noites Trabalho Sujo @ Trackers
Sabado, 5 de maio de 2018
A partir das 23h45
No som: Alexandre Matias e Luiz Pattoli (Noites Trabalho Sujo), Wilson Farina (Heatwave), Ana Prado e Nath Capistrano (Girls Bite Back) e Pablo Miyazawa
Trackers: R. Dom José de Barros, 337, Centro, São Paulo
Entrada: R$ 40, só com nome na lista pelo email noitestrabalhosujo@gmail.com. Aniversariantes da semana não pagam para entrar (avise quando enviar o nome no email, por favor). Os cem primeiros a chegar pagam R$ 25.
Estamos recolhendo roupas (adulto e infantil), fraldas, itens de higiene pessoal e cobertores para doar para as vítimas do prédio que desabou nas proximidades do Largo do Paiçandu. Quem trouxer este tipo de doação tem desconto de R$ 20 na entrada da festa.
A quinta edição da principal convenção de música de São Paulo começou nessa quarta-feira, com show de Ava Rocha e Jards Macalé, e começa suas discussões a partir desta quinta, no Centro Cultural São Paulo. Mais uma vez participo do evento, desta vez fazendo a mediação de duas mesas: Música ilimitada: artistas empreendedores a frente de novos negócios (que terá as participações de Tiê – da Rosa Flamingo -, Heloisa Aidar, Mariana Aydar e Marcio Arantes – da Brisa – e Tomás Bertoni e Diego Marx – da Rockin’ Hood), que acontece nessa quinta, às 15h, e Música e Games: Um encontro de dois gigantes das indústrias criativas (que terá as participações de Bruno Capelas, do Estadão, e Pablo Miyazawa, da IGN Brasil), que acontece também às 15h, mas no sábado – as duas ocorrem na Sala Lima Barreto. Também participo do Meet Up Encontre os programadores de espaços e eventos públicos de São Paulo, que terá, além da minha presença respondendo pelo Centro Cultural São Paulo (onde sou curador de música), a participação de Gabrielle Araujo, Vander Lins e Danilo Cabral (da Secretaria Municipal de Cultura), Renata Letícia (do Museu da Imagem e do Som) e Marco Prado (da Secretaria de Cultura do Estado), que ocorre sexta-feira, às 14h, na Sala de Ensaio I. E entrego um dos troféus da primeira edição do Prêmio Sim São Paulo, que será apresentado no sábado, às 19h. Todas as atividades da Sim São Paulo são abertas ao público que comprou o passaporte do evento (além dos showcases diurnos, gratuitos, que acontece todas as tardes na Sala Adoniran Barbosa) e a íntegra da programação pode ser vista no site da Sim.
O primeiro curso Trabalho Sujo no Espaço Cult, na Vila Madalena, começa na próxima segunda e as inscrições podem ser feitas até o domingo. No curso, reuni velhos conhecidos e nomes de peso do cenário cultural brasileiro para conversar sobre as mudanças que estão acontecendo no mercado musical nos últimos anos. Em todas as aulas, mediarei um papo sobre diferentes facetas deste cenário, dissecando ao lado de nomes que lidam diretamente com áreas codependentes como as transformações da era digital estão mudando nossa relação com a música. Mais detalhes no site do Espaço Cult, que mudou de endereço e agora fica na Rua Aspicuelta, número 99. O time reunido é de primeira: João Marcello Bôscoli, Pablo Miyazawa, Evandro Fióti, Roberta Martinelli, Airton Valadão Jr., Tulipa Ruiz, Karina Buhr, Maurício Tagliari, Carlos Eduardo Miranda, Ronaldo Evangelista, Fabiana Batistela, Marcos Boffa, Patrícia Palumbo, Lucio Ribeiro, Ricardo Alexandre e André Forastieri.
Estão abertas as inscrições para o curso O Ecossistema da Música em 2014, que coordeno no final de agosto lá no Espaço Cult na Vila Madalena. Reuni uma turma boa pra participar de dez encontros em que discutirei como a música vem se transformando como negócio nos últimos anos e em que pé estamos no ano em que estamos. Abaixo segue a descrição do curso e quem quiser se inscrever pode acessar este link e seguir as coordenadas.