Mita 2023: Dia 2

, por Alexandre Matias

O segundo dia da segunda edição do Mita desse ano estava mais tranquilo do que no primeiro e isso era evidente devido à quantidade de público, menor que no sábado. Mas alguns problemas persistiam, como filas e corredores estreitos com muita gente ao mesmo tempo. Mas pelo menos deu pra esquecer o pesadelo que foi o dia anterior, embora enfileirar atrações como Capital Inicial e NXZero não seja propriamente um sonho (longe disso). A própria mistura das três atrações internacionais não poderia ser mais díspares: Haim, Mars Volta e Florence and the Machine funcionariam num mesmo evento com dezenas de artistas (algo cada vez mais cansativo hoje em dia), mas como únicas atrações internacionais em um evento pago (e caro) não faz propriamente com que os fãs dos grupos se misturem, mas que muitos deles sequer pensem em ir ao show, preferindo opções mais específicas.

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E foram três shows ótimos. As irmãs Haim passaram parte de seu repertório recente (e pinçaram os primeiros hits) ao mesmo tempo em que estavam completamente apaixonadas pela plateia brasileira, que retribuía à altura. Trocaram de instrumento algumas vezes – Alana tocando teclado, bandolim, guitarra e bateria eletrônica, Danielle entre a bateria e a guitarra, enquanto a baixista Este só largou seu instrumento quando se jogo no público para tirar selfies e ganhar presentes.

Depois veio Mars Volta mais de dez anos depois de sua última apresentação no Brasil e fez um show tinindo: o rolo compressor de rock progressivo, metal, rock clássico e música latina passou por cima de um público bem reduzido (a maior parte do festival tinha vindo ver a Florence e estava procurando onde ficar antes do show principal) mas apaixonado por ver uma banda tão boa de perto. No fim, a missa Florence and the Machine seduziu seus devotos sem dificuldade, com a sacerdotisa entregue aos seus fãs, que foram à loucura até nas músicas menos conhecidas.

O saldo do festival é que se o Mita tivesse um público menor, talvez pudesse superar as expectativas e entregar serviços à altura do que o preço do ingresso faz exigir. A seleção de bandas ganharia mais por talvez permitir que artistas brasileiros de menor porte tocassem em horários menos ingratos e mais próximos das atrações principais, fazendo o público de artistas estrangeiros conhecer artistas brasileiros que estão despontando (imagina o Don L antes do Mars Volta ou a Duda Beat no lugar do Flume?). Na torcida pra que a próxima edição supere esses problemas…

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