Maria Beraldo: Manguezal

Prazer enorme receber Maria Beraldo para sua temporada no Centro da Terra, que toma conta do palco do teatro do Sumaré a partir desta segunda-feira até o final de julho. Em Manguezal ela recebe chapas e comparsas em fusões de diferentes ecossistemas – daí o título da temporada, esta vegetação que funciona como palco para o encontro de águas, floras e faunas, que ela se refere como berçário do mar. A cada nova segunda ela recebe diferentes convidados para aproveitar o momento de transição entre seu disco de estreia e o próximo álbum, que vem burilando há tempos. Ela começa convidando a irmã Mariá Portugal para uma noite de improviso nessa primeira apresentação, dia 10, e na semana seguinte recebe a maravilhosa Josyara para um tributo a Cássia Eller, no dia 17. Depois, dia 24, ela envereda pelo pagode ao lado do compadre Rodrigo Campos e encerra a temporada no dia 31, reunindo os chapas Marcelo Cabral e Lello Bezerra para mostrar algumas canções inéditas. As apresentações acontecem sempre às 20h e os ingressos podem ser comprados antecipadamente neste link.

Centro da Terra: Julho de 2023

Mal chegamos à metade de junho, mas já temos aí a programação musical do Centro da Terra neste mês de julho. A temporada das segundas-feiras fica com Maria Beraldo, que mergulha em conexões afetivas e musicais numa série de apresentações que batizou de Manguezal. Na primeira segunda da temporada, dia 10, Beraldo recebe sua irmã de Quartabê Mariá Portugal para uma noite de improviso livre. Na segunda, dia 17, é a noite em que Maria escolheu para reverenciar Cássia Eller num encontro com Josyara. Depois, dia 24, ela junta-se a Rodrigo Campos abraçando o pagode para finalizar dia 31 com músicas novas que poderão estar em seu próximo disco, tocadas com os compadres Lello Bezerra e Marcelo Cabral. E como julho tem cinco segundas-feiras, a primeira delas, dia 3 de julho, ficou para o encontro dos duos Retrato e Antiprisma que apresentam a noite Reflexvs em que recebem participações diferentes (Raquel Diógenes nas projeções Debbie Hell na performance, narração dpoeta Rodrigo Qohen e synths de John Di Lallo, além de algumas surpresas). No dia seguinte, dia 4, a cantora Tila mostra o que virá a ser seu primeiro álbum no espetáculo Estelar, que conta com a participação de Izzy Gordon. Na segunda terça do mês, dia 11, o músico e produtor pernambucano Rodrigo Cøelho mostra o espetáculo Six Sines, uma performance, que, como ele mesmo descreve, “é um estudo sobre caos e dualidade, baseado no álbum composto sem instrumentos musicais, apenas com seis filtros ressonantes que se auto influenciam”. No dia 18, é a vez do músico, produtor, compositor e sócio do selo Desmonta, Luciano Valério mostrar seu trabalho solo MNTH, em que compõe peças ambient a partir de ruídos e texturas que cria com seus convidados. Às vésperas de lançar o disco Lume Púrpuro, ele testa essas novas composições ao lado de Paula Rebellato, Sarine, Aline Vieira e Nathalia Carvalho. E fechando julho, na última terça-feira do mês, dia 25, a banda Glue Trip, liderada pelo paraibano Lucas Moura, revê sua primeira década de carreira repassando diferentes momentos de sua discografia num novo espetáculo, 10 anos de psicodelia. Os espetáculos começam sempre pontualmente às 20h e os ingressos já podem ser comprados neste link.

O “Truco” de Maria Beraldo


(Foto: Pétala Lopes)

O fim do primeiro disco solo da cantora e compositora Maria Beraldo foi, como todas nossas biografias recentes, atropelado pela pandemia e quando ela estava começando a finalizar seu Cavala nos palcos, começaria a burilar o que poderia ser o próximo disco – mas este processo iniciaria naquele fatídico março de 2020 e ela teve que refazer seus planos. Neste período, começou a enveredar pelo caminho das trilhas sonoras para cinema, quando começou a encontrar um caminho de volta. “Eu tava precisando de um respiro criativo e algo pra trabalhar meu músculo da criação de outro jeito e tava cansada do formato canção, com poucos minutos, comparado com a música de concerto, que pode ser mais longa e ter diferentes momentos”, ela me explica por áudios de Whatsapp. “O cinema é outro tamanho de tela. Eu vinha trabalhando num lugar pequeno e de repente eu tinha um troço enorme”, lembra.

E depois de um longa metragem (O Acidente, em que o amigo Bruno Carbone a convidou para estrear neste formato e ela compôs toda a trilha usando apenas seu instrumento, o clarinete), dois curtas e uma série, ela volta à canção na única música da trilha do longa Regra 34, da diretora Julia Murat, que acaba de entrar em cartaz. Ela foi convidada pelo produtor e músico Lucas Marcier para compor toda a trilha do longa e um dos pilares da trilha foi esta nova canção, “Truco”, que ela lança nesta sexta-feira e dá os rumos para seu próximo disco. Ouça abaixo:  

Marques Rodrigues Duo: (I)miscível

O trompetista Amílcar Rodrigues e o baterista Guilherme Marques reuniram-se em um projeto de improviso livre que parte do casamento de seus dois instrumentos num duo aberto para novas experimentações. Vasculhando possibilidades dentro dos temas que desenvolveram para o que chamam de (I)Miscivel, eles tomam conta desta terça-feira no Centro da Terra convidando dois ases de seus instrumentos para explorar tais fronteiras sonoras – de um lado o contrabaixo de Marcelo Cabral e do outro o clarone de Maria Beraldo. É com esta formação que eles invadem o palco do Sumaré a partir das 20h, pontualmente – ainda há ingressos disponíveis neste link.

Domingo suspenso

O Estado de Suspensão aconteceu num domingo maravilhoso, que abriu com o transe noise puxado pelo grande Marcelo Cabral. Ao lado de Guilherme Held e de Maria Beraldo, ele visitou seu Motor em formato elétrico, começando os trabalhos na Casa Natura Musical com uma parede de ruído em que equilibrava suas delicadas canções.

Leia mais aqui.  

Trabalho Sujo apresenta: Estado de Suspensão

Quase sempre a música nos leva para outras dimensões, mas em alguns casos ela apenas nos suspende a realidade para que consigamos ver o mundo a partir de novos pontos de vista. Em Estado de Suspensão, minha primeira parceria com a Casa Natura Musical, proponho o encontro de quatro artistas que expandem nossas consciências a partir de desdobramentos musicais em quatro apresentações distintas, que também se conectam entre si. O encontro acontece num domingo, dia 3 de julho, a partir das 16h20. São quatro artistas que buscam diferentes searas estéticas, mas que contam com pontos em comum – incluindo integrantes de suas formações. Cada um deles nos abre uma janela sensorial diferente a partir de suas assinaturas musicais e estão em momentos de transição, tateando novos repertórios a partir deste momento que estamos atravessando atualmente. O baixista, produtor e arranjador Marcelo Cabral, o guitarrista e produtor Guilherme Held, a produtora, musicisita, cantora e compositora Maria Beraldo e o cantor e compositor Negro Leo mostram diferentes facetas de seus trabalhos. Cabral busca os limites entre seus dois discos solo, Motor e Naunyn, Held coloca seu primeiro disco solo Corpo Nós em movimento pela primeira vez em São Paulo, Beraldo burila o sucessor de seu festejado Cavala enquanto Leo passeia por seus diferentes discos solo. Os shows ainda terão participações de alguns dos principais músicos em atividade atualmente, como Sérgio Machado, Chicão Montorfano, Dustan Gallas, Gabriel Balleste, Pedro Dantas e Iara Rennó, que participarão em diferentes momentos destas quatro apresentações, que serão costuradas pela discotecagem da socióloga e jornalista Pérola Mathias, do site Poro Aberto. A arte do poster é da Aline Paes e os ingressos já estão à venda neste link.

A realidade de bolso de Marcelo Cabral

Marcelo Cabral @ Centro da Terra (26.4.2022)

Dá pra levar um show no bolso como se fosse um amuleto? Um pequeno portamoedas que bastaria ser aberto por alguns segundos para revelar camadas de microfonia e silêncio, efeitos e canções, ruído e calmaria, melodia e drone, tudo vindo de uma vez só como o ardor de uma pimenta em conserva, o gosto forte de um bitter, um tempero refogado, um bálsamo envolvente. Na segunda apresentação de seu Motor Elétrico no Centro da Terra, ao lado de dois navegadores distintos e complementares Maria Beraldo e Guilherme Held, Marcelo Cabral mais uma vez nos conduziu a um transe de sensações díspares, antagônicas e docemente complementares, espelho e abismo, cosmo e colo, luz e trevas, numa apresentação que podia durar horas. Ou caber no bolso, para abrir sempre que precisássemos sentir aquilo tudo de novo.

Assista aqui.  

Marcelo Cabral: Motor Elétrico

Quando convidei Marcelo Cabral para fazer mais uma apresentação no Centro da Terra, pensei que ele pudesse incursionar por sua faceta eletrônica, que exercitou em seu segundo disco solo, Naunyn, lançado no ano da pandemia. Mas qual minha surpresa que ele resolveu voltar para seu primeiro álbum, Motor, mas plugando-o à eletricidade. Composto inteiramente no violão, ele ressurge em duas terças-feiras de abril no palco do teatro no Sumaré, quando, acompanhado dos comparsas Guilherme Held e Maria Beraldo, ele desbrava uma faceta inédita seu próprio disco na apresentação Motor Elétrico, que acontece nos dias 19 e 26 de abril, sempre a partir das 20h. Os ingressos podem ser comprados aqui.

Centro da Terra: Abril de 2022

Seguimos felizmente a nova safra de espetáculos que está reativando o palco do Centro da Terra e depois de um março caloroso é hora de assistirmos a um abril em que artistas exploram novas possibilidades de seus trabalhos, sempre às segundas e terças-feiras (e os ingressos já estão à venda aqui). A temporada de segunda-feira fica a cargo do Zé Nigro, mais conhecido por ter produzido discos de Curumin, Francisco El Hombre e Anelis Assumpção (além de estar finalizando o novo de Russo Passapusso), que finalmente lançou seu primeiro trabalho solo no ano passado e o expande pelas quatro segundas do próximo mês, sempre esmiuçando diferentes aspectos de seu álbum de estreia, Apocalip Se, na temporada Görjeios. Na primeira segunda, dia 4, ele convida Anna Zêpa, Eveline Sin e Dandara Azevedo que declamam poemas que conversam com músicas compostas ao lado de Zé, apresentando-as nesta mesma noite. No dia 11, ele convida Saulo Duarte e Anais Sylla, que também participaram do disco, em uma noite mais intimista e tropical. No dia 18 é a vez de Zé receber o produtor Beto Villares e a cantora Alessandra Leão e seu mês termina no dia 25 antecipando a instalação que batiza a temporada, em que convida o público para uma imersão nas questões ambientais tão ameaçadas atualmente. Na primeira terça do mês, dia 5, é a vez de receber a dupla Suzana Salles e Luiz Chagas, que apresentam o espetáculo Rozana e Charles, uma homenagem que os dois fazem à duradoura amizade que começou nos ensaios da banda Isca de Polícia. Na segunda terça-feira, dia 12, recebemos a querida Anna Vis, que mostra suas primeiras composições e o início de seu primeiro disco solo ao lado de Marcelo Cabral, Eduardo Climachauskar e Rômulo Froes. Marcelo Cabral retorna nas duas terças do final do mês ao lado de Gui Held e Maria Beraldo para mostrar uma outra versão de seu primeiro disco solo, chamada Motor Elétrico. Vai ser um mês e tanto, preparem-se!

Vida Fodona #655: Ao vivo sem público

vf655

Sigo entendendo essa nova lógica.

Van Mccoy & The Soul City Symphony – “The Hustle”
Tops – “Way to Be Loved”
Letrux – “Coisa Banho de Mar”
Maria Beraldo – “Da Menor Importância”
Secos & Molhados – “Sangue Latino”
R.E.M. – “Electrolite”
Talking Heads – “Heaven”
Purple Mountains – “Margaritas at the Mall”
Tatá Aeroplano – “Trinta Anos Essa Noite”
Josyara + Giovani Cidreira – “Anos Incríveis”
Bob Dylan – “I Contain Multitudes”
Céu – “O Morro Não Tem Vez”
Spoon – “Rainy Taxi”
Lupe de Lupe – “Midas”
Bonifrate – “Antena a Mirar o Coração de Júpiter”
Tom Zé – “Profissão Ladrão”
Pulp – “Bar Italia”