Saiu o resultado do prêmio de 2021 da Associação Paulista de Críticos de Arte, da qual faço parte da comissão de música popular ao lado de Roberta Martinelli, Marcelo Costa, Adriana de Barros, Pedro Antunes e José Norberto Flesch: o artista do ano é o rapper Don L, a cantora Juçara Marçal é dona do disco do ano, com seu épico Delta Estácio Blues, e Marina Sena ficou com o prêmio de artista revelação do ano. Não tem muita conversa, né?
Don L, Caetano Veloso, Duda Beat, Badsista, Gloria Groove, Fabriccio, Jadsa, Marina Sena e Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo estão entre os indicados às categorias artistas do ano e revelação de 2021 de acordo com o júri de música popular da APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte), da qual faço parte ao lado de Adriana de Barros, José Norberto Flesch, Marcelo Costa, Pedro Antunes e Roberta Martinelli. Já havíamos lista os 50 indicados a melhor álbum de 2021 antes do ano terminar e agora, com este nova lista, nos preparamos para a revelação dos premiados do ano, que devem ser divulgados no início do próximo mês. Confira os indicados a seguir:
Era inevitável que entrevistasse o Marcelo Costa, capo do site Scream & Yell, no meu programa dedicado ao jornalismo que cobre música, por isso dediquei o primeiro Jornalismo-Arte de 2021 a repassar sua trajetória, começando nos tempos de quando o site ainda era um fanzine impresso distribuído gratuitamente a partir do interior de São Paulo, a se tornar uma das principais referências do jornalismo independente que cobre música e cultura no país. Marcelo aproveita para falar das aulas que tomou durante a vida, assume que nunca teve iniciativa como gostaria (mas que sempre seguiu as que a vida lhe apresentou), repassa diferentes fases do site e como consegue geri-lo há mais de vinte anos.
Eis o resultado do prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte, que foi divulgado na noite desta segunda-feira.
Artista do ano: Teresa Cristina
Artista revelação: Jup do Bairro, pelo álbum Corpo sem Juízo
Melhor live: Caetano Veloso
Melhor disco: Rastilho, de Kiko Dinucci
Faço parte da comissão julgadora de música popular, que escolheu os vencedores acima, ao lado de Roberta Martinelli, Marcelo Costa, Adriana de Barros, Pedro Antunes e José Norberto Flesch.
A comissão de música da Associação Paulista dos Críticos de Arte, da qual faço parte, revelou nesta semana, os indicados às principais categorias da premiação neste ano. Devido ao ano estranho que atravessamos, reduzimos a quantidade de premiados, focando nas categorias Artista do Ano, Revelação, Melhor Live e Disco do Ano. Além de mim, também fazem parte da comissão Adriana de Barros (editora do site da TV Cultura e colunista do Terra), José Norberto Flesch (do canal JoseNorbertoFlesch), Marcelo Costa (Scream & Yell), Pedro Antunes (colunista do UOL e Tem um Gato na Minha Vitrola) e Roberta Martinelli (Radio Eldorado e TV Cultura). A escolha dos vencedores deve acontecer de forma virtual no dia 18 de janeiro. Eis os indicados às quatro principais categorias:
Os 5 artistas do ano
Caetano Veloso
Emicida
Luedji Luna
Mateus Aleluia
Teresa Cristina
Os 5 artistas revelação
Flora – A Emocionante Fraqueza dos Fortes
Gilsons – Várias Queixas
Guilherme Held – Corpo Nós
Jadsa e João Milet Meirelles – Taxidermia vol 1
Jup do Bairro – Corpo sem Juízo
As 5 melhores lives
Arnaldo Antunes e Vitor Araujo (03/10)
Caetano Veloso (07/08)
Emicida (10/05)
Festival Coala – Coala.VRTL 2020 (12 e 13/09)
Teresa Cristina (Todas as Noites)
Os 50 melhores discos
Àiyé – Gratitrevas
André Abujamra – Emidoinã – a Alma de Fogo
André Abujamra e John Ulhoa – ABCYÇWÖK
Arnaldo Antunes – O Real Resiste
Baco Exu do Blues – Não Tem Bacanal na Quarentena
Beto Só – Pra Toda Superquadra Ouvir
BK – O Líder Em Movimento
Bruno Capinam – Leão Alado Sem Juba
Bruno Schiavo – A vida Só Começou
Cadu Tenório – Monument for Nothing
Carabobina – Carabobina
Cícero – Cosmo
Daniela Mercury – Perfume
Deafkids – Ritos do Colapso 1 & 2
Djonga – Histórias da Minha Área
Fabiana Cozza – Dos Santos
Fernanda Takai – Será Que Você Vai Acreditar?
Fran e Chico Chico – Onde?
Giovani Cidreira e Mahau Pita – Manomago
Guilherme Held – Corpo Nós
Hiran – Galinheiro
Hot e Oreia – Crianças Selvagens
Ira! – Ira
Joana Queiroz – Tempo Sem Tempo
Jonathan Tadeu – Intermitências
Josyara e Giovani Cidreira – Estreite
Julico – Ikê Maré
Jup do Bairro – Corpo sem Juízo
Kiko Dinucci – Rastilho
Letrux – Letrux aos Prantos
Luedji Luna – Bom Mesmo É Estar Debaixo D’água
Mahmundi – Mundo Novo
Marcelo Cabral – Naunyn
Marcelo D2 – Assim Tocam Meus Tambores
Marcelo Perdido – Não Tô Aqui Pra Te Influenciar
Mateus Aleluia – Olorum
Negro Leo – Desejo de Lacrar
Orquestra Frevo do Mundo – Orquestra Frevo do Mundo
Pedro Pastoriz – Pingue-Pongue com o Abismo
Rico Dalasam – Dolores Dala Guardião do Alívio
Sepultura – Quadra
Seu Jorge & Rogê – Seu Jorge & Rogê
Silvia Machete – Rhonda
Tagua Tagua – Inteiro Metade
Tantão e os Fita – Piorou
Tatá Aeroplano – Delírios Líricos
Thiago França – KD VCS
Wado – A Beleza que Deriva do Mundo, mas a Ele Escapa
Zé Manoel – Do Meu Coração Nu
Electr-O-Pura não é o clássico do Yo La Tengo que os fãs respondem imediatamente quando perguntados qual o melhor disco da banda nova-iorquina – normalmente a resposta varia entre o disco que a banda lançou antes (o Painful, de 1993) ou o que lançou depois (I Can Hear the Heart Beating as One, de 1997) -, mas é o meu disco favorito do trio. Pode ser por motivos sentimentais (foi o primeiro disco do grupo que escutei) e emotivos (“Blue Line Swinger”, a faixa de nove minutos que encerra o disco, é uma das minhas músicas favoritas – e não só entre as deles), mas é bom vê-lo ganhando o verniz histórico necessário quando a gravadora Matador o incluiu como o novo item de sua série Revisionist History.
A nova edição, que já está em pré-venda e sai apenas em setembro, no entanto, não traz nenhum extra, apenas prensa o disco em vinil duplo, como deveria ter sido anteriormente, com capa gatefold (a versão original do vinil deste disco era simples e a capa não abria), garantindo melhor qualidade sonora para as músicas. Como parte das comemorações do lançamento – o disco fez aniversário no último dia 2 -, a gravadora convidou uma de suas novas artistas, Lucy Dacus, para gravar uma versão para “Tom Courtenay”, ela que também o considera seu disco favorito.
Como se não bastasse, ela nasceu no mesmo dia em que o disco foi lançado e aproveitou para escrever sobre ele, num texto que foi traduzido pelo Marcelo, no Scream & Yell. Um trecho da tradução:
O que me fez voltar ao Yo La Tengo foi a compreensão deles sobre o humor. Ouvi bandas que exprimiam raiva, bandas que exprimiam tristeza, mas não conhecia outras bandas que pudessem expressar uma gama completa de sentimentos da maneira como o Yo La Tengo pode. De música para música, ela podia ser ansiosa, celebratória, triste, contente, confusa, etc. E mesmo quando ficavam barulhentas ou dissonantes, nunca pareciam hostis. Os sons podiam ser severos, até feios, mas eram alegres. Algumas músicas poderiam me fazer chorar, mas eram divertidas e não agressivas. Eu estava assimilando o gosto de outra pessoa e, no processo, descobrindo o meu.
“Tom Courtenay” foi a primeira música do Yo La Tengo que aprendi na guitarra. Eu não sabia o que significava, mas sabia quem Julie Christie era e amava os versos: “As the music swells somehow stronger from adversity / our hero finds his inner peace.” Não sabia o significado, mas não conseguia parar de pensar nisso. Era como qualquer bom poema, deixando um espaço para mim, entre imagens. Agora, acho que a música pode ser sobre obsessão com a mídia, equiparando aos filmes e estrelas de cinema à dependência de drogas. Bom, quem sabe, essa é apenas a minha opinião.
Eventualmente, quando a Matador me convidou para entrar no selo, o fato do Yo La Tengo estar na lista deles foi um componente importante da minha decisão. Eles lançam ótimos álbuns a cada dois anos há mais de três décadas, experimentando e explorando o que parece ser uma criatividade despretensiosa. Vale a pena comemorar, especialmente agora, quando qualquer oportunidade de celebração é uma bênção. Feliz aniversário de 25 anos para o “Electr-o-pura” e obrigado pela música, Yo La Tengo.
Eu também agradeço.
https://www.youtube.com/watch?v=_wRB4l2kVrQ&list=OLAK5uy_lB0mugAGuiMo5uOM6hnP_apo3VqZx_vlQ
Estive entre a centena de votantes que Marcelo Costa convidou para resumir a década passada em disco em seu Scream & Yell – aqui você confere os 50 discos nacionais mais votados e aqui os 100 internacionais. Meus votos seguem abaixo (a lista com todos os votantes e seus votos está neste link), mas em breve publico minha própria lista aqui no Trabalho Sujo (onde você sabe que eu não faço essa separação entre brasileiros e estrangeiros).
Melhores discos nacionais – 2010 a 2019
1) Elza Soares – A Mulher do Fim do Mundo
2) Juçara Marçal – Encarnado
3) Criolo – Nó na Orelha
4) Serena Assumpção – Ascensão
5) Metá Metá – MM3
6) Ava Rocha – Ava Patrya Yndia Yracema
7) Céu – Tropix
8) Siba – De Baile Solto
9) BaianaSystem – Duas Cidades
10) Cidadão Instigado – Fortaleza
Melhores discos internacionais – 2010 a 2019
1) Beyoncé – Lemonade
2) Chromatics – Kill For Love
3) Frank Ocean – Channel Orange
4) Radiohead – A Moon Shaped Pool
5) The Internet – Hive Mind
6) Daft Punk – Random Access Memories
7) Rihanna – Anti
8) Kendrick Lamar – To Pimp a Butterfly
9) Arctic Monkeys – AM
10) Warpaint – Heads Up
Eis os 25 melhores discos brasileiros da segunda metade do ano segundo o júri de música popular da APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte), da qual faço parte.
Ana Frango Elétrico – Little Electric Chicken Heart
Bruno Capinan – Real
Céu – APKÁ
Chico César – O Amor É Um Ato Revolucionário
DEF – Sobre os Prédio que Derrubei Tentando Salvar o Dia
Elza Soares – Planeta Fome
Emicida – AmarElo
Jonnata Doll e os Garotos Solventes – Alienígena
Karina Buhr – Desmanche
Lello Bezerra – Desde Até Então
Lia de Itamaracá – Ciranda Sem Fim
Lucas Santtana – O Céu é Velho Há Muito Tempo
Luiza Brina – Tenho Saudade, Mas Já Passou
Luiza e os Alquimistas – Jaguatirica Print
Lulina – Desfaz de Conta
Marcelle – discoNeXa
MC Tha – Rito de Passá
Nill – Lógos
Rael – Capim-Cidreira
Saskia – Pq
Scalene – Respiro
Selvagens à Procura de Lei – Paraíso Portátil
Siba – Coruja Muda
Teago Oliveira – Boa Sorte
Yamandu Costa – Vento Sul
Além de mim, também fazem parte do júri José Norberto Flesch (Destak), Marcelo Costa (Scream & Tell) e Lucas Brêda (Folha de São Paulo). No primeiro semestre votamos nestes discos aqui.
Eis os 25 melhores discos brasileiros do primeiro semestre de 2019 de acordo com o júri de música popular da Associação Paulista de Críticos de Arte, do qual faço parte.
Alessandra Leão – Macumbas e Catimbós
Ave Sangria – Vendavais
BaianaSystem – O futuro não demora
Black Alien – Abaixo de Zero: Hello Hell
Boogarins – Sombrou dúvida
China – Manual de Sobrevivência Para Dias Mortos
Clima – La Commedia é Finita
Djonga – Ladrão
Dona Onete – Rebujo
Douglas Germano – Escumalha
Fafá de Belém – Humana
Hamilton de Holanda – Harmonize
Jair Naves – Rente
Jards Macalé – Besta Fera
Jorge Mautner – Não Há Abismo Em Que o Brasil Caiba
Larissa Luz – Trovão
Nômade Orquestra – Vox Populi
O Terno – Atrás / Além
Odair José – Hibernar na Casa das Moças Ouvindo Rádio
Pitty – Matriz
Rakta – Falha Comum
Tássia Reis – Próspera
Thiago Pethit – Mal dos Trópicos
Tiago Iorc – Reconstrução
Yma – Par de Olhos
Além de mim, votaram Marcelo Costa (Scream & Yell), José Norberto Flesch (Destak) e Lucas Brêda (Folha de São Paulo).
Eis o resultado da categoria música popular segundo a comissão julgadora da Associação Paulista de Críticos de Arte, que faço parte ao lado de José Norberto Flesch, Lucas Brêda, Marcelo Costa, Roberta Martinelli, Tellé Cardim e Fabio Siqueira.
Grande premio da crítica: Gilberto Gil
In Memoriam: Carlos Eduardo Miranda
Artista do Ano: Marcelo D2
Melhor Álbum: Luiza Lian – Azul Moderno
Melhor Show: Racionais MCs
Revelação: Duda Beat
Projeto Especial: Casa de Francisca
Capa: Karol Conká – Ambulante