Mais uma vez com uma pequena orquestra
Assisti ao primeiro show da breve temporada de cinco apresentações que Tim Bernardes está fazendo no Auditório Simon Bolívar, no Memorial da América Latina, repetindo o riscado que desenhou no final de 2023, quando recriou seu Mil Coisas Invisíveis com uma pequena orquestra no Theatro Municipal. Há dois anos ele estava tenso e receoso ao materializar o sonho de pop de câmara entregando um concerto pop maravilhoso. Desta vez, ele estava mais à vontade com o formato e mais tranquilo por estar no meio dos músicos – em vez de na frente, como nos shows anteriores -, mas alguns erros de produção o deixaram um tanto irritado e chegaram a comprometer a segunda sessão da noite, que deve meia hora a menos de show que a apresentação que vi. Escrevi sobre o show lá pro Toca UOL.
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Com pequena orquestra e show curto, Tim Bernardes volta aos palcos de SP
Há mais de um ano sem tocar em sua cidade-natal (como ele mesmo reconheceu no palco), o paulistano Tim Bernardes abriu sua temporada 2025 de shows com cinco apresentações da versão “Raro Momento Infinito”, no Auditório Simon Bolívar, no Memorial da América Latina, em São Paulo.
Os dois primeiros shows aconteceram nesta quarta (3)e tiveram o brilho da volta ofuscado por algumas questões técnicas. As duas sessões no Auditório foram mais curtos do que os últimos shows solo que fez na cidade, em 2023. Na segunda sessão, a apresentação não chegou a 1 hora de duração – o que gerou reclamação do público nas redes do artista.
Na primeira, Tim repetiu o show que fez no final de 2023 no Theatro Municipal, quando mudou radicalmente a formação de suas apresentações.
Em vez de tocar sozinho no palco revezando-se entre o violão, a guitarra e o piano de cauda, ele trouxe suas canções à época com um pequena orquestra com cordas e sopros, além de baixo, bateria e harpa, dando o ar de rock clássico que sua carreira solo parece almejar.
Tocando num palco aberto para os dois lados, Tim sentou-se no meio cercado dos músicos, mais centralizado que à frente, fazendo sua orquestra espalhar-se pelo palco.
Foi uma das mudanças que pareceu deixá-lo mais tranquilo no início da apresentação, uma vez que parecia sentir-se parte do conjunto musical, em vez de estar deslocado dos outros músicos. Outra mudança aconteceu nas teclas – em vez de tocar um piano acústico de cauda, optou por um teclado elétrico Fender Rhodes, o que trouxe um bem-vindo molho soul às canções. O desenho de luz eatava impecável e foi feito por Guilherme Bonfanti, inspirado na bela luz feita por Olivia Munhoz, que o acompanhava desde o início de sua carreira solo.
O repertório, no entanto, teve pouquíssimas novidades. Com ênfase no disco mais recente, “Mil Coisas Invisíveis”, de 2022, mas começou quase idêntico aos shows no Municipal, quando abriu a noite tocando a mesma ordem do disco (à exceção de “Mistificar”, puxada para o início, como nos shows de 2023).
Só fugiu de seu álbum mais recente ao tocar pouquíssimas canções do disco de estreia, “Recomeçar”, de 2017 (como a faixa-título – que encerrou a noite – e “As Histórias do Cinema”, tocada pela primeira vez com orquestra).
Tim estava tranquilo e brincando com o público, até que seu violão de 12 cordas desafinou e ele perdeu uns bons cinco minutos antes de voltar a tocar, o que o deixou tenso, embora tentasse disfarçar fazendo brincadeiras com o público.
Mais adiante, incomodou-se com um papel que deixaram em seu teclado avisando que o show estava chegando ao fim e ficou ainda mais desconfortável quando o amplificador de sua guitarra deu uns pipocos de mau contato.
Encerrou o show sem dar bis e despediu-se rapidamente, ainda que sorrindo, sem disfarçar que não havia gostado dos soluços que prejudicaram o andamento da noite.
O público sequer percebeu e, hipnotizado como sempre, suspirava, ria e cantava junto quase sempre, à exceção das músicas mais intimistas.
Os problemas do primeiro show, que certamente deveriam ser contornados nas apresentações seguintes, fez a segunda sessão da quarta sofrer com a desorganização da produção. O público levou mais tempo para entrar no auditório, reduzindo ainda mais a duração da apresentação, infelizmente.
Nesta quinta-feira (4), Tim faz duas outras sessões no mesmo Auditório e encerra a temporada no mesmo palco na sexta (5), às 17h, quando faz parte da programação do Festival Coala, que começa neste dia.
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