
30 anos de glórias não são 30 dias – e eu comemoro as três décadas de aniversário de Trabalho Sujo na Casinha na sexta diaa 28 de novembro, quando reúne meus velhos comparsas Luiz Pattoli e Danilo Cabral para mais uma discotecagem das Noites Trabalho Sujo, que lentamente está voltando à ativa. Quem conhece sabe: muita música boa a noite inteira sempre naquele pique de deixar todo mundo alto astral, dançando e sorrindo sem parar enquantos os três passeiam por hits da dance music de todas épocas. Doses cavalares de rock clássico, soul, funk, música brasileira, rap, música pop, eletrônico, soul e o que mais der na telha dos três, além de possíveis atrações surpresas. Vamos? Só entra com ingresso, não existe lista. a casa tem uma lotação restrita, garanta seus ingressos logo!

Vamos a mais um Inferninho Trabalho Sujo no Picles nessa sexta-feira, quando recebemos duas bandas que já passaram por diferentes palcos da festa, mas que tocam pela primeira vez no sobrado da Cardeal Arcoverde! A primeira delas é o trio fulminante Saravá, que antecipa o que será seu primeiro álbum, que será lançado no ano que vem, num show em que mistura rock clássico, MPB e indie brasileiro. Depois é a vez do quarteto Tutu Naná, que também mistura as mesmas referências mas por um outro viés, enterrando suas canções em camadas de microfonia e vocais sussurrados. Depois dos shows é a vez de eu e a Fran nos reencontrarmos mais uma vez no Picles para incendiar a pista de lá até altas da madrugada. E quem comprar ingresso antes paga mais barato. Bora?
#inferninhotrabalhosujo #tutunana #sarava #picles #noitestrabalhosujo

O My Bloody Valentine está preparando sua volta para os palcos que não frequentam desde 2018 e que, tecnicamente, aconteceria neste sábado, quando a banda tocaria em Dublin, na Irlanda, pela primeira vez desde 1992. Mas ninguém esperava que eles fossem fazer um show de aquecimento, como fizeram para 2 mil pessoas na mesma cidade nesta quarta-feira. O show aconteceria em um lugar ainda menor, mas o auê em torno da aparição-surpresa tomou as ruas da capital irlandesa e foi transferido para o National Stadium, que apesar do nome, é um ringue de boxe conhecido por sediar shows de médio porte na cidade desde os anos 70. O grupo passou por várias pérolas de seu repertório num show que teve quase 20 músicas, a estreia ao vivo de “Off Your Face” (do EP Glider, de 1990) e encerrou com “You Made Me Realise”. Depois de pegar todo mundo de surpresa, a banda de Kevin Shields prepara sua turnê, que segue por Dublin (no sábado), Manchester (na segunda), Londres (na terça) e Glasgow (na quinta), saindo do Reino Unido para o outro lado do mundo, quando tocam em Hong Kong, dia 7 de dezembro. Eles retomam a turnê em fevereiro do ano que vem no Japão, com duas datas em Osaka (3 e 4) e duas em Tóquio (6 e 9), e uma única outra data já anunciada, quando estarão no elenco do Primavera em Barcelona (tocam dia 6 de junho). Provavelmente outros shows serão anunciados e Kevin Shields voltou a falar em novo disco, mas sabemos que é mais fácil eles tocarem no Brasil… (Aliás, falando nisso, alô Balaclava!)
Assista a algumas músicas do show e veja o setlist completo abaixo: Continue

Um dos baixistas mais importantes da cena inglesa depois do punk (e olha que a concorrência era grande), Mani, que, morreu nesta quinta-feira, passou pelos Stone Roses e pelo Primal Scream, era também uma das grandes figuraças do britpop.

Mais de duas horas com o professor.
Ouça abaixo: Continue

O novo livro de Patti Smith, considerado por ela mesma seu trabalho mais pessoal, acabou de sair nos Estados Unidos e já está em pré-venda no Brasil, onde a Companhia das Letras traduziu Bread of Angels: A Memoir para Pão dos Anjos: A História da Minha Vida, mudando inclusive a foto da capa (optando por uma versão mais recatada do que parece ser uma imagem da mesma sessão que capturou a cena da capa original).

Que beleza esse início de carreira solo que Caio Colasante fez nessa terça-feira no Centro da Terra. Ele preparou o espetáculo Atropelado – que definiu como “uma ode aos meus amigos” – a partir de canções próprias e parcerias ainda inéditas que vem trabalhando há alguns meses e reuniu uma banda impressionante para acompanhá-lo, chamando dois de seus compadres d’Os Fonsecas (Thalin na bateria e Valetim Frateschi no baixo), a ás da guitarra Isabella Sartorato e o tangolo mango Bruno “Neca” Fechine (na percussão), além de convidar o compositor Granadeiro Guimarães para cantar algumas de suas parcerias em duetos. Apesar do natural nervosismo inicial de um show desse porte, Caio logo soltou-se, principalmente ao usar sua guitarra para dominar melhor o palco e deixar suas belas e tortas canções ganharem vida própria com os arranjos feitos para seu time de amigos, tornando o show exatamente o que ele se propunha: um marco zero de um novo momento profissional. Esse momento ainda teve como marco a passagem do maior ídolo musical do guitarrista, Jards Macalé, a quem ele reverenciou sozinho no palco com seu instrumento ao invocar “Rua Real Grandeza” para responder sem meios termos à questão inicial da canção: “Vale a pena ser poeta?”. Depois de um show desses, ah vale… Voa Caio!
#caiocolasantenocentrodaterra #caiocalasante #centrodaterra #centrodaterra2025 #trabalhosujo2025shows 267

Rapaz, que tristeza essa notícia. Vi o velho dia desses e ele tava tão bem…

Depois de uma semana intensa de shows históricos, fui terminar o domingo bem de boinha (com metade da zona oeste paulistana) no Parque da Luz, que comemorou seu aniversário de 200 anos junto com os 120 anos da Pinacoteca de São Paulo num evento diurno que terminou com o reencontro de Luiza Lian com o Bixiga 70 num show ao ar livre. Dessa vez Luiza não contou com seu fiel escudeiro Charles Tixier (que assistia ao show feliz da plateia) para entregar-se aos músicos, uma vontade que ela tem acalentado há um tempo em que deixar a música eletrônica em segundo plano, voltando à música tocada ao vivo. O grupo deslizou pelo repertório dela, reinventando canções com novos arranjos (como o reggae descoberto dentro de “Eu Estou Aqui”), enquanto a própria Lu criou uma letra para a única música do Bixiga na noite, “Portal”. Um encontro que começou em 2019, foi interrompido pela pandemia e pode estar recomeçando lentamente, pois não foi a primeira vez que os dois artistas voltaram a tocar juntos – foi a primeira no Brasil, pois dividiram palcos franceses na turnê europeia que ambos fizeram no ano passado. Promissor.
#luizalian #bixiga70 #pinacoteca #pina120anos #trabalhosujo2025shows 266

Não foi brincadeira o que o Planet Hemp fez em seu show de despedida neste sábado, no estádio do Palmeiras. No mesmo ano em que celebram os 30 anos de seu disco de estreia, o grupo decide pendurar as chuteiras no maior show que fizeram em sua carreira e foi impressionante ver que o estádio lotar para compartilhar a Última Ponta (título do show) com eles. O show começou com vinte minutos de dados históricos que misturavam eventos da história recente do Brasil (da ditadura militar ao plano Collor), eventos ligados à maconha no país e a história do próprio Planet Hemp, que só aumentou a expectativa para o início do show, incendiada pelo grupo com “Dig Dig Dig (Hempa)”, “Ex-Quadrilha da Fumaça”, “Fazendo a Cabeça” e “Raprockandrollpsicodeliahardcoreragga”, pesando a mão desde a introdução. E por mais que estejamos acostumados às presenças de Marcelo D2 e BNegão, vê-los juntos no palco ergue suas personalidades para um outro patamar – estamos vendo super-heróis, personagens de desenho animado e protagonistas históricos bem na nossa frente, com suas personalidades opostas e complementares. Isso aumenta ainda mais quando vemos quem são os músicos que estão ao redor deles – de Daniel Ganjaman nos teclados aos DJs Castro e Zégon, além do fundador Formigão e os jovens Planet Pedrinho e Nobru, é um supergrupo carismático no nível do Parliament/Funkadelic – tornando a noite ainda mais emotiva. Entre rodas gigantescas de pogo, celebração a grandes compadres de sua história (da casa de shows Garage a Chico Science) e densas nuvens de fumaça branca, a apresentação se estendeu por mais tempo que deveria – duas horas e meia de show é tempo pacas, ainda mais depois de mais de uma hora de BaianaSystem – mas veio com uma carga de emoção que até o fã mais enlouquecido da banda não estava preparado. E nem estou falando das participações de João Gordo (no bis), Seu Jorge (que tirou onda ao tocar flauta na instrumental “Biruta”), Emicida e Pitty (estes dois últimos vislumbrando eles mesmos fazer seus próprios shows em estádio), mas da presença-surpresa do próprio Mister Niterói, Gustavo Black Alien, que vem passando por uma má fase e por isso não esteve na turnê final do grupo. O anúncio da presença de Gustavo só não foi o melhor momento da noite porque logo em seguida o próprio começou a rimar, reforçando ainda mais o aspecto mitológico, uma vez que três dos principais MCs do Brasil estavam juntos no mesmo palco depois de tanto tempo. A vibração do sábado terminou tão alta que acho pouco provável que este seja mesmo o último show do grupo. Devem tirar um tempo pra descansar mas mostrando, nesse sábado, que o Brasil tem seu Rage Against the Machine pronto para entrar na briga. É só chamar.
#planethemp #allianzparque #trabalhosujo2025shows 265