Jornalismo

Matrix… 4?

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Keanu Reeves tirou o gênio da lâmpada ao cogitar voltar a viver Neo – com algumas condições… Escrevi sobre isso no meu blog no UOL.

John Wick é fácil fácil um dos melhores filmes de ação da década e sua continuação – que ainda está em cartaz nos cinemas – consegue manter bem o ritmo do original. Parte do mérito vem do fato de seu diretor, Chad Stahelski, haver sido dublê e saber tanto coreografar cenas de luta como filmá-las. A outra parte é culpa de Keanu Reeves, que não tem o physique du role apropriado para um matador de aluguel temido pela simples menção de seu nome, mas que funciona bem e não compromete o filme em nenhum momento, saindo-se melhor do que o previsto nos dois filmes feitos até agora.

Stahelski e Reeves já haviam trabalhado juntos anos atrás, quando o primeiro foi o dublê do segundo no papel do mítico Neo da trilogia Matrix – aquela que começa com o filme brilhante de 1999 e termina com o vergonhoso filme de 2003. Mas a parceria da dupla, além de um ótimo e inesperado easter egg no decorrer do segundo filme e a sanha atual de indústria de entretenimento norte-americana por continuações, remakes e revivals, tornava inevitável a possibilidade da série original ser ressuscitada e o primeiro passo foi dado por Keanu Reeves, em entrevista à sucursal inglesa do site Yahoo Movies.

“As Wachowskis teriam de estar envolvidas”, cravou o ator sem pestanejar logo que o repórter lhe cogita a possibilidade de um Matrix 4, mencionando as autoras da saga, os antigos irmãos Larry e Paul Wachowski, que mudaram de gênero e agora atendem por Lana e Lilly Wachowski. “Elas teriam que escrever e dirigir. E aí veríamos qual seria a história, mas, sei lá, seria estranho, mas, por que não? As pessoas morrem, as histórias não. As pessoas nas histórias não”, empolgou-se o ator.

Não custa lembrar que o terceiro filme termina em aberto, com a possibilidade de um novo capítulo, que poderia materializar-se mais rápido que imaginamos. Afinal os três atores que protagonizaram a trilogia, Reeves, Carrie Anne Moss e Laurence Fishburne, se reencontraram em público em uma das sessões de lançamento do novo filme de Stahelski, no início do ano.

Mas será que Matrix 4 é uma boa ideia? Isso também é uma questão deixada em aberto – vamos ver como isso se desenrola…

Trocando as bolas

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E se Kylo Ren virar Jedi e Rey virar Sith no Episódio VIII de Guerra nas Estrelas? Escrevi sobre essa hipótese no meu blog no UOL.

Principal protagonista do filme que ressuscitou Guerra nas Estrelas, a Rey de Daisy Ridley ainda é um mistério que intriga todo mundo que acompanha a série. Por mais que ela tenha conquistado os fãs com seu ar inocente e sua prontidão para o ataque, sua origem e seu passado ainda são completamente desconhecidos para quem não trabalha na produção dos filmes. Ela é filha de Luke Skywalker? Filha de Leia e de Han Solo – e, portanto, irmã de Kylo Ren? Neta de Obi Wan Kenobi? Ela pode ser uma Jedi? A última cena do Episódio VII é o início de seu treinamento com Luke?

Ou seria justamente o contrário? Será que nosso encantamento por Rey não seria uma forma de despistar a possibilidade da jovem heroína não ser a protagonista da nova trilogia – e sim a vilã? O diretor do sétimo episódio, J.J. Abrams, fala sobre algo interessante na faixa de comentários de O Despertar da Força, bem no momento do duelo final entre Rey e Kylo Ren:

“Uma das novas relações que estávamos colocando em foco era entre Kylo Ren e Rey. Eles nunca se encontraram, mas ele ouviu falar daquela garota. E então acontece o momento em que seu encontro é inevitável. E agora de volta à nossa heroína. E neste momento ela está prestes a, pela primeira vez, ser confrontada por Kylo Ren, um personagem com quem ela terá uma relação bem interessante no futuro.”

Há duas questões neste comentário. A primeira é o fato de que Kylo Ren e Rey não se conhecem. Nunca se conheceram. O que destrói uma teoria que dizia que Rey era filha de Luke e havia testemunhado – ou salva de assistir – o massacre que os Cavaleiros de Ren, a nova ordem liderada por Kylo, provocaram na escola Jedi que Skywalker havia criado após tornar-se ele mesmo um Jedi. Havia a possibilidade de Kylo lembrar-se de Rey daquele período, o que parece não ser o caso, segundo J.J. Abrams.

O segundo ponto diz respeito à relação entre Kylo e Rey. Ao comentar que os dois terão uma “relação bem interessante no futuro”, J.J. Abrams abre um mar de especulações que reforça a rivalidade entre os dois ou até mesmo abre a possibilidade de um romance. Mas há uma terceira hipótese, que casa com a teoria de que Kylo Ren seja um agente infiltrado no lado obscuro da Força e que tenha matado o próprio pai como uma prova de sua lealdade ao Supremo Líder Snoke. Esta teoria cogita que Kylo se revelará no próximo episódio, renascendo para o lado claro da Força e alcançando sua redenção ao mesmo tempo em que torna-se um Jedi. O que pode fazer que Rey mude de time simultaneamente, numa revelação tão inesperada quanto o fato de Luke ser filho de Darth Vader, feita em O Império Contra-Ataca.

Uma teoria elaborada por um fã em busca de uma explicação sobre o personagem de Benicio Del Toro – escalado para o Episódio VIII, mas sem nenhuma informação sobre seu papel – casa-se com esta possibilidade. O fã que se autodenomina Darth_Hodor escreveu na rede social Reddit que o ator porto-riquenho deverá encarnar uma versão mais velha de Ezra Bridger, personagem do programa de TV Star Wars Rebels, que, em sua teoria, cairá para o lado negro. E, mais do que isso, ele seria o pai de Rey:

“Colocando de forma simples, acho que Benicio Del Toro será o pai de Rey.

Nenhuma das outras teorias sobre Rey fazem muito sentido. Ela não vai ser uma Skywalker (além disso, já temos um deles na forma de Kylo Ren), ela não é uma Kenobi ou qualquer um que já conhecemos. Acho que a ideia de ela ter alguma relação com Palpatine seja interessante, mas eles iam ter que forçar bem a barra pra conseguir isso e eu não acho que a maioria do público vá engolir essa.

Mas isso não quer dizer que Del Toro fará o papel de um novo personagem. Acho que ele fará uma versão adulta de Ezra Bridger (do programa Star Wars Rebels). Ele tem a idade certa e há teorias que dizem que Rebels termina com Ezra (e Kanan, se ele ainda estiver vivo) entrando na nova Academia Jedi de Luke.

Mas por que ela foi deixada em Jakku?

A teoria que eu cogito é que Ezra cai para o lado negro. Ele se une a Snoke e juntos eles começam a manipular os Jedi, começando por Ben Solo. Antecipando isto, Luke esconde Rey de seu pai que, em retaliação, com ou através de Kylo Ren, destrói a Academia Jedi. Luke foge e Del Toro fica sem saber onde sua filha está escondida.

Gosto desta teoria pois ela permite uma “queda dupla” no Episódio VIII. Arma a queda para o lado negro de Rey (que pode ser incrível se for realizada da forma correta) e Kylo Ren já está marcado para um arco redentor próprio (uma “queda” para a luz). Isso deixaria tudo pronto para um final fantástico para estes dois personagens no Episódio IX.”

Mesmo que seja só especulação, ia ser demais ver a doce Rey tornando-se uma nova vilã – e um desafio e tanto para sua intérprete Daisy Ridley. Só saberemos no final do ano, quando o Episódio VIII estreia dia 15 de dezembro, em todo o mundo. Mas é bem provável que vejamos um novo trailer por esses dias…

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Em mais uma abertura feita por um convidado – no caso Seth Green, do Frango Robô – os Simpsons invadem outros desenhos – postei essa (e outras) lá no meu blog no UOL.

Há quem diga que os Simpsons perderam a qualidade com o passar dos anos (embora seja difícil comparar com qualquer outro programa de TV, pois o desenho está em sua 28ª temporada), mas sua cena de abertura ainda segue como um dos principais pilares da cultura pop moderna, sempre buscando referências atuais para mostrar como a série continua importante. E algumas das aberturas mais geniais do desenho foram feitas em parcerias com outros autores, como eles fizeram na semana passada, ao entregar a abertura para Seth Green, o criador do desenho Frango Robô, da faixa de desenhos adultos do Cartoon Network, Adult Swim. Ele deu um sumiço no quadro com um barco que tradicionalmente orna a sala de TV dos Simpsons para fazer Homer procurá-lo em outros desenhos animados, passando por cima, inclusive, dos moleques de South Park, assista:

Não é a primeira vez que Seth Green assume o desafio de fazer uma abertura do desenho criado por Matt Groening – ele já havia feito uma versão dos Simpsons em 3D em 2013:

Tem um tempinho para assistir a todas as aberturas dos Simpsons desde a primeira até a temporada do ano passado? Então lá vai:

https://www.youtube.com/watch?v=SR8WWFzrZAg&list=PLRbf27-GCBWzCUxawlKoNdLCNT9Ay-kT4

E pra quem acha que os Simpsons não aguentam mais, más notícias: a Fox renovou com o seriado no final do ano passado para mais duas temporadas, garantindo que a família amarela alcance o posto de 30 anos em exibição ininterrupta. Nada mal…

Outros La La Land

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O impacto do musical La La Land já pode ser sentido através de paródias, que incluem versões Muppets, Nintendo e Lynch – juntei-as no meu blog no UOL.

Mesmo que você não goste de musicais, não dá para não reconhecer o impacto que La La Land provocou nos cinemas no final do ano passado, quando não só colocou o gênero de volta em pauta como trouxe questões relacionadas a otimismo e nostalgia de volta à tona – além de chancelar o trabalho de seus protagonistas Emma Stone e Ryan Gosling rumo ao primeiro escalão da atual Hollywood. Mas a influência deste tipo de filme não é medida apenas em números de prêmios ou de bilheteria, mas também a partir do número de paródias e subprodutos criados a partir da ideia original.

Uma delas, feita pelo site Funny or Die, troca o protagonista pelo sapo Caco, dos Muppets:

Outra, feita pelo canal Cinefix, transforma o filme em um jogo do tipo “adventure”, típico dos consoles da Nintendo na virada dos anos 80 para os anos 90:

O mesmo Cinefix aproveitou-se do fato de que o filme se passa na mesma Los Angeles dos sonhos de David Lynch e recriou o musical como um dos bizarros pesadelos cinematográficos do autor de Twin Peaks e Cidade dos Sonhos:

E, em tempo, gostei bastante de La La Land. É clássico e vintage à primeira vista, mas reconecta-se à história do cinema norte-americano de forma ousada e surpreendente, mesmo que seguindo as regras deste à risca. Não duvido que ele dê início não apenas a uma nova onda de musicais mas também espalhe para os cinemas uma sensação classuda e nostálgica que já toma conta da produção para a TV recente – que conecta Mad Men a Stranger Things, The Americans e Downton Abbey.

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Após anúncio de um sistema solar habitável há 40 anos-luz da Terra, a Nasa acrescenta mais um pôster à sua incrível coleção – reuni todos eles lá no meu blog no UOL.

Nesta quarta-feira, a Agência Espacial Norte-Americana – a Nasa – parou o mundo para anunciar que havia descoberto um sistema solar habitável em nossas proximidades galáticas. Girando ao redor da estrela chamada Trappist-1 (“It’s a trap”?), foram descobertos sete planetas com dimensões próximas às da Terra sendo um deles, o quinto, chamado pelo nome código de Trappist 1E, contém água, indicando a possibilidade de vida, como conhecemos, fora deste planeta. O diretor da área de missões científicas da agência, Thomas Zurbuchen, foi além: “A descoberta nos dá uma pista de que encontrar outra Terra não é uma questão de ‘se’ (ela existe), mas de ‘quando’.”

Enquanto isso, o Jet Propulsion Laboratory recebeu a notícia com mais um de seus esplendorosos pôsteres que exaltam o turismo espacial, mostrando como a notícia está tão perto da realidade quanto da ficção científica. Além da visão gloriosa do céu vermelho refletido em seu oceano sob as órbitas dos outros planetas do sistema, o cartaz ainda lembra que o exoplaneta (como nos referimos aos planetas fora do sistema solar) foi “votado como a melhor ‘zona habitável’ para as férias – a apenas 12 parsecs da Terra”. Parsec – embora Han Solo tenha nos feito imaginar que é uma unidade de tempo – é uma unidade de distância que corresponde a 3,26 anos-luz. A distância de 12 parsecs, portanto, equivale a meros 40 anos-luzes, o que faria uma viagem até o novo sistema solar durar “apenas” 700 mil anos. O cartaz que festeja a descoberta do sistema Trappist-1 não é o primeiro – veja abaixo outros pôsteres feitos pela Nasa para manter o turismo espacial como uma possibilidade de futuro.

pra fazer o download de todos estes cartazes incríveis no site da Nasa.

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Autoras do disco considerado “o pior de todos os tempos”, as três irmãs voltam à ativa para um show de rock naïf – escrevi sobre elas no meu blog no UOL.

“Precisamos gravá-las enquanto elas ainda estão quentes!”, empolgava-se, segundo a lenda, Austin Wiggin, o pai de um grupo de três irmãs que ele achava que se tornaria um grande sucesso no auge do rock clássico, final dos dos anos 60. Sem o menor tino comercial – muito menos musical -, ele colocou suas filhas para tocar na marra sem se preocupar em ensinar música para elas e depois de anos de treino levou as Shaggs para gravar o disco Philosophy of the World, considerado o pior disco de todos os tempos. Tosco e completamente torto, o disco é uma obra de arte naïf da era elétrica e, fadado ao desaparecimento, construiu, posteriormente, uma reputação e um legado incrivelmente bizarros, que permitiram que a banda voltasse à ativa para participar da quinta edição do festival organizado pelo grupo Wilco, o Solid Sound, que acontece entre os dias 23 e 25 de junho deste ano.

“Philosophy of the World é o disco mais impressionantemente terrível e maravilhosamente doentio que ouvi em eras”, assim a escritora Debra Rae Cohen apresentava a obra máxima das Shaggs ao público da revista Rolling Stone norte-americana em 1980, mais de uma década após o lançamento original do disco. “Como uma família Trapp lobotomizada (em referência à família cantora do filme A Noviça Rebelde), as Shaggs berram letras de cartões de festa num uníssono feliz quase sem graça junto a frases ostensivas de melodia enquanto batem suas pequenas guitarras como se fossem alguém preocupados com o zíper. A baterista bate decididamente ao ritmo de outra inspiração, como se ela tivesse que acertar toda vez que música as outras estão tocando – errando todas as vezes”.

Não é exagero. O disco que as irmãs Helen, Betty e Dorothy – também conhecida como Dot – Wiggin gravaram no dia 9 de março de 1969 é uma tortuosa e quase infantil tentativa de fazer música pop sem a menor noção musical. Perto das três Shaggs, os primeiros punks eram músicos virtuosos. As Shaggs não tinham a menor noção de nada: ritmo, sincronia, conjunto, composição, interpretação – nada. O disco parece ter sido feito por crianças que pegaram instrumentos pela primeira vez na vida e, entendendo minimamente como cada um deles funciona, gravaram as primeiras ideias que vieram em suas cabeças, sem combinar nada umas com as outras.

De certa forma, era exatamente isso que acontecia. O pai das meninas transformou-as em um grupo por uma profecia de sua mãe, que leu a mão do jovem Austin Wiggin e disse que ele casaria com uma loira, que teria dois filhos depois que ela morresse e que suas filhas, juntas, seriam um grupo musical de sucesso. Como as duas primeiras previsões aconteceram, Austin preferiu não esperar o acaso e forçou suas filhas a terem uma banda. “Ele era teimoso e podia ser temperamental. Ele nos dirigia. Nós obedecíamos. Fizemos o melhor que podíamos”, contou Dot ao escritor Irwin Chusid, autor do livro Songs in the Key of Z: The Curious Universe of Outsider Music. E arrumou um lugar para as meninas tocarem ao vivo toda semana.

A tiragem inicial do disco, de mil cópias, foi quase inteiramente roubada em um assalto a um depósito de discos e as cem cópias restantes frustraram o sonho de sucesso que o pai tinha para suas filhas. No entanto algo improvável aconteceu: o disco se tornaria um item colecionável por fãs de música estranha, uma nova categoria de ouvintes que surgia entre os anos 60 e 70, buscando discos horríveis e mal gravados que seus autores achavam que poderiam fazer sucesso. Um destes principais colecionadores era o radialista Barry Hansen, que apresentava o programa que levava seu apelido, Dr. Demento, que passou a tocar músicas das Shaggs em seu programa. Em um deles, Demento recebeu Frank Zappa como convidado, que pediu para tocar várias faixas do disco Philosophy of the World, que ele considerava “melhor que os Beatles”.

shggs

O estranho culto às Shaggs via a tosqueira das meninas como um ponto positivo. Não importava que a música soasse pueril ou que não tivesse nenhuma relação com a forma tradicional de se fazer música. As Shaggs eram punks além dos punks pois não sabiam nada sobre música e mesmo assim foram lá e gravaram um disco. E a bizarrice, por esse ponto de vista, levava o instinto primitivo das garotas para outras praias musicais, como a música atonal, o folk experimental, o free jazz. Foi a esta luz que o grupo country NRBQ convenceu sua gravadora, Rounder, a relançar o disco no início dos anos 80, além de um segundo disco, Shaggs’ Own Thing, a partir de gravações que a banda fez em 1975. A reverência ao “pior disco de todos os tempos” ultrapassou a ironia e Philosophy of the World ganhou o status atual, de disco cult e influente, mesmo que sua influência seja mais conceitual que prática. O crítico Lester Bangs imortalizou a frase de Zappa ao colocá-la como título do texto que escreveu sobre as garotas no jornal Village Voice, em 1981: “As irmãs Wiggins – um antipower trio – não apenas redefinem a arte, como têm um coerente Weltanschauung em seu primeiro disco, Philosophy of the World.”

https://www.youtube.com/watch?v=-e-NsTX0JCo&feature=emb_title

Por isso não é uma surpresa que a volta das Shaggs em 2017, quase cinquenta anos após o lançamento do disco que lhes deu fama, não seja a primeira vez. A banda foi recriada em 1999, quando o grupo NRBQ fez seu aniversário de 30 anos, em Nova York. Dois anos depois, o disco Better than the Beatles foi lançado em tributo ao grupo. A baterista Helen morreu em 2006 e Dot lançou seu primeiro disco solo em 2013, pela gravadora Alternative Tentacles, do fundador dos Dead Kennedys, Jello Biafra. As Shaggs foram citadas em filmes como As Vantagens de Ser Invisível, Empire Records, Ken Park e na série Gilmore Girls, além de Philosophy of the World estar em quinto lugar na lista dos 50 melhores discos de Kurt Cobain, como ele escreveu em seus Diários – a história da banda virou até peça de teatro na Broadway. Philosophy of the World, inclusive, foi relançado em vinil no ano passado numa edição limitada da caprichosa gravadora Light in the Attic.

Além das Shaggs, o festival Solid Sound terá duas apresentações do próprio Wilco, além de shows do Television, Kurt Vile & the Violators, Kevin Morby, entre outros, além de projetos paralelos da banda que faz a curadoria do festival, como Tweedy, The Autumn Defense, On Fillmore e o Nels Cline Four. Os ingressos já estão à venda no site do evento.

Nick Mason e Roger Waters, em evento de lançamento da exposição Pink Floyd: Their Mortal Remains

Nick Mason e Roger Waters, em evento de lançamento da exposição Pink Floyd: Their Mortal Remains

Em uma entrevista coletiva para falar sobre a nova exposição inspirada no Pink Floyd, o baterista Nick Mason e o baixista Roger Waters deram a entender que podem fazer um último show da banda no festival de Glastonbury – falei sobre essa possibilidade no meu blog no UOL.

Embora David Gilmour tenha matado o Pink Floyd logo após o lançamento do disco Endless River em 2014, os três integrantes remanescentes do grupo estão trabalhando juntos num projeto com o nome da banda. A exposição The Pink Floyd Exhibition: Their Mortal Remains deve estrear ainda este semestre em Londres, reunindo toda espécie de material sobre a banda com a curadoria do guitarrista, do baixista Roger Waters e do baterista Nick Mason. É a primeira vez que os três se reúnem desde o show que fizeram juntos ao tecladista Rick Wright no evento Live 8, em 2005, três anos antes da morte de Wright. Mas agora dois integrantes da formação original da banda cogitam a possibilidade de voltar aos palcos com o nome que lhes deu fama.

“Seria legal acrescentar algumas coisas à lista. Eu nunca toquei em Glastonbury. Seria divertido, mas não acho que seja muito provável”, disse o baterista Nick Mason em um evento realizado para divulgar a exposição na semana passada, em Londres. Waters, que também esteve no evento e já tocou no festival como artista solo, completou a declaração do amigo baterista. “Eu toquei em Glastonbury uma vez. Acho que estava muito frio. Mas tinha muita gente, eles pareciam muito felizes eu gostei. Sim, eu tocaria lá de novo.”

A declaração dos dois colide de frente com as intenções do guitarrista, dono dos direitos do uso do nome da banda após uma exaustiva disputa judicial com Roger Waters, com quem tem uma relação complicada. Em entrevista ao jornal inglês Telegraph em 2015, Gilmour comentou sobre ter encerrado as atividades do Pink Floyd e sua relação com Waters. “Eu não me iludiria a não apreciar os ótimos momentos que tivemos juntos. Ao cantar ‘Us and Them’, eu penso como a música é brilhante e relevante, e eu não escrevi nem a letra nem a música. Ainda amo poder tocá-la. Eu não quero fazer mais isso com o resto destes caras. Rick morreu. Roger e eu não nos damos particularmente bem. Ainda conversamos. É melhor do que já foi. Mas não funcionaria. As pessoas mudam. Roger e eu nos superamos um ao outro e acho que seria impossível que nós trabalhássemos juntos de uma forma realista.”

A exposição Pink Floyd: Their Mortal Remains estreia dia 13 de maio, no V&A Museum, em Londres

A exposição Pink Floyd: Their Mortal Remains estreia dia 13 de maio, no V&A Museum, em Londres

Mas o fato é que Gilmour e Waters vêm trabalhando juntos na exposição The Pink Floyd Exhibition: Their Mortal Remains, que estreia no museu londrino Victoria and Albert no dia 13 de maio até outubro deste ano e já está com ingressos à venda. Inspirada no sucesso da exposição de David Bowie, a exposição reúne 350 itens usados pela própria banda, que vão desde instrumentos e equipamentos de som, a itens pessoais, manuscritos de letras e até a vara de bambu que surrava os integrantes da banda quando eles ainda eram crianças, na escola (pois até os anos 50, professores ingleses podiam repreender fisicamente seus alunos). O dia do lançamento da exposição coincide com o lançamento do primeiro single da banda, “Arnold Layne”, dos tempos em que o grupo era liderado pelo visionário psicodélico Syd Barrett, que só gravou o primeiro disco com a banda e morreu em 2006.

A última vez que os integrantes da fase clássica do Pink Floyd tocaram juntos, em 2005 (David Gilmour, Roger Waters, Nick Mason e Rick Wright)

A última vez que os integrantes da fase clássica do Pink Floyd tocaram juntos, em 2005 (David Gilmour, Roger Waters, Nick Mason e Rick Wright)

A relação tensa entre os integrantes da banda já foi bem pior, mesmo antes do grupo terminar no início dos anos 80, quando Waters, que então via-se como o líder e principal compositor do Pink Floyd, demitiu o tecladista Rick Wright do último disco que gravou com o nome da banda, The Final Cut, de 1983. Nos anos 80, quando Gilmour, Wright e Mason ganharam na justiça o direito de usar o nome Pink Floyd sem a permissão Waters, a relação ficou ainda pior, principalmente porque Waters continuava fazendo shows com o mesmo material que o grupo também fazia ao vivo. Os quatro voltaram a se conversar no novo século, quando Waters participou de um show do Pink Floyd em 2005, tocando juntos pela última vez numa aparição surpresa no festival Live 8.

E nunca foi segredo nenhum que o dono do festival Glastonbury, Michael Eavis, sempre quis ter o Pink Floyd na história do evento. Será?

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Contei o que já sabemos sobre a continuação do épico de monstros e robôs gigantes de Guillermo Del Toro no meu blog no UOL.

Um dos grandes filmes de ação de 2013, Pacific Rim também foi mais um exercício de nerdismo em grande escala por parte do diretor mexicano Guillermo Del Toro, colocando monstros para lutar contra robôs gigantes em diferentes cidades ao redor do Oceano Pacífico, onde estava localizada a falha geológica que batiza o filme (que, no Brasil, foi batizado de forma indecifrável como Círculo de Fogo). Apesar de contar uma história com começo, meio e fim, o filme original sempre veio associado à ideia de uma continuação – e talvez tornar-se uma franquia. E depois de muitas especulações sobre este segundo filme, eis que este mês de fevereiro trouxe uma série de novidades em relação ao segundo volume da história.

A principal delas é a que o personagem vivido por John Boyega é mesmo o filho do personagem de Idris Elba no primeiro filme. A revelação veio na forma de um tweet de Boyega, o Finn do Episódio VII de Guerra nas Estrelas, que havia sido confirmado no elenco do filme no meio do ano passado.

Mais do que revelar a primeira imagem oficial do filme, o texto da publicação era bem claro: “Eu sou Pentecost, 2018”, numa referência ao sobrenome do protagonista que, no clássico trailer original, avisava que estava “cancelando o apocalipse!”. O parentesco, no entanto, não diz respeito apenas aos personagens dos dois filmes, mas, principalmente, em relação à distância entre as duas histórias. Até então não sabíamos quanto tempo havia se passado entre os dois filmes e mesmo se ambos se passavam com o mesmo grupo de personagens.

O tweet também oficializou o título do novo filme, que não se chamará Pacific Rim 2 ou mesmo Pacific Rim: Maelstrom, como era especulado anteriormente. O nome oficial da continuação do filme é Pacific Rim: Uprising e seu logotipo foi revelado nesta sexta-feira na conta do Instagram do diretor novato Steven S. DeKnight.

pacificrim-uprising

A tradução para “maelstrom” varia entre “turbilhão” e “redemoinho”, dando tanto a ideia de intensidade e velocidade como a de algo acontecendo embaixo d’água. “Uprising”, por sua vez, pode significar tanto “revolta”, “levante” e “insurreição” quanto “renascimento”. O que dá uma dica do que virá por aí: a falha sob o Pacífico não pode ser fechada e os kaiju – a forma como os monstros são referidos no universo de Pacific Rim – irão voltar.

A própria escalação de DeKnight para a direção é outra grande mudança nos rumos do filme, mas Del Toro segue como produtor, dando pitacos na história que criou. DeKnight é conhecido pelas diferentes séries Spartacus, do canal norte-americano Starz, e por ter pego a segunda temporada do Demolidor da Marvel depois da saída de Drew Goddard, mas nunca dirigiu um filme. E ao que tudo indica, depois do novo Pacific Rim, ele volta para a televisão, para dirigir a primeira temporada de outro personagem da Marvel, o Justiceiro.

Do elenco original, foram confirmadas as participações de Rinko Kikuchi, de volta ao papel de Mako Mori, e dos dois principais cientistas do filme, o Dr. Hermann Gottlieb vivido por Burn Gorman e o Dr. Newton Geiszler, de Charlie Day. Este, inclusive, pode ser o motivo do levante do título, uma vez que ele pode entrar na mente de um kaiju, uma espécie cuja consciência é coletiva, como uma colmeia de abelhas. Não há referências sobre a volta de Clifton Collins Jr. como o operador Tendo Choi ou de Ron Perlman como Hannibal Chau, embora a ausência de Charlie Hunnam, um dos principais atores do primeiro filme, já tenha sido confirmada, por questões de agenda do ator.

O novo Pacific Rim já está sendo filmado na Austrália e deve estrear só no ano que vem – a data exata de lançamento nos Estados Unidos é dia 23 de fevereiro de 2018.

samuraijack

Genndy Tartakovsky ressuscita seu Samurai Jack para uma última e definitiva temporada – escrevi sobre o novo clássico lá no meu blog no UOL.

A criação mais radical de Genndy Tartakovsky parece que finalmente vai encontrar seu destino. Depois de anos vagando como a possibilidade de se transformar em um longa, a conclusão do épico marcial Samurai Jack finalmente acontece a partir do mês que vem, quando a quinta temporada do desenho animado encerra a saga de seu personagem-título. Serão dez episódios que resolvem uma série de questões que as quatro primeiras temporadas haviam deixado em aberto, além do drama principal de Jack. A nova temporada estreia no dia 11 de março, no canal norte-americano Adult Swim.

Samurai Jack é um samurai atirado num futuro após matar um mago vilão, Aku, seu principal nêmese. Vivendo numa época completamente diferente da sua, resta a Jack matar robôs enviados por Aku para destrui-lo. A nova temporada apresenta Jack cinquenta anos no futuro, sem envelhecer (efeito colateral das viagens no tempo), de barba e familiarizado com armas de fogo. Eis seu primeiro trailer:

Tartakovsky, cujas principais criações são os clássicos desenhos Laboratório de Dexter e Meninas Superpoderosas, além da série de longas de animação Hotel Transilvânia, decidiu retomar o desenho porque sempre que participava de eventos em escolas e universidades, ele era questionado sobre o final de Samurai Jack, cujas quatro primeiras temporadas aconteceram entre 2001 e 2004. Em entrevista à revista Empire, o artista disse que a conclusão exibida este ano é o final que ele sempre quis contar e que quebrou a cabeça nos últimos oito anos para transformar em um longa de animação. “É algo que sempre quis fazer em animação, na verdade, por muito tempo. É muito desafiador, mas se fizermos direito, vai deixar as pessoas às lágrimas.”

Samurai_Jack_2017

The-Office

Veja lá no meu blog no UOL, plantas de locais de trabalho de séries como The Office, Mad Men, Brooklyn Nine-Nine e Silicon Valley, entre outros.

Os funcionários da empresa Drawbotics, que cria soluções digitais para o mercado imobiliário nos EUA, resolveram gastar seu tempo livre recriando escritórios clássicos de novas séries de TV em plantas tridimensionais. O resultado é uma visão panorâmica que nunca conseguimos ter dos cenários de séries como The Office, Mad Men, Brooklyn Nine-Nine, Parks & Recration, entre outros.

Silicon-Valley

Mad-Men

Brooklyn-Nine-nine

Parks-and-Recreation

Tem outros escritórios lá no blog da empresa.